sábado, dezembro 15, 2007

Repente

Na teia do riso
Desejo faz prisão
Corrente intrancedente
De fogo de imensidão
Ou rima de mau pobre
Reinventado no chão.

Sem telha e sem piso
O choro é irrazão
Na faca há o nobre
Há o padre, há o irmão
Da peleja do demo
Rasga vento a canção.

E espelha o olho novo
O velho a desgarrar
No inferno não dito
De um dia a raiar.

E o que é o sol raiar
Nestas noites sem paixão
Se podemos namorar
Ou morrer pelo portão?

Porque se eu assim grito
Sem desejo nem fervor
Só a rima parca e nobre
De um dedo sem valor
Eu grito já cindido
Pelo pó da revelação
De um mundo dividido
Onde Deus já virou cão.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Toque seco de fervor

Chuva fina
Sol de hora faz morrer
Sonho, pipa
Lua nunca vai viver
Em rol terno
De palárvore de privação
Corsturada em véu
De imensidão
Desde menino assusto
Com as multidão.


E rói a chuva
Luz de sol e flor
Rói dor de parto
E desamor.

Faz mil anos
Que o Deus dos outros foi
Em poemas
Resgatar talvez nem eu
E quem sabe?
Construir uma nova irrazão
Que torne mais céu
Teu olhar de cão
Tua dor de ver
Terra sem ter mão.

Sem realejo
Sem razão ou pão
Só terra vermelha, sol e chão.

Vi mil anjo
Coisas que nem sei mais crer
Entre os ternos
De mãe preta a desmorrer
E em ciência
Dei comida de libação
E vienhei meus pés
Dei terra à mão
Casei com o luar
E chorei paixão.

Sou só da lua
Tenro caçador
Perco minhálma em amor.

Alvos tantos
De vermelhidão
Sorri
Tanta nova terra e gente a mais sorrir
É sonmhaço
Feito por comunardo irmão
E eu mais véi
Que toda invenção
Quase que chorei
Vi -me Deus na mão.

E faço a lua
Violo amor
Em toque seco de fervor.