sexta-feira, maio 23, 2003

Fonte:


OGlobo

Renato Mauricio Prado



Patéticos palhaços



Sentaram-se à mesa com a arrogância e a empáfia do jogador de pôquer que tem nas mãos um “royal straight flush”. A banca pagou pra ver e o que surgiu foi um “real (e) estrito blefe”. Era uma pantomina. Mais uma dos cartolas do nosso futebol, que não perdem oportunidade para demonstrar o horror que têm a duas palavras: responsabilidade e punição. Delas fogem como o diabo da cruz.

Tudo o que querem é continuar a dirigir os seus clubes, federações e confederações de maneira irresponsável e impune — como fazem há décadas.

Todos estão ricos enquanto os seus clubes estão falidos. Agora, não se conformam com a nova realidade e insistem em lutar contra a vontade da grande maioria — expressa nas novas leis. Transformaram-se em personagens patéticos.

Patéticos palhaços.


***


Toda esta polêmica sobre a responsabilizaçâo dos dirigentes por brigas de torcedores num raio de cinco quilômetros do estádio é cortina de fumaça.

Tal responsabilização não existe e o que os cartolas querem mesmo é continuar a não divulgar público e renda dos jogos (por que será, hein?); a não publicar balanços e nem prestar contas de transações e movimentações de dinheiro, para o exterior, inclusive.

Lutam para seguir manipulando tudo a seu bel-prazer: arbitragens, tribunais, regulamentos etc. E o torcedor que se dane.

Pois, desta vez, danaram-se eles. Por que agora qualquer um que se sentir prejudicado poderá buscar seus direitos na Justiça.

A tragicomédia de anteontem serviu para deixar isso bem claro. Minha caixa postal amanheceu entupida de gente se dizendo disposta (e organizada!) a processar clubes, TVs, CBF, o diabo. E a argumentação era simples: baseava-se no cristalino fato de que já tinham pagado pelo espetáculo (que podia ser cancelado), através do “pay-per-view”.


***


A greve poderia ter ajudado o Governo a fazer, de uma tacada, a limpa de que o futebol brasileiro tanto necessita. Dirigente que desrespeitar a lei pode (e deve!) ser deposto e impedido de atuar no esporte nos próximos 10 anos. Confesso: eu já estava quase torcendo pela paralisação...


***


E o Ornitorrinco, que anuncia que por causa do Estatuto do Torcedor o preço dos ingressos subirá “seis vezes”? Olho na Federação do Rio, ministro! Na primeira irregularidade (oportunidade não faltará!), ajude a libertar o futebol deste fóssil vivo!


***


Não interessa de quem foi a idéia: os oito clubes que a assumiram (Atlético-MG, Atlético-PR, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio, Internacional, Santos e Vasco) caíram no ridículo, juntamente com a CBF. E o Flamengo, que assinou e, no dia seguinte, voltou atrás, também pagou o maior mico! Super-Helinho e David Fischel se igualaram aos euricos e aos caixas d’água...


***


Eu queria estar escrevendo hoje somente sobre o golaço (autêntica obra prima!) que Diego fez, por cobertura, no jogo pela Libertadores, no México! E também sobre o gol feito que Fábio Baiano perdeu, na Copa do Brasil, no Recife — justamente por querer exibir a categoria que, ao contrário do craque do Santos, ele não tem. Queria...


***


Ainda o jogo do Flamengo com o Sport. Tomara que o gol desperdiçado por Fábio Baiano (que ainda atrapalhou o Edílson em outra jogada!) não faça falta no Maracanã, onde o time costuma passar sufoco.

Ainda assim, a vitória por 1 a 0 (com um belo gol, que o tira-teima provou ser LEGAL) foi ótimo resultado e mais uma prova de que Nelsinho está mudando a cara da equipe. Pra melhor!


***


Em época de modernização, nada como se espelhar nos esportes que estão tecnologicamente mais avançados. Exemplo: o vôlei já usa a súmula eletrônica, que poderá ser acessada durante os jogos da seleção brasileira, na Liga Mundial, a partir de amanhã, em São Paulo. O acesso à súmula se faz pelo site da CBV em www.cbv.com.br.


***


Mais vôlei. Será lançado, na próxima segunda, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, “Sacando para a vitória”, o livro de Ari Gomes — um dos maiores fotógrafos de esportes do país em todos os tempos.

Trabalhando para a CBV, Ari acompanha o vôlei, na praia e na quadra, desde 1991. Os textos que acompanham as mais de 300 fotos e contam a vitoriosa história do esporte no Brasil são de Ester Lima e o prefácio deste colunista, admirador e amigo da dupla de brilhantes jornalistas, com quem tive a honra de trabalhar no GLOBO, no JB e na Placar.


***


Flávio Fernandes, o tenis-ta Totó, ataca no basquete.

“Nenê Hilário, que está jogando na NBA, constituiu advogado e ganhou na Justiça o direito de, na proxima temporada, ser chamado somente de Nenê, como era no basquete daqui.

“Mas justamente agora que ele está mais hilário que nunca naquela propaganda de prevenção contra a AIDS? Nenê, além de craque, é mesmo Hilário em todos os sentidos...”


***


Você gosta de F-1 e de automobilismo em geral? Então anote aí a dica do meu amigo Nelson Ricciardi, um craque no assunto e na Internet: www.crash.net.


***


Pipocou, ex-deputado? Ah, não estou lhe reconhecendo! Proíbe o Vasco de jogar amanhã, proíbe... Como dizia Clint Eastwood, na pele de Dirty Harry, em “Sudden Impact” (aqui chamado de “Impacto Fulmimante”): “Go ahead, make my day!”

terça-feira, maio 13, 2003

Fonte: Pitacos, Achados e Perdidos

Já dizia o Chico: chame o ladrão!





Tenho acompanhado bem pouco os noticiários, porque minha pequena São Lourenço tem me dado aborrecimentos suficientes, portanto, guardo minha escassa paciência para esta cidade onde decidi morar há 10 anos. Mas não pude deixar de fixar minha atenção, numa rápida passagem em frente à tv, nas palavras de um cidadão que todos nós conhecemos, o ex-Governador Garotinho, que assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.



Com a graça dos deuses, eu escapei da minha terra natal na entre-safra entre Leonel Brizola e Garotinho... São aquelas coisas que quem é carioca gostaria de esquecer... Mas ainda dá pra lembrar que em Minas tem Newton Cardoso e em São Paulo tem Paulo Maluf. Vejam vocês! Tem gente em situação bem pior que a nossa, sejamos solidários!



Mas, voltando à matéria de tv, fiquei totalmente catatônica ao ouvir uma suposta explicação do Garotinho ¿ suposta porque ele tentou explicar muito tempo sem se fazer entender ¿ definindo os culpados pelo estado de violência generalizada no Rio de Janeiro. Depois de muito enrolar, o Secretário de Segurança Pública quase me convenceu de que, ao contrário do que eu imaginava, a culpa da violência nem é da omissão do governo, nem da falta de estrutura da polícia, muito menos do traficante ou dos viciados que consomem drogas e alimentam o governo paralelo do crime. A culpa é dos pais dos doidões.



Olha, tudo bem, eu sou jornalista, não sou louca de colocar palavras e conclusões na boca dos outros e não vou, mesmo em um blog como este, que está longe de ser um veículo de imprensa, afirmar que o Garotinho falou isto ou quis dizer isto. Mas que ele tentou, tentou. Não sou uma pessoa com dificuldade de entender as coisas, aliás, pego tudo no ar e rapidamente. E me vi parada, apatetada em frente à tv, repetindo ¿agora eu descobri: a culpa é do pai do doidão...este irresponsável!¿



Estou levando o papo na brincadeira, mas a coisa é séria de verdade. Se um Secretário de Segurança Pública não consegue se articular direito, a ponto de transmitir este tipo de mensagem, sendo esta ou não a sua intenção, tem algo muito errado acontecendo no Rio de Janeiro. Principalmente, levando-se em conta que articular todas as polícias e criar alternativas para proporcionar maior segurança à população é tarefa anos luz mais complexa.



O que está errado com a estrutura de segurança do Rio é o mesmo que está errado na segurança de São Lourenço. A diferença é basicamente: tamanho da área para se ¿trabalhar¿ e tempo de atuação da multimilionária holding do crime. O começo, se não me falha a memória, é o tal paternalismo, o assistencialismo... Isto misturado com aquela coisa de passar a mão na cabeça do moleque que cometeu um pequeno delito como se aquilo fosse traquinagem normal ou político ir tirar marmanjo da cadeia por favor eleitoreiro (alguém tá reconhecendo uma situação semelhante em São Lourenço?). Depois, começa a impunidade, o descaso, os cidadãos ao invés de ocuparem seus espaços nas ruas, se sentem abandonados pelo Estado e se trancam em casa, e a rua vira território de bandido.



O fim da história a maioria conhece, mas é que eu, como carioca, conheci o comecinho da história e resolvi contar. O bairro onde passei a maior parte da infância e adolescência, o Grajaú, era um tradicional bairro de militar (eu fui vizinha de um Ministro do Exército!!!!), calmo, tranqüilo, onde a coisa mais agitada que acontecia era noiva toda enfeitada pagando mico em chá de panela, andando pelas ruas, com as amigas rindo em volta. Hoje, a pracinha principal tem uma cabine da PM, com duas entradas com estacionamento para viaturas, o chafariz foi concretado e duvido que alguma criança tenha o prazer de brincar de bolinho de areia ali, como eu cansei de fazer. Olhando para este palco de horror que se transformou a praça está Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a na torre da igreja matriz, que parece não ter conseguido perpetuar a sua proteção a um dos bairros mais belos da cidade do Rio de Janeiro.



Mas, a culpa deve ser mesmo do pai do doidão. A responsabilidade foi para a outra ponta da ¿linha de produção¿. O problema, provavelmente, foi do pai, que transmitiu uma carga genética ao filho que fez com que ele se tornasse um desocupado que resolveu usar drogas. Com isto, ele começou a comprar um fuminho bom com um amigo, avião, que por sua vez enriquecia o traficante fornecedor. O policial, mal preparado e mal pago, sem conseguir ir contra, acabava juntando-se a eles, criando a rede de corrupção, que acabava também envolvendo grandes autoridades, políticos renomados e empresários multimilionários. Mas pensar neste povo é bobagem, todos eles são inofensivos. O grande vilão, o bandidão, o culpado é o pai do doidão. Tsk...tsk...tsk...



Com este tipo de linha de raciocínio e numa cidade como o Rio de Janeiro, que está chegando num ponto que talvez só mesmo ¿puxando a descarga¿, ao ouvir o Garotinho nesta entrevista, não pude deixar de me lembrar que numa época em que quem arrombava portas era o DOPS e o DOI-CODI, e para fazer coisa bem pior do que roubar, melhor mesmo era seguir a recomendação do Chico em sua música: ¿Chame o ladrão! Chame o ladrão!¿ Pelo amor de Deus, gente, chama o pai do doidão!!!! Ele dá pra gente encarar...Já o resto...

Fonte: Pitacos, Achados e Perdidos



Matéria Base da Publicada no Jornal Correio do Papagaio (35 3332-1008)

Audiência Pública reflete os resultados da luta em defesa das águas



Claudia Mello Gonçalves

No dia 30 de abril, aconteceu, na Câmara Municipal de São Lourenço, a
Audiência Pública para discutir a questão da privatização da água, uma
iniciativa dos Deputados Estaduais Rogério Correia (PT) e Laudelino Augusto
(PT) na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.



O Legislativo Estadual esteve representado através da Deputada Maria José
Haussein (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente e do Deputado Ronaldo
João da Silva (PDT), além dos dois Deputados proponentes da Audiência.
Também esteve presente o Deputado Federal Odair Cunha (PT), que vem apoiando
o movimento em defesa das águas do sul de Minas.




A discussão, que envolveu todas as questões ligadas à água e sua exploração,
teve como foco central o caso de São Lourenço, onde a comunidade demonstra
insatisfação em relação ao que vem sendo feito pela empresa Nestlé,
proprietária do parque e da Empresa de Águas São Lourenço. Estavam presentes
diversos representantes da empresa, dentre eles o Gerente Industrial da
Empresa de Águas São Lourenço, Marcelo Marques.



Segundo o Deputado Federal Odair Cunha, a questão da água mineral é uma
questão mundial e, hoje, o DNPM ¿ Departamento Nacional de Produção Mineral
já possui estudos que indicam que há super-exploração em São Lourenço.
Odair, que já levantou a discussão na Câmara Federal, repetiu durante a
audiência o seu apelo: ¿Eu tenho certeza que a Nestlé, que é uma grande
empresa, que já é nossa parceira na superação da fome e da miséria neste
país, também será parceira dos homens e mulheres de bem, que querem não só o
pão para todos, mas também querem a água para todos. Eu tenho certeza que a
Nestlé vai ouvir o nosso clamor e nós faremos com que a lei se cumpra. Pois
mesmo se não ouvirem, a lei será cumprida¿.



João Bosco Senra, representante do Ministério do Meio Ambiente, declarou em
nome da Ministra Marina Silva, o total apoio na busca de soluções para o
caso e afirmou que no Conselho Nacional de Recursos Hídricos um grupo de
trabalho voltado para a questão das águas minerais já foi reativado, quatro
reuniões já foram feitas este ano e existe um firme propósito de se incluir
a água mineral na legislação dos recursos hídricos, já que, atualmente, ela
é de inteira competência do Ministério das Minas e Energias, estando sob
fiscalização do DNPM.



O Promotor e Curador do Meio Ambiente de São Lourenço, Pedro Paulo Aina, fez
uma síntese de todo o processo que envolve o inquérito e a ação civil
pública, de sua autoria, trazendo ao público presente algumas conclusões
consideradas oficiais pelo Ministério Público: há ilegalidade na exploração
na água; há super-exploração do aqüífero, causando danos; há ilegalidade no
processo de desmineralização da água do Poço Primavera e está configurado o
uso irracional de um recurso natural.



Pedro Paulo Aina está aguardando que a perícia, exigida na ação, seja feita
e como todos os prazos oficiais já foram vencidos, o juiz Oílson dos Santos
já emitiu uma intimação para que o perito, o professor Aldo Rebouças, inicie
os seus trabalhos.



Quem acompanhou a primeira Audiência Pública, pôde perceber a diferença de
postura do representante do DNPM. Assumindo a função a partir de fevereiro
deste ano, João César de Freitas Pinheiro, deixou claro que a partir de
agora a questão da exploração das águas em São Lourenço e demais municípios
será vista com cautela, com o suporte técnico necessário, mas também através
da integração com as comunidades locais, que serão ouvidas e terão
participação ativa nas decisões tomadas. ¿Não queremos beneficiar este ou
aquele grupo empresarial, queremos reverter a riqueza destes recursos
naturais em benefício do país. Este é o novo DNPM: que quer unir pesquisas e
estudos, dados técnicos, mas também quer ouvir todas as informações reunidas
pelas comunidades envolvidas diretamente nestas questões¿, afirmou João
César.



Outra importante participação nesta Audiência foi do representante do
Ministério Público Federal, Afrânio Nardi, que fez a seguinte declaração em
relação ao processo de autorização da exploração do Poço Primavera:
¿apuramos que existem alguns aspectos extremamente nebulosos no que diz
respeito ao licenciamento ambiental deste empreendimento¿. Nardi continua
seus questionamentos em seguida: por que este empreendimento não foi
submetido ao procedimento de licenciamento prévio? Por que não foi feito um
estudo de impacto ambiental?



O representante do Ministério Público afirmou: ¿É preciso salientar que o
estudo de impacto ambiental não é somente um procedimento técnico, ele é um
importante instrumento de política ambiental, que tem ênfase na participação
da sociedade no processo de licenciamento. Ele é uma manifestação do
princípio democrático no âmbito da adoção das políticas ambientais. E o
Ministério Público está reunindo um conjunto de elementos que mostra, cada
vez mais, que a população não teve a possibilidade de participar
adequadamente da decisão sobre a implantação desta atividade aqui em São
Lourenço¿.



Nardi declarou que através de estudos e pesquisas constatou-se que o que
ocorre em São Lourenço também vem ocorrendo em diversas cidades de todo
mundo, através dos empreendimentos da multinacional Nestlé, o que deixa bem
claro a forma como a empresa direciona a sua atuação no setor de exploração
de águas.



Cássio Mendes, vereador do PT em São Lourenço, e conselheiro do COPAM -
Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais, envolvido com a questão em
todo o Circuito das Águas, fez um discurso emocionado, apresentando um
histórico da formação da cidade de São Lourenço, que foi criada e
desenvolvida através da valorização de suas águas minerais e seu poder
curativo. Neste processo de crescimento do município, estava presente, a
princípio, uma Empresa de Águas integrada à comunidade, que respeitava os
limites de vazão de cada fonte, postura que mudou radicalmente com a
aquisição da empresa pela Nestlé. Indignado, Cássio Mendes também ressaltou
a ação do poder financeiro da multinacional sobre qualquer visão que
respeite a preservação de um recurso natural de tamanha importância, como é
o caso da água mineral, e sobre os anseios da comunidade local.



Responsável pelo desenvolvimento de uma série de projetos ligados à
preservação ambiental, o professor Franklin Frederick informou o apoio que o
movimento de defesa das águas minerais do sul de Minas vem recebendo de
diversas instituições internacionais e declarou: ¿assim como eu queria
agradecer ao presidente Bush por ele ter feito o mundo inteiro lutar pela
paz, eu gostaria de agradecer à Nestlé por ela ter feito o mundo inteiro
lutar pela água¿.



O desfecho da Audiência Pública trouxe a teoria à prática, com o apontamento
de propostas concretas a serem realizadas a partir de agora. O representante
do DNPM anunciou que técnicos já estão fazendo vistorias no Parque das Águas
de São Lourenço e que terão um prazo de 30 dias para apresentar um
relatório, que será encaminhado pela Diretoria do órgão em Minas Gerais ao
DNPM em Brasília. João César também afirmou que, após todas as informações
que teve acesso através da audiência, fará ¿formal e juridicamente¿
exigências à empresa, além de rever todas as autorizações e licenciamentos
já liberados em gestões anteriores.



João Bosco Senra levará ao Ministério do Meio Ambiente a sugestão de que
sejam realizadas reuniões em São Lourenço, no mês de julho, com os membros
das Câmaras Técnicas e a participação da comunidade. Já o Deputado Federal
Odair Cunha pediu ao representante do DNPM que, após a apresentação do
relatório técnico, representantes deste órgão venham a São Lourenço expor
suas conclusões e afirmou que pelo princípio da prevenção, emitirá o
requerimento para que haja a paralisação da extração de águas do Poço
Primavera, até que relatórios conclusivos sejam apresentados.



O que aconteceu com o agravo enviado pelo juiz Oílson dos Santos, há mais de
um ano? Esta foi a pergunta do vereador Cássio Mendes e a sua proposta foi
no sentido encaminhar à Corregedoria este questionamento, verificar porque
nada foi feito durante todo este tempo. Já o Deputado Laudelino Augusto
propôs a criação de uma Frente Parlamentar para discutir a questão, com a
participação do Ministério Público e da comunidade.



O representante da COMIG, Marcelo Arruda, anunciou que a Licitação para a
privatização das águas minerais de Araxá, Caxambu, Lambari e Cambuquira,
realizada em 2001 não foi adiada, ela foi cancelada. E que em reunião com
representantes da Secretaria e Desenvolvimento Econômico, na COMIG, ficou
definido que a discussão estará aberta à comunidade para qualquer decisão
futura em relação às águas.



Os representantes da Nestlé presentes à Audiência não conseguiram responder
de forma satisfatória às perguntas feitas, ao invés disto, preferiram falar
de suas atividades de incentivo à Universidade de Viçosa, seus investimentos
no programa São Lourenço 100% Qualidade de Vida e afirmar, apesar de todas
as provas mostrarem o contrário, que o relacionamento da empresa costuma ser
muito bom com as comunidades onde são implantadas suas fábricas. O discurso
dos representantes da Nestlé também repetiu o que já foi dito em diversas
outras situações: eles não estão fazendo nada de errado, a empresa está
dentro da lei. Mas desta vez ficou mais difícil convencer o público
presente, pois as provas ficam cada vez mais evidentes contra a empresa.



Pelas declarações feitas tanto por representantes do Legislativo, quanto do
DNPM e Ministério do Meio Ambiente, a discussão sairá de São Lourenço e
passará por Belo Horizonte e Brasília, através de órgãos fiscalizadores,
Judiciário, Legislativo e Executivo.



No encerramento da reunião, o Deputado Rogério Correia fez uma avaliação da
Audiência Pública e declarou quais são as suas perspectivas a partir deste
momento: ¿Eu acho que a consciência pública, atualmente, é muito maior, não
fosse isto, nós não teríamos conseguido barrar junto com o Ministério
Público e a mobilização da população do Circuito das Águas o processo de
licitação nas outras cidades. Isto foi uma vitória importante, às vezes a
gente não assinala as vitórias, os avanços...e são avanços importantes.
Hoje, a Nestlé não vai conseguir continuar fazendo a super-exploração das
águas, como faz aqui. Ela vai ter que, se não dar um fim completo, ao menos
minimizar e muito os danos que vem causando à cidade. Acho que isto ficou
muito claro. Tanto os representantes do Ministério de Minas e Energia,
através do DNPM, como do Ministério do Meio Ambiente, presentes hoje na
reunião, deixaram muito clara esta sinalização. Então, nós agradecemos muito
à Nestlé por estar ajudando no programa Fome Zero, mas isto não significa
que ela pode continuar fazendo algo ilícito na cidade. Isto o PT tem muita
consciência e o Governo Lula també
Aliás povo eu sou agora um São Lourenense honorário, mais detalhes quando eu tiver tempo ou saco. Aliás vou publicar as mais novas sobre as Águas de SL.
Galera,

Recebi esse convite de um grande amigo de São Lourenço e gostaria de convidar vocês pra essa aventura.

"Olá pessoal!

Esse final de semana dia 16,17 e 18 de maio estaremos indo para a "Pedra da
Mina", o ponto mais alto da Serra da Mantiqueira 2.797m, o 4° mais alto do
Brasil, ganhando das Agulhas Negras após nova aferição, feita em 2001.
Os interessados nessa aventura de 3 dias entre em contato conosco, ainda temos 3
vagas.
Maiores informações: (35) 3332-8118
Valor: R$ 80,00 p/ pessoa.

Abraços!

Neto"