sábado, setembro 30, 2006

Egotrip

Cortes d'arma, revólveres
No esteio da encíclica
Da razão
Que corrói a espada da imersão
Do sentido de busca sem valor
Do Guerreiro Ogum
Oh! Vãos fiéis
Revolvereis a palavra sem amor
Que não cabe no ímpeto do soul
Que amei no dia em que caí.

Lambe-botas, confusos hiperritmos
Da confusão de versículos que sou
Esperado no instante da flor
Que almejo no dia em que meu sim
Espalhar retrancadas formas-gol
De sabres sem letras
Só o fim
De um extremo e imenso vil sabor
Que não explico mais
Eu sou assim.

Basta-me a cor
E já sei
Recriar flor
Sei-me flor.

Rasga roupas
Não me pergunte íntimo
Ressaber de palavras alto ardor
Não sou bom em recifrar louvor
Meu lirismo é mínimo, é M.I.M
E de mim é estrelador de sal
Algoz de tormentador de sins
Nesta liz que de flor não é o mal
E nem mesmo saibo o que é ela enfim.

Confusão de cansados estrelismos
Avant garde de nada
De autor
Que sabe ,saberei, saber sabor
Rimar ricamente algo que assim
Faça auto de paz
Oh! Vão fiéis!!
Ouçam o grito do homem-gol!!
Veja Exu me fazer bem mais que sou
Saiba Logun e escrevas já quem és!!!

Arde no ardor do ver
Sabor de cor
Mil de cor.

Decorados versículos mais ínfimos
De uma busca noção de vão
De pés
Parca imersão d'água no meu íntimo
Eu que Sagitário hoje sou
E nem sei se meu ego é a luz
Ou se é parte maltratada, ar, cor
De uma rua que em Guadalupe sou
Ou do Soul que hoje de tarde ouvi.

E eu de seios, e mágoas, de jasmins
Rasgo e crio de novo a invenção
Já não calo de mim a imensidão
Egotrip de invernos sem fim
Falo alto de mim, sou desigual
Nas represa que vaza hoje assim
Verso meu não tem sentido igual
Nada tem mais de mim
Sou hoje sim.

Suburbana Alegoria

Sob neblinas o jornal
Argumenta sem sinal de horizontes
Lagos, dunas, sonho, sal
Espelhos d'água separam gentes
Do senhor.

Ventos ardem sob intentos
Escombros molham a paz da flor
Em cor
Meninos compõem acentos
Sob rimas despedaçadas
De magro desamor.

Subúrbios colorem algo marginal
Ruas de sombra fazem o tropical novo horizonte
Calcular espelhos sobre o mal
E escrever segundos inexatos.

O ônibus não parou.

Nas agendas outro tempo
Horas se perdem entre o mel sem flor
Magros homens são inventos
E meus olhos já vão cansados
De todo calor.

A alegoria desta rua-mar
É a saída solta de outro instante
Não mais há dúvida sobre partir ou ficar
A cor da lua me faz jornada
De homem, anjo ou cor.

Pedale enquanto é tempo
A luz da lua faz do sol
O Pôr, das almas em movimento
O mar aqui não cabe
A polícia chegou.

E porque todo o movimento?
Porque o sangue é todo momento?
Porque o mar não acorda em números
Na calçada hoje me flor?

Me armo em prol de todo desarmar
Espelho o mal com o suburbano horizonte
Nas alegorias de outro estar
Jaz em meu luar o sonho, a paz
Que não me acordou.

Suburbana Alegoria, intento
Estrelas fora dos lamentos
Ruas de sangue, movimento
Escadas soltas entre meus jardins
Na cor
Das estrelas que nasceram em mim.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Regina?

Pude perceber
Inquieto, confuso
O real por na canção os pés
E talvez colorir de audácias
Um nada perceber.

Como as flores
São parcas para dizer
O que sou eu afim
De ver-te em meus sonhos
Ali onde eu achei.

Saber-te é ver algo além de mim
Saberei saber tuas belezas?
Astros pairam sem nem notar.

Nada sei do veio interno, difuso
De teu próprio olhar
Rebusco meus dedos
Meu corpo
Mudo
Mudo meu próprio mar
Para perceber
Se há algo além de mim
Pra nem te dizer
Olhar apenas
Note as garças ao mar.

Ser espaço

Se a arte for distúrbio da palavra
Ou dança for a perda da clareza
Me dê um anoção de morte nágua
Me atire lá na Barra, na correnteza
Para que eu seja náufrago
Um espantalho morto pelas incertezas
Que cada verso já recolhe nas presas
Dos cadáveres que mordem orelhas.

Eu, mudo, mundo digital
Mudo mundo animal
Fonte de cor
Alarde de tom e sal
Migração do som, do mal
De todo amor.

Se as mágicas de perder-se em sono
Fosse do sono toda correnteza
Milagre-me no desespero tonto
E torne-me um Carcará brabeza
Só me balance nas festas
Onde a matriz me empresta o tom herdado
Do corpo preto das macumbas da vida
Do corpo livre de ser espaço.

Se eu, mundo, mudo normal
Mudo, mundo, todo astral
Fonte de dor
Me espalhem entre um jogral
De meninos, cães e o sal
Que corrompe a flor.

Jogados com homem ao chão

Salgue nosso sol à luz
E reveja milhões de estrelas
Astronaves canibais
Dançam nos versos sem destreza
Sem nem perguntar depois
Se as paisagens são imensas
Nos atos descalços
De nosso corpo ao chão.

Note bem meu bem querer
Pois eu nunca acho que estou certo
E se eu perguntar procê
Posso precisar de um belo ato
Calado
Nos passos
Mas não é de mim perguntar.

Não abandone o seio do seu céu calado
E nem me dê respeito mal emprestado
Não pergunte as horas
Nem veja o saldo
Pois posso morrer de mal inventado
Assim a aprender tudo sobre não mim.

Perceba que o sol dá luz
Sem nem notar as filipetas
Que um menino distribui
A passantes mortos por gravatas
E passos mal dados
Filhos da mesma opressão.

Sei que não sei ser do céu
E nem do inferno que me queira
Vejo ônibus e o obuz
Dos soldados sem certeza
E enfado
Tão fartos
Como a mim pelo mar.

Se o meu medo e meio e meu céu rasgado
Podem perceber um sonho errado
Como desdizer meu passo dado
E este meu querer sem ver contrato
Se todo meu ser é este sim?

Me perdoem se do mar
Eu não recrio mais belezas
Avenidas mil brasis
Calam-me nas noites sem veias ou calços
Nos estrados
Jogados com homem ao chão.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Insano

Ardem espamos
Entre a graça do ser
Bate o passo do espanto
No coração remando
Sobre um mar
Que anuncia das manhãs
Um instante onde a fé faz calmos
Todos os dias de café
E a pausa para um cigarro.

Arde a tarde
Em meu próprio saber
Arde o fácil
E o estranho.

Existem semanas
E existe o ver
Paro nos telhados
Sobrevoando você.

Há verdade ?
Mesmo há o sofrer?
Há saudade ou prantos?

Tardes cantam almas que voam no sal
De um corpo livre
Que se faz imortal
Nas mil vozes
De um meu não dizer
Que se arde
Insano.

Poesias que caem de mil pés

Tudo em sonho venta
Arma a canção tão minha
Notas enormes que fazem heróis
Revelam do poeta o algoz
Que torna-se brilho, assim
A sós.

Tudo em mundo venta
E mesmo o medo brilha
Cria a infância do jeito de ver
Alto luar de azuis
E reflexo novo de saber.

Vagam meus olhos para entender
Este velho viver
Eu que me sonho sem mais mil manhãs
Eternamente sol.

Nasço mais hoje atrás
De meus sonhos fartos
Caminhos sem voz
Banais, em nós
Meus
Feitos das teias do presente
Que me fazem velho
Infante vivo no meu parco ver
Que se permite notar
Poesias que caem de mil pés.

Alta nova novidade

Vim
Daquelas montanhas, vim sim
Pra tentar reentender
Este sargaço de ver.

Vim
Redescobrir meu cansaço
Relumiar os meus passos
E talvez ser canção.

Vim
Como rebolado ser
Quase em frangalhos pra ter
Tudo o que quero querer
Vim
Sabendo sol de lambança
Vendo-me mezzo criança
Recordando paixão.

Vim e acabei vendo você
Será você o você
De tudo o que me é são?

Vim
E acabei na procura
A concertando cabeça
Talvez fazendo ilusão.

E eu costurando luas, lonas
Talvez beijando lonas, malhos
Parecendo reotário
A te ver nas praias do meus instintos.

E o que é esta minha rosa
Que talvez seja felicidade?
Talvez seja só idade
Alta terra
Que desfaz-se em meu delírio
E se faz alteridade
Alta nova novidade
Que se encerra.

Boa à beça

É sim
Posso não saber dar
Nem saber me portar
Pelas quebradas do mar
Enfim
Posso nem mesmo saber
E nem ter o que dizer
Assim
Como quem dá uma de lontra
Solta-se em vera cidade
Barganha luas a mais
Dou
Todo um querer te saber
Dou um saber nem querer
Um aprender a viver
E sim
Posso ser servo de ponta
Posso ser generalidades
E guerreiro marcial.

Porque eu gosto do cílio
Dos olhos, da malandragem
Da sinuosa imagem
Que empresta
À minha poesia silenciosa
Meu louvar banaliades
Meu olhar de molecagens tão perversas
Uma certeza sem ares
Uma vontade de mares
Boa à beça.

Bela e Vera

Entre as aspas que hoje escrevo
E a síndrome de ansiosa teia
Retém brilhos toda insensatez
Das estrelas vazias
Que não te enxergam vermelha
Nas penumbras azuladas
E de mim em ti fazem Nú
Vens
Bela
Que encerra minha dissonante
Confusão de tolo infante
Preso à paz das mil manias.

Verbo que dar-te
Morena
Minha certeza calada
Não existe no fonema
Que hoje crio pra ti
Entre as linhas do distante e doloroso poema
Que traduz saudades vistas.

És bela
És vera.

E onde o ontem
Formou-se como instante?
Se há mais
Onde te avisto?

Nos extremos dos meus atos
Vejo-te canção mais terna
Talvez recrie da terna
Inversão do verso à vista
Talvez seja paixão inteira
Talvez seja carência viva
Que meus olhos contradizem
Na terna
Interna
Chama que garante o aquecimento
O instante
Da minha paz
Para tua vista.

Guardo em mim silêncio oco
E um sonho que te cria
Guardo em mim o onipresente
Deliciar-me ante a vista
De teus cabelos presentes
Pretos como noite em crista
Guardo em mim teu sabor
E tua maravilha.

És bela
És vera.

Haverá antes
Quando hoje alguns instantes
Foste mais
Que todo dia?

Deus que me dê outros braços
Outra esperança, coragem
Pra vagar pelos delírios e construí-los com arte
Salvando com rimas aladas
Os passos que hoje erram
E tranformá-los em carne
Que em festa
Se entrega
E um beijo instante
Vê-se o outro
Se pensa e garante
Novo mar
De navegadoria.

Não tenho espadas, não sou bardo
Dou-te a mim, meu amor
Com apenas duas pernas, um verso e um sonho ator
Busco teus toques de estrela
Teu sorriso de quem tem
E sacaneia o vento.

És bela
És vera
E sou errante
Busco aqui neste instante
Num apaixonar
Que o coração rima.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Dias máquina

Se o dia cansado se faz
Ao longo da máquina que transforma ombros
Em extremos de peso
Permita-me em verso dar-te um sonho
Aquilo que resvala no fazer um riso.

Se o mundo faz-se intenso
No correr do dia inteiro
E maquinar-se de ausências
E o inverno tomar do sol
A diária luminosidade
Permita-me apenas
Do meu jeito
Dar-te o melhor
Que os dedos faço em vão
Para que talvez uma esguelha de leveza
Deixe em teus passos.

Se os dias não solarizam
Olhe os extremos que correm na chuva
E perceba ninfas que
Como a ti mesma
Bailam nas belezas de olhos poetas
E deixe-me apenas
Desejar-te a Deus
Como se seus passos fossem o brilho de um ano inteiro
Em planetas tornados fogo.

Que os dados de teus olhos
Este brilho encantado
Que assume-se guerreira
Sejam a forma do intenso
E tua alegria torne o sol
Teu sorriso.

Ser de Asas

Sem saber e sem palavras
Luais, sinais de sol e meio
Em meio aos reis
Faço resgates de vozes árduas
Pelos destinos.

E vou regato
No mau pedaço
Vou largos rumos
Nos multifundos
E ardo rubro entre meu corte
De peito
E os mundos.

E hoje o que é minha magia?
O que sou eu entre dedos, asas?
Talvez eu seja mais que menino
E mais menino por ser de asas.

domingo, setembro 24, 2006

Com saudades

Casas de ar
São vozes sem sons
Balas que assustam tubarões
Nas janelas do não mais ver
Peças ao mar
A repintar ser
Atores de saber bem ver
Esperanças e aflições.

Busquemos arte de dissolver
Muros que escondem viver
Pelas ruas sem corações.

Rasga-me a fé
Meu amor de voar
Pelos penhascos sem mar
Da inversão das artes
Eu que sou cor sem mais céu
Filho de marte que vê
Sóis, cidades.

Penas de olhar
Asas, rosas, véus
Caem sobre meu não viver
Eu que calo-me ante a cruz
E faço luar do meu vago ver
Rimo estrelas com teu você
Já não sei-me saber sem mel.

E todo o mel
Toda flor do meu mar
É talvez te esperar
Rebuscando saudades
E redescobrir ouro ar
Abrio as asas dos tão meus
Passos d'arte.

Baila-me lá
Cruzes de bom céu
Ruas largam-me, largas ao léo
Pelos cantos das multidões
Eu tão incréu
Não vejo-me ao mar
Drago espadas de esperar
Com o intuito de ser canção.

E trago féu
Por tua flor, teu olhar
Sonho-te com o espantar
Das vegonhas sem marte
Que calo com ardor meu
Misturando ser e crer
Com saudades.

Não é tarde

Baila do mel o sussuro à luz
Eu não sei o porque seduz
Tua linha da boca ao mar.

Nem mais de mim notei o bailar
Do desejo a desequilibrar
A saudade do que não fui.

Saiba do céu
Um sabor de voar
Nascido do resgatar
A verdade das artes
Tu que me és a nadar
Pelos ventos do mais ver
Mil cidades.


Rodas no olhar
Que quis esconder
Já não sei se és bem querer
Ou o inverso que já quis.

Explode ao mar o satisfazer
De um sentido de querer
Ser do céu uma estrela azul.

E o que é o ceú
O amor e o estar
A teu lado a reparar, ruas dúbias e mares
Se hoje ainda há o véu
A fazer-me nem bem viver
De saudades?

Não sei se amor é este querer
Se é mesmo o renascer
De um pulsar de corações
Mas sei do olhar que quero rever
Do sabor de beijar-te a ver
Entre sonhos teu corpo nú.

Tenhas-me no ardor
De notar
O resgate do saborear
Versos feitos das partes
De um delírio de céu
Do carinho feito em mel
Não é tarde.

Crescente Onda

Vislumbre a nós
Entre o som e o que jaz em nossos ventos
Atos, veios
Que revelam anseios
Desertos, versos, restos
Palavras sem recheio.

E o que somos ao certo?

Há festas
Teu corpo alerta-me o mal
Na porta perde-se o tempo
Desejo ter teu calor, em meu sonho de lençol.

Nos esplendores que contas
Pelos passos que admiro
Rasgo o livro que abraço
Esqueço o orgulho e o linho
A te ver
Tomando-me as notas e as palavras.

Dê-me tua voz
Deixe-me só
Há mais que meus acentos
Que por teu beijo
Esqueço por desejo
Em tua alma, teus belos
Quadris, pernas e seios
Teus lábios tão impressos
Na meta
Da alma aberta ante o sal
Das costas tuas, teus tempos
Esqueço às vezes de me por no pôr do sol.


Rasgue o medo que me encontra
No silêncio que te digo
Não me cegue com teus lábios
Sereia que causa-me o fascínio
De querer-te
Numa crescente onda
Que me arrasta.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Janelas

Nota o espelho de espuma
A página em riste
O alto inventário
A regra que ruma
Pro externo fim
Da ausência do frasco de mel
Pra infinita ausência da liz
Pro arrumado campo dos sem céu.

Será que a rua farta é hoje vida?

Olha a instância toda
A decisão, os cristos
Os padres de roupa lavada e feliz
E vê história de quarto e chapéu
De madeira velha
Lama, chafariz
Amor de sombra
Que não lambe papel.


Será que a luz sem alma é hoje vida?


E acentua esta ausência infeliz
Com o brilho do olhar que me causa o som
Nos ventos os nossos olhos
Vão no triz
De toda dubiedade da invenção
No perigoso desafio de se ser feliz
E voar.

Nota
A casa é tola
A vaga que insiste em tornar-se espaço
De mútua loucura
De paisagens vis
É o retumbar dos jasmins
A tornar-se calma e medo sem véu
Tornar-se fúria distante e infeliz
Tornar-se lua, surpresa, chapéu.


Será a janela feia hoje a vida?

Há um você

Inventei cantar
Mode namorar
Inventei querer
Pra mode viver
Assim mei sem querer
Querendo você
Pra mode fazer
Tudo com você.

Na foz
Na voz
No algoz de mim
Há um você
No atroz
Na Noz
Nos Nós de mim
Há um você.

terça-feira, setembro 19, 2006

Simples assim

Simples assim
Eu te vejo ali e aqui
Seduzindo verdades e sons
Sabendo o vão
De todo chão
Sabendo não.

Já nem creio que o sol não é a ti
A tornar-me verso em cada mão
A perder-me na doida paixão
De aquecer porão
Do Alasca fazer Taiti.

Exagero nos cantos por poder fazer
Versos tortos para te louvar
Sabe mesmo que decidi nascer
Pra te ver rir?

E depois desencarnar fazendo trivias
Pra que anjos bons
Possam ter dias
Em tola euforia
Ouvindo a canção
Que escrevi por paixão
Só para te dar bom dia
Na atrevida magia
De ver-te beleza em som.

Gatilhos se acendem

Toque o corpo com seu sonho
Lamba as feridas
Veja como o som parece apenas a invenção
Do medo em si
Do risco em si.

Toque o risco e o medo
E perceba o teu próprio sangue
Que pode nunca ser frio
Mas abre os olhos e acha
A alma que vira turbante
E explode como quem destrói o medo
Do que viu na TV.

E assim parece que as conversas
Se tornam palavra
E voam qual anjos em espadas
Que perdem a calma
E perambulam pelas vielas e pelos becos vivos
Dos homens.


Traga o risco e o medo
Fale risco e o medo
Torne tudo este teu mesmo sangue
E perceba o sorriso
Do aço que te corta o corpo que foi.

Não se esqueça que o espaço
Não é como antes
É de gente que morre nos estalos
Destes dedos que curtem miséria
E dizem não aos que tentam ver nos cornos de todo meio dia
Uma novo nascer.

E por isso teu medo não é irmão
É um fio que desce da alma que versa
E torce de toda palavra
Um espanto
Um descanso
Desencanto
Que hoje perde a calma em vão
Arma em vão
Alma em vão
Que traduz farpas.

Enquanto se ouvem os dedos nos gatilhos
As luzes que acendem gatilhos
Gatilhos se acendem.

Sambatuque de corda

Samba que dói no ouvido
É tiro de sangue quente
Malaco ganhando no rateoi da miséria do dia
É truque de cobra na hora do bote
É destino inseguro fazendo som de bronze.

Sambatuque de corda
Nas veia do desenvolvo
É trança de almanaque em pedaço de rua
É viela, é pau de pedra torta
É praia maneira sugada de lama e óleo
Nas beiradas dos Rios
Dos recifes que me pernambucam.

Por meu gosto

Por meu gosto
Estas tardes quase todas
Seriam como músicas sobre o mar
Que te dôo
Num delírio de paz
Que ascende em mim.

Por meu gosto
Te mostraria astúcias
E a minúcia que hoje mais não se faz
Como um vôo
De gaivota que vai
Te achando em mim.

Por meu gosto
Te seria mil semanas
E dos cantos te entregaria mais
Quase um topo
Onde a pira que jaz
Toda acesa é a ti mesma em vôo
Recriando faunas, floras.

Por meu gosto só haveria a ti.

Tardes e Vinhais

Já desperto rindo
Entre a nova vontade de ser
E a força que arde
De tocar teu corpo
E me lançar
No natural e crescente
Delírio de perceber
A ausência de meu medo
Ao te ver canção.

Sei que é delírio o meu cantar
Sobre teus olhos, corpo, seios
Como se o mundo fosse perfeito
E fossemos só prazer
Mas meu verso é gostar de você.

E por isso crio
Das palavras soltas um te ver
E ao te ver as tardes
Brilham mais
Se tornam um despertar
De todo um mundo presente
Uma alegria de ver
Do universo um traço cheio
Desenhado à mão.

De todo o teu lindo olhar
De teu sorriso sem espelhos
Que cria vinhais e perfeitos
Sentidos de um prazer
Que espero ver em plena cor.

domingo, setembro 17, 2006

Corpo de Lua

Seus
Dançares de corpos
São dois mundos que empurram
Pro corpo a voz
A cor
A lua
Deste teu corpo que em flor
Me espanta qual visão
De mundo sem roupa.

E o espantar, cansado apronta
E talvez não cria a luz
Dos mistérios
No toque incerto
Mas há lua
Sonhar-te sempre nua
Vive
Toque quente
Na pele inclemente.

Sim
Das chances de ficar-te em sóis
De manhãs à toa
Há o toque ardor do corpo
À solta
E como te chamuscar
Pra calmo e manso ir a sós
Para a lua tanta
Do esgotar-se em corpos, ondas?

Há um poder em teu azul
Vão mistério
Teu gosto de inverno
Tua nua
Beleza que de lua vive
Inclemente
Deixa-me o corpo quente.

Dá-me o verso
do teu corpo imerso
Na loucura
Da expansão mais nua que vive
Nos extremos
Dos corpos em movimento.

A chuva que caia

Palha molhava a alma
A rua andava
E o surgimento da linha
Fazia a guia
Pernas trançavam calmos
Passos de espaços
E o sorriso mais brilha
Quase euforia.

Rostos mais luminosos
Corpos expostos
Dançavam música fria
Frio fazia
Estradas corriam pedras
Areias eram
E as meninas sorriam
Brigavam, caiam.

Chamas nos olhos cantam
Dançam espantos
Sons mais estranhos surgiam
Rostos cobriam
Fantasias de outros tempos
De outras ondas
De quase noção vazia
De um bom dia
Perambulavam por entre o corpo
E o que o poeta ria
Talvez de dia.

Ia na alma fera, a cor de terra
A encruzilhada
A estreada, a rua, as meninas todas
As luas soltas
E A chuva que caia.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Sem explosão

Entre as velas
E o mar que atingi
Vi na vida o atroz sorriso ínfimo
Das caladas das ruas
Fiz meninos
E sangrei como o vento sem canção.

Nunca leve andei pelos meus medos
Com a mão descarnada de meninas
Que sussurram e urram sem saída
Como quem faz de mim pleno vulcão
Sem explosão.

Nenhuma escuridão

Nada mais se recolhe aos ventos
Ou ao mar
Vergastam meus olhos as palavras
Ardem imensos corações
Entre árvores
Siluetas loucas
Dançam vaidades.

E eu aqui
Vendo na palma do véu
A extrema intensidade de um não andar
Como assim
Tudo fosse imenso e vão
E a verdade iluminasse
Nenhuma escuridão.

Não se abale
Não vejo ao norte mais cego
A noite agora perambula
Ao léo.

Artes novas perdem dedos
E calam-se, tolas
Nas estradas as mulheres
Fogem loucas.

E eu aqui
Verdejando a plantação
Me calando vão sobre um teu olhar
Feito assim
Um chicote sem paixão
Uma árvores que evoca
O não frutificar.

domingo, setembro 10, 2006

Amor nas escuras nascentes do eterno

Amor é das palavras alvo ou relincho de sonho
Nas escuras nascentes do eterno.

Um amor não causa ventos sagazes
Deslinda-se nas ondas dos pequenos sonhos
Palavreia autenticidades.

Um amor é gente, mão, perna
É calada e voraz correnteza
De alentos e doidos sonhos.

Um amor é dor pequena e explosiva
É maratona de corpos deitados
Sangue e mortes sem segredo
Um amor nasce do toque, do cenho
Do desejo
Nasce do medo, da lágrima, do triste.

Um amor surpreende vaidades
Nega segredos
Some
Torna-se tudo
Faz-se ausente
Faz-se saudade
Outro
Teu.

Um amor é pai sangrando a dor do filho
É o toque de irmãos que são braços novos
É a boca beijada na manhã de novos dias
É o último beijo
É o meod do beijo.

É a mãe que arraiga etenridades no sangue do parir
é o eterno reencotnro de si mesmo
Nos outros
No outro.

É a multidão que avança ao lado e morre em penas
E causa danos nos olhos
Que já tristes esperam salvações.

Um amor
É a esperança que explode intensa
Na manhã do dia dos passos
E constrói das pontes almas
Que surpreendem o muro que mata
E faz-se campo fértil
Das calmas caladas que viram o novo.

Um amor não explica-se
Nem mente-se
Nem cria-se
Um amor é
Como se cada nós da gente
Fosse o único de cada
E único fosse o todo
Comos e amor fosse.
Amor não é Deus deitado
Deus dor
Deus medo
Deus riso
Um amor é Deus de tudo e festa
E palavreio de olhos marejados
E voz calada no sentir.

Um amor sou eu, sou tu
Sou nós
O amor é o toque disso
De eterno que há em ser.

O Amor
É o simples olhar das estrelas
Nos olhos de outros
Nos olhos ciganos que passeiam em meus sonhos
O amor é isso
E sua negação
Pois amor é mundo
E mundo nasce nos rios das esperanças feias.

Menino

Era menino
Quase não era
Entre os dedos azuis
E a voz transformada em mar.

Causava nuvens
Com suas esperas
Recriava do Sul
Um sonho de quase estrelar.

E o que era sonho?
O que era nuvem?
quando aos olhos a cor
De todo seu reviver
Baila nas luas
De outros olhos
Caminhantes ao léo do mar.

E todos eram
Todos meninos
Sendo do dia a cor
Das batalhas, do mal, do mel
De seus sentidos
Mãos, sonhos, pernas
Construindo arranha céus
Pontes, palavras
Todos qual ninho
Todos já sendo um
No menino azul do céu.

Céu já menino
Que quase não era
Refazendo azuis
A estrelas que fingiam mar
Em seu sorriso
Que já dormia
E reluzia o amar.

sábado, setembro 09, 2006

Um

Quantos de nós terão do sonho
O arraigado apetite do voar?
Quantos de nós do real chamaremos à chama
E veremos namoradas em ruas e multidões?
Quantas margens serão preciso atravessar
Para que nossos olhos vejam ninfas em meninas de ruas?


Não há em todo o sonho humano
A pequena escassez das máquinas que nos devoram
Não há na fantasia o heroísmo dos pequenos
Dos pequenos segundos e gentes que atravessam montanhas
Que fazem corpos em movimento e dança
Que das pedras constroem impérios
E muros que separam risos e peles morenas.

Não há mesmo a incapacidade do diário
De lamentar e se entregar
Na imensa voz dos sonhadores e gauches
Que todos os dias acreditam no impossível
E sobrevivem nas entrelinahs de nossas teorias.

E no imenso e fiel sonho
Nestas guerras de ônibus, trens e noites frias
Neste riso solto das esquinas
De subúrbios, charcos, roças
Nestas Folias sem Reis que as violas cantam
E nos trazem imensos sons de mundos novos
Perde-se valentemente o impossível
O improvável
O despertar de todos nós
Membros ávidos do imenso destino
De sermos humanos.

Sem guardas ou vãs guardas avancemos
Como se todos os dias
Rios fossem atravessados
Por nossos olhos infantes de vento e vida
Por nossos corações de imensa e imperdoável liberdade
Por nossa diversidade e comum história e cultura
Nós que , nunca únicos, somos todos
Um
Como a canção
Que vê luzes
Nos outros lados dos rios.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Uma asa que rompe asfaltos

Eu parto de ruas sem dias
E reencontro artes
Talvez seja um pergaminho embutido pelas partes
Das cores dos galhos, dos muros
Onde recrio cidades
E se vago como um louco
Possuo toda insanidade das Terras.

Pelas Terras dos astros
Vago alto
Olhando o fim das celas.

Já amei gnomos brincantes
Minotauros enclausurados
Hoje quero um sol
Um quadrante que me mantenha acordado
Pelos delíiros que artista galante como eu
Cria dos matos
Meu erro é o acerto dos cânticos
Dos Deuses inventados
Pelas eras.

E minha Era
É o farto
Salto alto
Que usa das quimeras
Uma asa que rompe asfaltos.

E é por isso que vejo graça
Neste saber do caminho
Pelo beijo
Que não promete nada.

Artista do meu próprio olhar

Hilário é o antinome do meu lugar
Artista solto nos descaminhos
Preciso e busco o mar
De um sorriso de espinhos
Quero o olhar dos Rios.

Por aqui nasce o sol na minha mão
E eu bailo pelos antros do perdão
Por assim dizer eu sou um baião
Um balão do céu
Rebuscando o caminhar.

Sonho em delírios fartos
Brinco a sós
Farto-me de milagres fugidios
Sou injusto e mudo
Conforme os Rios
E vento na míriade das incursões
De meus destinos.

Pois aqui
Sou imenso e farto céu
Cato conchas pelo mar e rejeito o olhar
Que não ri
Mesmo quando agarro a mão
E sou talvez criado
Pelo artista do meu próprio olhar.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Controle

Armários obtusos
Recompõe a fonte do verso de ontem
Caem das alcovas
Hortas, meninos pálidos
Flores
Que colho entremundos
De cuja paixão o recato me envolve
Trazendo pro ferver da pela
O impacto da palavra
Opressora
Incapaz de ir adiante
E recriar do caos as coisas todas
Que são meus ais.

Paralelepípedos surdos caem sobre a gente
Nas avenidas grandes
E fico a criar
O nome das palavras que já somem.

Revisito pedaços de uma alma em frangalhos
Eu na certa meio incerta do meu medo embolado
Perco o controle.

Espelhos quase mudos
Refletem olhos que não dizem o que
Vêem nas coisas que passam adiante
Entre meus passos e meus largos
Óbvios versos sem modos
Que ponho dipostos aos porcos
Talvez ame alguém.

Cato pedaços de atos
Discursos de esquerda falhos
Vou às festas
Vivo nelas como um profeta mamado
Perco o controle.

Arbustos, almas, mundos
Dos meus amigos o ser
É da dança quase um horizonte
E do amor não há porque
Aperceber
Só há o teu olhar
Cansado.

Recolho meus parcos atos
Viajo pelos espaços
Destas velhas almas ternas que cuido com cuidado
Já acho o controle.

Cálidos pedidos de carinho

Eu conheço detalhes dos versos
Como se dos dedos partissem ordens
Talvez minha única grande habilidade seja o irreal
O esbanjar de euforias e loucuras
Das brechas dos muros de concreto.

Asism como um andarilho das palavras
Faço meus passos
E busco o ínfimo expandir da alma
E sigo como cego em meio a multidões
Solitárias em si mesmas.

Do amor busco o explodir
O Sangue que move mundos me ritmos audazes
Não sou simples, é véro
E talvez nem memsoa lguém cuja confiança
Seja o signo que reflita estrelas.

Porém da coragem do irreal
Trago a fé no improvável
A mudança impiedosa
O vento de monções
Que arrasta pessoas e inventos
Até meus dedos
Cujas ordens impenetráveis
São apenas cálidos pedidos de carinho.

O invento que quis não criar

Não me cale nas entranhas parcas do olhar
Perca-se em mim
Antes que seja tarde.

Vaga em mim o súbito e incisivo som
Dos meus altares
Vaga o sonho árduo de me perder
Nas inverdades
Que aqui
Caem sobre arranha-céus
Escritods por um não eu
Escondido entre o meu voar.

Arde aqui
Um detalhe sem paixão
Uma visão do medo
Uma volta ao velho lugar.

Nâo esqueça nada
Talvez entre hárpias você vá precisar
Do meu medo, meu desejo, meu delírio mudo
Ajo agora como um louco
um obtuso
Pela paixão que inventei
E trago aqui confuso.

Sem sair
Tenha a clara espada ao chão
Tenha o medo, a visão
Do brilho deste meu olhar
Veja ali
Um retrato tolo meu
Leve o meu coração
Caso você possa precisar.

Há aqui
Um retalho imenso meu
Uma espécie de véu que nega-se a me cegar
Eu
Alí
Estampado em uma canção
Enredado na visão
O invento que quis não criar.

Sem mais

Já nem rio na ausência de paz
Me incomodo com tudo
Demais
Me reparo sem ato
Calado, amansado
Esperando prantos que não vão chegar.

Nem reparo que é tarde demais
Já tão cético com sonhos
E mais
Perdendo das palavras
As armas
As asas
As coisas que antes me davam voar.

Já nem sei sobre exatamente o crer
Construia da vida
Do mundo, docê
Já me acostumo com o tarde demais
Talvez eu seja triste
Ou tão só que da paz
Só ganhe grãos que não alimentam mais.

Talvez eu precise de mais
Mais do amor, da palavra, do vento
Deste imenso meu rio de antes
Talvez eu queira crer
Que te amo
Sem mais.

Segunda-Feira

Me espalho pelo mar
Canso-me do amor
Me calo por saber-me ínfimo
Vou a desbundar pelo morrir
Da água deste olho sem signos.

Nascer da tolice do amar
É ver o amor como esta coisa tola
Esta arma de dor que os que morrem-se em vida
Dão às pessoas.

Não ria
Meus atos não vêm salvar mais suas vidas
As ruas
Doem no ser que embriagado
Morre na manhã sem voz
Dos dias sem sorte.

Cada palavra tem mãos
E as solto pelas sinas
As ruas
São hoje o ver
Do meu átrio
A porta que faz-me voz.

Desculpe se a dura nova forma-canção
É uma pedra, um pedaço
Uma astronave, uma ação
Quie porra seus cornos na tarde onde o meu coração
Parece acordar de um vento
Que sobe na contramão
Desta maluca avenida fria
Dos sonhos vãos.

Dane-se o tempo
Eu quero é a duna
Daquele inverno onde a morte dava bom dia
Já não lembro da memória
Minha esperança é o ato bom da paz
Hoje acordo pra saber
Que minha verdade ainda é o meu sustento
E meus dotes de versos e inventos
São a morte do medo e do tempo
Onde alguém me dava paz.

Não há meninos, mortes ou redes
Que neste salto já me salvarão
Só meus braços são presentes
Nestas manhãs sem ninguém
Onde nasço por querer
E não reparo se existem novos ventos
Pois meus passos são somente imensos
Feitos do meu tamanho, meu intento
Que corróio dores mortas e do vento reconstroem paz.

Minha coragem, meu tempo

Queria ouvir da voz de todo o mar
Estrelas infindas
Novo luar
Sabendo assim ser mesmo minha andança
Ser voar.

Sabe, sei do amor a face cinza
Sei da mágoa
E da aventura o mágico pressuposto de arriscar
Das asas as penas
Das mágoas as cenas
Pois abre-se o tempo
Quando for partir de mim o bom amar
Quando meu verso souber se explicar
Quando minhas veias forem estas estrelas do meu mar
Pois do que sei do amor retiro a vida
Vida é arte
É mais
Do que saber-se parco, vil, no humano enredar.

E das asas as penas
Das facas suas lendas
Arrisco ao vento.


Queria ouvir a voz de meu amar
Queria sentir sol, onda e mar
Saber de ti, saber do mundo
Do olhar
O construir da cor da própria vida
Minha casa
Talvez sorrir pelo simples relembrar
Das casas, das cenas, palavras, cinemas
Das almas
Dos ventos.

Sabe, sei do amor a face linda
Não há alma
Que sequer saiba do amor o rebrilhar
Sem calma, sem a intensa palavra que alenta
Da alma o vento
Pois das asas as penas
Das palavra so que sustentam
Arrisco ao vento
Por calma, por intensa alma que sustenta
Minha coragem
Meu tempo.

Há o amar?

Já me sinto obtuso
Enredado em meu delírio
Vendo nuvens onde mundos
Rompem estradas e cios.

Já me sinto diferente
Quase sem meu coração
Quase que um repente
Desvendado da ilusão.

E o que é mesmo ser feliz?
Onde há o ser feliz?
Ser feliz é ver você?
É estar perto ou por um triz?
O que é mesmo ser feliz?
Haverá o ser feliz?
Ele está dentro de você?
Pode ser mesmo um saber ou o mar?

Já não sinto-me presente
Nem ausente desta mão
Que recolhe meus pertences
E os lança pelo chão.

Já não sinto mais o vento
Pelo rosto tão normal
Já não calmo pelos tempos
Onde meu instinto de sal
Rememorava o ser feliz
Descobria o ser feliz
No ato de simplemsente ser
O que guardava então em mim.

E hoje o que é ser feliz?
Onde está este feliz
Ente que já não é o ser
E pode nem mesmo mais querer?
Há o amar?

domingo, setembro 03, 2006

Em teu riso

Te reparo na rua
Nas estrelas
Do teu próprio riso
Teu olhar de esguelha
Te namoro como se a vida
Tornasse mais linda
A própria dureza
Das palavras
Do trampo, do riso
Me sinto mais gente
E isso pode ser amor
E acontece como se no presente
Houvesse um futuro
Algo com outra cor.

Te desejo como aprender nas estrelas
O novo sorriso, uma vida inteira
E te quero não por só um dia
Mas por todo o tempo da vida inteira
Como um esforço sincero e preciso
Calado e vívido
Um tornar-me infindo
Pelo nome das coisas que encerram
O desejo que beija
E constrói-se em teu riso.

Prazer Cantado

Eu reinvento milagres
Você vê sois largados
Eu descubro praças
E você me vê sem lados
Incerta.

Eu calo o desejo farto
Você me espia deitado
Eu amo o carinho incerto
Você me deixa sem espaço
Pra mentir outros ares
E nem sequer mais me calo
No interesse das artes
Talvez eu fustigue alvos
Sem meta.

Pois a incerteza do ato
Me faz calmo
Na espera do que o fogo empresta
No incluir dos meus versos alvos.

Eu espero o dia ser marte
E acordo mais suado
Você me conduz ao mar
Que não me empresta o fardo
De sua festa.

Eu reespero da tarde
O iluminar mais alvo
Desejo teu corpo, tua arte
Teu sorriso me cria o espaço
Que você em obscuros melindres
E Árduos fatos me ensina
que o dramatizar das coisas
Não é exatamente o ato
Que se encerra
Na incerteza do alvo
Que de claro
Só possui a vaga espera
Que hoje aprendo como um fardo.

E hoje no dia seguinte
Dos dramas mal inventados
Conduzo o desejo que incendeia
Pra mares não navegados
Você com a beleza mais tênue do mundo
Me mostra estrelas e astros
E eu te desejo mais intensamente
Na mente, no corpo
No calmo som da fera

E a fera é o meu ato
Este ato que sonha com sua festa
E este delírio encantado
Que é tua mão nos meus braços
E meus braços envolvendo-te
Na condução da estrela
Que é o teu prazer cantado.