quarta-feira, agosto 30, 2006

Artigo de Luxo que seca Países

Artigo Recente da Jornalista Carla Rodrigues do Site No Mínimo , com o sugestivo título de "Água mineral, o lucro que vem do luxo", comenta: "Para se ter uma idéia de como o negócio da venda de água mineral tornou-se lucrativo, a divisão de águas da Nestlé é responsável por 10% dos lucros de todo o conglomerado. Para cada cinco garrafas de água vendidas no mundo, uma é da Nestlé, produtora presente em 36 países e 75 marcas diferentes, entre as quais a francesa Perrier e a italiana San Pellegrino".

Além disso coloca a curiosidade do fenômeno do aumento da qualidade do tratamento das Águas nos países desenvolvidos e o aumento de consumod e Água mineral, quando este não seria mais preciso. A jornalista vincula este fenômeno ao fato do "o impulso na degustação da água mineral pode estar muito mais ligado ao consumo de artigos de luxo".

Pois bem, isto pode ser suspresa para muitos, porém para quem acompanha há algum tempo a questão da exploração das Águas Minerais não é surpresa nenhuma, é uma constatação por vezes dolorosa.

Investindo pesadamente na exploração de Águas Minerais há pelo menos 15 anos, primeiramente adquirindo empresas com licensa de exploração na Europa e nos EUA, posteriormente ampliando este arco de ação à América Latina, A Nestlé é um exemplo claro de como se dá a maravilhosa conquista da Água engarrafada pelos países desenvolvidos.

Em associação com a Coca-Cola ou agindo sozinha, a Fantástica Fábrica de Chocolates, Benemérita maior do Fome Zero e titulada pelas revistas Semanais como campeã na Responsabilidade Social, A Nestlé, coleciona, pela sanha de aumento de lucros e domínio do mercado internacional de água, diversas histórias interessantes, que vão desde ter a exploração de fontes de água em Michigan embargadas pela justiça por crime ambiental até ao fatod e enfrentar diversos processos no que tange à exploração de águas minerais na Europa e no Brasil, mais precisamente em São Lourenço, Minas Gerais.

Com um estilo que navega entre o de ignorar leis ambientais e de exploração mineral e o de relacionar-se, de modo no mínimo suspeito, com as diversas instâncias do Estado, Governos municipais, estaduais, federal e parlamentares, A Nestlé desde 2000, pelo menos, tem causado a destruição do lençol de Águas minerais de São Lourenço através de um processo de superexploração que chega a um milhão de litros de Água Mineral por dia, através do processo de bombeamento de água, processo ilegal, já que o Código de Águas determina que a extração das águas deve ser feita através da vazão.

Além disso é constante a violação das leis brasileiras quando se observa que houve desmineralização comprovada de água mineral para fabricação da Pure life, quando se observa que houve exploração não autorizada de poços recém descobertos, que estes mesmos poços foram encontrados através de pesquisa não autorizada, artifício da lei que auxilia à monitoração da pesquisa de novas fontes de água sem dano ao lenço, elemento extremamente sensível do meio ambiente.

Isso sem contar a truculência no tratar da população local que resiste à sanha destruidora da empresa e lutou contra as ações que podem levar ao afundamento da cidade de São Lourenço, construída acima do lençol de Águas minerais e sustentada por este, e ao fim do lençol de águas minerais, dado que o esgotamento foi inclusive detectado pelo DNPM (Órgão Responsável pela fiscalização da exploração mineral).

Estes fatos são apenas elementos que assinalam o modus operandi das multinacionais que hoje alimentam o mercado de Água Mineral e podem ser confirmado sem diversos sites, desde o do Circuito das Águas (MACAM) até o da Revista NOVAE. A questão é que, enquanto abastece as prateleiras da Europa e EUA, a mesma Nestlé seca fontes e destrói o meio ambiente de diversos países.

E tudo isto em nome do São Deus Mercado, esta divindade que atua no abastecimento do caixa de empresas que cada vez mais buscam o lucro sem medir seus atos e acaba por secar a fonte de vida dos países periféricos, indo além das águas, sugando a vida das pessoas, matando cidades e rasgando a lei que os locais são obrigados a obedecer.

Sem falar na crise da Água como um todo, elemento que é vital para a sobrevivência da humanidade e quem vem sendo deteriorado paulatinamente e com uma velocidade cada vez maior pelas diversas agressões existentes ao meio amiente, algo que vem sendo cada vez mais comum no Capitalismo.

Por isso é interessante o enfoque no sucesso do mercado de águas minerais, no crescimento do mercado e na sua vinculação aos artigos de luxo, interessante porque o artigo d eluxo tende a ser mais que isso, tende a ser o petróleo do Século XXI, ma sumpetróleo que mata de sede quem o possui em suas terras.

Por isos a Água,pela ação das empresas que a explroam, é um Artigo de Luxo que Seca países.

terça-feira, agosto 29, 2006

Navegar, navegar, navegar

Descrever-te é pros olhos
A arte do morrer
Pois como falar-te em meio
aos brilhos que a vida
Impõe a nossos sonhos humanos
Apaixonados pelo jeito
Que a bela escorre
Por entre ruas, pontes e trilhas?


Descrever-te é pro sonho
Quase que um nascer
Pois o ver pelo olhar dos que amam
Não é mais loucura
É saber-te sorriso que Deus
Inventou sem limites
Fez teus olhos do mel que do mar
Faz o olhar navegar, navegar, navegar.


Descrever-te é pros dedos
Quase que um tecer
Das maçãs do rosto a esperança rósea das luas
Das trilhas
Que formam teus ombros que sustentam mundos
Em segredos
Que a pele revela aos toques que são poesia.

Descrever-te é pros lábios
Quase que um sorver
Da sanha que encanta a palavra
A versão da loucura dos lábios
Que adentram nos meus
Recriando as sílfides
Que levam-te a ser todo o mar
Pro olhar navegar, navegar, navegar.

Na arte vil dos pobres

Nem sei dizer algum retrato
Espelho o amálgama do medo
A ver, fazer, tudo errado
Nos elos que marcam-me os freios
E os lumes
Dos morros, dos matos
Que estrelo em canções sem recheio.

Atores resmungam em um ato
O corte do ceifador feio
E os mundos
Ajoelham-se pálidos
Submissos às ações dos Donos do Engenho.

Há cores demais nestas máscaras
Que encontro já mortas
Deitadas
E entre os odores que ocorrem
Resulto no ato que decorre
Das formas e Horrores
Que morrem
Na arte vil dos pobres.

Olhar

Acordo entre dedos e pessoas novas
Parto sem segredos
Espero ser feliz
Pensando nas coisas frias
Carros, aluguéis, memórias
Esparsos atos findos
Sorrisos de verniz.

Espelho o carinho que arde em poesia
Entre o sonho meu
E o sorriso que calado admirei feliz
Esperando algum rompante
Que construisse um mar
Onde eu navegasse
Criando um sonho teu.

E pelas ruas
Retiro da saudade
A construção da loucura
E a razão mais linda
Que existe nos ares
Onde o teu ritmo
Embala o passo meu.

Difícil escrever alguma coisa nova
Trabalhar desejos
Buscar do que se diz
A construção da Geografia
Do teu corpo na memória
A inspiração do vento
Tão teu que todo em mim
Calhou de marcar da poesia outro sonho meu
Escrevendo sementes nos áridos jardins
Que alcançam outros quadrantes da dimensão do olhar
Este olhar que tem asas
Este olhar tão teu.

Que das luas
Explica das verdades
A inversão da loucura
Ou apenas me inspira
A redigir-te em frases
Que façam-no só meu.

Na mídia, pedra é bomba atômica

Este artigo não tem a pretensão de ser definitivo ou mesmo explicar a guerra Israel X Hezbollah, nem mesmo de coroar uma explicação final sobre o papel da mídia no conflito, mas sim de pincelar observações a respeito do pitoresco comportamento de nossas redações a respeito do conflito.

É complicado para quem observa com cuidado não perceber uma certa má vontade com nossos irmãos Árabes na mídia Brasileira. É quase que praxe colocar Árabe como Terrorista e, como todos sabem, Árabe é qualquer coisa que venha do Oriente médio. Se bobear Camelo é Árabe e recita o Corão nos dias santos. Veio de lá? É batata! Árabe. Damasco é Árabe, Iraniano é Árabe, Areia é Árabe, só o Caviar Iraniano não é Árabe porque inventaram que o Caviar é russo (Tá! Acredito) e caviar é chique.

Os redatores e (muito menos) âncoras pouco se importam se Israel surgiu em um território anteriormente ocupado por outra nação por imposição do Ocidente (Sentindo-se culpada com o coração alheio pelo Holocausto), poucos se importam se os EUA entram em um País para ditar sua política interna baseados em "suspeitas" nunca confirmadas, poucos se importam se para três pedras atiradas, Israel resolve lançar quilhões de mísseis, o importante é defender a tal "civilização". Civilização essa que alguns acrescentam o epíteto de Judaico-Cristã.

Todo mundo que não fica sentado esperando bomba e acenando como os Pingüins de "Madagascar" é terrorista. O pai que perdeu seu filho em bombardeio, os caboclos que perderam casas e família e partiram para uma atitude mais, digamos, drástica, é tudo terrorista. E agora o PCC também é terrorista, ou seja, daqui a pouco a rapaziada do Oriente Médio vai perder o charme de terrorista e cair direto na nomenclatura de Bandido. E você sabe,né? Bandido bom é bandido Morto. E Tome GETAM, ROTA, versão Judaica - Texana, sem culpa e com orgulho. Até porque defender civilização é mais maneiro que defender um sistema, certo? Pelo menos no âmbito da publicidade.

Aí que está o busílis: Todo este bafafá, esta terminologia, esta postura é fruto da defesa intransigente e cada vez com menos argumentos de um sistema que não só precisa do Petróleo existente no Oriente Médio, como necessita da Guerra para impor seus objetivos imediatos já que seus frutos estão no pé e causando danos cada vez mais nítidos para as populações dos países periféricos. O povo do mundo cansou de esperar por paz, tá indo direto pegar na prateleira.

E os donos do mercado não estão a fim de entregar, não acham que os custos foram pagos.
E o que a mídia faz? Uai! põe a voz do dono do mercado no autofalante e o povão que se dane!!
Explicar? Pra que? Nego não vai entender mesmo! Cumprir minha função social de instrumento de comunicação pública? Que isso, Rapaz! Eu sou uma empresa, quero lucro e o lucro está no sistema.E o sistema quer impor suas necessidades ao todo da população, você não vê que isso é modernidade?

Então assim é mole transformar pedra em Bomba Atômica, massacre em Guerra Justa, Resistência em Terrorismo e Crimes de Guerras em perdas colaterais. Porque na defesa do sistema que me mantém vivo minha boca só fala o som que o rei curte.
Tudo e todos aqueles que buscarem uma visão mais ampla, olhando todos os lados que tentem denunciar a hipocrisia da mídia ou mesmo lutar para combater um rolo compressor economico militar são vilões, terroristas, assassinos. E não falo só de populações distantes que usam o legítimo direito de resistir, afirmo também de grupos nacionais que resistem a um sistema muito parecido de opressão e extermínio.
Tudo aquilo que luta contra o sistema, vide MST e MTL, que questiona a propriedade privada que teria de ter função social, mas a função social que possui é a de socializar a concentração de renda e o apartheid rico X pobre, é taxado de criminoso, terrorista. O dever de informar é esquecido amplamente. A mídia assume como seu dever o condenar, o impor posições, o tomar partido.
Não que euacredite em imparcialidade, mas acredito em honestidade. E o que a mídia faz em todos estes casos é tudo, menos honesto. Qualquer desafio ao sistema ganha, no mínimo, o apelido de "arcaico" ou "fora de moda". Se for um desafio mais hard, mais bélico, então é crime na caruda. O crime que gerou o crime fica livre para existir, o ato final, a resistência, é crime inafiançável, hediondo, passível de assassínio.
Pra termos um exemplo: Quantas vezes você viu uma denúncia de mais de 10 segundos sorbe o assassinato de sem terras? E se as viu, quantos segundos você viu sem que aparecesse uma voz ligada ao Fazendeiro informaod da violência dos Sem Terra? Quantas vezes o ataque do Hezbollah foi acompanhado de uma descrição da quantidade de bombas jogadas por Israel no Líbano e da História das contínuas invasões e massacres feitos por este lá? Poucas,né?
Isso tudo porque a mídia pouco se importa com o dever de informar, afinal você é estúpido, você deve acreditar no que ela acredita, até porque um sujeito, mesmo estúpido, não pode ser arcaico e contra a civilização judaico-cristã. Mesmo se você não for nem judaico e nem cristão.

sábado, agosto 26, 2006

O Subúrbio de Chico e a Família Capone

É inevitável pro amante da boa música não se apaixonar pela Música "Subúrbio" de Chico Buarque. Poeticamente bem construída, tanto pelo lirismo quanto pelos versos mais, digamos contundentes, e melodicamente brilhante, o Samba-Choro deliciosamente nos embriaga, nos leva à poesia escondida nos Subúrbios, poesia esta muito bem notada pelo morador da Zona Sul Chico Buarque, excelente observador, como excelente poeta.

Porém, toda a lógica de observação do poeta se atém apenas ao aspecto "pitoresco" do subúrbio, leva a vida de seus moradores a um estado "mítico", como se não pessoas, mas personagens, passassem por um ambiente de vivência multicor e de uma coragem simples e feita por opção.
Isto fica claro não só na vivência diária, onde a poesia é embotada por uma vida dura e de constante desafio, mas também quando ouvimos grupos musicais nascidos no subúrbio e que saem do ambiente clássico de Samba e Pagode, do ambiente do Samba exaltação constante da vida simples. Quando percebemos o cenário do Hip Hop do subúrbio, onde busco o exemplo da Família Capone, percebemos um outro nível de poesia, ritmo e cor, que constrói com muito mais realismo e força a realidade do subúrbio e investem na construção, a partir desta realidade, de uma voz atuante e transformadora da mesma.

Com uma força musical e melódica ímpar, quase um rolo compressor de poesia e ritmo, o RAP clássico, a Família Capone fala do mesmo Subúrbio cantado por Chico, colocando as questões vividas diariamente por um povo que nutre por sua vida uma paixão muito mais que forte, uma paixão necessária para se manter a cabeça erguida e a vida mesmo, porque viver no subúrbio não costuma ser mole não.

A Família Capone fala da opressão policial, da questão da violência, da necessidade de impor-se diante de uma opressão multifacetada, do estado ao tráfico, da busca do Orgulho de ser membro da comunidade sem precisar partir pro "caminho errado", fala dos amores sem o simplismo da poesia lírica e ainda mais, mostra como um urro de classe que poesia é coisa de gente grande e nem por isso precisa viver na fantasia.

Chico constrói uma imagem belíssima, mas não consegue sair da visão do turista que vai à favela e vê aquela gente "sem pintura" e "que não tem capa de revista".

Tá, ele coloca bem que "lá tem Jesus, mas está de costas", porém não consegue mostrar, como a Família Capone,que isso pouco importa em um mundo onde a gente tem de lutar diariamente pra olhar nos olhos e colocar nosso queixo pra cima, sem ajoelhar diante da arrogância de uma cidade que nos quer de costas mesmo, longe do mar e longe do incomodar seus dias de praia.

No punch do Hip Hop o queixo do Subúrbio avisa pra Praia que a Cidade é Maravilhosa porque nossos ombros a carregam e que tá na hora do preço ser pago.

Não esconde a mágoa, mas a mágoa não pára a cuíca e nem cala o sonho, porque o sonho não é feito de cabrochas, mas de minas que sabem o que querem e vão lá buscar.

Por isso mesmo que a música encante, ela não avança no encanto, não nos faz apaixonar, porque nosso subúrbio é cantado em Hip Hop também, e alí tem o sangue quente, a voz tocante e a porrada que nos faz ver o mundo e curtir ele, sabendo que ele é duro.

O Chico cria um sonho de subúrbio que a Zona Sul pensa, a Família Capone constrói um sonho onde o Subúrbio muda pela força do ato e a voz, neste caso, não é um canto lírico, mas uma exigência.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Aula de Português

O verbo sabor tem a cor de um teu batom bonito
E o verbo amor lembra o rebuscado
E simples escrever das tuas prendas
Cantando já nem sei se há instantes em que não estou sonhando
Perdido na geometria das tuas linhas
Entrelinhas que compreendo cantando
O verbo inventar reflete estas palavras
Como se à luz construisse uma história linda
Que roubasse talvez do frio
A luz que faz existir o calor.

Eu repito encantos tantos
Porque da lua anuncio o existir do incerto
E repito o insistir dos espantos
Pela rua que me trouxe o presente belo
De ver-te em sorrisos e cantos
Que aos dias
Trazem todo meu verso.

Há nomes que descobrem razões de sonho inteiro
E pra isso usam mil concordâncias
Há flores que remontam a belezas indescritíveis
Predicados que hoje entendo
Entre artigos que se inventam do sentido
Das novenas, uso adjuntos de versos antigos
Das partes do dicionário que não entendo
Eu rebusco versos que são abrigo
Nas análises sintáticas dos meus tempos
Em que reparo que há sempre o viço
Desta formal palavra que hoje invento
Pra criar-te uma aliteração do riso
E nem por isso me faço ir
Para a antítese do que sou.

Eu repito tantos cantos
Pois é pela lua do teu sonho que reparo o verbo
Que tudo inicia enquanto eu canto
Pra você estas formais agruras dos versos
Que vivo a impingir-te entre tantos
Presentinhos
O que talvez não seja correto.


Até hoje pensei em reiterar
Um eufemismo pro que sinto e grito
E esquecer as inteiras objeções dos tempos
Pelo particípio da lógica que hoje crio
Mas vi a hipérbole do mar nas retinas dos meus olhos findos
E no café repeti as ânsias que só uma Oração pode compor
Com ritmo
E este ritmo simboliza o te ver feliz
Bem linda entre os cantos
Que já desejo que possas sempre ouvir
Existindo entre os tantos
Reviveres dos destinos cuja língua tanto me ensinou.

E hoje nela te entrego o tanto
Que já te gosto aqui nestes meus pálidos versos
Tua geometria, teus esperantos
Tuas letras que teu nome reflete
Decerto
Como se composta por anjos
Feitos flor de um sorriso
Deste meu Deus sem desertos.

As janelas do meu coração

O bom de te olhar
É o olhar
Sem me preocupar se há bonjour
Pois além de já ver-te bela
Há a benção de poder ajudar
A fazer do vento uma brisa, um som
Saborear a madrugada
A tarde e a invenção
De todo horário já sem tempo
Do calor
Que dá na alma, na certeza
De ver amor.

Alma vem pelas telas
Pintadas em corpo são
Tens um quê
De janela para outra dimensão.

Tanto faz se o tempo busca a irrazão
A arte invade a alma e espelha
Toda a Criação
Teu sorriso é parte imensa do fervor
Que hoje busca na beleza
De ter amor.

Calma
Das velas
O barco entende a brisa e a canção
E tu tens
Das janelas
As janelas do meu coração.

Todo poder é simples encanto

É simples ver as cores das palavras
Entre risos, cidades e o Rio
Cansado de ver trânsito, talvez a gente perca detalhes de cinema
É simples ignorar e sofrer por telefone, com a ansiedade dos anos
E talvez perder-se no cálculo da vida
E esquecer que é meio do ano
É simples perder seu sorriso
É simples se matar sem amor
Mas na vida o sonho, o canto
Desruma o mundo entre planos que nunca dão certo
Eu corro pelos dias
Me faço anjo
Busco até me morrer pelos passos incertos
E vulgarmente rindo num canto
Sinto o brilho
Da vitória do verso.


Há dor, há morte
Há cores sem outeiros que nos afligem nesta busca por mudanças
Há guerras e nefastos discursos bandidos
Há massacres de detentos
E entre dores e ofensas, entre cores sem cinema
Há pedaços de um mau estilo
E a morte das maneiras gentis dos imensos grandes homens
Já não nos dão abrigo
Mas dentro do sonho há o risco
E o risco de todo brilho é o amor
E por isso me faço canto
Agradeço mundos pelos sonhos me fazerem reto
Destino todos os dias
Para que anjos
Possam rir como ao mundo destinassem seus berros
E fizessem risos de um pranto
Que foi frio
E hoje é estrela decerto.

Se já não soube comemorar
Hoje respiro cada dia lindo
E vejo certas cores que desenham flores
Como se pra isso precisasse de raciocínio
Aguardo a noite como se minha sorte fosse algo palpável
Um ensino
Mas a fé no amor e nas montanhas
É a minha forma de ideal preciso
E é por isso que eu busco ser feliz entre os meus anos
E meu sentido de ter sorte é ser feliz, mesmo que sem planos
Não se calar o meu sorriso
Não sei não dividir meu valor
Meu sentido intenso é o canto
Que hoje busco repartir qual cetro
Todo poder é simples encanto
É a arte de mudar mundos, sons, invernos
Eu quero todos rindo, sonhando
Sem depois
Pois há o risco
De não haver mundo certo.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Um Bom dia

Danado achar palavra
Nestes dias de folhas
Assim nem bem caídas
Pra explicar o sol e dá-lo a uma pessoa
O sol me arredia.

Depois do café a brisa
E o sonho
Lambem a beleza e tornam todo pranto
Seco para nascer
Um reviver do eterno neste mundo
Que hoje avisto
Pra desejar-te horas
Felizes
Dias e notas
Que possam ser pra ti um bom sorriso.

Não há tempo ou o certo ou o novo
Se há lamento
Por isso a você a lira
Transforma fogo morto
Em talvez intento
Desejo de bons dias.

Além do café
Há a brisa e o sonho
E toda a beleza
Do encanto tanto que hoje canto e sinto
Nocê
Que é talvez hoje em meu mundo
O apelido
Da coisa boa que aflora
E me faz rir agora
Que deseja a ti o universo vivo
Um bom dia
Que deseja a ti o feliz bom sorriso
E um bom dia
Que quer pra ti as flores do improviso
E um Bom dia
Que faz pra ti a letra do meu riso
Um Bom dia.

Tão bom como um bom Jazz

Acorda sem mais
Toma café
Lê o seu jornal azul
Finge se saber doutor
E flui, flui flui.

Olha pra trás
Sofre um revés
Lembra do dia de flor
Corre pra pegar seu Bus
Pro Rio.


Pensa no que há
Lembra do mar
Deste olhar tão bom
Onde estás?
Já estás?
Como estás?
Há paz?
Pensa em paz e deseja paz.

Reza pra Allah
Deseja axé
Pensa positivo em suis
Cores de diversos azuis
Lilás
Sem cruz.

Vai trabalhar
Ralar com fé
Esperar noites sem luz
Esperar fada dos olhos
Melzinho.

E ela vai estar?
Como será o dia da paixão?
Como estás?
Já estás?
Haverá em ti paz?
Se não há, haverá paz!

Rima Oxalá com Rap Jazz
Brinca de rimar azul com um rosto assim ao sul
Tão lindo
Pensa no mar
Pensa na fé
Reza pra isso ser amor
Todo este bom calor
Que faz o dia belo.

E faz o desejar
Que o dia vá
Ser com precisão
Belo em paz
Há mais
Calmo, em paz
Há mais
Pra você, tão bom como um bom Jazz.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Intensa

Ruas nascem dos cantos
Que sussurram esperantos
E nem bem sei
Se a nuvem de outro dia
Alcançada em melodia
É você.

A cidade entre cores e noites
Passeia sangrando sons
E dolorindo milagres perdidos
Partidos de outra canção.

Em avenidas que me encantam
Busco ver-te qual espanto
Não mais sei
Ver-te sem sorrir em versos
Acalentada de meus beijos
Todos seus.

O real que hoje ri dos embaraços
Com suas regras, seus estilos cansados
Cala-se mesmo por terror
Diante da tola ação
De meus versos incandescentes
Suplicantes, tendo à frente
Só você
Que hoje quero ver sorrindo
Leve como o vento infindo
Despreocupada e indo livre
Além.

Qual um jazz antigo que hoje soa
Em meus ouvidos
Tocando na proa desta nau que aqui
Não faz sentido algum
Eu espero em parco riso
Nem encantado, nem menino
Ver-te, eu sei
Como linda namorada
Acalmada em tua estrada
Indo
Além.

Por isso confuso e incrível
Só desejo de improviso
O sol a ser e ir além de todo brilho
Curar-te o dia frio
Por você
Ser algo que inicia verdades
E alcança das luzes as artes
Por seres imensa
Intensa.

Poetas

Poetas abarcam em si mentiras inenarráveis
Fingem serem algo amplamente negado pelos atos
Seres cuja gentileza salva almas,
Corrói opressões.

Poetas calmamente inventam a si mesmos
Vivem pelo sonho de serem imagens
Pinturas
São filmes dirigidos com mão de ferro
Por diretores vis.

E no ato de sua poesia inventam a musa
Da própria musa
Em movimento pelos campos de seus olhos
Olhos perdidos na invencionice do real
Que a tudo demole.

Do real, buscam serem parceiros, heróis
E dançam vendo as estrelas em olhos sem brilho
Procurando, qual Quintana, saborear ruas e quintais
Que nem sempre existem entre seus pesados dedos
Feitos como máquina de processar veleidades.

Mas não são de todo mals os poetas
São sim infantes egoístas que destroem a si mesmos
No conflito infinito com o espaço real do outro
Porém trazem em si o desejo de ver-se em outros
De criarem mundos onde os sonhos
Sejam pedras que calcem o caminho do amor e do companheirismo.

E na busca deste sonho
Imersos entre o conflito de serem menores que seus versos
E a verdade inabalável da integridade de suas paixões
Alcançam a graça de verem estrelas nas almas da Musa
No amigo Cavalheiro de combates
E na amada que recria a esperança em olhos secos.

Não que isso transforme vidas em paraísos perdidos
Longe disso
Pois ainda presos na cerveja do riso solto
Na alegria da irresponsabilidade
E na ausência do Grand Monde monetário
Poeta sainda trazemo autoritário torturador dos beijos cândidos
E das gentilezas geniais
Frutos da mágica de um sonho morto pelas contas mensais.

Poetas, todos
Trazem em si a mágica das nuvens
A um rio de pedras nuas e cortantes
Que teima em ser real
E isos os faz serem duendes de histórias infantis, perdidos em paixões
Que levam a homens menores a verem na musa
Sua saída
E a conquistá-la
Como quem rouba ouro do mundo dos Deuses.

Poetas são Deuses cujo culto morreu
Pela insensibilidade do real.

Da magia que pude criar

Me perdoa se hoje mau cantor
Desejar-te ver
Na calma fé
De quem notou
Que a certeza de toda calma é o improviso
É a falta do nascer-se sol.

Nota a folha dasteas árvores sem dor
A parir nascer
Onda mulher
Costura de cor
Da beleza com a viagem do destino
Pelas aspas de uma nova canção.

Perdoa a falta do equilíbrio do ardor
Que até pra ver
O sol a nascer da poesia
Perde a calmapela incerteza vazia
De outro dia
A não criar-te som.

Nota a alma e receba o verso, a flor
Que esforça-se pra ver-te novo sol
E deixar-te a pequena letra viva
Da magia
Que pude criar.

A poesia que vem do teu olhar

Descrever teu rosto ante o frio
Das letras a tamborilar
Os dedos sobre a pele macia
E as teclas do desenhar
Teus olhos de amendoados sonhos
E maravilhas de mel no ar
É imperceptível esforço da vida
Para a pintura nunca manchar.

Descrever teu corpo , teus ombros
Tua pele a nos amaciar
Teus cabelos de negra linha
Tua poesia gentil de andar
É particularmente um cuidado
Tremor do ato até assustar
Porque descrever teus passos
Tua linha
É simplesmente descrever o mar.

Por isso busco ver-te ao Rio
Como espelho do alegrar
Como a fada sereia viva
Que nas esquinas faz-se lunar
Iluminata de almas vivas
Verso cantando por Elomar
Talvez amor, talvez poesia
Toda poesia que eu puder cantar.

E por isso colho dos monges
A rosa multicor do voar
E me encanto a dançar em sonhos
Buscando gentilezas do ar
Pra tecer das coisas os fados
E entregar-te antes de acordar
Porque o calor que arma-me a vida
É a poesia que vem do teu olhar.

terça-feira, agosto 22, 2006

Meu bem

De dia é show transcedental
O imaginar do gol
Do sonho e do sal
De teu sorriso.

É como surfar nas dicotomias
Misturar versículos com palavras vivas
De jornal e mundo.

É talvez ser Samba, ser carnaval
Acordar bem cedo
Ouvindo Gal
E saber tesão.

Me creia
Ferve meu nascer
Do dia com você
Nas telas
Do meu entender
Imaginando bem.

É participar de uma poesia
Tocar os cabelos
Usando as minhas
Mãos de cor arminho.

É andar nas ondas de todo mar
Curtir músicas de novas razões
Finais
Como um cavaquinho
E saber talvez de uma alegria
De tua pele agitando contra a minha
Meu controle são.

Minha Deusa
Piegas é não ver
O teu bom você
Me creia
Te ver faz um bem
E isto é mais que bom.

Talvez escrever esta poesia
Nem seja da arte uma nova vida
Seja apenas ritmo
Ou uma desculpa cara da pau
Pra elogiar teu rosto, corpo
Teu ser total
És evolulção.

Bom dia
É o que posso ter
Aqui pra dizer
Na mesa onde eu escrever
Vive a ti
Meu bem.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Mísera farpa

Se eu soubesse chorar de verdade
Aquele braço de Rio seria igual a meu medo
Mas eu nunca soube
Eu me engasgo desde menino com o choro escondido
Este choro que aparece como premonição de horrores
E que na maioria das vezes é só o desbundar das verdades encolhidas
Presas no medo da vida.

Se eu soubesse chorar e sentir
Seria grande
E talvez adulto
Talvez casmurro
Mas nunca aprendi o bebá da seriedades
E nem a certeza da calma.

Se eu soubesse chorar inventaria mundos perfeitos
E namoraria iluminadas cores de verão
Mas eu aprendi no mundo doido
Dos Santos e Velhos pretos
A amar quem me ama e a sonhar com quem brilha-me os olhos
Difícil de ver isso na escuridão das mediocridades.

E do choro
Eu retiro a vergonha de fazê-lo só
De olhar espelhos e deixar os medos abundarem
E trancar-me na nublada ingratidão do tempo
E fazer-me nú
Medroso
Calado e sonhador inventador de rimas
Com medo do tempo, da moça
Do desfecho da vida
E perdido assim em mim mesmo
Na arrogância e no egoísmo dos fracos
Escondendo carências e dores nunca sentidas
Me isolo do universo
E conheço o prazer de saber-me.

E dói saber-se
Não pela ausência de toda a mágica do inventado
Mas pela consciência da falha, do engodo
E de si mesmo como apenas uma mísera farpa
De indignidades e grandiosas bondades.

Guadalupe

Guadalupe era um imaginar de coisas
Lá fora O Longe.

Bairro menino, pequeno e perdido
Entre Pistas de Velocidade
E entrelinhas mal ditas
Saboreava a mansidão
De longíquo
E passeava entre o não estar perto
E O Longe.

Não via mar, mas pernambucava Cirandas
Coisa que mal se diz hoje em dias de dedos rápidos
Nâo olhava estátuas de longos braços
Mas sabia que carro que voa aparece em quintais
E este segredo lhe dava orgulho
Dava sim!
Orgulho de bola de gude nova
Maior que as outras
E feito olho de gato
Mas mais brilhante.

Guadalupe era ali e até o trem dinamitava as realidades
Quando ia ao Longe
Guadalupe via metrô e lanchonetes de nome difícil
Sabia tirar sangue sem chorar
E apelidava tudo com o nome das placas.

Imaginar era permitido
Antes do mundo fazer sua barba
Ser motivo de esmagar de costas.

Guadalupe crescia assim
Sabendo sorrir
E fantasiando dia onde o Longe era do lado
Daquele lado ali
Perto do som perfeito e do Rio morto.

O mundo cresceu
A moça do Jornal dizia que era isso mesmo
Que tudo magicaria o medo
E faria verdades parecerem coisas novas
Disse que mundão era coisa do lado
Que o Longe acabava
E que até Guadalupe saberia dizer nome escrito
E saborear asfalto com cor de sangue.

Só que do tempo
Guadalupe tirou o cheiro ruim das coisas
E soube logo
Que o Longe era perto demais
Do ínfimo destino da morte
E do medo tremulante
Soube-se grande
E de grande tirou de si moços diferentes
que não sabiam mais se rir das coisa
Sem nem perguntar pro pai qual era o nome do lagarto verde
O lagarto morria de crueldade na pele e de sorriso feio
No rosto dos meninos.

E Guadalupe só não chorou porque era ele mesmo grande
Virava mundo
E eu, aqui oiando tudo
Fingindo caipirês
Só pude guardar Guadalupe nos verso
Pintando ele de cor mais nova, mas sem exagerar no vermelho
Enquanto esperava o sol acordar e me dizer bom dia
Eu fingindo que era grande que nem Guadalupe
Na hora d epegar o ônibus
E ir pro Longe
Escondendo o menino debaixo dos oio
Brincando de recantar canção de Véio Chico
E sonhando com a moça de cabelo preto
Que parecia a princesa do filme que fez sonho
Parecer sorriso novo na barba mal feita
Dos meus 32 anos.

Te quero ter

Nubla meu dizer
Este nublado pranto
Nubla meu viver
Este dia sem canto
Nublado, sem cor.

Nubla meu nascer
Este corar do vento
Nubla meu querer
O não saber-me tempo
E contar improvisos sem saber o quão difícil foi
Reescrever palavras
Renascer sorrisos
Não amar o céu sem o notar preciso
Álbum do querer-te límpido
Sem trabalhar pra tal.

Já caí por rir
Por chorar fui tombo
Já chorei calor
E amor fui sem tempo e nem intento
Racional fui burro
Amante fui confuso
E hoje em cada beijo que eu quero
Eu vejo
O mais nítido e ínfimo resbuscar de uma bela ilusão.

Mas o que é a verdade,
O que é preciso?
Será mesmo o ter certeza, o abolir dos riscos?
E tua língua, que hoje sinto
Será falsa ante o prazo legal?

Sei que arrisco me perder em tudo
Sei que temo perder-te em teu tempo
Mas da vida minha hora é a zero
E vou viver, vou amar, vou morrer.

Sei que arrisco a não ver-te em mundos
Sei que perco a não contar espantos
Pela vida eu arrisquei, é vero
E só assim fui a ti
Te descobri
Te quero ter.

Encanto docê

Não sei rir sem pestanejar
De amores
Não entendo muito não
Não são canção.

Não sei sempre nem dizer palavra
Há dias
Eu fico assim
Além do mundo e de ti
A controlar do ar
Outro ser
Uma explosão de mar
Que vai
Rebuscar a fé
Pra dizer o encanto docê.


Dia desses eu vou me mandar pra Açores
Viver na solidão
Ser solidão.

Dia desses vou me esconder das almas
Há dias
Em que eu sou assim
Sem ser
Escondido de mim
A melindrar o olhar
A dizer mal da invenção
Se há, sei lá, uma mostra de fé
É saber o encanto docê.

Rainha do tempo

Dar com o sonho à vista
Entre estradas e clareiras
É coisa que faz artistas
Se lambuzarem de voar
Pela estratosfera
Pela leve primavera
Tão sem tempo que alveja
Quem quer amar
E fica a par de alguém bem ali
Princesa encantada de um mundo assim
Feito de sonhos e bandeiras
Que some com o tempo.

Sonho de pessoa
É a ilusão que açoita
Mata o ego, ferve a pele
Ilusão que é sonhar
Pelos mundos todos
Qual príncipe composto
De verões e novos portos
De entrelaçar
sonho como sal
Da alegria sem fim
De ver Rainha em braços
De meu peito afim
De perdurar a beleza destes momentos.

Beleza, sorriso
Quero caminhar nas brasas
De teu olhar sagrado
De somente encantar
És meu firmamento
És a Rainha do tempo
Minha dona, meu tormento
Bom de atormentar
Posso tentar me calar e nem ir
Mas Deus castiga caso poetas assim
Não te recriem em letras
E versos que tornam-te real.

Dar-te Estrelas

Teu olhar me passeia
Como se mel
De árias que encerram
Imensos destinos
Ávidos ninhos
Do desejo que encena
Uma canção de renome.

Teu olhar é céu
É lua crescente
Redesenhando ritmos
Corpos em ínfimos
Atos descritos
Como se o amar fosse admirar luas.

Vivo a sós
Com teu corpo novo
Brilhando no sonhar
De meus lençóis
Teu beijo desarranja o mar
Dos meus olhos a admirar
Tuas pernas.

Me esforço a notar
Toda a cidade
Além do teu lugar e proximidades
Sinto ciúmes do vento e do mar
Sinto presente o desejo de estar
Entre teu riso e teu bem
Ser
Somente a voar
Dar-te estrelas.

sábado, agosto 19, 2006

Rebuscamento

Parte de mim nasce flor
Arrestada do mar
Parece filme
A coisa de magicar
Este beijo do seu
Que contracena do a cor
Destes meus delírios ar.

Magica o mundo que vem
Como se a parecência com o todo
Fosse a luminesa das almas lindas
Pra te falar daquela rima
Aquela coisa que tu rima a andar
Como se fosse da ciranda, da cor, do ar
A perfeição do toque da arte sobre a fala fina
Da canção que em ti mesmo se encerra
Como se encerra a discussão de longe, ínfima
Do tempo com o tempo
Esperando do vento canção
Inundada de ti e de nãos
Como se a cor deste vento sem tempo
Fosse a noção bela
Da alma toda
Parecer sol.

Parte de mim nasce cor
Cor de invento de mar
Magica o frio no calor
De cada olhar
A rima nasce di eu
Eu quase todo mentidor
Ou cantador do falar.

E enfim rebuscando línguas
Que se atiram sobre as retinas
Os delírios e os retiros
Das palavras algo vivas
Que traduzem-te como um sol.

Parte demim nasce flor.

Repetir rima é cor
Parte de Deus com o luar
Capeta firme na condução do embarcar
Na discussão de Deus
Como do Diabo amor
Neste eterno remar.

E reveja a arte crime
Espera, espera que te ilumine
A reesquecida peça da palavra que qual filme
O espelho da arte
Se arma em parte de em ti ver lamento
De em ti ver perfeito
Este toque vermelho
Este som qual intento
Que regula o acanhamento
Do toque que dá teu jeito
A cada qual que hoje verso
Se reparte em coisa flor
E te entrega o pensamento.

Porque de mim parte flor
É elegia do amar
É querer frio o doce tom do se encantar
E deixar-te todo meu
Coração que hoje flor
Rebusca a rima do amar.

Como quem quer se deitar

Toque-me
Em plena nova sagacidade
Desperta a ovelha
Do lobo que acena
Como quem quer inverdade ou palavra feia
Mas muda e serena
Na mente faz o milagre de do peito à orelha
Sentir chama
Acesa
Como fogueira em balde de água turquesa.

Toque-me
Em cenas
De lentidão, de arte
De natura
Bela
Como quem sustenta
A parecência das mágicas de novas certezas.

Toque-me em ceia
Devora-me como se espaços
Fossem dados pelas pernas que intentam
O cuidado
A parte do toque centelha
Que incendeia a cena
Das peles no amarrar de laços
E de artérias
Cujo sangue esquenta
Na veia, na areia, na teia, tua teia
Imensa, imensa.

E parte de mim à toa, à toa
Sabe ferver sonho de canto de boca
Pálida aprende água boa
Serve-se de esperar nas boas
Navegações de sol e canoa.

Toque de tempo, de intento
Devora a mim
Acende o fino sentido
De te querer fim
E ato que abarca do rastro
Intenso do desejo bom
Saber-me teu
A deitar
Talvez sobre o colchão
E saber sim palavra boa
Pra dar-te Assim
Como quem quer se deitar.

Barrices

Me surpreende a magicação de palavras
Como se magicar fosse assim
De raio.

Esta suspresa é meio conversa de boi manso
E papagaio de topete preto
Mas é um susto que dá nos dedos antes da conversa da alma
Com o minuto seguinte do dia.

A versação dos tempos
É a mania de ver as não coisas
Indo por entre o magicar
E estas maduras ruas
De ônibus e gente amuada
Parecendo boi calado
Babando na beira da cerca que eu nunca vi.

Nós, que vivemos tudo como se antes
Aparecemos por aí
Assistindo desvios
E dubiando invencionices
Porque nós brincamos de ir e vir
Assim como aquela pedra que me pisca o olho
Que não há.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Fim da Política? Fim da história?

Em entrevista recente o Sociólogo Francisco de Oliveira coloca a política como um elemento já descartado das relaçõe ssociais, substituído pelo discurso econômico e por um sentimento, entre a população, de distância com relação ao processo e a discussão política.

Se por um aspecto foi precisa a avaliação do intelectual, por outro há um possível equívoco em se tratando da política como condição sinequanon para a manutenção da dinâmica das relações sociais.

Isto é colocado devido ao fato da mesma discussão econômica em si não ser nada além da primazia de um determinado discurso político ligado a todo o processo de dominação do capital sobre o trabalho e a cultura. Este domínio, político em si mesmo, se dá não só pela clara hegemonia do Capital no âmbito político-cultural como determina também uma derrota do discurso socialista se o analisarmos como "superado" a partir do processo de ruína das experiências do socialismo real.

O que há, avaliando-se a realidade sob a dinâmica das relações políticas, é que o discurso econômico é a ponta de lança de todo o aparato ideológico do liberalismo e a partir do processo claro de "transferência" da cultura dominante para a cultura do dominado, acontece o natural contágio da classe trabalhadora pelo pragmatismo economicista propagandeado pela grande mídia e pelas lideranças neo-liberais.

Esta substituição do discurso "esquerdista" pelo discurso pragmático do ganho monetário e da necessidade de um "desenvolvimento econômico" construído a partir do seguimento das "receitas" do mercado não se dá pelo papel secundário da política em relação à economia,mas antes pelo contrário da dominação de uma visão da realidade que coloca o capital como elemento principal das relações e isso, antes de mais nada, é política, mesmo que para socialistas signifique uma política alienígena às suas pretensões, estratégias e táticas.


Como se dá então esta substituição? Se dá através do processo histórico de paulatina derrota dos projetos socialistas, substituidos pelo processo de burocratização constante dos movimentos sociais, sindicatos e partidos e pela substituição da luta política de base, ou mais propriamente dita, revolucionária pelo projeto eleitoral, pela luta eleitoral, pela conquista da institucionalidade em nome de reformas que humanizariam o Capitalismo e a partir de um processo de conciliação de classes levaria ao "desenvolvimento", à satisfação dos desejos das classes trabalhadoras e , porque não, ao fim da desigualdade.

Nada mais falso, é claro. E falso pelo simples fato da isntituição ser exatamente a parte visível do projeto liberal de hegemonia, por ser estruturada exatamente para regular o funcionamento do mercado e adequar a sociedade a este projeto através de medidas coercitivas por um lado e socialmente compensatórias por poutro.

Quando a organização e mobilização da sociedade com o fim de substituição de um modelo de estado e de relações sociais é trocada pelo reforço de uma institucionalidade que é pró-mercado e mantenedora de um arco de relações sociais que é fundamentada na manutenção do mesmo mercado, o que se dá não é o fim da política em si, mas a formalização da hegemonia de uma ideologia sobre outras.

Este hegemonia dá a falsa impressão da necessidade de seguir determinadas regras, leis mesmo, que são "naturais" tanto ao funcionamento do estado quanto na base das relações entre as pessoas. Assim a economia salta de seu aspecto político e ganha ares de ciência natural, reguladora de toda a vida humana, pedra fundamental da existência.

Porém a politica permanece nas relações entre as pessoas e sua negociação permanente para a sobrevivência, quando a dicotomia entre classes, entre "níveis" de vida, de status, as diferenças entre gêneros e "raça" aparece sob o aspecto da luta pelo ganha pão ou pelo aspecto da dominação do outro através do poder à mão no momento. A política está alí na negociação de salários, da lpiogica da supremaci amasculina e heterossexual, na idéia da "raça" como elemento de superioridade e ainda mais na idéia da renda como fruto da implementação da competência e não como fruto de todo um processo de dominação de classes.

Assim quando se fala no fim da política, pode ler-s eo fim da história pintado de vermelho, por aborda sob uma máscara de fatalismo e niilismo uma recusa de perceber a derrota de uma maneira de fazer-se política à esquerda pelo recuo, pela recusa da percepção da falência de um modelo burocratizante de fazer-se política à esquerda e pela substituição deste pelo mesmo velho modelo pró-liberalismo, ao contrário da busca de uma práxis inclusiva da população no processo de mobilziação da mesma, de baixo pra cima e não como feito hoje, na arrogância intelectual de sermos avançados enquanto a população está no atraso da consciência.

É preciso muito mais do que aceitar uma derrota do velho modelo de ação socialista, é preciso uma mudança na metodologia de análise da realidade e de ação com relação à mesma, de forma que possamos não falar de socialismo para às massas, mas sim construirmos um socialismo, com as massas. Mas isso só acontece se olharmos a política da forma como ela é e não como gostaríamos que fosse.

Paixão?

Como assim te descrever
Se meus olhos já te ardem
Pelo brilho de tuas tantas
Formas, sons e divindades?

Como despreender-me do sonho
De toda esperança e intento
Se da musa destes versos
Guardo sabores e inventos?

Talvez cores e manhãs
Talvez rasgos de bons dias
O toque da pele ensine
Qual quem saboreia poesia.

Para que eu possa cantar alto
Teu nobre sabor cereja
Tua iluminada e inteira
Razão toda de ser beleza.

Perdoe se eu tolo não acerto a letra
Das canções mais bobas e parvo fito a vida
É que teu jeito me afoba
Me traz razão sofrida
De esperar-te toda
A domar-me em vida.


E por isso guardo-me a ser
Espectador de tuas vontades
É que sabes tantas coisas
Enquanto eu só sei saudades
De futuros sem milplanos
E jabutis, sabiás lentos
Enquanto vejo teu terno
E iluminado conhecimento.

Eu só sei nascer manhãs
Pelas tardes já curtidas
Enquanto tu sabes lírios
E arrrastar poesias.

Perdoa aqui se o teu bardo
Não faz sempre luzes acesas
Te espero ser inteiro
A entregar-te belezas.

É que menino folgo em morrer certezas
Vago pelas luas a ludibriar vida
Que me salva dos golpes duros e canções mais frias
E me apresenta ao fogo de tua alma linda.

Dias nublados

O tempo me muda, menina
As nuvens tão negras
Transformam as rosas
Num espelho magoado do céu
E na minha confusão abunda
O medo do íntimo
O medo de olhar acordado
Pro fel
Que estende suas mãos tão calado
No poço profundo do delírio, de toda ilusão
Assistindo a fita do verso, do encanto
Da dor dos instantes sem canto.

As ruas tão ricas, já mudas
Com o negror do tempo
Fazem do olhar a busca do medo, do mal
Enquanto as melancolicas rumam
Refazendo preces
Ruminando fugas, e gestos banais.

Eu calo-me em vão
Sobre o peito o peso do enfado
A mágica de não florir
A perder do ar o intento estrelado que veio
Já nublado a me confundir.

É, meu bem, toda arte as portas encerra
Eu te lembro e ajuda na entrega
De um verso que fuja da festa
Destes trens que são nuvens nublado a minha visão
Que por vezes carente de sol e de sim
Reaprende a dura clareza do chão.

Perdão, meu bem!
Se não falo feliz qual poeta
Que despreende-se das ruas incertas
E encantado só a ti busca
Qual festa
Hoje além da estranha vontade de ser prisão
Eu me calo somente a querer-te assim
Tendo em mim o carinho do toque de tua mão.

Duas semanas

Nas garagens
Nas linhas
Dos trens de manhãs duras
Espero teu sorriso
Entre lírios e campos
Que fogem da lua.

Todo teu carinho quase me faz sol
Teu cuidado me tranforma em sorriso vencido
Entre noites rubras.

Merecer tuas linhas
Teus toques e fúrias
No corpo que passeia
Fingindo, chorando
A distância nua
E talvez ser simples
E talvez ser dó
Tocando na viola que muda janelas
Compondo canções e velocidades sem riscos.

Eu parto nas manhãs frias
E lembro tua boca
Estremeço ao buscar sentido
Nas semanas duas
Que me trouxeram o fogo
De nascer sol
E correr perigo
De buscar-te em chamas
Sabendo das luas
O beijo do sol
Aqui refletido
Em duas semanas.

quinta-feira, agosto 17, 2006

A sonhar

Hoje em dia quase Deus
Pode ter medo de calar
Como se soubesse a luz
E luz cala ao olhar.

Hoje o dia é quase Deus
Se é pro dia encantar
Todos simplesmente nós
Todos simplesmente voz
que dos passos agem graça
Fazem-se inteiros
Sem receios
De sentirem-se sem marcas
Sem as mágoas que namoram
E Partirem-se pra vida
Sentindo-se o próprio luar.


Hoje o dia é feito em Deus
Como se flor fosse o som
De ouvir uma voz em meio à um tom de oração
E no ajoelhar-se, em vão
Perceber a cor, o tom
Já deslindo das palavras e dos versos
Quase sagrados dos anjos
Que passeiam em meus anos, que surgem como sem planos
Pelo meu peito que esperando
Torna-me só coração.


Hoje o dia é feito teu
Pelo brilho do sonhar
Pela cor inevitável do céu
A somente te admirar
Pelo adorar o mel, e não conseguir falar
Todo o lindo ato em almas
que tua mão, teu som, tua calma
Me embala, já me baila
E me torna força tanta
Um humilde som da vida
Tanto é teu meu coração.

Hoje o dia é feito teu
Por eu não saber explicar
Como a lágrima do céu em meus olhos vem morar
Por emocionar-me à luz
Do sentir-te
Do notar
Todo o brilho das palavras
Pelo chão, pelas calçadas
Em que pisas
Em que bailas
Como se brilhante conta
Como toda grande calma
Faz de mim novo
A sonhar.

Meu inteiro ser

Sabe
A mente busca das coisas o intento sem ser
Analisar, rebuscar, construir
Responder e calcular
Sem se saber.

Sabe
A mente transforma as coisas
Assim como um medo
Estranha o riso, navega sem peito
Pela frieza pálida
Dos mortos sem nascer.

Sabiamente
O peito no entanto
Procura somente ser da gente
Ouvindo do coração o tom bom
Calmamente
Quase que a sambar
Deliciar-se em ser.

E eu que do peito sou quase um irmão
Quase tonto
Já me dispo inteiro a ser
A agir, a fluir
Pelo coração a entender
Que sentir-te
É meu inteiro ser.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Todo a ti

Valeu Deus Sol!!
Há já cantar misturar de tudo um riso
Sem estrelaçar
Jardins macumbas dorizonte
Portões já sem nome
Fome tanta
Cor da moça
Lua danadoira
De outro eu.

Misturo sei
Letras versinho risos cor de cobra
Batuco sei
Preciosidade mutante
Versículos hidrantes
Ponto nada
Falo nada
Calo-me palavra
Som sou eu.


Amar calar na hora
Rabiscar você
Sabedor de risco
Sabe dor dorei
Petiscar petisco dora
De ir sei
Ao sol
A pobrezinha
Letra ali perdida
Já só
De manhãzinha
Sem rir
Desta poesia.

Preciosidade é ti
A ti pra mim
Todo a ti
Rimando cão
Com previsão
De querer sempre a ti.

Teu Fervor

Reconheço que sou talvez desterro
Água e vinho
Um vão tropeiro
A deitar-me sobre mil paragens
Vendo os céus mudarem de coragem
Saboreando a palha e a cortiça
Alva cama de Rainha que atiça
O destemor de talvez poeta aflito
Acostumado a perder no grito.

Reconheço a calma que abraça
Esta canção que desbasta o véu do amor
Reconheço a luz desta graça
Graça de encanto que alva
Tem teu negror.

Calo e obedeço como um pato
Escondendo meu pulo de gato
Vôo em torno de lua das conquistas
Luto e sangro como quem belisca
Participo do jogo com a raça
Destes que têm da vida o suor
E da caçada são ao mesmo tempo fera
E a flecha que corta à vera
Ar e corpo a atingir-se, Fera
ultrapassando os limites do jeito
Doce e terno de cutucar a graça
Ser-te onça
Servir-te a mim, senhor.

Como se enfim a graça
Fosse a marca que abarca todo ardor
Deste bambolear que agrada
Aos olhos que dançam em torno
Do teu fervor.

Todo teu controle

Palavra é meu mundo
Eu saboreio a cor e o destino dos nomes
Cores são nome à solta
Nomes são nuvens, aves, odores.

Palavras são meu rumo
E empresto toda razão ao que coração come
Se alimentando da fresta, da festa, da alma
A palavra,professora, é meu cais e meu hidrante
A servir, apagar, incendiar meu doce e meu sal.

Palavras são meu prumo
Enquanto eu, indigente,
Rabisco outro nome
E esqueço minhas fomes, labirintos de renome
A ver no rosto amado
A ver no sonho calado
Destas eras que me encerram
Quase um nome sagrado
Uma réstia de flores.

Palavras trazem tudo
Entre os recortes do nome Porque
Entre as danças alvas do horizonte
Espero enganado outro passo
Escrevo pra quem gosto
A sinalizar o oposto do ócio
E demonstram meu Quem.

E nesta vida de alvo estranho gesto calado
Entre as frestas das estrelas
Eu já recrio fardado de Galahad
Tuas cores.

Palavras
Tudo
Mundo
Versos trançados em meu novo O Que
São da alegria seus soldados
Pois há amor
E eu sei dizer
Tudo o que sei
Pois da Palavra eu, bardo,
Recrio mundos e estalos
Estrelas, periferias, carros
Nuvens belas, mil favelas
Pra correr e ter-me abraçado
A todo teu controle.

O simulacro da paz

Se há saudade no mundo
Desejo
Todo somente uma tarde sem céus
Que ilumine meu rosto
Com a cor do sol
Cobre a solto
A Repintar corpo e mel.

Sabe que os dias me lembram você
Espero todo um minuto de paz
Para poder excrever
E talvez poder dizer
O que move os meus ais.

Se pensamento brilhasse
Verias no cais
Todo meu ser
Ali qual sol
Menino assim
Sonhando enfim
Em banhar-me em teu ser.

Não há perigo de sonhar você
Você é um sonho presente demais
Agora posso crer
Neste minuto que tem
O simulacro da paz.

terça-feira, agosto 15, 2006

Como quem sonha

Posso parecer um anjo exterminador
Um querubim de outra cor sem graça
Um Fardão carmim de um General sem rancor
Um caboclo perguntador, honesto
Mas posso dizer
Que sou na verdade um peão
Um gato escaldado, um cão
De quatro
Apenas a obedecer os truques do teu cafuné
E seguir pé ante pé
Teus lábios.


Posso parecer um gentil nobre senhor
Um belo enrolador
De outubros
Mas posso é dizer
Que ando a pestanejar
Tentando talvez acordar banhado
Deste meu suor que sangra por pele e sabor
Tentando acordar desta flor que sonha.

E parece amor
Tem textura de amor, tem cor inclusive de amor
Que abraço.

E me faz parecer até um poeta de ardor
Talvez um rico pintor de mundos
Mas que é mesmo ser
O simples cair pelo chão
Catando tua inspiração
Pelos espaços
De cada passo teu
Que lembra até prometeu
A me dar o fogo de ser
Palhaço.

Palhaço de rir
Pra ver tanta gente rir
Sabendo que parece cor
Tendo até mesmo outra cor
E sabendo assim
Me deixa parecer a mim
Como se isso fosse ardor, amor ou mesma outra cor
Que anda assim como quem parece que vem
E no drible até não vem
Chegando devagar como quem sonha.

Do teu corpo

Se desejasse só teu corpo
Não teria a coragem
De inventar imagens
Dançar pelas tardes
Como o vento que vem.

Se fosse só do teu corpo
O desejo que afirma
A glória de ser sina
De amar nas esquinas
Combater por bem
Eu teria a ilusão de almas escravas
E pelo inferno da relva
Sofreria a morte das palavras.

Se fossem só por teu corpo as minhas ondas
Calaria tonta a poesia pronta
E não veria ninguém
Além de meu corpo morto por cegas sombras
Nú medo que todo, cego, tolo
Não mais sonha.

Por isso sugiro a luminosidade ativa
De ver-te forte
Livre
Norte de minhas vidas.

E prefiro a cavalgar pelos espaços
De teu sorriso, livre
Portador de astros.

Prefiro o salgar teu rosto
Com beijos e trovas
Sangrando como novas
Estrelas que entornas
Com o sorrisso que vem
Anunciar a matriz da poesia viva
Talhada em sonhos que consomem-se em lidas.

Do teu corpo aspiro tão somente
Teu caminhar, sorriso, olhar
Que me prende.

Este, talvez, amor

Se há amor eu já não sei
Se é preciso definir e maturar, não sei
Eu só sei que há sorrir em te lembrar
Isso eu sei
Pois da realidade, eu como ator,
Participo na cor das almas de poetas
E me lambuzo do mel
Da própria existência.

Como te explicar, mulher, algo que é tão lindo
Como acordar, ter fé
E ver sol como se a cada dia de amanhecer
Ele refizesse seu viver
E qual Artista que vem
Inaugurar de magias as canções, pintando refrões
De lindas melodias
E também sendo pintor
Redesenhar universos com outra cor
A cor deste, talvez, amor.

Seja cor

Tenha calma e olhe do sol
Teu brilho soberano
Que de fato
Reconstrói a esperança feita
Deste novo laço
Que hoje curto
Como se a brisa fosse a intenção
Repleta de sonhos fartos, feitos de mundos
Já luminosos
Pelo esperar de tua alma bela.


Vê que hoje meu sorriso é parte
De simplesmente vida
E vida é festa
Recriada na visão do eterno que existe em cada dia
E assim tornada novamente uma paixão
Faz-se do outro
Aquele rir
Que é coisa bela.

Que teu dia tenha a sorte que possuem os corações
Que já são flor
E resista ao medo que domina a flor das terras
Partindo firme pra inventar do espaço
A beleza e a razão
Como se o momento fosse do amor
O fim do triste que a tudo encerra.

Eu me rasgo a parir o fato
De tua alma que brilha
Em mim, na festa
De nascer somente sendo o sol e percebendo-se dia
Pra que a justiça deste sabor que guardo como um mundo
Seja o norte quase que criado santo
Por nascer do sentimento raro
Como um sonho profundo.

E assim desejo que cada teu dia de glória
Seja um ato, um fato da imensidão
Como se meu corpo fosse a própria Terra
Como se teu corpo fosse uma canção.

Nós, sorrisos claros de mundo, sol, floresta
Partimos a requerer de Deus
O iluminar das peles
E dos olhos tantos de cada irmão de lida
O iluminar dos outros, do viver
Das Terras.

E que teu dia seja mais claro que o do mundo
E o do mundo seja qual coração
Que apesar dos mares que derretem olhar e giz
Navegue com fome
Pela arte do som.

Se a nuvem distante tamper teu sol solene
Grita a canção da moça
Invente-se da fé
Um enorme sonho em bloco
Passeata feroz
Contra a inclemente injustiça atroz
Destes todos que tem medo de sentirem-se
Tolos
Como simplesmente enorme pessoa
Eu que sou criança inclemente ao tempo
Dou-te o ter, todo o fazer
Que teu dia seja cor.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Cigana

Deixe-me ver teus olhos
Cigana
Pois deles o sol
Faz da vida gincana
Desnudado sol
Que à lua engana
Bailando-se só
Como flamenca gana
Cantada do sol.

Feito toda a dança
Que o corpo só
Torna-se , solo e canção
Que canta em si, sol.

E como ciganos são teus lábios,
Teus ventos
Este teu corpo intenso
Feito solamente
De razões latentes.

E paixões que dos dias decifram magias
Qual um estranho normando
Pedindo ao Corão
Novas fantasias
Blindagens
Cantigas
Tornam-te meus dias.

Venham os ciganos
Lábios da companheira
Que pelas todas estradas
Criam-me semente
De saber-me gente.

Pra este dia

Que este dia tenha as cores
Da própria canção da vida
Que te ilumine os passos
Que te aqueça a lida
Como se flores os passos
Construissem, já, na terra
Onde iluminas astros
Onde terminas guerras.

Que este dia tenha as coisas
Destas que Deus recria
Pra presentear anjos
Para iluminar Divinas
Moças que dos astros
Trazem a luz pros espaços
Onde existem seus
Cavalheiros que a sós
Sonham encantos calados.

E em versos
Tenha tua vida a saudosa
Força enorme do ser
Intensidade de uma supernova.

Em ternos
Destinos de água caudalosa
Tenha tua alma todo o crer
Das ondas que entrelaçam as horas.

Que tenhas
Toda uma força imensa da saudade
Toda a cor que tua luminosidade
Traz como quem vai
Fazer do mar um não limite
Pro que já vens
Trazer a quem
Terno
Busca em tua alma uma história
Que possa mesmo repintar
As telas que a vida fez outrora
Nos versos deste encanto
Que me tornam glória.

Em Versos

No desejo de ser rei
Perde-se por aflição
As espada que já trouxe voa hoje
Pelos ócios
De estradas onde planos
Perdem o meio de saberem-se enganos.


Afinal do mundo
A estrela jaz entre os olhos falantes
E a terna vez onde sorrisos infantes
São aquele bom encanto
Que talvez nos torne livres
De todo o pranto.

Eu ando aqui espremido ante o medo
E a deliciosa cor de novo enredo
Talvez possa dizer banalidades demais
Ou horas que entrelaçam esperanças e semanas.

Mas vá lá
Tudo está bem
E hoje acordei e vi
O enriquecer dos instantes
Com a luz do sol a me sorrir
Espalhado no mar
Que não faz dias
Eu espero toda a vida
A construção dos dias
Que não mais andam par a par.

Ontem sorri
Sabendo viver
E de repente fui confuso
Sabe, meu jeito é meio explosão
Quase não me sei quando meu medo
Me faz inteiro a intevenção dos ventos
Não sei nem mesmo perceber
Como se dá este mundo
E eu, calo, inteiro
Todo o medo de me lanço ao florir.

E estás alí
Terna traduzindo espelhos
Somando versos com sorrisos gregos
Eu não mais empalideço a ver
Que há tempo, há demais
Basta das horas calmas
Saborear sem dramas
O que vai e o que vem
Pelas correntezas do devir
Renascer toda noite
Sentir, voar, gostar, sorrir
O meu canto é dalma explosão viva
Não sei bem muito da vida
Mas quero sim
Doar-me em verso pra teu bem.

domingo, agosto 13, 2006

Desejo

Saber teu corpo
Teu espaço, teu gosto
Sabor de vida tecida dos lamentos
E da canção ornada de meu doce
Jardim que entrego no momento
Em que és dos meus braços
A vida eterna, o corte, o lapso do tempo
Que ao nascer
Faz do sol um mundo
Intenso e louco.

E entre os laços do sublime e vão intento
Que acalento em ritmos dissonantes
Trago a dor que faz a arte dos inventos
E do prazer que a rigidez denuncia
Antes que do beijo, nasça o beijo
E meu peito, sem ar, exploda em ser coração
Escrevo um verso e meio
Feito nexo
Diante da pura beleza de teu corpo
São.

Enquanto espero nego o erro de superar a cor
Do teus seios que desenham
O mar diante do odor de rosas
Que faz meu corpo em febre queimar
Como se vento.

Peito Infindo

Esperança clara
Vivência de outra calma
Irrazão nítida de ser
Palavra por palavra
A alma da palavra
Cantada assim sem saber
Destinada a ser sem fim
Alma do desejo de mim
Por este teu instante
Irresistível antes
Da invasão do sol em mim.

Pedaço de outra asa
A asa que faltava
Pra eu voar sem saber
Pelos jardins floridos
De rosas e vestidos
Alçada assim entre o ser
Calado sem nem bem notar
O desejo acariciar
Perdoe-me se adiante
Ansioso e andante
Só quero é te ver ao mar.

Como é preciso tanto ver você
Ali parada me dando sentido
Se outra coisa além de escrever
Eu já soubesse
Te daria rindo
Meu ser.

Largado pela aurora
Olhando só pra fora
Além de mim
Proutro ser
Que me invade a casca
Rompe muralhas rasas
Me abre a me perceber
E eu querendo melhorar
Só para poder te amar
Me dispo dos infantes
Mil medos não galantes
Me deixo todo arrebatar.

Segundos são palavras
São eras, digitadas
Proferidas pra derreter
Caladas mágoas, ritmos não bons de dançar indo
Pro sol assim me fazer
Um menino a me deixar
Perdido entre teu olhar.

Como dizer em instantes
O desejo galante
De ser pra ti o luar?

Como é preciso tanto ser você
Imaginada em um sonho lindo
Que toda noite tenho a perceber
A parte clara do viver
É te ver rindo.

Como eu preciso tanto te saber
Pois só palavras não definem isto
Que é sentir teu corpo, o teu ser
Prenchendo o vácuo do peito
Infindo
Por você.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Por seu Dom

Não me nego a ir por aí
Estudar toda tua imensidão
Pegar tua mão e te seguir
Sem mais razão.

Eu só peço num humilde rir
Que não cale mais minha razão
Com este teu brilhar que faz sons
Desviarem a atenção
Só por teu rir.

Escrevo em esperanto
Me fazendo crer
Que há rosas soltas no olhar
Enquanto vago penso em você
Mantendo riste o alvo sonhar
Das margaridas
Como se o chão plantasse dias em plena euforia
E construísse paixão
Das luzes do coração
Que arregimenta vidas, constrói poesias
Feitas por seu dom.

Oneiros

Saiba nascer sob o sonho
Hoje nasci com você
Pelas estradas de Oneiros
Na alma
Algo que o sonho faz crer
Como se tudo fosse verde
E existisse na canção
Algo sem tempo, Unicórnios, horas
Bruxas que calam-se em vão
Pros inteiros sons da mão
Ao tocar o jasmin.

Do vento roubei palavras
Que transbordavam magia
Fiz sabor de caqui.

E pelos sons, palavras, fiz as malas
E soube fazer nexo de realidades
Calando o pouco plano nos mistérios
Rezando a incerteza das tardes
E sonhando por mil mundos
Recuperando azuis fundos
Rebusquei meus sóis
Te trouxe a voz
Perfeita das sereias
Cantando domingueiras que falam só de nós.

Já sem razão fui dito e proferido
Pelos enigmas de novos futuros
Nasci deste novo sonho entre os versos
E a candura dos alquimistas dos velhos mundos
Saindo amor da voz, pelo lugar, pela tua voz
E pelo inclemente vão sabor
Que tece o enluar, o iluminar
Pelo rebento do calor
De cada novo amor.

Então pois saiba, nasça do sonho
Cale-se à estrada
E veja o sal que brota ardor
Assim destas palavras que são nada
Além do encantar do sonho que sou.

Minha era

Olha este meu olhar que sem segredo
Parte como o sol invade a casa
Nutre minha boca de solar!

Invento outro lindo mar sem maus enganos
Vago por sentir teu corpo errante
Entre minha vontade de ir
E o estupor de ver o mundo
Sempre tão distante da visão
Desta linda calamidade humana
Que é sentir de todo o amor
Este natural de ser humano
Partícula do fogo do viver.


Olha pro véu da terra
Amor
Planta da terra a palavra certa, amor
Amor que erra
Perambulando pelas cercas
Que vivem de medos de mil hunos
Não se percebendo a imensidão do vento
A nos acaraiciar em tantos planos
Revirando nossos olhos mudos
Quando nos tocamos sem ferir
Pelo retumbar do som profundo
Que é luz de toda a criação
A nos recuperar a aurora
Pelo receber o sol com flor
Natural de nós é ser exato
Como só o amor pode oferecer.

Deixa eu dizer, amor
Este florir
A flor
A nos também ser, amor
Venha a rir, ser flor
Venha a ser, ó flor
Meu sol
Minha era!

Teu

Segure-se
Alí onde está seu olhar
Me vejo temente
Procurando sair pelo vão viajar
Buscando ao alto mar
Estrelas cadentes
Para então num nítido e insensato tempo
Recuperar a paz que hoje sei
Existe na cor de um sentimento
Que constrói-se em flor
E em lua arder.

Repare sem querer
Haverá também ali
Um vento, uma semente
Pra tudo reunir em torno do calar
Sentindo só o pulsar inclemente
Do peito a consumir
As miragens e as tendas
Deste Oásis pleno de delicadezas
Onde faço minhas palavras
Serem o mundo teu
Prometendo como lei
O esforçar-se
Pra ser só
Teu.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Expansão do intento

Perdoe-me a rir em pleno novo mar
Daqui de cima o vento a disfarçar
Pleno de estrelas baila-me à distancia
Do olhar
De um sonho que me deixa a vida
E a arrasta
Tentando em si mesmo o todo inventar.

Sonho desses só vi nos becos de Shangrilá
Rabisquei rimas mesmo, sempre lá
Entre belezas e sorrisos ocos de vagar
Entre ventos de cores quase lindas
Pelas Áfricas
Rebusquei medos e nasci de novo a notar
A alma
A cena
A palavra intensa
Que cala o vento.

Palavra que encena
Da alma a pena
Que desenha intentos.

Vago entre rios, entre o mar
E o mar recria meu novo inventar
Faz já comigo a dança
Que das ondas traz o olhar
Que do vento ator retira as finas
Mil camadas.

Porque dizer sem som o tom do se calar?
Se à alma, as cenas
A beleza intensa desarma, qual vento?

Sou alma tão plena
Pequena, intensa
Expansão
Do intento.

Convite

É dia
A tarde avança rindo e eu em suspiros
Pela vida
Passeio colorindo meu caminho
Nas lidas do muito aprender.

Nas verdades que o olhar desta mulher
Hoje me conta e guarda
Eu que me perco a convidá-la agora
A passear em meu ser.

Nas brechas dos mares e sorrisos
Que vagam na visão das eras
Busco um meu destino que desenha à vera
Esta canção que te convida aos belos
Novos riscos do ser.

É tarde
Pra mim que homem se escreve em trovas
E te deseja em cada minuto as horas
De ver-te feliz
Mulher.

Menino

Canta a oferenda
Que hoje me deu o dia
Como se os olhos meninos sem voz
Notassem em todo herói
O peito poeta
A luz de nós.

Canta e surpreenda
Saltam nos olhos as tiras
As lendas e os jovens combatentes
Que sós
Venciam monstros e avós
Que queriam nos fazer dormir
Não mais sós.

Tantas justiças cansei de fazer
Brigando com um ET
Quantos maldosos vilões sem manhãs
Lancei a queimar ao sol.


Correndo veloz, pelos ares
Voando em astronaves
Tão forte
Maior que todo o sol.

Quase um herói das tardes
A ser hoje um sonho presente
Recriando em versos
Todo um filme que soube fazer
Com o sabor de te olhar
Me tornando menino outra vez.

Super

Hoje o sol me é
Uma fé, uma mulher
Um risco.

E quem me dera o sol
Alimentasse assim
Minha força e me fizesse ir
Pras estrelas que têm
Este brilho de teu encantar
Pra colhê-las e te ofertar
E veloz simplesmente voltar
Cantando o canto
De um planeta que foi
Um espanto natural que o amor
Construiu da fé
Da mulher
Do risco.

E se super eu hoje for
Levo o instante
O desplante de natural flor
Pra poder ter fé
E te deixar, mulher
Meu riso.

Voando sem capa ou véu

Voar pelas nuvens frias
Olhando de cima as casas
Lutando contra os letreiros
E as maldades dos mercados de vidas.

Seria heroína a vida?

Sem capas ou botas vermelhas
Voando por sonho, amor
Pelo sol
Que teu brilho ateou nas retinas
Do poeta banal
Que hoje salta por mundos e sinas
Tateando alegorias
Feitas de cinema
Um beijo, um carinho
E a rima
Que enfeita razões esquecidas
Nos quadrinhos desta vida
Que faz nascer
O belo jeito de herói
Herói a ver
Todo o teu rosto no céu
Voando sem capa ou véu.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Ela não é Cristina

Errei no ínfimo dom da palavra
Não manerei nesta tola irrazão
Calei-me triste
Muito pela mancada
E vi mesmo que a bela não daria perdão
Mas com a fé que me move e ilude
Mostro a fuça
E dou-me a cara à tapa
Buscando nos olhos toda a piedade
Que a bela que invade meu sol
Possa ter em sua alma.

Errei no cisco do bom diplomata
Eu cara a cara perdendo um golão
Errei na hora de dar peruada
Explicando pra bela todo o meu coração.

Como dizer pra Rainha que o chute
Era feito apenas pra dizer-lhe amada
Como falar que esta barbaridade
Foi confusão que arde nesta mente cansada?

Apenas me busco dizer que errei solamente
Por falar desta vida tão vil
Mostrando-me inteiro
E fui no sufoco tão oco do ímpeto puro
Misturar as saudades com histórias de nomes
Que misturam-se inteiros.

Apenas eu fui do sufoco rebuscar o sorriso
Da bela cansada
Refazendo a rede do gosto
Da rosa encantada
E hoje eu peço à Rainha
O perdão que recupera a beleza
A calma e a grandeza
Que meu coração deseja
Pra encantar-te por aí.

Errei por perder-me em teus olhos de águia.

Entre flores

Parece que o mundo
Rompe contradições feitas sem seu nome
E mostra-se em mil cores
Rebusca o liguajar do torpe
Apenas pra ser mundo
Perfeito e infindo sob teu nome
E teus olhos
Que fazem-me tremer a pele
E das asas ir de malas
E de proas.

Como te falar de hidrantes
Se o meu natural é içar das rosas as pétalas
E dar-te o sal?

Parece que meu todo
Hoje tem a febre se querer-te sem antes
Servir-se em meio à fome
Na bandeja do teu nome.

E como que encantado
Ausente e mal humorado
Vejo a cela que me encerra
Antes do tempo agendado
De ver-te entre flores.

Parece que eu sussurro
Com esses delírios de te ver
Pelas manhãs que disfarço
Vendo o espaço, o regaço
Dos meus sonhos impostos
Pelos desejos que crio em ócio
Sou mesmo mais ninguém.

E como que ausentado pelos receios marcados
Vejo a vela que afeta
O fluxo do vento sagrado
Movento almas sem motores.

Parece que meu mundo
Parece cada vez mais com você
Nesta esperança que rasga-me a fronte.
É amor ou é você
Tudo o que sei?
Ao menos sonho
Em atos.

E a cada ato me deparo
Com a forma dos teus espaços
Dança a bela
E me encerra o medo antes calado
Quero-te entre flores .

terça-feira, agosto 08, 2006

Marujar

Senti renascer o brilho das muitas
Ondas plenas
E criei nascer pelas vãs estradas
Que dão mares
Como é lindo se ver
Como é lindo se ver areia no vento entre os dedos
E no destino surgir
O que eu ri sem ver
E quem puder ver vai ver sol e lua
No mar nascer.

Mar é minha festa
Acordei com saudades de marear
Ser a nau do mundo
Lançar-me fundo somente a bailar
Nas ondas
Que sonham em sesta
Trovejam o que me resta a cantar
Sem mágoas
Medos de sereias
Queria ser a cheia a molhar.

Barco que surge e empresta
As barbatanas que cuidei de arrumar
Peixe, filho de pesca
De pescador filho de rio e mar
Sinto peito qual bumbo
Andar o mundo sentir-me soltar.

Cala a veia na praia
Permita-me ondas
De onda amar
Fala sussurrando mundo
Eu fugi do triste abraço do matar
Sendo, Oh, morena
Marujo que vai ser do barco a ameia
E hoje, com sol profundo
Me fiz mil mundos
Fui pirata sem bandeira.

Mar Moreno

Sorri e vem ver a lua na chuva
E as lendas dos mares brincando em torno do sol
Beijando a areia
Fazendo os ares serem cheios
Batendo peito na dança
De quem riu e viu as lias da chuva
A tudo restabelecer
E quem riu foi ver a lua
Ser mar, nascer.


Venha, me faz promessa
Acorda cedo e vem o sol olhar
Veja os raios cruzando
Se entrelaçando entre os prédios e o ar
Prezo, tua voz que encerra
Melhor metáfora do mar que há
E canto o vento da cheia
Que mar ateia a voz de Iemanjá
E dágua traz um sussurro
Que quase murro nos acorda a dançar.


Nas asas das ondas que a praia
Sutilmente empresta pro meu peito olhar
Fiz verso pra morena
Que encanta o mar
E deslumbra a areia
Tece na luz das velas, as velas do saveiro do sonhar
Navega na lua em festa
Rebusca o olho de se enamorar
Nas águas da praia cheia
que incendei a luz do meu olhar
E na calma do verso mudo
Olho e abuso de me encantar.

Na calma da beira da praia
Que a mente cria pra te pintar
No quadro em que és, morena
A lua cheia a me transformar
Eu traço um verso de alma
Rimando cabelos negros com meu mar.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Peixes e Áries

Peixes é luz dos olhos
Áries é renascer
Na ponta dos cascos de Deus
Buscando sempre lida
Enquanto navegando sonhos
Peixes faz segredo
Estranha e singela a razão do encontro
Das vidas.

Peixes é sol de sonho
Áries árduo nascer
Do sol entre dedos e crentes
Razões de loucura
Enquanto na lua dos mares
Peixes sem limites
Revela a razão que conduz vidas
E magias.

Áries é sobre os olhos
Decidir ou morrer
E Peixes é sobre o nascer quase uma poesia
Delicado seduzir dos mundos
Em toques, desejos
Que em saltos e bruscos atos
Áries aprende e fia.

Áries é agir rápido
Antes que acabe o ser
E Peixes é sobre o humano a sagrada loucura
Transformada em súbito mel
Que transforma o ouvinte
No guerreiro cego que há de amar
E amar
Como Áries se dá.

Ao raiar do sol

Sinto dizer
É aurora
E não vejo já você
Entre a cor dos meus segredos
Feitos deste entregar
De menino som de mina
Filho do Deus do navegar
É do sol o meu sorriso
Que acorda a caminhar.

E abandonando espadas
Desejando só sonhar
Rasgo o ventre da terra
Pro ouro alumiar
Com o antídoto da lida
Sendo o seu lembrar
Com um verso que tanto
Faz de mim outro mar.

Tantas pedras pela vida
Que por vezes traz sofrer
Mas sofrer já não ocorre
Quando o rumo do viver
Tem o brilho deste ouro
Ouro de fé
Ouro de ser
Entregue por sonho e risco
Dado o peito pra teu ser.

Que me aborda nas asas
Vôo sem nem cansar
Pelos lírios, pelas pedras
Que minha mãe deu-me ao mar
Que se encontra com o Rio
Deste meu navegar
Eu pescador de sonhos
Te ofereço o raiar.

domingo, agosto 06, 2006

Irmã Sol

Fala-se Afã
O querer mais demais
Saber da toda estranha e futura
Ação que vai
Construir o incêndio da palavra
Afinal o que resta da loucura
Resiste em própria voz.

E canta o sal
Substituindo o ser
Pelo ardor que demonstra a fúria de ser
E sangrar
Talvez construa almas
Armas nobres de saber o pús
E a vez que vai ser o tempo
A não ser que a paz de outro vento
Nos arroube o destino
Sem fim
Destas horas
Onde vento.

Sabe que o chão
Resiste a não saber
Que a invenção do ser feliz
É o ser
E ser dói
Bem mais que vãs palavras
Mas a esperança é o ser
Assim sol.

Como ir em paz, ant eo tempo?
Como ir maior que este vento
E sentir-me vivo
No liz
Destas tantas cores e inventos.

Não sou mais só
E nem quero calar
Quero felicidades raras pra todos que eu amar
E assim perdido em palavras
Te invento o calmo doce ser
Irmã Sol.

Lançar-se ao mar

Como traduzir a flor
Que me és com apenas canto?

Como demonstrar o ardor?
Com palavras em esperanto ou com o bailar
Que arde qual sol
Em cores que recriam o mar?

Na pintura que Deus criou
Fez-te a ser
Nebulosa de brilho
Galáxia de entender
Como o ser fé a se materializar
Recria universos
Estrelas de caminhar
Comko essas gentes que nasceram céu
E hoje passeiam sem perceber todo o mel.

Que é Deus entre a cor
De tuas vozes e encantos
E do teu sorriso ardor
Que faz chama de meu canto.

E como cantar
Todo esta poalavra amor
Que pode mudar
Destinos, estradas
Flor?


Talvez enamorado de um verso seu
Feito do bailar, do sorrir
De todo o ser
Pense como náufrago
Sedento de amar
Perca meus caminhos por querer todo voar.

Talvez tudo em torno seja ilusão
Talvez seja aposta malfadada ao coração
Mas coragem é o risco todo de lançar-se
Pelo amor do sonho
Diante do além mar.

E talvez este calor
Que eu sinta seja o tanto
De vida que Deus criou
Entre os detalhes do encanto de saber-se ser mar
Pescar ante o mar a flor
De todo navegar
Lançar-se ao mar com amor.

A mão que nos cala

Haverá dia
Onde a aflição de tudo abarcar
Será apenas um cansado aí
Da esperança viva?

Haverá dia
Onde o sorriso de tudo já será
A face mais nobre que do sol
Recria nova vida?


Seremos mais simples
Deitados no ar
Que tudo ilumina
E põe nos ares
Todo meu sentir
Que se aninha em torno do inevitável
Desejo de ser um mundo
Todo meu ouvir
A cada acorde o som das artes
E das inteiras
Vontades de bom futuro.


Seremos o ir
Caminhar como se a noite fosse a face
De nossa eterna e imensa coragem
E assim
Por ser apenas flor que tudo sabe
Veremos nas estrelas
Irmãs nossas que se foram.

E a paz de nosso tempo será o inverso
Pois a mão que nos cala
Se enterra.

Regina

Permita-me a dança
Rainha que empresta à festa
O estupor da ânsia de ser menina
Tão linda
Nesta angelical e enorme cantiga
Que a noite afina
Na viola que ao luar me é
A explosão da rima.

Permita-me um verso inclemente que aja
Que faça
Como um guerreiro tonto de tanto, tanto combater
Abandonar a má luta que apenas cansa
E saborear a flor que é
A intenção divina.

Vem por esta trilha que abarca a alma
E acalma
Que faz tudo então ser bem mais sol
Ser mais viver
Vem nesta linda esfera
Nesta festa
Vê-me apenas fera
Que encantada deita ao solo
E súdito
Se aninha.

Nesta esperança sonho que me é completa marcha
E torna o meu espaço
Um intenso renascer
E eu redescobridor de versos e farpas
Deixo-me levar na dança cega
De canção da própria vida.

E por isso invento um poema prece
Que faça a rainha
Perceber o ninho
Neste peito solto
Que revela a calma
Que despreende-se ao tempo
De saber-se inteira
Verdade e sonho que me faz menino
Como se a arte criasse a flora
E todo o meu trabalho
Fosse fazer-te canção.

Pra te ver rindo

Queria tanto falar
Bem mais que poesia
Saber quando talvez o mar
Vira mil vidas.

Eu queria tanto sonhar
E criar um bonito
Caminho dourado de andar
Por teu sorriso.

Tão piegas quando sonhar
É sentir-se voando em giros
Pelos atiplanos do amar
Como improviso
De um cantador a violar
Acordes de orientes vivos
Que respingam no teu olhar
Belo e infindo.

Esperava até notar
De uma alma talvez um brilho
Mas de repente o sol a voar
Fez infinito
E me fez supernova
Encantado e bonito
Como nunca me fiz ao olhar
Pra teu sorriso.

Me permita talvez ousar
E cantar-te um choro aflito
E talvez aprender a sambar
Pra te ver rindo.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Teu toque

Imagino teu sorrir
Regravo teu olhar
Conto minutos
Horas, o que passar
Pelas certezas que a alma hoje tanta
Quer levar
Pelos sonhos e cores
Que da brisa pintam mágicas
A refletir a dádiva que é ver-te a bailar.

Entre as aspas e as cenas
Que fundam poemas
Há as asas do teu intento.

Como te dizer
Como explicar
Todo este brilho imenso do notar
Estrelas livres entre noites tantas
Entre o mar?

Que recria o fogo desta vida
Pura dádiva
Que eu a sorrir imputo ao mesmo sonho
Que fez-te voar.

Entre as asas, poemas
Instantes que pensam
A demora do tempo
E falo-te nas ventas
Das vontades que aventam
Teu toque, teu beijo.

Teu olhar

Espanta-me tuas linhas e tuas tantas
Vertigens causadas pela canção
Que hoje traz um olhar bem mais cigano
E o natural agir sem maior medo
Destas gentes que vão lá
Nascer lugar.

Pergunto-te sem maior razão
Se este brilho que refaz em mim a sina
Tem nas asas
Tua palavra?

Faço assim nova canção e te pergunto se as coisas
São teu riso
que refaz alma
E inté vida?

Como não ouvir enluarada
Viola de pó e de palavra
Que refletem teus cabelos negros
E induzem outros risos além do belo som da aurora?

Como não ver imensidão em solo
Terra que deságua em água
E em ócio?

Mostra-me esta invenção morena
Que cria dia bonito
E sorri-me
Novas horas.

Entre os chistes da razão nasce o incerto ressorrir
De cada palavra
E por isso
Olho a rua
E vejo a ti
Sinto a ti
Recriando a voz morena
Do verso que quiz cantar
Pra poder dizer
Sem pena
Que tua arte é teu olhar.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Por toda emoção

Não há paz entre findas e inúteis artes
Não há paz no olhar
Se o preço que cobra-se pelos passos passados
É o triste jogar-se prostado ao chão.

Não há paz nenhuma em aceitar em seu peito
A frieza calada
O hipócrita medo
De ver-se jogado à corrente
Súbita, inexata,
De ser multidão.

Só há paz na coragem imensa do sorrir
De ver-se homem, aceitar-se moleque
Pegar-se no vento
Qual pipa voada
Cantando canção.

Só há paz no ter dos olhos
O doce e o risco
De perceber as coisas qual novo mundo
E ser adulto como quem navega
Por toda emoção.

E é natural que toda voz
Tremule, capenga
Se a palavra é a faca que abre peito
E faz luas serem anos
Com o estupor das coisas vindo
Em abertos encantos
Resgatando a palavra vida
De cada novo canto.

Como sorrir é coisa tanta
Se traz esperança
E inaugura um novo sentir, um novo momento
que ilumina além dos olhos
O ardor dos corações
Que hoje dançam abraçados
Pelas ruas em cascatas e paixões
Que fazm o mar
Calado olhar pra cada riso
E ser antes um instante que renova a alma pura
Por amar.

E é natural que toda voz faça-se imensa
Pois é ela o significado imenso de ser
Nascer
Amar.

Natura

A cada sabor e a cada espanto
Do peito a ronronar
Petisco um pouco a lua
Ouço tua voz, tua candura
Faço um som com a cor do teu tom
Me lanço à rua
Não quero cruz
Espero luz.

E parto sem esperar
Sem calar-me a fé
Sem perder de manhã o bus
Acalmo mi corazón
Num bolero em vão
Pelo asfalto que já me conduz
À calma de todas as almas
Que colhem afazeres de luz
Paixão que hoje flui
Paixão de sonhos
Fui
A tentar construir em terra o tom
A voz, os azuis.

Deixa eu só cantar
E te encantar
Ronronar natura.

Bom dia

Nota o dia,
Oh, moça!
Tu que causa vertigens
Pra meu temerário sentido de rua
E jeito de ir
Pelas luas relembrar ao céu
Como se fosse natural sorrir
Enquanto o mundo explode sem mel
Talvez só seja o olhar novo pra vida.

Nota a chuva
Que sonha
Brotar em brancura
Qual rosa em espaços de puro verniz
Que do dia faz surgir a granel
Versos distantes de tudo o que diz
Que é natural engessar-se ante o véu
Deste prazer danado que é ser vida.

Ri e acrescente assim
Teu colorir
À minha vã saudade da paixão
Nascente é a luz que aprendi
Pelos estandartes da falta de razão
Pelas lutas da gente pra ser feliz.

E volta
Apareça linda
Refaça sem média
Com tua cor menina
O dia febril
Que hoje cinza faz do próprio céu
Um saltimbanco a saltar sem triz
Correndo o risco de destilar-se em mel
E ser somente um vento
Ou uma brisa.

Ri solenemente, sem verniz
Perdoe-me o avançar do coração
Viver é arriscar-se a ser feliz
No ar
Que vem da vontade, irmã da paixão
Ri e encanta o moço
Poeta de outro giz.


E nota
O riso da brisa
O tom das esquinas
O sol que se nega
A aparecer sem rimas
E vivas feliz
Porque o encanto é o natural do mel
Que hoje afina sonho e país
Porque o norte da alma sem véu
É ver-te sorriso e mar
Neste bom dia.