terça-feira, agosto 15, 2006

Do teu corpo

Se desejasse só teu corpo
Não teria a coragem
De inventar imagens
Dançar pelas tardes
Como o vento que vem.

Se fosse só do teu corpo
O desejo que afirma
A glória de ser sina
De amar nas esquinas
Combater por bem
Eu teria a ilusão de almas escravas
E pelo inferno da relva
Sofreria a morte das palavras.

Se fossem só por teu corpo as minhas ondas
Calaria tonta a poesia pronta
E não veria ninguém
Além de meu corpo morto por cegas sombras
Nú medo que todo, cego, tolo
Não mais sonha.

Por isso sugiro a luminosidade ativa
De ver-te forte
Livre
Norte de minhas vidas.

E prefiro a cavalgar pelos espaços
De teu sorriso, livre
Portador de astros.

Prefiro o salgar teu rosto
Com beijos e trovas
Sangrando como novas
Estrelas que entornas
Com o sorrisso que vem
Anunciar a matriz da poesia viva
Talhada em sonhos que consomem-se em lidas.

Do teu corpo aspiro tão somente
Teu caminhar, sorriso, olhar
Que me prende.

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