sexta-feira, agosto 18, 2006

Paixão?

Como assim te descrever
Se meus olhos já te ardem
Pelo brilho de tuas tantas
Formas, sons e divindades?

Como despreender-me do sonho
De toda esperança e intento
Se da musa destes versos
Guardo sabores e inventos?

Talvez cores e manhãs
Talvez rasgos de bons dias
O toque da pele ensine
Qual quem saboreia poesia.

Para que eu possa cantar alto
Teu nobre sabor cereja
Tua iluminada e inteira
Razão toda de ser beleza.

Perdoe se eu tolo não acerto a letra
Das canções mais bobas e parvo fito a vida
É que teu jeito me afoba
Me traz razão sofrida
De esperar-te toda
A domar-me em vida.


E por isso guardo-me a ser
Espectador de tuas vontades
É que sabes tantas coisas
Enquanto eu só sei saudades
De futuros sem milplanos
E jabutis, sabiás lentos
Enquanto vejo teu terno
E iluminado conhecimento.

Eu só sei nascer manhãs
Pelas tardes já curtidas
Enquanto tu sabes lírios
E arrrastar poesias.

Perdoa aqui se o teu bardo
Não faz sempre luzes acesas
Te espero ser inteiro
A entregar-te belezas.

É que menino folgo em morrer certezas
Vago pelas luas a ludibriar vida
Que me salva dos golpes duros e canções mais frias
E me apresenta ao fogo de tua alma linda.

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