terça-feira, novembro 25, 2008

Latuff


MANIFESTANTES OCUPAM HOTEL SEDE DE SEMINÁRIO PARA EMPRESÁRIOS SOBRE PRÉ-SAL



24.11.2008


Por Agência Petroleira de Notícias (*). Fotos: Angelo Cuissi/Fazendo Media

Depois da última terça (18/11), os empresários estrangeiros e nacionais que estão de olho no pré-sal brasileiro ganharam uma grande preocupação. Por volta das 13 horas deste dia, os integrantes do comitê Rio do Fórum contra a Privatização do Petróleo e Gás ocuparam por alguns minutos o saguão do Guanabara Palace. No luxuoso hotel da Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio, acontecia o Seminário “Pré-Sal – desafios e oportunidades” , em que a inscrição custava a bagatela de R$ 1.970,00, valor que define o público alvo do evento.



Nem o reforço da Polícia Militar foi capaz de segurar o ânimo dos manifestantes que avançaram para dentro do hotel com gritos pela re-estatização da Petrobrás e cobrando a não realização da 10ª rodada de leilões das áreas promissoras de petróleo e gás, marcada para 18 de dezembro. Depois de cerca de dez minutos lá dentro e algumas palavras de ordem, a coordenação orientou a saída pacífica e continuação da manifestação do lado de fora do Guanabara Palace.

“Os mesmos que já roubaram nosso ouro no passado, agora querem levar nosso petróleo. Não vamos deixar isso acontecer. Esses empresários que hoje se reúnem para negociar o nosso pré-sal podem ter certeza que estão tratando de uma moeda podre, pois ninguém vai levar o nosso petróleo e gás” – conclamou Emanuel Cancella, coordenador geral do Sindipetro-RJ e integrante do Fórum Nacional contra a Privatização do Petróleo e Gás.

Um grupo de teatro popular apresentou um esquete sobre o processo de privatização desde o governo Fernando Henrique. Foto: Angelo Cuissi/Fazendo MediaUm grupo de teatro popular apresentou um esquete sobre o processo de privatização desde o governo Fernando Henrique. Foto: Angelo Cuissi/Fazendo Media

Além do Sindipetro-RJ, estavam presentes o Sindipetro-RS, a Frente Nacional dos Petroleiros, a CUT, a Conlutas, a Intersindical, o MST, o MTD, a FIST, dentre outras importantes organizações sociais. A concentração começou por volta das 11 horas, na Candelária, com um grande balão de gás, carro de som e faixas com a chamada da campanha “O Petróleo tem que ser nosso”! O diretor do Sindipetro Hélio Cunha coordenou esse momento inicial, chamando a população a participar dessa luta e do abaixo-assinado que pede o fim dos leilões e que a Petrobrás seja 100% estatal. Cunha ainda chamou a atenção das pessoas que passavam, alertando para o fato de que a privatização do petróleo pode aumentar o preço da gasolina, do gás de cozinha e até das passagens de ônibus.

Diversos grupos participaram da manifestação próxima ao Hotel Guanabara. Foto: Angelo Cuissi/Fazendo MediaDiversos grupos participaram da manifestação próxima ao Hotel Guanabara. Foto: Angelo Cuissi/Fazendo Media

“É errado vender o nosso petróleo. A luta que vocês estão fazendo aqui é justa, mas o povo ainda não acredita que pode vencer. Mas não podemos desistir. Temos que lutar como essa turma está fazendo aqui” – comentou Jorge Luis, 40 anos, morador de Duque de Caxias, que vende água e refrigerante pelo centro da cidade.

Os coordenadores do Fórum Nacional contra a Privatização do Petróleo e Gás prometem que até 18 de dezembro vai ter muito movimento no Brasil inteiro para impedir a realização de mais essa rodada de leilões. Essa terça já sinaliza o que vem por aí.

(*) Fonte: www.apn.org.br

E falo sério!

Pau na palavra
Pé bem no chão
Rabisco rua
Faço ilusão, faço loucura
Faço invenção.

Pinto a preta na luz azul da rua nua
Finjo ilusão
Nego frescura
Rimo com Rio
Rimo com lua
Rimo com chão
Toda incerteza do medo safado do espelho
Do se notar inversão da palavra no ato desejo
De se gostar
Quebrando atabaques no ritmo cheio
Feito de luas, qual ser delícia
Que agarra o sol e a invenção
De ser criança.

Pau no verso da ilusão
Cria-se nua a rua então
Palavra pura
Rima com chão
E desliza mão, pele, ocê
Canta-se nua qualquer canção
Bate-se rua
Tambor, Okê!
Tudo insinua mesmo invenção!

E como se fora antes misturam-se instantes
Ruas e mar
tornam-se muitos milhares de tão inconstantes
Gentes que há nas palavras e costas de pretos instigantes
Mundos e fundos
Sonhos e óbvios tons da palavra Revolução
E falo sério!

Sorrindo Caymmis

Estrelas sempre rasgam dentes no mar
Saboreando velhos sons no astral do sorrir
Nas boas de brilhar colorindo o ar
Quebrando regras com planetas em torno do seu
Enorme “Eu” inverso aos meus trilhões
De novos jornais
Noticiando peles feitas de mim
Recosturadas do impossível jeito normal.

Estrelas pegam preta pele de mim
Por causa boa de tentar viajar
Sem ter de pegar nas espadas
Sem ouvir espadas
Sorrindo Caymmis enfim.

sábado, novembro 22, 2008

Pele preta

Nem li sob os ombros do preto outro ver
Notei cordas e botões
Retirados à base de foice e festa
Dançada na linha de caboclo bão.

Rasta pé de sonho são
Nas eras
De reinventar um som à vera
Faz-me água em preta pele deslizando beleza
Faz-me água em preta pele desejando sumos e ceias.

Sorri
Fiz-me ombro do preto
Fiz-me ler
No sumo feito de chão
Razão e cantiga de pele preta
Suada e sorrida
Desejosa então.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Crueldade com Animais Triple Pack





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Sou de um Rio fácil de ler

Beduínos, Índios, Condes
Negros, Turcos, onzes driblando o juiz
São todos Franciscos de Assis pintados em bancos de pinho
Em mesas com linho onde não bebi a furtacor dose de aniz
Nunca doce onde paro
Onde mau reparo o som do sorrir
Calo a certeza do ouvir
Pelos sentidos urbanos de saber dos anos pelo som do sim
Solto a voz no cais de mim.

E entre dentes assovio a lua
Notando teu rosto ao mar
Que imagino entre gestos, nuvens e paz.

Portos de assis ao longe
São mares de monges e peças de marfim
Rasgos n'alma dão em mim
Ao ver a lua incerta trançando sinceras Cinelandias em fins
De uma tarde onde colori
A Deus mãe das vidas criadas nas tintas do que não mais vi
Eu pintor do invisível fim
A escrever ventos, naus, Inhaúma fatal
Gamboa a Gandhi ver
Sou de um Rio fácil de ler.

Mundo plural

Eu louvo a cidade recriando artes soltas
Os Rios transformam ostras em soltas verdades
Criando vaidades tolas.

Um lírio de sonhos ressalta um tolo sim
Tecido nos risos amargos de um fim
Que trança o tamanho folgado da voz
Nas urnas e cajes que somos nós
Que somos sós.

Me transe vaidades
Nas ruas, nas asas soltas
Vermelhas miragens todas nas cansadas margens
Me transe cidade em gotas.

Se asas de homens seduzem mundo em sins
Dedicados em nuvens de cores e jasmins
Os muros caídos nos deixam sem voz
E murros apressados nos formam nós
Nunca mais sós.

Revirando artes
Nos versos de paralelepípedo
Somos rito, somos mundo plural.

terça-feira, novembro 18, 2008

Tambor acertado pelo cão do intento

Luas vermelhas, ruas acesas e nítidos dons de fel
Rompem a fé na fortaleza dos íntimos de Deus
E negros comem a pele da palma das mãos
Enquanto deliram breus de archotes tendo ao chão
Sangue e mel.

Florestas pretas por natureza
Lambem as costas, os pés
De gente rebentada, presa, amarga como eu
Que costuro das políticas o vil sentimento de poder ser três
Sem esperança além do velho cão inglês
Batendo na espoleta X de Malcom sem Hair
Espalhando a pólvora que fiz do sonho da Mulher
Rindo do tolo ódio de pura emoção
Algum pálido amor
Enquanto nos damos a arder de sol e pavor.

E às velas em algum mar de linhas feitas de luar
Contorcemos um mundo infeliz
Embaralhando cada lugar com a mente tendendo a ser a liz
De toda nova invenção
Revolucionando o ser
Sendo ação.

Das luas vermelhas tão pequeninas
Trago arte e imaginação
Das trilhas das negras retintas almas trago o som
E o bater dos inúmeros mil lamentos
Sampleados com bongô
Ouça o tom do Tambor acertado pelo cão do intento!

quinta-feira, novembro 06, 2008

Desesperos concretos

Mudei as notas das beldades entre dores e risos
Rasguei meu sexo tântrico bem na mesa do Engenho de Dentro
Rebolei sintaxes no exato sentido do nome próprio dos meus planos
E soletrei o medo ainda que busca reparo para o que eu sonho
Por causa da mágoa que assola os meus bons dias enquanto eu perco mais um ano
E parei embaixo dos arcos da Lapa com ecos de Elis Regina
Por muito mais que um sorriso
Por muito mais que amor.

Escrevi versos de anjos
Fiz pela música do sonho de amor eterno
Desenhei magias por fazer planos com você pelos mundos destruídos
dos céticos
Te peço em casamento nos sonhos coloridos
Que me iludem decerto.


Meu nome não tem memória pros sites Brasileiros
e eu nem ligo, pois não tenho importância
A hora das derrotas viáveis e indiscutíveis me pegam no meio tempo
entre a loira e a morena, a cicuta e a cerveja e outras dúvidas sem sentido
Nas páginas dos jornais inebriantes resmungo milagres e fatos nocivos
Por música, por maldade, por domínio, por delírio
Passo horas recriando vícios
Viajo na idéia do reconhecimento no mesmo momento que caio no riso
E por isso eu não morri
Por isso me destruo de amor.



Derreti ouros e planos
Rasguei a blusa rompendo com mil decretos
Exagero a bagunça dos meus anos
Regular minha loucura eu decerto não quero
Fico de saco cheio de planos infalíveis
Enquanto rascunho meus métodos.

Se meço meu sorriso notando o que virá
Resmungo rotas de sobreaviso
E vago na história de renunciar à toda lógica de raciocínio
Por causa do sentido do meu amor a olhar a performance do desabrigo
E me permito ver as novas fontes daqui vivendo e cantando
Tentando ao longe qual louco te perseguir
Enquanto me mando pelos caminhos, pelos trilhos
Do que sinto ser amor.

E reduzindo desenganos
Costuro a lógica no peito totalmente aberto
Crio poesias e faço planos por você
Pelo mundo e pelos anjos despertos
Não minto ao dizer que te amo
Entre risos
E desesperos concretos.

Porque te amo ainda

Sete léguas marinhas fazem de mim
O que percorri e as luzes velhas do que senti
Construções já perdidas, ruínas de Paris
São o que previ nas runas das velhas quando sorri.

Criei palavras boas de se falar
Rastros, alvos, dores, mortos, planisférios
E nenhum lugar
Fiz um exército bom para se lutar
Enfrentei gregos, Macedônios, Hebreus,Ibéricos
E tentei voar
Pra ver as léguas mil marinhas
Me deixarem te amar
Porque te amo ainda.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Sambas banais

Rebuscada costa
Mares de Espanha
Jardins de Oxalá
Danúbios constroem luz
Voam sons de cinzas.

Entre rubras vozes de vis Américas
Bolivianos trens
Traduzem belezas
Renegam certezas
E como se anjos de muros
E tranças
Viramos neblina
E criamos sons de ação
Como viração
De festas de fins de anos
Tão sonhos
Que tecem manhãs
Como quem faz ouro de mel em beijos e tons.

A poeira me envolve as horas
E sonho o tanto de ver o mar
O mar me é só janela
Que é mera vocação nua de ser um Rio
Tâo rio que é mar
E inunda-me de uma memória que é qual voar.

E viajo nos seios, nos ritmos discretos
Terras e fados
A pedra dos arcos marca o sol a luzir
Pessoas e flores, água corrente
Lapas astrais
Regando Venezas tolas com sambas banais.

Bons dias tão banais

Ruas soltas
Feitas sem sol
De mar
Que a chuva leve
Traz lindo pra lavar
Males de cortinas
Fechadas sem sonhar
Pra não dar na vista
Esquecendo a fé
Que um riso alegre
De prazer pode ensinar
Poesias parcas
Pretas de sal
Que se tecem em flores
E desenhma sinais
Feitos de arruaça
Alegria, vitrais
Desenhos de cores
Bons dias
Tão banais.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Crueldade com animais




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No inexato do sonho

Inexato
Este seu pleno ser
Como um passo insano
Um treco, um desengano
Como inalar
Ares, vidas que as manhãs
Nos apresentam no café
Ao largo
Deste nome de mulher
Que inspira versos mau rimados.

Se há verdade
Nem precisa dizer
Tudo é de fato
Insano.


Estrelas emanam tanto de você
Com o tempo parte da minha alma
Nem quer mais ver.

Se há saudade
Não consigo entender
Salga as tardes
O sonho.

Sai do sol a prece
Que o Canto Geral
Escreve como se sobrenatural
Cada arte
Cada modo de ver
No inexato do sonho.

Feito de luz solar

Suo nos olhos
Sorrio e enfim
Faço milagres e estandartes
Arco com o dom da Arte
Se a fome é a parte humana de Deus
Sou enfim algo bem mutante
Vôo nas cinzas dos sons do antes
Como quem devora a aura
Das cores, das páginas
Escritas na sombra da lei.

E então sou o ar
Pra simples sorrir
E desandar.

Calmo como antes
Morto
Sem vida
Bebendo hidrantes
Sem calma nas amarras
Das horas da tarde onde sou subúrbio de mim.

Fale-me de elefantes
Curta o ninho dos não falantes
Cante algo daquela Clara
Que soa qual musa, qual anjo solene sem Deus
E se eu não voar
Não note
Sou feito de luz solar.