quinta-feira, julho 15, 2004

E foi dada a largada.....

 E começa a campanha.....
 
 Todos os candidatos, de uma forma ou de outra, lançam-se na corrida para a vaguinha de prefeito. Uns acenam com o grito do dinheiro, do poderio econômico. Outros apelam para a popularidade.
 
 O maior problema percebido é que, na maioria dos casos, a política ainda é vista como uma brincadeira de criança, como uma lógica própria, independente, das demais, ou como uma batalha improvisada, onde no final a verve de cada candidato faz a diferença, dane-se o planejamento.
 
 No panorama de São Lourenço essa lógica pode té funcionar, porém tenho lá minhas dúvidas.
 
 Além das qualidades inatas de cada candidato, um planejamento, uma busca de organização de custos, qualidade de propaganda, torna-se extremamente importante numa eleição.
 
 A maioria dos candidatos aqui apresentam perfis de direita, mesmo os do PT e PSB, mas alguns, acostumados a campanhas de pouca ou nenhuma grana, aprendem que o planejamento e uma real política de otimização dos custos é mais que necessária, é primordial.
 
 Percebe-se que o candidato do PMDB sai na frente nesse sentido, pois planeja sua campanha há muito. O candidato do PL, busca a economia, mas essa economia não atende uma gestão de recursos planejada e sim o medo de ausência de fôlego no final.Assim, busca-se uma conduta onde o planejamento é viciado em hábitos populistas e a total desvalorização de seu exército de candidatos ao legislativo vista com naturalidade, dado que o importante é a eleição majoritária. Não se percebe que a população hoje n ecessita mais que um prefeito, mas necessita de um legislativo de peso, com uma conduta ética exemplar, ética essa que a coligação que o apoia possui. Além disso, contenta-se com uma criação visual de baixo custo, mas também de baixa qualidade num quesito de extrema importância como a informação.
 
 Outro problema a ser levantado é não dar o peso necessário à conquista da elite e da classe média, abrindo espaço político pros três candidatos oriundos dessas classes sociais: Dr. José Celso, José Neto e Cássio Mendes.
 
 Ou seja, a ausência de planejamento pode custar caro numa eleição onde a base de apoio do candidato Tenório, composta de diversos partidos da base do Governo Lula, o perfil ético da coligação, composta de 90% da oposição responsável da cidade, e a popularidade inata do candidato poderia tornar extremamente fácil. Dá-se peso excessivo ao populismo desconjuntado e expontâneo e nenhum peso à elaboração de um plano onde exista uma política de metas. Olha-se a coisa toda até a metade. Ainda é difícil a derrota, mas dessa forma ela torna-se cada vez mais palusível.

segunda-feira, junho 21, 2004

Municipio e eleição

Aqui em São Lourenço o início da Campanha, que se aproxima, aponta para o acirramento dos ânimos e para decisões. O candidato Tenório Cavalcante fechou com o Dr. Lessa e este último sai de Vice. Embora polêmico, para dizer o mínimo, A aliança entre os dois aponta para um grande acúmulo de forças que tende,inclusive, a facilitar a vitória nas próximas eleições, até porque o grupo de 8 partidos que apoiám o Tenório (PC do B, PTC, PRTB, PTB, PSL, PDT, PSDC e PL) entenderam que o vice escolhido é o melhor apresentado até o momento.

Havia a possibilidade do PT local ser o partido que indicaria o Vice-Prefeito, mas parece que o PT de São Lourenço não curte muito o poder, não se interessa por participar de processos de mudança, de participar em articulações políticas, pra eles o negócio é impor. Quando a aliança indicou o nome do Cássio como vice eles disseram não. Queria o nome do Sr. Ralph Lage, sujeito que infelizmente tem mais restrição que nome. Embora o Dr. Lessa tenha angariado alguns adversários, seu nome tinha poder suficiente para fazer a aliança, pragmaticamente, aceitá-lo. Já o PT, que não queria conversar, hoje tenta, por baixo dos panos, fazer a aliança voltar atrás, coisa difícil.

O problema hoje é acalmar os mais exaltados pelas decisões tomadas e aglutinar as forças. O grupo Adversário, apoiador do Prefeito Preta Veia, tenta minar a aliança com desinformação, porém decisões tomadas é hora do pau. Mesmo com as dificuldades que a alaiança tem com o Temperamento mandão do Dr. Lessa, temos que compor e conversar, trazê-lo pro grupo e deixar que os adversários façam o deles, e esquecer o PT zinho.

Vamos ver....

sábado, junho 05, 2004

Comentários atrasados

Queria acrescentar um comentário à crônica abaixo postada.
Será que os mil e quinhentos acessores do Lulinha ganham tanto parea permitirem o presidente ser tão estúpido quanto foi?
Palmordedeus! Parece que todos esqueceram de como se faz política.

NYT de pileque, nossos jornalões de ressaca


A matéria do New York Times sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é falha. Jornalismo de terceira categoria. Não está à altura do profissional que a assina nem do grande jornal que a divulgou. Até o repórter-fraudador Jayson Blair seria mais cauteloso e menos escandaloso ao expor a vida privada de um cidadão ? mesmo que não fosse o presidente do Brasil.

Para começar, o repórter Larry Rohter errou na dimensão e na ênfase: os hábitos do presidente Lula não são "preocupação nacional" porque ele nunca escondeu que gosta de um trago. A foto usada para ilustrar a matéria com uma caneca de cerveja na mão (na Oktoberfest, ano passado, em Blumenau, SC) mostra uma pessoa alegre, descontraída, sem problemas em deixar-se fotografar com uma cervejota.

É preciso lembrar que não apenas o marqueteiro Duda Mendonça como o próprio Lula da Silva, então presidente eleito, não esconderam a caríssima garrafa de vinho que o primeiro ofereceu ao cliente por ocasião da vitória no primeiro turno das eleições de 2002. Portanto, não há mistério.

O presidente ? e não apenas porque foi um simples metalúrgico, mas porque é um bom garfo e um bom copo ? assume publicamente os seus prazeres e hábitos. E, talvez erroneamente, até tentou tirar partido desta imagem bonachona e "popular".

Reprodução acrítica

George W. Bush teve problemas de alcoolismo na juventude, por isso na campanha eleitoral foi obrigado a torná-los públicos. Se aparecesse com um copo na mão seria, sim, um caso político. O alcoólatra Boris Yeltsin era, sim, uma preocupação nacional. Mais do que isso, internacional porque numa dos freqüentes porres poderia apertar o botão errado e iniciar o holocausto nuclear.

Se nas rodas jornalísticas e políticas do Distrito Federal aumentaram ultimamente os comentários sobre a vermelhidão das bochechas e do nariz presidencial, isso não confere grande relevância ao fato. O repórter Rohter deveria saber que as fofocas de Brasília nem sempre refletem as grandes questões nacionais. Aliás, de certa forma, este é um dos grandes problemas nacionais.

Em segundo lugar: as fontes mencionadas na matéria não têm a menor credibilidade. Leonel Brizola é inimigo político do presidente Lula, portanto suspeito. Há 50 anos diz o que lhe vem na veneta e já pagamos muito caro por suas bravatas. Comparar o colunista Cláudio Humberto com o charlatão Matt Drudge desqualifica liminarmente qualquer informação. E se a fonte foi desqualificada, sua informação está liminarmente comprometida. Usar como referência a coluna de Diogo Mainardi publicada na Veja foi outro erro crasso porque o texto, além de opinativo, carece de qualquer intenção denunciadora ou mesmo factual.

Se o New York Times errou ? e errou muito ?, erraram mais ainda os jornais brasileiros nas suas edições de domingo (9/5). A republicação acrítica, sem qualquer comentário, sobre os erros da matéria original confirma tudo o que este Observatório vem dizendo há oito anos. Sobretudo no tocante às nossas edições de domingo.

Episódio melancólico

É inconcebível que a edição mais importante e mais nobre da semana seja fechada com tanta pressa e por equipes tão pequenas. O Estado de S.Paulo, a Folha e O Globo (que publicou pequena matéria na edição local) não poderiam contentar-se em reproduzir uma denúncia desta importância sem o devido suporte analítico. Mesmo nas edições de segunda-feira (10/5, fechadas no domingo quando as redações ainda trabalhavam em regime de meio-plantão), o grosso do material oferecido ao leitor baseou-se nas opiniões do governo, obviamente indignadas.

Faltou o outro lado, o suporte técnico, a radiografia de uma notícia precária e irresponsável. A expressão imprensa marrom mencionada na nota oficial do governo precisava ser devidamente traduzida. Inclusive para permitir sua compreensão pela imprensa internacional ? acostumada com a expressão "imprensa amarela", yellow press (veja a abaixo). A suspeição das fontes ? sobretudo Leonel Brizola e Cláudio Humberto ? precisava ser sublinhada.

O que aconteceu com a matéria envolvendo o presidente da República acontece todos os dias numa imprensa que burocratizou sua capacidade de reação e seu instinto de resposta. Este é mais um exemplo do perigoso "jornalismo declaratório" que impregna e emperra nossas redações [veja remissões abaixo].

No primeiro dia (domingo), reproduziu-se passivamente o que disse o NYT. No segundo dia, fez-se o mesmo com a reação do governo. E só no terceiro dia (terça) começaram a aparecer as matérias "jornalisticamente trabalhadas" (para usar a feliz expressão de Eugênio Bucci), menos factuais e mais analíticas.

O problema não é econômico, nada a ver com a crise que aflige as empresas de mídia e os brutais cortes de pessoal nas redações. O "novo jornalismo" que se pratica no Brasil é lento, linear e desvitalizado. Há muitos anos que os jornais de domingo apresentam este tipo de jornalismo requentado e chocho. Fecham no "pescoção" das sextas-feiras e no sábado, pela manhã e à tarde, fazem uma pequena atualização.

Podem ser eventualmente fartos no número de páginas ? como foi o caso da temporada do Dia das Mães ?, podem até ser densos no tocante à dimensão das matérias, mas não conseguem ser completamente atuais. Pecado capital porque a excelência jornalística mede-se principalmente pela velocidade de resposta.

Se já nos jornais de domingo (9/5) a façanha do NYT fosse devidamente qualificada pela grande imprensa brasileira, a bola de neve já estaria diminuída na terça-feira. Agora, fatalmente encorpada, poderá estender-se ou até mesmo crescer até o fim de semana seguinte com a inevitável contribuição sensacionalista dos semanários que não recusarão prato tão sedutor.

O episódio é duplamente melancólico para a imprensa. Um grande jornal como o New York Times, recém-saído de uma crise de credibilidade, escorrega novamente. Mas os jornais que poderiam contradizê-lo imediatamente mostraram-se atarantados. Um parece bêbado, outros de ressaca.

Alberto Dines é editor responsável do Observatório da Imprensa

Imbecis na Política

Falando de imbecis na política, ter de aturar Ralph ?Lage e os Ptelhos de SL vai ser foda, pior é aturar a camarilha de vereadores que tratam quem pensa como ingênuos e não têm mais nada além d eum cérebro de esquilo no quengo. Foi neles que me inspirei.

Politica e Políticos

Um dos problemas da política é levá-la a sério.A variada gama de imbecis que infestam qualquer reunião política e que assumem ares de sumidades é enorme, o pior é que todos eles conseguem a proeza de sempre confundirem juventude com estupidez e velhice com sabedoria, quando, no máximo, realizam a junção de velhice com estagnação e conservadorismo.

O problema se encontra na cultura política Brasileira que junta política com poder e poder com autoridade, autoridade com autoritarismo. Confuso? nem tanto.

A Política no Brasil assume carater de mando e não de execução, o poder vem sempre relacionado a inimigos, nunca adversários. Não se busca exatamente alcançar o poder para se executar um projeto real de alteração da realidade, mas para assumir o comando de um país. Qual a diferença clara entre um caminho e outro? Simples, a busca do poder como meio de execução, mesmo tendo em si a busca do comando, do mando, possui a vantagem e a caracterísitca clara de possuir um planehamento de execuçào de metas, algo que acrescente ao poder mandatário um efeito executivo claro, uma realizxaçào transformadora da realidade, o outro modelo possui o clássico: "somos bons, quando ganharmos a gente vê o que faz". Mesmo sendo uma simplificação grosseira da realidade, a afirmativa não difere muito da realidade. Uma pesquisa clara pode aferir isso, mas 90% das relações políticas passam longe da diplomacia e entra nos perigosos terrenos das relações obscuras ou da inimizade dura. Pouquíssimas vezes existem debates sobre as idéias de transformação que os grupos têm, o que se discute é como ganhar, nunca o que fazer se isso acontecer.

Assim a busca pelo poder infla vaidades, porque o que se busca não é o poder executivo, mas o mandar, nem comandar, nas pessoas à sua volta, inclusive nos inimigos, jamais adversários, políticos. Enquanto isso, o mundo permanece o mesmo e qualquer desejo de mudança é confundido com a inexperiência de uma juventude não carcomida pela estagnação velha.

quarta-feira, junho 02, 2004

Concebendo Deus

Falar ou escrever sobre deus obedece a diversos problemas, inclusive a questão da limitadíssima semântica.Mas o maior problema de todos é considerar a diversidade de sensações ou explicações plausíveis que zanzam por aí sobre este "ser".

Não quero aqui nem tentar dar uma visão definitiva da Divindade, apenas achei necessário opinar de alguma forma sobre os sentimentos que envolvem a noção de Deus.

Como Umbandista tive a oportunidade de travar contato com os mais diversos conceitos e sensações que giram em torno do conceito de divindade, de noções de Budismo a animismo, passando por um fundo cristão,mas o que mais me chamou a atenção foi o fato de todas, a meu ver, apontarem para um mesmo e definitivo caminho, uma mesma e definitiva, para mim, explicação sobre a existência de Deus.

A existência de Deus, tanto intelectualmente como emocionalmente, passando pelo lado sensorial, ficou mais do que patente, sem dúvidas, com a fé se materializando de forma independente de preconceitos ou medos que, porventura, pudessem estabelecer-se entre a Divindade e este que vos escreve.E isso jamais ocorreu por lavagem cerebral ou milagres que possam e com certeza aconteceram, mas por um processo mais prozaico, o da indubitável existência da vida e de seu processo de perpétua transformação.Essa perpétua vida, que ocorre em todos os níveis, seu princípio ativo de transformação, me colocaram na posição dos que têm mais do que fé na existência de Deus, me colocaram do campo dos que tem certeza absoluta nisso.

Alguns podem até dizer que o texto acima cabe normalmente em um contexto de proselitismo ou defesa sem bases da existência de algo invisível ou só visível no plano individual, e eu concordo no que se refera à segunda colocação, dado que jamais poderia impor a existência de algo tão íntimo quanto meu Deus a qualquer ser pensante no universo e mesmo por acreditar firmemente que o processo de conheicmento, descoberta ou aceitação da divindade nada mais seja do que um processo individual. Pelo motivo exposto discordo da contextualizaçào do assunto no campo do proselitismo, até porque procuro a reflexão e a discussão, jamais a aceitaçào cega do que proponho como lei.

Assim o pensar sobre Deus para mim adquiriu um dado novo, o dado da descoberta de facetas ainda não absorvidas dessa divindade tão próxima do que sinto.A descoberta do Meu Deus, já factual, além de não me prender à cadeira, mergulhado num mar de certezas absolutas, apesar de acabar com a dúvida relacionada à sua existência, lançou-me no caminho da descoberta diária dos processos de transformação da vida, em busca de mais dados que me permitissem compreender melhor os processos divinos, suas inúmeras faces, seus "desígnios", seu "caráter".

Como era natural, a ciência desempenhou um papel de grande valor nesta busca, até porque o cerimonialismo e o hermetismo da magia sempre me irritaram. Inicialmente o conhecimento comum foi o néctar que bebi de forma abundante para a obtenção de mais e mais dados, néctar mágico que posteriormente eu deixaria de lado, em busca de um pragmatismo "científico" que me livrasse das "prisões" ritualísticas. Depois a própria ciência se detinha ante a dúvida perpétua e estéril à qual se abraçava em nome de um ceticismo já sem motivo algum para existir. e qual o resultado final disso tudo? a percepção do conhecimento de Deus como um complemento necessário do conhecimento científico, material, com o mágico e imaterial conhecimento que se esconde entre os dedos rituais.

Daí que cheguei à iluminação e virei Buda? Nada,apenas percebi em mim o lançamento de um ser que vivencia a teoria, e compreende o ritual um pouco mais, apesar de ainda o achar irritante. O que antes era um asco que era aceito por hipocrisia, hoje é um pequeno sacrifício em nome de uma ação que me permita desligar das limitações do verbo e da visão. Assim meu coração, perpétuo guia, me permite ser um pouco mais ritualístico, e mais e mais empírico, indo inclusive na direção, a meu ver correta, da busca incessante por conhecimentos, que me libertem da visão estreita do dia a dia.Complicado? extremamente, é como explicar um orgasmo.

Mas porque essa textalhão inútuil? Pela percepção clara da necessidade de Falar de Deus quando se compreende desde sua face masculina e feminina até a incrível constatação do universo existir, independente de como ou porque. Assim a percepçào que um Deus Sol e uma Deus Lua, apesar de nítidos, existentes, são pequenos diante da incomensurável legião de Sóis e Luas que habitam o Deus universo. E os Orixás e Deuses? Da mesma forma são importantíssimos, mas quantas formas de "forças da natureza" existem num universo do Tamanho que é? Inúmeras, nem sequer cogitáveis pela mente humana.Sacaram?

Continuo a acreditar em Sóis, Luas e Orixás, mas só a possibilidade de pensá-los em contraposição à existência de milhares de outras possibilidades para eles ou iguais a eles, me lançam novamente no caminho da descoberta de Uma Divindade extremamente mais linda e poderosa do que eu intuía dias atrás.

E que resulta de prático nisso tudo? Uma sensação, única e fortíssima que tudo é apenas um pálido jogo de conscientização do ser rumo à essa divindade, porém infelizmente essa é uma sensação que, honestamente, só posso partilhar comigo mesmo. Lanço a refleXão, que ela possa ser de alguma utilidade aos demais.

terça-feira, junho 01, 2004

A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da ÚLtima Semana

Titãs

Quinze minutos de fama
Mas um pros comerciais
Quinze minutos de fama
Depois descanse em paz

O gênio da última hora
É o idiota do ano seguinte
O último novo-rico
É o mais novo pedinte

A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores
fracassos

Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então

As músicas mais pedidas
Os discos que vendem mais
As novidades antigas
Na páginas do jornais

Um idiota em inglês
Se é um idiota, é bem menos que nós
Um idiota em inglês
É bem melhor do que eu e vocês

A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maioresfracassos

Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então

Os bons meninos de hoje
Eram os rebeldes da outra estação
O ilustre desconhecido
É o novo ídolo do próximo verão

A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maioresfracassos


Querem Meu Sangue

Titãs

Dizem que guardam um bom
lugar pra mim no céu
F
logo que eu for pro beleléu
G
A minha vida só eu sei como guiar
F
Pois ninguém vai me ouvir se eu chorar
E
Mas enquanto o sol puder arder
Am
Não vou querer meus olhos escurecer


|Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim

|E se eles querem meu corpo
|Só se eu estiver morto, só assim.


G
Meus inimigos tentam sempre me ver mal
F
Mas minha força é como o fogo do Sol
G
Pois quando pensam que eu já estou vencido
F
É que meu ódio não conhece perigo
E
Mas enquanto o sol quiser brilhar
Am
Eu vou querer a minha chance de olhar

(refrão)

G
Eu vou lutar pra ter as coisas que eu desejo
F
Não sei do medo, amor pra mim não tem preço
G
Serei mais livre quando não for mais que osso
F
Do que vivendo com a corda no pescoço
E
Enquanto o sol no céu ainda estiver
Am
Só vou fechar meus olhos quando quiser

Folha Online - Cotidiano - Nestlé diz que despacho não tem fundamento

da Agência Folha, em São Lourenço (MG)

Para o diretor-presidente da Nestlé Waters Brasil, Andrei Rakowitsch, o despacho do diretor-geral do DNPM, que determinou a paralisação das atividades da empresa no poço Primavera, "carece de fundamento legal".

Isso porque a Nestlé já havia acertado com a Secretaria de Meio Ambiente de Minas a transferência, até 31 de outubro, da produção da Pure Life para outro local. "Para nós essa determinação foi uma grande surpresa." A empresa pediu que o DNPM reconsidere o despacho.

Rakowitsch diz que o fim das atividades no poço Primavera causará o fechamento da fábrica, já que o gás dessa água é usado no engarrafamento da água mineral São Lourenço, outro produto da Nestlé no município.

A empresa descarta alterações na composição química e vazão das fontes minerais da cidade por influência da exploração industrial. "Todos os pareceres técnicos até hoje demonstram que não há superexploração das águas", diz Rakowitsch.

Ele afirma que o esgotamento da fonte magnesiana foi causado por "instabilidade natural", mas que foi feita uma recaptação e ela será reaberta ao público. Diz ainda que a exploração das águas está abaixo dos limites autorizados.

Nestlé é proibida de explorar água em MG.

THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em São Lourenço (MG)









Dia 14/04 : Movimento de pure life galão, MUITO ACIMA DO NORMAL!

Após três anos de conflito com o Ministério Público e entidades da sociedade civil, a multinacional Nestlé foi proibida de explorar um poço de água mineral em São Lourenço (interior de Minas Gerais), por problemas jurídicos.

O DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) determinou a paralisação a partir de 24 de abril, e a Secretaria de Meio Ambiente de Minas deu prazo até 31 de outubro para a empresa.

A Nestlé afirma que vai cumprir o prazo dado pela secretaria, mas não terá como fechar o poço até 24 de abril. Alega que a determinação do DNPM foi uma "grande surpresa" e "carece de fundamento legal". O órgão federal, que autoriza e fiscaliza a exploração mineral no país, diz, por sua vez, que é "insustentável", do ponto de vista jurídico, esperar até outubro.

A água do poço Primavera, como é chamado, é usada na produção da Nestlé Pure Life, fabricada pela companhia suíça também em outros países. O produto é obtido por meio de um processo de purificação --por isso pode ser fabricado até com água da rede de abastecimento--, seguido pela adição de sais minerais de uso permitido, como cálcio, magnésio, potássio e sódio.

A Nestlé é dona do Parque das Águas de São Lourenço desde 1992, quando assumiu o controle do grupo francês Perrier Vittel. Com isso, obteve também o direito de exploração das águas minerais existentes. Um muro separa a fábrica da Nestlé do parque, onde há várias fontes minerais e cobrança de ingresso para visitação.

Em 1996, a Nestlé perfurou o poço Primavera, considerado pela empresa "uma das fontes mais mineralizadas do Brasil".

No ano seguinte, tentou obter no DNPM autorização para retirar o excesso de ferro da água, sem sucesso. Na época, a autarquia federal alegou que a legislação brasileira não permite a alteração das águas minerais.

Em setembro de 1999, o DNPM passou a competência no caso para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), após publicação de resolução da agência que define "água purificada adicionada de sais" como "águas preparadas artificialmente a partir de qualquer captação". A comercialização foi então liberada.

Mobilização

Para ambientalistas e o Ministério Público, a exploração industrial das águas de São Lourenço está alterando a composição química e a vazão das demais fontes. Citam o exemplo da fonte magnesiana, que secou, e supostas alterações no sabor das águas.

Em abril de 2001, depois de receber representação com 1.700 assinaturas --a maioria de moradores da cidade--, o Ministério Público do Estado instaurou inquérito para apurar o caso.

Em dezembro daquele ano, o inquérito se transformou em ação do Ministério Público contra a Nestlé, pedindo o fim da extração no poço Primavera.

"A partir da abertura do poço Primavera é que os problemas são percebidos", afirma o promotor Pedro Paulo Aina. Ele questiona a resolução da Anvisa que deu cobertura jurídica à Nestlé. "Aparentemente, uma resolução foi feita sob encomenda para um caso específico", afirma.

No campo técnico, a disputa se dá, principalmente, em torno de dois grupos de relatórios.

O primeiro, citado com freqüência pelo Ministério Público e ambientalistas, é de 1999. São testes da CPRM (Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais, empresa federal) que não concluem sobre a possível influência do poço Primavera nas demais fontes, mas atribuem mudanças na qualidade e quantidade das águas à "superexploração do aqüífero". A Nestlé, por sua vez, cita estudos do DNPM de 2002 e 2003 que não comprovaram interferências entre os dois poços explorados pela empresa --Oriente e Primavera-- e os outros. De acordo com esses relatórios, a impermeabilização do solo causada pela expansão urbana afeta a zona de recarga das fontes e tem causado seu comprometimento.

Prazos

Em janeiro deste ano, a Nestlé acertou com a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais a transferência da Pure Life para outro local, até 31 de outubro. O acordo foi divulgado pela secretaria como "histórico" e resultado de "pesada reunião de seis horas".

Mesmo com o acordo, o DNPM determinou a paralisação das atividades no poço até 24 de abril.

"A Nestlé não pode fazer a desmineralização total de uma água mineral", justifica o diretor-geral adjunto do DNPM, João César Pinheiro. A respeito da mudança de posição do órgão, que voltou a reivindicar competência no caso, Pinheiro diz: "Se houve interpretações de procuradores passados [do DNPM], isso é problema da gestão passada".

segunda-feira, maio 31, 2004

Demissão

Hoje eu fui demitido, quase porrei o patrão
surpresa?
Não!Infelizmente!
Bater em um fidaputa desse seria a glória.

Aqui em sl o povo acha que empregado é cachorro, escravo ou puta, ou seja, pode maltratar que não dá galho.

Fazer o que? eu conheço algo de direito trabalhista.

Hoje de noite estou novo, mas talvez devesse dar porrada no babaca.

Pena que minha atualizaÇão foi tão ruim.

E aí Irene?

Eu quero ir, minha gente
Eu não sou daqui
Eu não tenho nada
quero ver irene
quero ver irene dar sua risada...


Essa é a minha frase em SL
Tá cada vez mais difífil manter a sanidade nesta terra de perpétuos Malboros sem alma ou sangue.

De resto sobrevivendo.

terça-feira, março 16, 2004

Onze de março: terror na Europa

Mário Sérgio Conti

13.03.2004 | Às oito e meia da manhã, quando comecei a trabalhar, e o número de mortos ainda estava na casa dos sessenta, três ministros espanhóis já haviam responsabilizado o ETA pelos atentados de Madrid. Não existiam provas. Só indícios, deduções: quinze dias antes, a Guarda Civil havia detido a duzentos quilômetros de Madrid dois terroristas bascos com uma camionete com quinhentos quilos de explosivos. E antes, na véspera de Natal, dois outros bascos foram presos numa estação de trem em Madrid, cada um com cerca de dez quilos de explosivos.

Ao longo do dia, dirigentes do Batasuna, o partido (colocado na ilegalidade) que serve de porta-voz político do ETA, negaram peremptoriamente qualquer envolvimento de militantes bascos no atentado. Depois, uma suposta mensagem da Al-Quaeda chegou a um jornal árabe da Inglaterra. E, por fim, encontrou-se nos arredores de Madrid uma camionete com sete detonadores e uma fita cassete na qual se recitavam versículos do Corão.

A possibilidade dos atentados de Madrid terem sido feitos por militantes muçulmanos também era plausível. Porque o governo espanhol apoiou a ocupação do Iraque. Porque o onze de março ecoa o onze de setembro. Porque, em maio de 2003, terroristas de um grupo islâmico explodiram a Casa da Espanha em Casablanca, no Marrocos, e mataram umas vinte pessoas.

Dois dias depois da carnificina, continuava o mistério: quem colocou as bombas nos trens de Madrid? Os departamentos estatais de combate ao terrorismo, com suas estruturas cada vez maiores, eram incapazes de dar uma resposta. E os autores se mantinham calados. Nesse mistério e nesse mutismo está um dos emblemas do terror. Para além das reivindicações, o terror contemporâneo é um fim em si mesmo. Ele visa aterrorizar.

***

O terror veio para ficar. Com o avanço tecnológico, as bombas são cada vez menores, mais potentes, de manipulação mais simples e até mais baratas. Uma meia-dúzia de gatos pingados pode provocar um estrago enorme.

Como método de libertação nacional, o terrorismo às vezes é eficaz. A Frente de Libertação Nacional conseguiu a independência da Argélia a poder de, em larga medida, ataques terroristas. O Hizbolah, o Partido de Deus, expulsou o exército israelense do Líbano com uma campanha de bombas.

Às vezes, não. Como na África do Sul. Como na República da Irlanda. Como em tantos outros lugares.

***

O que não significa que seja irracional, patológico, como quer fazer crer a direita. Nem que suas causas sejam evidentes, como diz a esquerda que funciona com base no piloto automático.

No caso do terrorismo islâmico, a direita diz que ele é produto do fanatismo religioso, que retira sua força de raízes culturais que não são as corretas, as cristãs-ocidentais. Já à esquerda são muitos que o explicam por meio do massacre da nação palestina, da miséria secular em que são mantidos povos inteiros, dominados por ditaduras teocráticas apoiadas até os dentes pelo capital e pelo Império.

Mas e no caso do País Basco? Lá, as raízes culturais e históricas são as mesmas da Espanha e de toda a Europa, e o fanatismo religioso inexiste. Igualmente, não há miséria nem opressão política. Ao contrário. O País Basco é rico. Não há termo de comparação de San Sebastian, Bilbao e Biarritz com Kabul, Ryad, Khartum. O País Basco é também a região espanhola com maior grau de autonomia: tem administração, polícia e parlamento próprios, que recolhem impostos e ensinam o idioma nativo nas escolas. E, no entanto, o nacionalismo e o terrorismo basco existem.

Avalia-se que 40% do País Basco quer a independência. É pouco, pois uma de suas tradicionais províncias espanholas, Navarra, já disse num plebiscito que se quer como parte da Espanha. E as três províncias francesas não querem ouvir falar de independência.

É pouco também porque, na última eleição da qual pôde participar, o Batasuna teve 200 mil votos – numa população de quatro e num eleitorado de três milhões.

Mas, em termos de terrorismo, 200 mil é uma base social formidável. É gente de sobra para dar origem a uma organização como o ETA. Os serviços de segurança espanhóis (os mesmos que não conseguiram impedir o atentado, e que há três meses garantiam que a organização estava acéfala e moribunda) avaliam que o ETA conta com menos de quatrocentos militantes. Com esse punhado de gente dá para perpetrar assassinatos em massa como o de Madrid.

***

As reações imediatas ao onze de setembro e ao onze de março mostram as diferenças entre americanos e europeus. Poucas horas depois das bombas, em dezenas de cidades espanholas, inclusive em Madrid, já havia manifestações espontâneas de protesto contra a barbaridade. No dia seguinte, o país parou às onze da manhã e todos foram para as ruas. Às sete da noite houve manifestações colossais, convocadas pelo governo, pelos partidos de oposição e pelas centrais sindicais. Todas as manifestações tinham caráter cívico e político, simbolizavam a unidade nacional. Os espanhóis se comportaram como cidadãos, como protagonistas de sua história.

Depois do onze de setembro, não houve nenhuma manifestação de massa, política, nos Estados Unidos. Houve atos de reverência aos mortos, e não afirmações coletivas de repúdio à agressão e de afirmação nacional. Os americanos se comportaram como espectadores, como vítimas atônitas e desamparadas.

Pouco depois das explosões, o primeiro ministro José Maria Aznar apareceu em público e falou aos espanhóis. O símbolo maior da unidade nacional, o rei Juan Carlos, visitou os feridos em hospitais, acompanhado da rainha, do delfim e de sua noiva. Também foi à televisão para pedir unidade e combate ao terrorismo. O que fez George W. Bush? Sumiu, escondeu-se durante boa parte do dia porque tinha medo.

Na seqüência, o governo americano invadiu e ocupou o Afeganistão e o Iraque. Internamente, restringiu os direitos democráticos. O que fará o governo espanhol? Bombardeará o País Basco? A Arábia Saudita?

***

O onze de setembro foi marcado pela irrealidade. As imagens dos aviões se chocando com os prédios, e deles ruindo em meio a nuvens de poeira e fumaça, pareciam saídas de tantos filmes americanos, repletos de fantasias de morte e destruição abstrata. A imprensa americana não publicou fotos de cadáveres ou de pessoas saltando dos edifícios. Suas fotos do massacre foram alegóricas. As vítimas desapareceram sob toneladas de concreto, ferro, vidro, detritos – desapareceram de súbito, tornaram-se imateriais.

O onze de março foi dolorosamente real, próximo. As fotos dos feridos, dos vagões desventrados, não pareciam cenas de filmes. As estações, os trens, as pessoas encapotadas indo para o trabalho – a paisagem era semelhante à de dezenas de cidades européias. Os feridos se escoravam em postes. Os mortos jaziam no chão. Depois foram colocados em sacos negros. As fotos dos jornais mostravam a dor. Todo europeu se reconheceu, se viu na manhã macabra de Madrid.

***

A centésima-nonagésima-nona vítima da matança em Madrid foi um bebê de sete meses. Ela morreu em nome do quê?



msconti@nominimo.ibest.com.br

Espanha

O problema básico do terrorismo é de sua premissa.

Parte-se do princípio que o terrorismo é autêntico, legítimo, quando ele é relacionado com a resistência de um grupo ao poder opressor de um outro. Porém, conforme pode-se verificar em qualquer coluna de jorbnal, séria, que fale sobre o assunbto, essa premissa é falsa ao demonstrar a diferença entre terrorismo e resistência.

Resistência é a arma de populações cujo território está ocupado na defesa de uma idéia de país, na defesa de sua soberania. Ou seja, Palestinos e Irlandeses são resistentes, assim como Iraquianos e Franceses, quando da Grande guerra.

Sei que ao escrever isso a moralidade do ato de resistência por bombas e guerrilha vai ser um elemento contrário ao argumento, contra isso devo dizer que nunca enxerguei moralidade alguma na guerra, seja ela santa, morna ou fria.

Terrorismo é outra coisa, terrorismo é um ato proposital de violência com o fim de oprimir pelo medo, e cujo estofo é unicamente a defesa de uma tese, não de algo palpável, não de casas, indivíduos, mas crenças.

É como se eu, tricolor, em defesa de meu amor ao Fluminense resolvesse explodir Flamenguistas. Ou seja, absurdo.

O que aconteceu na Espanha e nos Eua ,em 11/03 e 11/09 respectivamente, é apenas ato vergonhoso, horrendo, de pessoas que politicamente instruidas resolveram colocar suas idéias acima da noção simples de humanidade.

Não há o sentimento vivo de alguém que vê sua terra ocupada por estrangeiros, que normalmente acham-se detentores da salvação da humanidade sem perguntar nada à ela, mas um ato frio de imposiçào de uma idéia através do medo, ou seja, não se discute, mata-se quem discorda.

Parece simplista, porém é uma conclusão racional e simples. Palestinos lutam para terem seu país de volta. E a Al Qaeda?

Dizem que o ETa é terrorista, que o IRa idem, que os Iraquianos idem, mas, mesmo discordando dos seus atos, mesmo acreditando que a Inglaterra é melhor pra Irlanda do Norte, mesmo acreditando que o governo central pode ocupar o País Basco, mesmo acresitando que os EUa tinham todo o direito de estar no Iraque, que os Israelenses podem ocupar a casa dos Palestinos, comer a comida deles e ainda chmá-los de esterco, me fica uma pergunta:

Como se sente uma pessoa que vê na sua terra pessoas lhe impedindo de viver sua cidadania e sua vida polítca como elas decidem? eu acredito que indo numa favela do Rio de Janeiro dá pra se ter uma vaga, e nada agradável, idéia, mas mesmo assim a opressão alié é feita por seu próprio povo, E se fossem Argentinos?

Essa é a grande diferença entre terrorismo e Resistência, o terrorismo de Osama bin Laden apenas demonstra que há grupos políticos muito bem organizados buscando um poder através do medo e do caos, não há causa levemente defensável, que justifique seus atos, se derem um país pra eles eles continuarão explodindo o mundo, se derem o mundo eles explodirão Marte, antes porém, buscarão a supressão de toda e qualquer razão, opinião, diferença. Sào como os Nazistas, agem como os Nazistas, só não tem um país pra iludir, e escolheram muito mais gente pra assassinar.

Eu posso discutir com um Palestino, Um Irlandes do IRa, um Basco do ETA e um Iraquiano, são seres humanos, mas com um terrorista jamais, ele abdicou desse título.

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

E o Carnaval?

O Carnaval chega e como em todo lugar deste país Sanlô ferve.

Mas o que rola em São Lourenço?

Aqui rola um bloco interessante, que sai na sexta: O Bloco do Pijama. Não é um bloco tradicional, é um bloco com trio elétrico onde rolam os sucessos novos da Axé music.

Não é o que eu curto, mas tudo bem.

No geral a grande vantagem do carnaval em São Lourenço é a tranquilidade.

Nào rla um carnaval férico, o que rola mesmo é a tranquilidade pra descansar e tomar uma cervejinha, pra quem gosta.

No calçadão e no Parque Shopping rola muita gente bonita e uns bares novos com música ao Vivo.

Viu, não critico só a cidade.

E a pizza, cadê?

o problema do lema de que tudo acaba em pizza (preferia quando tudo acabava em samba), é que a tal pizza nunca chega, só chega a metáfora.

o bafafá de hoje no Brasil é o caso do Waldomiro, que só serve pro PT sentir na pele o denuncismo udenista que era de seu hábito, o histerismo político que não ia além da paranóia persecutória. Eu, como ex-membro do PT, saído para o magnânimo PC do B, sentia isso por dentro, o moralismo confundido com Ética. além do bafafá nada deve sair da cartola.

Concordo com os jornalistas, como o Márcio Moreira alves, que informam que a imprudência do Zé "eu sou o poder" Dirceu, ou Zé "Stalin" Dirceu, foi não desconfiar de uma indicação do Garotinho, mas imprudência é uma coisa, desonestidade, outra.

Não acredito que o projeto político do PT passava realmente pela mão do Waldomiro e nem na desonestidade deste projeto, como não acreditava na desonestidade do projeto político do PSDB, ou seja, o CPIsmo só iria acarretar algum resultado concreto se ele fosse realizado no sentido de rever o financiamento de campanha e realmente levasse à mudança do sistema atual, fora isso é confete pra oposicionista de primeira vez fazer cena, nem abala realmente o PT. Fora a liderança od Genoíno que demonstrou falar demais.

Não acho que o resultado proclamado acima seja mais uma pizza, no máximo um pedacinho.

Acredito é que o problema se resume em como se dão as relações de poder no sistema político nosso.

E como não poderia deixar de ser tento ser universal falando da aldeia.o problema de nosso sistema político é que a relação pessoal supera a relação com projetos políticos, por isso o PT e o PSDB ( que possuem projetos políticos semelhantes), nunca foram alémd e simpatias ocasionais, pois estavam presos aos nomes que os faziam fazer sentido perante à população. como aqui em SÃo Lourenço, quando o nome Nega Véia é maior do que o projeto político do mesmo ( Se é que existe) e o nome Tenório traz por si mesmo a oposição dos que apoaim o outro lado.

E no saco de gatos que se cria a partir desse situação o que se tem é a junção de gente realmente convicta na defesa o projeto político que acreditam ter com os oportunistas de plantão que agarram na barra da saia dos caras na busca de alguma vantagem, como ocorre no plano federal. Não estou tirando a responsabilidades dos líderes dessa polarização, mas apontando outros culpados.

Por exemplo, um Chiquinho (vereador nosso), que defendeu o Nega Véia e hoje é um dos pilares da campanha do Zé (hoteleiro) Neto, sempre defendeu o projeto político que assume hoje uma cara de Elite, mas hoje se faz acompanhar de pessoas como o dúbio Jorge Marcelino, o grupo de personas non gratas à ética Luiz Gomes, Vieira, Nelçada e dos nulos Jairo, Luiz Engenheiro, Isaac, antonio oliveira e Carlinhos Sanches. O que se tira disso, que nenhum projeto político vai pra frente quando é substituído por um nome popular ou pelo vínculod esse nome a alguma candidatura, como no caso citado, pois automaticamente gente sem o menor pendor para o ato polític, apenas carreiristas de meia pataca que nada conseguem pensar além de como conseguir empregos pros familiares.

Na candidatura oposicionistas o buraco não difere muito, enquanto membros do Pc do B, do PHS, do PDT, do PTB, do PTc buscam a criação de um projeto político, que inclui melhorias e projetos reais para o desenvolvimentod a cidade, um outro grupo segue na linha de "Vamos Ganhar, depois a gente vê". O próprio Tenório age assim quando despreza, mesmo ele tentando dar um rumo mais plural à candidatura, as táticas de campanha de gente com experiência, que informa que não adianta dizer que ajuda, que está ouvindo todos os setores, sem um plano criado, umpensamento, uma fórmula para o auxílio e mudanças setoriais que atinge cada grupo visitado, em nome de uma tática velha, como a do "vamos ouvir".

Assim o projeto político vira pizza, ou seja, a pizza chata que ninguém come, porque só se compra a caixa com o nome da pizzaria.

Será que podemos pensar que a população irá mudar e nos exigir a entrega da pizza ou a gente pode fazer a pizza, levar para a população e acabar de vez com a idéia de que tudo nunca dá em nada?

quem tem a resposta?

Vai doer, doutor?

Fonte : BBC-Brasil

Lucas Mendes
de Nova York


O purgante político de Howard Dean, o médico de Vermont, funcionou para os senadores Kerry e Edwards mas fracassou para os outros seis candidatos, inclusive ele, criador da fórmula anti-Bush, anti-guerra, anti-direita.
O ex-governador criou mais do que um purgante anti-republicano. Usando a internet ele montou uma organização política jovem, eficiente, idealista e rica em pequenas contribuições.

Dean convenceu os democratas que não precisavam ter medo de ser democratas para retomar a Casa Branca mas não conseguiu convencê-los que ele, Dean, era líder ideal da cruzada anti-Bush. O doutor tem um lado meio azedo.


Em janeiro Howard Dean era o líder nas pesquisas das primárias onde Kerry e Edwards apareciam nos últimos lugares mas desde Iowa, em fevereiro, Dean disputou e perdeu 17 eleições. Como um fenômeno da internet, explodiu como uma bolha.

O senador Kerry ganhou 15 e o senador Edwards só ganhou uma mas conseguiu um surprendente segundo lugar em Wisconsin .

Dentro deste complicado processo eleitoral americano, com apenas uma vitória, Edwards está no páreo mas Howard Dean, fora dele, pode ter o voto decisivo nas dez primárias da Super Terça-Feira de março.

Se der seu apoio e sua organização ao senador Kerry, o candidato do partido democrata estará definido. Se apoiar o senador Edwards, a corrida poderá esticar até a última das primárias. Talvez o ex-governador prefira ficar fora da briga interna.

Dean trouxe a injeção de energia para o partido democrata e agora tem a injeção que pode apressar ou encurtar o processo. Vai doer, doutor?

O voto americano no Irã

Fonte : BBC-Brasil

Caio Blinder
de Nova York




O presidente Mohammad Khatami prometeu muito e realizou pouco


As eleições parlamentares desta sexta-feira no Irã representam um sério e talvez fatal revés para os sete anos de experimento reformista, comandado pelo presidente Mohammad Khatami. Ele prometeu muito e realizou pouco.

O resultado é uma eleição em que milhares de candidatos foram desqualificados pelo tenebroso Conselho dos Guardiões por não acatarem o sistema que dá o poder em última instância ao representante de Deus, o aiatolá Ali Khamenei.

Diante de mais essa imposição teocrática, 1/3 dos deputados renunciaram, e partidos reformistas vão boicotar a votação. A linha-dura da revolução xiita – que ocupa o poder há 25 anos – marcha para implantar uma ditadura ou a farsa de uma república de banana islâmica.

Com cinismo e amargura, muitos iranianos agora qualificam o atual líder supremo do país de xá Khamenei, em alusão à monarquia ditatorial do xá Rehza Pahlevi, derrubada pelos xiitas em 1979.

"Eixo do mal"

O presidente Khatami é uma desilusão, e é enganoso confundi-lo como o bravo herói de uma perestroika islâmica. A apatia e o cinismo dos jovens e das mulheres indicam como sempre foram limitados os propósitos de Khatami. De qualquer forma, sua presença no cenário político deu cobertura a um maior envolvimento ocidental com o Irã.

Nem o "Grande Satã" americano ficou de fora da dança diplomática. O realinhamento geopolítico pós-11 de setembro contribuiu para os novos lances, concentrados em interesses comuns para estabilizar a situação no Iraque e Afeganistão.

Mas, ironicamente, é agora, quando o regime islâmico vive uma de suas maiores crises de legitimidade, que o governo Bush está mais seriamente empenhado em se reengajar com o país, que integra o chamado "eixo do mal" ao lado apenas da Coréia do Norte, na medida em que o Iraque já é do bem.

Ali Safavi, que dirige a empresa de análise Near East Policy Research, em Washington, afirma que existe uma retórica no governo Bush de estímulo a reformas democráticas no Irã, mas a prioridade é ensaiar negociações com quem de fato manda no Irã.

O ensaio já incluiu ajuda humanitária após o terremoto na cidade de Bam, permissão para que o embaixador iraniano nas Nações Unidas – que está confinado a um círculo de 25 milhas em torno de Nova York – se encontrasse em Washington com uma delegação bipartidária do Congresso e planos para uma viagem de influentes senadores a Teerã.

A boa disposição americana foi facilitada pela decisão iraniana em dezembro de permitir que especialistas da ONU verifiquem se o país está produzindo armas nucleares.

Esses ensaios de aproximação acontecem após 25 anos de hostilidades mútuas e algumas tentativas fracassadas de contato. Raramente, como agora, as duas partes pareciam estar tão interessadas ao mesmo tempo. William Miller, do Centro Wilson, em Washington, diz que o potencial de aproximação é grande porque as necessidades também são grandes. Resta saber se uma farsa eleitoral em Teerã irá atrapalhar esse flerte cauteloso.

Cena de 'Apocalypse Now' é eleita melhor do cinema

Fonte: BBC
Monólogo foi eleito o melhor entre 6,5 mil 'candidatos'



Um monólogo do ator Robert Duvall no filme Apocalypse Now foi eleito o melhor da história do cinema por um grupo de fãs.

A votação foi realizada pela empresa de locação de vídeos e DVDs Blockbuster, na Grã-Bretanha, entre 6,5 mil "candidatos".

"Eu adoro o cheiro do napalm de manhã" é uma das frases do discurso do personagem de Duvall no filme de 1979.

Já "Você não consegue lidar com a verdade", proferida por Jack Nicholson em um monólogo do filme Questão de Honra (1992), ficou em segundo lugar na votação.

Deus e cobiça

Marlon Brando, com o discurso que seu personagem faz ao irmão em Sindicato de Ladrões (1954) foi escolhido o terceiro melhor pelos cinemaníacos britânicos.

Completam a lista monólogos como "A fúria de Deus", de Samuel L. Jackson em Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994); "A cobiça é boa", de Michael Douglas em Wall Street - Poder e Cobiça (1987); e "Escolha a vida", de Ewan McGregor em Trainspotting - Sem Limites (1996).

A votação teve um dado curioso: nenhum dos discursos da lista dos 20 melhores foi proferido por uma personagem feminina.

"Acho que está na hora de se dar uma chance às grandes atrizes deste mundo", reconheceu a diretora de marketing da Blockbuster, Sarah Baxter.

O fantástico discurso de Michael Douglas em Wall Street

Eu não sou um destruidor de companhias! Eu sou um libertador delas! O ponto é esse, senhoras e senhores, é que a cobiça -- para a falta de uma palavra melhor -- é boa. A cobiça é certa. Ela trabalha, esclarece, corta completamente e captura a essência do espírito evolucionário. A cobiça, em todas as suas formas-- cobiça para a vida, para o dinheiro, para o amor, conhecimento -- marcou o surgimento ascendente da humanidade. E a cobiça -- marquem minhas palavras -- salvará não somente o papel da Corporação Teldar, mas também o de qualquer outra corporação funcionando mal como os EUA.

Michael Douglas em Wall Street (1987)

De Paulo Francis em 1987

Eu amo esse Cara:

De Paulo Francis em 1987

"(FSP, 17/12/87) - Nova York - Fui ver "Empire of the Sun", Império do Sol, "de" Steven Spielberg. Li o livro, de J. G. Ballard, em que em geral não toco porque especialista em "science fiction" e cansei do gênero com H. G. Wells (li Ray Bradbury na cadeia, mas não havia mais o que ler). Mas este é diferente. Ballard conta a história de um menino inglês que cai num campo de concentração japonês na Segunda Guerra. Parece que é autobiográfico (Simon and Schuster, Nova York, 279 págs., US$ 16,95). Ballard mostra o garoto traindo os ingleses no campo, passando-se para os americanos e flertando feio com os japoneses (a quem adora como engenhosos). O livro é bom em mostrar que moralidade é uma questão de hábito e de oportunismo e é muito rico na captura do que uma grande imaginação infantil (a do próprio autor, modestamente...) faz de um espetáculo tão forte como já de cabeça feita.
O filme é como comida chinesa. Meia hora depois você está com fome. Spielberg adora máquinas, o que ele faz de um Mustang (caça americano na Segunda Guerra) é o que imaginamos da mulher amada em nossos sonhos. Há maquinária praca, cenas de massa etc. A ambivalência moral de Ballard, nem sombra. Mas não posso dizer que não prestei atenção, o que hoje em dia já é muito (confesso que me confundi com todos aqueles china-paus de "O último Imperador", de Bertolucci. Lá pelas tantas indagava à minha mulher quem era quem). Spielberg quer ser levado a sério. Ganhar o prêmio da academia. Nunca é premiado, ainda que seja 60% da bilheteria do cinema americano, quando está competindo na praça. A mim os grandes sucessos dele não me dizem nada, como "E. T.", que rendeu quase US$ 1 bilhão, ou talvez tenha chegado lá, que sei eu, e esta ênfase de ver as coisas do prisma infantil (ainda que, em "Empire of The Sun", manipulado por um mestre como Ballard) me parece doentia. Spielberg tem 45 ou 46 anos. Que tal um filme geracional? Mas "Empire of The Sun" não é a porcaria habitual. É alto "kitsch".
Bobagem total é "Wall Street", "de" Oliver Stone, diretor do bom "Platoon", que deve ter sido um acidente, porque o anterior, "Salvador", é como aqueles túneis do Rio que antigamente (muito antigamente) chamávamos de "mata paulista". Michael Douglas, protagonista de "Wall Street", tipo inescrupuloso, faz um discurso niilista. Corretor não faz discurso. Diz, como o autuado em flagrante, Ivan Boesky (que pagou uma multa de US$ 100 milhões à justiça e ainda vai em cana), "amo dinheiro, quanto mais melhor e f... os outros". Stone quer mostrar a imoralidade do "inside trading" (saber-se, em miúdos, que uma ação vai subir por um motivo ou outro e comprá-la na baixa. Não me parece muito imoral. Quem resistiria à oportunidade? Só quem não tem dinheiro). A esquerda está com uma extraordinária falta de assunto. E Charlie Sheen (de "Platoon"), francamente. Naquele filme ia mais ou menos porque fazia um pateta que havia sido voluntário na guerra do Vietnã (é como fazer "jogging" na avenida São João), mas neste tem de dar a impressão de que pensa, o que está muito acima da capacidade dele".

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Roupa suja lavada em público

Jornalistas & Cia-Comunique-se




Eduardo Ribeiro


Está interessante e, até certo ponto, divertido acompanhar a troca de chumbo entre a Folha de S.Paulo e a Editora Três, nos últimos dias. Não que seja uma novidade um veículo brigar com o outro, como acontece neste caso, mas quando isso acontece sempre desperta nos leitores a sensação de que quem sempre denuncia um dia acaba denunciado. Mais ou menos como o ditado "Quem com ferro fere, com ferro será ferido" ou "quem com notícia ofende, com notícia será ofendido". Entre jornalistas, então, ver patrão brigando é um regalo, uma espécie de vingança contra a opressão do empregador e a tirania do poder.

Independentemente de sentimentos mais ou menos nobres, é isso mesmo o que acontece e todos nós de um modo ou de outro lavamos as mãos, sabedores de que, afinal, temos telhados de vidro, como também os têm os donos de veículos, que dão empregos, pagam (às vezes) impostos e ganham dinheiro também escrevendo ou falando mal da vida dos outros.

Curiosamente, a reportagem que deu origem a esta pendenga foi publicada no domingo retrasado pela Folha de S. Paulo, denunciando que o Governo havia parcelado dívidas do Refis de uma forma absolutamente esdrúxula, permitindo que centenas de empresas, entre elas a Editora Três, fossem beneficiadas de forma indevida. Ou seja, a Folha publicou a matéria, sem poupar ninguém, nem a co-irmã Editora Três, que conseguiu alongar uma dívida de R$ 222,4 milhões em parcelas que, a depender do faturamento da empresa, poderão ser pagas em até 344 anos. Teve, no entanto, o cuidado de ouvir o proprietário da Editora Três, Domingo Alzugaray, que levantou dúvidas sobre os números fornecidos pela Procuradoria da Fazenda, refutou a alegação de fraude e disse que a situação é realmente muito difícil e que se a economia não voltar a crescer a dívida será impagável.

Foi aí que surgiu no cenário a revista IstoÉ Dinheiro, com uma pesada matéria sobre a situação financeira do UOL, na edição que está nas bancas, com data de 18/2. Só pelo título já dá para se ter idéia do que vem pela frente: "O crepúsculo do UOL", seguido do olho "Portal acumula prejuízos, perde clientes e corrida da banda larga".

A matéria da IstoÉ Dinheiro bate forte. Abre com o seguinte texto: "Há um vírus consumindo as entranhas daquela que já foi a maior promessa da internet brasileira, o portal Universo On Line, o UOL. No código genético desse vírus manifesta-se uma equação letal: um desequilíbrio insustentável entre receitas e despesas, cujo sintoma mais visível é um prejuízo renitente que não cede nem mesmo aos remédios mais amargos."

Em outros trechos a reportagem registra, com base nos números a que teve acesso, que "o UOL está perdendo a corrida para o futuro" e que cotado antes na casa dos US$ 2 bilhões "hoje é avaliado por analistas e potenciais compradores em menos de US$ 100 milhões".

Mais: "Mergulhado numa crise permanente e com a sobrevivência ameaçada, os acionistas passaram a agir como um clube de futebol ameaçado pelo rebaixamento. A cada duas derrotas troca o técnico. Nos últimos 18 meses, a direção geral da companhia tornou-se um cargo de alta rotatividade. No período, quatro executivos diferentes ocuparam a cadeira. A comissão técnica também foi vítima de uma debandada. Oito vice-presidentes e diretores deixaram a empresa, entre eles o jornalista Caio Túlio Costa, um colaborador da família Frias, controladora do UOL, ao longo de 21 anos".

A matéria ainda fala das tentativas de parceria, da saída da Abril do Negócio, dos fracassos no exterior e por aí afora.

Não precisa ser muito esperto para saber que a reportagem caiu como uma bomba no staff do Grupo Folha e que a tréplica era uma questão de tempo. No próprio domingo, o UOL mostrou ter assimilado o golpe e contra-atacou: informou que tomou a decisão de processar a revista IstoÉ Dinheiro por difamação e calúnia, deduziu que o artigo poderia ter sido uma retaliação da Editora Três à matéria feita pelo jornal denunciando fraudes no Refis, divulgou números que mostram ser excepcionalmente boa sua saúde financeira e põe pimenta no cozido. Num dos trechos do texto veiculado na Internet dizia o seguinte: "Na quinta-feira, 29 de janeiro, um grupo de empresários, entre eles Domingo Alzugaray, dono da Editora Três, que publica "IstoÉ Dinheiro", foi recebido em almoço na Folha. Durante o almoço, realizado a pedido do grupo, Alzugaray solicitou reservadamente a dirigentes da Folha que retirassem o nome da sua empresa da reportagem sobre Refis (programa de refinanciamento fiscal) que estava sendo preparada pelo jornalista Josias de Souza, diretor da Sucursal da Folha em Brasília, para a publicação no domingo seguinte. A Folha não atendeu o pedido. O não atendimento do pedido de Alzugaray pode ser a razão que motivou a reportagem extemporânea e difamatória contra o UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha."

A mesma matéria foi publicada na edição de terça-feira do jornal Folha de S. Paulo, porém com pequenas alterações, entre elas a exclusão deste trecho que deduz que o não atendimento do pedido de Alzugaray poderia estar por trás da referida reportagem".

Tanto o texto na Internet quanto na versão impressa destacam que o "UOL alcançou o equilíbrio financeiro em abril de 2003. Não possui dívida com bancos ou fornecedores. Ao contrário, dispõe de aplicações financeiras da ordem de R$ 60 milhões".

Colegas da Editora Três dizem que a revista tentou obter dados atuais do UOL, sem sucesso, pois a empresa alegou que, por ter agora o capital fechado, não teria obrigação nenhuma de fornecer tais informações. Eles também negam que a matéria tenha sido uma retaliação ao jornal e dizem que ela foi definida na tradicional reunião de pauta. E garantem que tampouco se prestariam a realizar um serviço sujo, pois sabem que a própria carreira estaria em jogo.

Minha mãe costumava dizer que roupa suja se lava em casa, mas jornal é jornal e revista é revista: sempre que podem gostam de lavar uma roupa suja, até porque isso, certamente, ajuda a alavancar um pouco mais as vendas. E em tempos bicudos como esse, não deixa de ser uma jogada de marketing - ainda que perigosa e involuntária.

Vamos ver os próximos passos e o desfecho do caso. Se for igual na política, a tendência é tudo acabar em pizza.

Sabadão vai dar Flusão.

Laranja Mecânica, Ano 30

Fonte: Lance A +

Última grande revolução tática do futebol começou a ganhar forma em fevereiro de 1974


Em janeiro de 1974, certos de que dispunham de excelente material humano, mas assustados com a dificuldade encontrada para garantir vaga no Mundial da Alemanha, os dirigentes da Federação da Holanda intimaram Marinus "Rinus" Hendricus Jacobus Michels a comandar a seleção do país, transformando o até então treinador, o tcheco Fadrhonc Frantisek, em mero assistente-técnico. Em fevereiro, Michels assumiu efetivamente o cargo, dividindo o seu tempo entre o Barcelona, onde trabalhava, e a equipe laranja, iniciando o que foi, para uma maioria esmagadora, a última grande revolução tática do futebol.

Michels estava longe de ser uma novidade. Começou a dirigir o Ajax em 1966, quando o esporte na Holanda ainda resistia ao profissionalismo, conduzindo o time de Amsterdam em muitos títulos, o principal deles o europeu de 1971. Daí, recebeu uma proposta fabulosa e foi treinar o Barcelona, levando a tiracolo o gênio Johann Cruyff, talvez o maior jogador multimídia de todos os tempos.

A Holanda travara um duelo sem tréguas com a vizinha Bélgica por um lugar no Mundial da Alemanha. Ganhou no saldo de gols: 22 a 12. Assim, enquanto Michels e Cruyff empurravam o Barça para a conquista do Campeonato Espanhol, obtida enfim em maio de 1974, também traçavam planos para reformular a herança deixada por Frantisek. No primeiro amistoso, um resultado desprezível, empate de 1 a 1 com a Áustria, em Roterdam. Mas o melhor estava a caminho.

Fadrhonc Frantisek dirigiu a Holanda de 11/10/70 a 18/11/73, com o saldo positivo de 13 vitórias, quatro empates, três derrotas, 57 gols pró e 14 contra. Por isso, hoje já se questiona se o treinador tcheco também não teve participação importante na montagem do carrossel.

Rinus Michels dirigiu a Holanda em quatro ocasiões, no período entre 1974 e 1992, com 53 jogos, 30 vitórias, 14 empates e nove derrotas. Foi vice mundial em 1974 e campeão da Europa em 1988, com 2 a 0 sobre a URSS na decisão.

Cruyff & companhia

Apenas cinco titulares, um mês antes da Copa

Entre 21 de maio, quando Michels assumiu definitivamente a seleção, iniciando os treinos para o Mundial, e 14 de junho, véspera da sua estréia no torneio, a Holanda goleou a Argentina por 4 a 1 e empatou em 0 a 0 com a Romênia, sem arrancar muitos suspiros. Os jogadores discutiam prêmios com os cartolas e havia indefinição em alguns setores do time. Garantidos, de fato, apenas o líbero Rudi Krol, o meia Johan Neeskens, os atacantes Johnny Rep e Rob Rensenbrink e, é claro, Johann Cruyff, o filho da ex-lavadeira do Ajax, sempre capaz de apresentar soluções práticas e eficientes e que começou a pôr a Holanda definitivamente no primeiro mundo do futebol quando a bola rolou no Niedersachenstadion de Hannover, diante do Uruguai, em 15 de junho de 1974.

De quatro técnicos, só um leva a fama

Em 1969, quatro técnicos praticamente desconhecidos, o austríaco Ernst Happel, o holandês Rinus Michels, o romeno Stefan Kovacs e o alemão Udo Latek, começaram a realizar experiências em seus países. Exigiam, basicamente, capricho no preparo físico, para que os atletas pudessem praticar o estilo de jogo que entrou para a história como "futebol total", ou "carrossel", ou "Laranja Mecânica", um, digamos, sistema no qual ninguém tinha posição fixa, e sim o compromisso de ocupar todos os espaços do campo, tornando-se peças de uma dinâmica impressionante, recheada de variações, eventualmente centralizada num fora-de-série, como Cruyff, por exemplo.

E o fato é que a eficiência também alcançada por Happel, Kovacs e Latek ficou praticamente restrita à Europa, naqueles tempos sem TV a cabo e internet. Assim, quem levou efetivamente a fama acabou sendo Michels, no rastro do sucesso da Holanda no Mundial da Alemanha, transmitido para todo o planeta. A Holanda saiu vencedora na estréia, 2 a 0 sobre o Uruguai, empatou com a Suécia em 0 a 0, venceu Bulgária (4 a 1), Argentina (4 a 0), Alemanha Oriental (2 a 0), Brasil (2 a 0), e só caiu na final, derrotada (2 a 1) pelo seu excesso de confiança e pela categoria da Alemanha de Franz Beckenbauer.

História, descaso ou Pós-modernismo cegueta?

Pós-modernismo é um dos motes mais usados nestes dias de tresloucada fusão de água e azeite.

Porém o que se vê é uma retumbante incapacidade criativa nas mais diversas áreas.

Os seres mutantes que atendem pelo nome de "ideólogos", ou cientistas políticos preguiçosos com a arte de pensar, mandam pro ar notas e mais notas colocando a ideologia como uma ferramenta do atraso, pois desvincula a ação prática com o pensamento, que é colocado no campo do sonho.

O problema é que esse povo esquece que a práxis é um dos maiores legados que a esquerda deixou, a quem se quer atingir quando se fala em fim das ideologias, inclusive pros pobres mortais de direita, capitalistas, defensores do fim do estado, etc. Ta lá em Marx, ta na práxis anarquistas, entre outros menos votados. É só perder a preguiça e ler.

A ideologia em si deve ser vinculada a uma prática, independente do teor incluído na mesma. Aliás, na maioria das vezes as ideologias são irreais só na ponta utópica, pois nelas se constrói claramente uma metodologia de ação. Por isso quando se defende o fim dos sonhos para uma adequação à realidade, o que se pretende no fim é repetir o discurso de meados de setenta, onde a ideologia era vinculada pelos pensadores liberais à loucura, à selvageria e à ditadura. O problema dos pós-modernos é que os antigos pelo menos escreviam melhor, dava gosto de ler. Hoje o que se vê é uma limitação caquética da defesa, com uma escrita panfletárias que faz vergonha até a estudante trotskista.

Mas não foi só pra falar de política que eu vim aqui não.

Vim falar no fim das contas com o desrespeito enorme que a história recebe hoje.
Isso vai desde o tópico acima cometido até a nova camisa da seleção Brasileira.

O desrespeito à história em nome de uma pós-modernidade funcional, fez que os "estilistas" da Naike adotassem um design "clubber" pra camisa da seleção, inclusive retirando o escudo do local original e inventando uma lorota de homenagem ao Porsche das 24 horas de Le man, ou seja, fizeram uma lambança, pois se precisa Modernizar.

No fim das contas, a indigência mental de hoje, por vergonha de sua própria incompetência, tenta acabar com o passado, onde existiam competentes, para não ficar claro que essa tal pós-modernidade é uma modernidade com menos QI e nenhuma memória.

Sinais de mudança ou esperança vã?

Analisar a política é uma tarefa árdua, não importa se você está em uma cidade grande ou no interior.

É muito mais fácil tecer comentários sobre fenômenos genéricos, como o tempo, ou analisar problemas ambientais, desde que não se adentre no antro político.

O motivo disto é o fato da política nascer com o primeiro suspiro do Homem enquanto ser gregário.

Cada ato humano, cada relação, desde as amorosas, fraternas até as de confronto, seja em casa, no trabalho ou no futebol, obedece a um movimento de adequação ou mesmo confronto pelo controle. A isso é política.

Poucas vezes se percebe nas relações mais harmoniosas para nós o traço político da mesma, enquanto nas relações de confronto, as mais desagradáveis, isso fica mais claro, dado que em um confronto é óbvia a luta pelo controle de algo ou da própria relação, pelo poder na mesma, pela supremacia. Nas relações agradáveis isso fica mais sutil, mas não menos presente.

É por este motivo que a política recebe o estigma de ser suja e desagradável, pois a política assume o papel das relações de confronto, dado que estas são claramente uma luta para a supremacia.Porém o que difere uma da outra é que as relações mais harmoniosas assumem um papel político de conciliação, de concórdia, de democracia. O poder é dividido de acordo com a competência deste ou aquele do grupo e a necessidade de seu uso.Como já se alcançou um nível de concordância prévio, não há rusgas ou há uma vontade maior de superá-las, assim o ato político da negociação de a partilha de poder fica invisível.

Baseado neste blá blá blá técnico, a discussão política é árdua, porque de qualquer forma ela assume um papel de visão de grupo, mesmo a de confrontos, e já carrega em si o estigma de desagradável.

Uma análise política então passa por diversos problemas, que vão de sua aceitação, da maneira como o que discordam a enfrenta, até o drible em nossos próprios preconceitos de analistas para a purificação da análise.

E isso complica uma análise fria da esperança final na mudança de uma cidade ou de um mundo, dado que mesmo a idéia de mudança passa por uma infinidade de visões tão díspares quanto são díspares os seres humanos.

Aqui em São Lourenço a política parece apontar para um confronto entre grupos que pode assumir um caráter de rachadura, de desagregação, e porque?

Porque o confronto se estabeleceu, porque o consenso foi substituído pela suspeita e por último, porque a razão foi substituída pelo comportamento de torcedor de futebol.

Idéias são assassinadas todos os dias, pessoas são deliberadamente prejudicadas em suas vidas particulares em nome de um projeto político x ou z que alguns assumiram como se fosse a luz de Dom Sebastião.

Assim a política mais agradável, a do consenso, aquela que aprendemos nascidos com nossos pais e legamos aos nossos filhos, que exercitamos com nossa amada, amigos, animais e com o mundo, é substituída por um confronto onde só vítimas existem, nunca vencedores.

E os sinais de mudança citados no título?

Estão por aí, na cara do povo, na solidariedade de um, no sorriso de outro, na ajuda aqui ou ali a um mais sem sorte. Mas muito mais forte que isso, está na indignação de homens com ética que se propõe a enfrentar um mundo para não permitir que o confronto derrube uma cidade.

quem quiser entrar no trem que preste atenção, ele está partindo.

Para que serve o poder de Dirceu?

Elio Gaspari

O episódio do doutor Waldomiro Diniz expôs a debilidade de um projeto de poder do comissariado petista. Trata-se de um projeto de poder primitivo, truculento, pobre. Só encontra paralelo em algumas condutas da nobiliarquia alagoana na fase dourada do collorato. Ele foi o primeiro, infelizmente não será o último.

Começando pelo doutor Waldomiro. O moço se aproximou de José Dirceu precisamente no final dos anos 90 durante os quais o comissário moeu o PT do Rio de Janeiro, impondo-lhe os modos de Benedita da Silva e os meios de Anthony Garotinho. Essa visão de mundo aproximou Waldomiro Diniz de José Dirceu. Um dia alguém vai estudar essas semanas e descobrirá que os verdadeiros fundadores do novo PT chamam-se Leonel Brizola, Benedita da Silva e Anthony Garotinho. Foram eles que conseguiram de Lula, Genoino e José Dirceu a carga da cavalaria cossaca contra a esquerda carioca. Mais tarde, em memorável cena de rompimento, Rosinha Matheus desentendeu-se com Dirceu e Garotinho chamou o PT de “partido da boquinha”.

Para se compreender a mecânica de poder que gera Waldomiros e toda a família de poderosos cometas de Brasília, vale lembrar uma história atribuída ao príncipe de Talleyrand, o magistral chanceler da França, quando a serviço de Napoleão Bonaparte.

Um negociador estrangeiro queria corrompê-lo e disse-lhe:

“Dou-lhe 20 mil francos e não conto a ninguém.”

Talleyrand respondeu:

“Dê-me quarenta mil, e conte a quem quiser.”

A diferença entre Talleyrand e os Waldomiros desta vida está no fato de que o bom príncipe não esperava sigilo de quem o comprava. Os Waldomiros acreditam que o andar de cima, com sua experiência secular, vai contratá-los com cláusulas de confidencialidade.

Quando o PT diz que a extorsão praticada por Waldomiro tem algo a ver com a arrecadação ilegal de fundos de campanha, mente e faz-se de bobo. Há casos de empresas que, na defesa de suas idéias (ou de seus interesses genéricos), dão dinheiro a candidatos sem registros contábeis. É o velho Caixa Dois. O que Waldomiro propunha a Carlinhos Cachoeira era que o bicheiro desse nova redação a um edital para a licitação de um serviço público. Assim como não há seqüestro-de-campanha, não pode haver achaque-de-campanha.

Quando o PT federal diz que agiu prontamente, demitindo o funcionário, faz rir. Faltava só que o mantivesse na função, indo ao Congresso negociar o fim da multa do FGTS. O velho e bom PT carioca mostrou aos comissários o que se fazia no Rio. Havia mais provas de waldomiranças no Planalto do que de água em Marte. É nesse sentido que o projeto de poder do PT federal é débil, pueril no seu deslumbramento.

Quem viu os quinze segundos de fama do doutor Waldomiro no “Jornal Nacional” conheceu seus métodos de negociação. Essas pessoas merecem saber que, além do comissário José Dirceu e de seus secretários-executivos, só quatro funcionários da Casa Civil tinham acesso às senhas capazes de entrar no banco de dados onde os companheiros listam o que se faz, o que se pede e o que se promete à custa da Viúva.

Waldomiro Diniz tinha uma utilidade. Era instrumento do poder de José Dirceu. Feita essa constatação, cabe a seguinte pergunta: para que serve o poder de José Dirceu, além de alimentar as conversas a respeito do tamanho do poder do comissário José Dirceu?

Pela independência Real

COMO O OFF VIROU ON

Fonte, Observatório da imprensa

A vingança das aspas

Alberto Dines

O presidente Lula estava em falta com a imprensa: em um ano de mandato apenas dois encontros formais no Palácio do Planalto e os desencontros nas sucessivas viagens ao exterior com os repórteres severamente vigiados pelos assessores de imprensa.

Premido pela insistência dos "nomões" da crônica política e, talvez, inspirado pelo número de briefings que o presidente George W. Bush oferece aos repórteres que cobrem a Casa Branca, o presidente autorizou um encontro "informal" com 15 jornalistas sediados em Brasília na noite de quarta-feira, 11/2.

Até aí, tudo bem. O resto dos procedimentos foram de mentirinha. A começar pela escolha do local. Não se sabe de quem a idéia estapafúrdia de que um briefing do presidente precisa ser obrigatoriamente realizado fora das dependências da Presidência.

Depois de descartar outros ambientes "neutros", chegou-se à conclusão simplista que o briefing do presidente da República só poderia realizar-se na casa de um(a) jornalista, e escolheu-se a residência de Teresa Cruvinel, do Globo, seguramente pelos critérios de tamanho e conforto.

Sem discutir estes critérios e/ou a simpatia da anfitriã, o raciocínio não faz sentido algum. Mesmo num briefing a relação do jornalista com a fonte deve ser estritamente profissional. É o compromisso do jornalista em não utilizar as declarações como declarações que caracteriza a informalidade do encontro – e não a hora ou o local onde se realiza. E este compromisso é formalíssimo, protocolar, rigoroso.

É muito mais apropriado que um briefing oferecido por uma alta autoridade seja realizado nos ambientes onde esta autoridade opera do que forçar uma intimidade por todos os aspectos indesejável e imprópria.

Em grande estilo

A idéia dos comes & bebes foi igualmente desastrada e só contribui para aumentar o fingimento que envolve o episódio. Quem pagou a conta? A anfitriã ou foi uma "vaquinha" repartida entre os jornalistas e suas sete empresas? E se a Presidência da República pagou a conta? Fica bem para os convivas? E os leitores, o que acharão deste faz-de-conta?

A verdade tarda mas não falha, como diz sabiamente o povo aos donos da verdade: a trapalhada da conversa informal autodesmascarou-se. Primeiro porque um briefing não deve ser noticiado. É um não-evento. E quando converte-se em fato público cria a obrigação de ser reportado integralmente, sem firulas ou disfarces.

O mais importante é que, por sua natureza, o briefing serve para oferecer referências e background, preservando-se a fonte e evitando-se as citações. Por isso, evitam-se gravadores e blocos de notas.

Mas tantos foram os truques daquela noitada que nas edições da sexta-feira pareceu a todos que o presidente, afinal, concedeu uma entrevista coletiva em grande estilo. Verdadeira festa declaratória, as aspas venceram todas as tentativas de suprimi-las e apareceram triunfais em todas as matérias. Menos no texto da anfitriã, que preferiu o travessão do texto falado e identificado.

Triste, mas vero

Justiça

Como bem lembrou a grande Claudia Mello, devemos ser justos. Três Vereadores ( Ou edis, para os eruditos ) não chafurdaram na lama na segunda-feira: João Ricardo Bolzoni ilha, Cássio Mendes David de Souza e Evaldo Ambrósio.

Força Rapaziada.

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Contra os spams.

Spam ? pior que pulga no saco.

Retalhos da vergonha destruída

Não vou entrar na linha "político é tudo safado", seria ingenuidade.

Prefiro cunhar uma outra frase: "Político em geral não raciocina".

Isso tudo é apenas uma prévia o mais bem humorada possível para a minha indignação a respeito da palhaçada do dia 16/02/2004 encenada na câmara dos Vereadores da pacífica e pacata cidade de São Lourenço.

Para que nossoas amados leitores tenham algum entendimento sobre o ocorrido, explico.

Na data supra citada deu entrada na câmara uma denúncia enviada pelo presidente do grupo Transparência São Lourenço, junto com o Presidente da TVe local, solicitando o afastamento de 7 vereadores, pois, entre outras denúncias, todos possuiam parentes de até segundo grau ocupando cargos na prefeitura quando da votação pela aceitação ou não da cassação do Prefeito Clóvis Aparecido Nogueira.

A partir deste fato operou-se uma inigualável encenação onde parte dos votantes a favor da cassação em dezembro último resolveram operar o famoso corporativismo para negar a aceitação da denúncia.

Ou seja, mesmo com 7 vereadores impedidos de votar, não houve a aceitação da denúncia pelos oito restantes. A votaçào foi em 5 votos contra a aceitação e 3 a favor, sendo que os senhores votantes contra alegaram que haviam impedimentos "técnicos"para aaceitação da denúncia.

Ou seja, limpar a câmara nada,né? Meu negócio é fazer doce quando o prefeito está fraco políticamente, nunca usar da prerrogativa de vereador para fiscalizar e cortar na própria carne, certo?

O pior é que todos os votantes contra a aceitação da denúncia deixaram pessoas que escondem documentos de CPI, dirigem bêbadas, sem carteira, agridem policiais, xingam radialistas em programas de rádio e possuem comportamento suspeito mesmo em sessões da câmara.

Fora os demais que inflingiram regras do próprio regimento internod a câmara, faltando com o decoro parlamentar.

O pior disso tudo é que com a aceitação da denúncia, quem não tinha nada de errado teria toda a oportunidade e o palanque possível para se lançar como vestal, mas...

a Câmara de São Lourenço não é apenas composta por pessoas com dificulades de perceber o melhor pra cidade, é composta de pessoas que mal compreendem um rascunho do que é ser um parlamentar.São corporativistas, mesquinhos, e preferem se locupletar hoje , se filiar a um prefeitura falida economica e politicamente, a procurar uma vida pública honrada e com alguma luz.

Ou seja, não possuímos câmara, mas uma covardia travestida de parlamentares.

Desenvolvimento sustentável, democratização da gestão ambiental e Chopp no Barril

Desenvolvimento sustentável é um termo largamente utilizado atualmente e nem sempre em seu sentido exato. É um termo da moda, assunto de conversas geniais dos mais sofisticados meios, ao som de Jazz ou Rock Indie, goles e goles de Tequila, Marguerita ou o velho Whisquinho.Porém poucas vezes este termo é vinculado claramente a uma política ampla de inclusão social nas discussões supracitadas.

As rodas de ecologistas trabalham arduamente pela preservação das espécies animais, das florestas equatoriais e de outras coisas menos votadas. O único porém é o tal de desenvolvimento sustentável que volta e meia pauta discussões sem nem sempre ser tratado da forma correta.

Explico. Desenvolvimento sustentável é a exploração dos recursos naturais com o equilíbrio necessário para sua manutenção. Até aí tudo bem. Qualquer exploração menos predatória e voltada para o replantio de árvores, cuidados na exploração de fontes naturais no limite de sua vazão natural, etc, é visto como desenvolvimento sustentável. O caso é que quase nunca se inclui nos cálculos do desenvolvimento sustentável um animal que está em vias de desaparecer da face da Terra: O Homo Sapiens.

Para que exista realmente algo chamado desenvolvimento sustentável é necessário que se prepare e perceba que sem a inclusão das populações no plano decisório da exploração das riquezas naturais da região onde vivem é quase que estúpida a utilização deste termo. Não falo apenas das áreas amazônicas, onde, com a graça dos Deuses, este termo parece estar realmente sendo utilizado de forma correta em projetos excelentes. Falo de toda a superfície deste país onde mesmo as áreas urbanas carecem de políticas de desenvolvimento claro, sustentável e de erradicação de práticas poluentes e destrutivas da natureza. Práticas estas que vão desde o lançamento de dejetos na lagoa Rodrigo de Freitas até a ausência de ações populares mais fortes no caso de São Lourenço, onde poder público e omissão da população se abraçam ermitindo que a toda poderosa Nestlé destrua pouco a pouco a grande riqueza do sul de Minas Gerais, suas fontes de águia mineral.

Como então incluir a população no rol das responsabilidades a respeito de seu meio ambiente próximo? Por duas vias. Por políticas claras educacionais e por punição dura e abrangente dos personagens que maculam o meio. As políticas educacionais vão desde o ensinamento nas escolas, sem meio termos ou papo de bichinho, da importância e necessidade do equilíbrio homem x Meio Ambiente, da importância da inclusão dos homens nesta idéia, no sentido de explicar que de um papel de bala a um esgoto a diferença não é tão grande assim para a predação do meio, até a utilização de campanhas públicas de formação de cidadãos, passando pela formação e democratização dos conselhos de gestão ambiental existentes na legislação. A parte das punições é mais chatinha, mas é fácil. Implementar nos municípios com fiscalização federal ou do Ministério Público, de legislação rígida de gestão do espaço urbano, desde saneamento público até papel de bala jogado no chão, com multas pesadas para quem deteriorar o espaço urbano e meio ambiente em geral.

Aliada a essas medidas existe também a responsabilização dos municípios e estados pela manutenção do espaço, do meio ambiente, a seu redor. Ou seja, incluir também a manutenção do espaço ambiental como parte do patrimônio e ônus dos poderes locais, sujeitos às mesmas multas. Essa medida pode ser implementada aliada ao fortalecimento de câmaras setoriais de gestão ambiental, formada pelas comunidades locais, que tratariam desde a preservação das espécies animais da região, área florestal, implantação de uma rede de saneamento básico eficiente e despoluição dos Rios. Assim ao mesmo tempo em que descentralizaria a questão ambiental se democratizaria sua gestão.

Claro que muitas dessas medidas estão ou serão tomadas e com algumas delas o meio ambiente já agradece, porém sem a descentralização total e a responsabilização total da gestão ambiental, sem a derrubada da pobreza e a inclusão das populações nos benefícios de uma gestão equilibrada do meio ambiente, no sentido de compartilhar das riquezas geradas por uma exploração inteligente, nada se resolve.

E assim um dia acaba o papo inteligente dos Barris de Ipanema sobre meio ambiente e destruição dos predadores do mesmo, porque o combate vai ser nulo dado que a praia à frente, destruída pelo esgoto lançado pelo mesmo Barril, pode não mais existir.

Natureza e cidadania

Gilson Júnior

Como urbanóides muitos de nós vivemos em um perpétuo complexo de culpa pela saudade do natural, algo muito interessante. E com esse complexo se geram gerações de ecologistas fanáticos que salvam as baleias em lindos fins de semana em Fernando de Noronha e participam de fortes passeatas na praia de Ipanema contra o transporte de Petróleo em navios velhos. Acho isso lindo.

Agora, como urbanóide chato e à procura de um sentido mais amplo na manutenção do meio ambiente hostil à nossa volta me pergunto, e a cidade como é que fica? Sim, a natureza é algo maravilhoso e nos permite uma real sensação de humanidade pela libertação de nosso lado mais animal, mas e a cidade à nossa volta, o meio ambiente não mora aqui?

Pergunto isso porque o espaço ambiental é tudo o que está a nossa volta, é o circulo onde vivemos e seu equilíbrio. Ou seja, se partirmos só pra Fernando de Noronha, logo, logo, Fernando de Noronha vai ser cidade e vamos ter que mudar de novo. Explico. Ao cuidarmos só dos espaços mais lindos de nosso litoral e de causas distantes infelizmente abrimos mão da responsabilidade de mantermos nosso meio vivo, mais precisamente, sem sermos cidadãos e mantermos nossas cidades com um mínimo de equilíbrio com o natural e entre nós, melhor pedirmos ao Greenpeace que nos salve, porque isso acaba logo.

Falo isso porque percebo que desvinculam preservação ambiental da necessária preservação social e da participação política. Assim fica limpo brigar pelo meio ambiente e tolo brigar por uma gestão melhor do estado e pela melhoria de nossas cidades, esquecendo todos que sem uma cidade viva, limpa e em equilíbrio o tal do Meio Ambiente, uma entidade purérrima, vai pras cucuias.

Esquecemos o povo mais pobre, esquecemos de sermos mais doces e educados, esquecemos de não jogar papel no chão, de não urinar nas paredes da cidade, e outras atitudes nada bonitas, mas vamos salvar baleias no norte do País, não é lindo?

Sem sermos cidadãos e percebermos que tudo à nossa volta e todas as nossas atitudes são ou danosas ou salvadoras de todo o ambiente, nada se resolve e em última instância salvamos baleias que matamos todos os dias. Por isso ao nos engajarmos na vida de luta que é a preservação do meio ambiente devemos ter em mente que isso vai desde uma mudança fortíssima em nosso comportamento até a preocupação de quem elegemos para prefeito, de qual é a melhor escolha de política ambiental dos políticos à nossa volta, se ela inclui a erradicação da pobreza e do saneamento precário que temos no Brasil e até a busca de informações mais precisas sobre a legislação ambiental, de gestão de recursos públicos, etc.

Será que nosso Meio Ambiente é recurso público também? Se não é deveria ser? Como entender isso? Estudando e estudar é ampliar a responsabilidade de nossa atuação em todos os níveis da preservação ambiental, e esses níveis se revelam cada vez mais próximos de uma atitude consciente e cidadã, de uma atitude ética, de uma atitude natural.

A mitologia moderna



Gilson Júnior


Corre em paralelo ao engajamento cada vez maior na defesa de Gaia a criação de uma mitologia moderna, mitos retirados do passado distante e corrompidos pela ótica dos ursinhos de pelúcia urbanos, mitos urbanos mesmo, cegos e inexatos.

O primeiro mito interessante é a docilidade de Gaia (mito irmão de seu contrário, a vingança de Gaia, mas este é menos interessante). A terra e o meio ambiente são vistos como dóceis provedores, os animais como coitados bondosos e o homem com o câncer do natural. Com a última afirmação eu até concordo, dado que o bicho homem tem entre seus membros duas castas que são realmente o fim, o Homo Lucrativos e o Homo Acomodadus, esses sim um tremendo câncer. Não concordo, porém, com as duas primeiras. A defesa do equilíbrio do homem com o natural não pode tratá-lo como um irmão bondoso, mas com um irmão exigente. Animais matam e se deixarmos correr soltos, dado que já esculhambamos o equilíbrio todo, jacarés demais destróem as piranhas e lobos demais matam gente e ovelhas, problema velho conhecido, ou seja, se o natural for deixado solto ele engole nós, razão de nossa interferência no natural, simples e pura sobrevivência.

O natural e os animais são vivos e fortes e só não resistem ao jogo sujo das tecnologias mal utilizadas, e é esse nosso combate, nosso combate é conosco. Devemos tratar o natural como ele deve ser tratado, com respeito e clareza. Cuidar do natural é enfrentá-lo e dar a ele o que é seu, nada além. Nosso espaço deve ser cuidado também, ou morremos. O natural não nos provém, ele nos dá apenas o que conquistamos, provedor dá e pronto, o natural exige. Gaia vingadora também é tolice, a terra não devolve, ela apenas deixa o preço dos atos correr, e por isso sem uma árvore menos sombra, pelo menos. O papel do homem é complicado pelo simples fato de sua arma de defesa ser a possibilidade de criar ferramentas, seu instinto é o da criação e a criação é por si só um meio de alteração do natural, seu uso com equilíbrio é que é o pó.

O segundo mito mais interessante é o do bom selvagem. Esse é hilário, e ainda colocam sobre o pobre do Rosseau o crime de sua criação. Em meio ao nosso complexo urbano de culpa pela qualidade horrível de vida que levamos, pelos mendigos nos sinais e pela respiração ruim, invejamos os índios dos mitos e os antigos. Desse jeito negamos à realidade a verossimilhança.

O homem, desde mitologicamente até uma simples visão crítica, representa do natural duas forças complementares. Ele é a personificação do caos destrutivo de da força criadora. Seu papel, independente de cor, raça, credo ou time que torce, é o da manifestação da criatividade na defesa de sua sobrevivência. Algumas tradições indicam que o homem não é realmente um animal, mas uma manifestação física do divino, mas isso é outra história.

Pegando o homem como animal, e suas diversas raças, podemos verificar que este se adapta perfeitamente à sua realidade mais próxima, porém quando amplia seu domínio imediato a outras regiões tende a impor a estas um impacto maior do que o que causava em sua área de origem, dado deu poderio predatório e as possíveis facilidades encontradas no novo local, aliado à sua adaptabilidade impressionante.E estas características são encontradas em todas as variáveis possíveis dentro do bicho homem. Nem o índio e nem o branco tem em si o gérmen da corrupção, sociedades o têm e pra ser mais claro, o poder o têm. Qualquer humano quando munido de poder tende a excluir aquilo que o causa problemas, e esse é o problema do poder, sua incrível capacidade de execução. Considerar o índio como bondoso porque na memória coletiva se criou o mito de sua bondade é negar conhecimento histórico e olhar o mundo com lentes róseas.

O cuidado com as minorias e o olhar às sabedorias antigas com respeito é saber que nada tem uma visão solitária e deve ser cuidado sem que notemos que mesmo o mais fraco tem suas vilezas na relação com o mais forte, a subserviência é uma delas. E a adoção de aspectos culturais como meio de sobrevivência, em detrimento de elementos culturais natos que nos permitem um equilíbrio maior com o todo, é subserviência.

E porque isso tudo acontece? Porque a realidade, ou realidades como bem sabem os xamãs, não admite mitos e lendas, ela admite conhecimento e ação. A realidade é, ela não pede explicações, mas ações que a alteram ou confirmem.

Assim, para um combate mais preciso pela preservação do ambiente, devemos destruir os mitos modernos e encarar a realidade e seus espinhos, optando dentro dela qual caminho queremos, o da omissão colorida por mitos, ou o da ação confirmada pela realização.
Webmaster desesperaodo busca emprego a qualquer custo, se alguém souber de algum me avisa.

Blog-se

site maneiríssimo, só com Blogs de
jornalistas, é do ramo.

Dias banais

Todo dia a gente enfrenta barras, algumas vezes cai.

eu posso ser otimista, mesmo cabisbaixo, mas sinceramente acredito que nas derrotas, mesmoq ue parciais, a gente desenvolve anticorpos para a imbecilidade e cresce.

romper, sair do útero, enfrentar a vida, traz dor, incompreensão, compreensào das falhas cometidas e, mesmo que pouco, aprendizado.

Estamos aí pra, quem sabe, ganhar o mundo.

sábado, fevereiro 14, 2004

A questão fundiária e a ecologia

Publicado originalmente no site Terramistica



Gilson Júnior

A questão fundiária é um dos maiores problemas mundiais e se reflete com uma gravidade seríssima no Brasil. Basta dizer que dos países mais desenvolvidos, a grande maioria alcançou tal desenvolvimento após a resolução do problema da distribuição de terra de maneira justa e equânime, livrando-se, assim, das massas de camponeses que são retirados de suas região de origem por não mais possuírem meios de subsistência, dado que são removidas de suas terras, realidades bem conhecidas por nós todos.

Como em todos os lugares, a divisão de terras teve momentos de bang-bang até o momento da intervenção dos poderes públicos, na maioria das vezes, pressionados pela sociedade organizada, que regulamentou desde a posse da terra como meio produtivo até o tamanho das propriedades, salvaguardando a distribuição igualitária e, em alguns casos, o próprio meio-ambiente.

Esse breve interlúdio teve a intenção de levantar a discussão para o papel da distribuição de terras na manutenção do meio ambiente e da necessidade de uma política ampla de reforma agrária que tenha em si mesma também a manutenção do equilíbrio ecológico. Explico porquê. Na maioria das discussões a respeito do tema é esquecido um dos maiores problemas da distribuição de terras, essa distribuição em áreas de proteção ambiental e a questão da limitação do tamanho das propriedades.

Vivemos um problema onde se deseja distribuir terras aos sem-terra e a eles se limita o tamanho das propriedades para permitir uma distribuição mais justa, porém não se possui mecanismos de limitação da obtenção e ampliação de propriedades no geral, propriedades de quem tem meios (grana) de obter mais e mais espaços. Sem a limitação do tamanho das terras, claro que se levando em conta as necessidades de determinados empreendimentos e seu impacto benéfico para a população local, corre-se o risco da posse de terras destruir o ambiente em volta, como ocorre em terras amazônicas e em outras áreas de proteção ambiental. Existem até projetos que ampliam a margem de áreas desmatadas para a criação de pastos em trâmite no congresso nacional, para deixar claro como a questão, além de espinhosa, é séria.

A própria posse de terra é uma questão de imenso impacto quando se fala em manutenção do ambiente, pois é claro que a terra é posse de todos quando se pensa que sua destruição ou maus tratos a ela podem causar problemas a um grande número de pessoas e destruir o ambiente local.

É um erro pensar que a questão fundiária pode ficar à margem da discussão sobre o aspecto ambiental. Essa discussão é maior que o problema da invasão das florestas pela terra e é co-irmã do problema das massas de sem-terra que reivindicam seu espaço em combate com os que não desejam ver seu espaço diminuído.

Com esse pequeno pitaco em relação ao tema já se percebe o tamanho do caroço que esse angu carrega. A questão agrária é mais ampla que discussões setoriais pensam, ela influencia toda a noção do país que queremos, inclusive se queremos um país livre dos problemas agrários, mas com sérios problemas ambientais, ou não.

Para pensar no problema com ciência temos o exemplo dos EUA, que resolveram seu problema agrário, mas destruíram imensas áreas naturais de pastagem e florestas, enfrentando diversos problemas ambientais atualmente. Ou seja, resolveram o problema dos homens, mas negligenciaram a terra e hoje pagam o preço.

Como livres pensadores e pessoas ligadas a uma idéia de mundo onde o equilíbrio é o mote principal, entre o universo e o aspecto humano, sem exceções, temos que, mais uma vez, ficar atentos e tomar parte na discussão e na resolução do problema, ampliando a base de conhecimento hoje existente e assumindo nossa responsabilidade diante do todo.

A impertinência do futuro ou o tempo como opressor

Publicado originalmente no site Terramistica

Gilson Junior

O tempo é a mágica da inevitabilidade. É a mudança sem medo, sem piedade, sem ilusão. A ansiedade é a tentativa humana de superar o tempo através de esforços, quase sempre inúteis.

Falo isso de cadeira, vítima que sou da rebelde tentativa de superar Cronos e de buscar seu domínio pela máscara da ilusão. O tempo pra mim traz derrotas, sempre me vence. Destrói relacionamentos, caminhos, medos. O tempo pra mim traz vitórias, constrói um homem, me ensina a amar sem medo, me coloca o desafio de viver dia após dia.

A impertinência do futuro é a opressão do tempo em nosso eu, nosso ego simplório que nega a totalidade que somos. O futuro é impertinente, pois é irrealizável, é apenas uma projeção e projeções falham. Parece apenas uma frase bonita, mas não é. A opressão do tempo é a opressão da não ação em nós, de nossa estagnação, de nosso jeito eterno de acreditar que como está, está bom. Pena, mas a natureza ignora vontades de estagnação. Ela usa nossos fantasmas para nos lembrar, dia-a-dia, que ela é mudança. E nós como partes dela, somos vítimas da mudança eterna. Cronos é seu juiz, júri e carrasco.

O termo vítima é mal usado se pensarmos na mudança como ela deve ser pensada, e aí Cronos torna-se nosso aliado. Mesmo o nome Cronos é um facilitador no texto, porque essa entidade chamada tempo é maior do que sua ampulheta.

Somos mudança a cada dia em rumo à transformação pelo pó. A morte física é a transformação de matéria bruta em energia pura e o retorno de nosso eu ao eu maior, ao todo, a Olorum ou um novo nome ao qual eu não me familiarizei ainda.

Amar, por exemplo, é mudar todo o tempo, pois amar é ser o primeiro impulso do Fluxo.

O fluxo da vida é constante, não linear e vivo. Isso não é uma redundância, a vida é um ser, e fazemos parte dele. A tal vida eterna dos cristãos é exatamente uma explicação mal usada para o fato de tudo ser vida, em todas às suas facetas, não importa a dimensão do que falamos. O tempo nada mais é do que a vida rumo a si mesma, num fluxo constante e inexplicável de mudanças, sem sentido, sem moderações. A vida muda por que é seu o mudar. E somos essa mudança constante porque a mudança nos traz conhecimento, sabedoria, equilíbrio. Quando alcançamos esse equilíbrio vemos o todo e assim superamos a humanidade.Voltamos a ser naturais como os lobos.

A ansiedade morre quando mudamos, quando sentimos o fluxo dentro de nós e o amor vivo pulsando em nosso peito. Um amor que hoje adota um nome, amanhã uma causa e depois de amanhã um cão. Mas que é mesmo o amor ao todo, e a nós mesmos, pois sem isso nada vale.

Assim o tempo é nosso, por ser filho da criatividade, do amor à vida e da verdade. Isso tudo é mudança e a mudança mata a opressão.