sexta-feira, outubro 31, 2008

É somente refrão

Zombeteiros nas dunas vermelhas
Folhas de ação
Gotas d'água esquecidas nos ontens
É somente refrão.

Lambe esguelhos de cores e veias
Fases de som
Rasgos d'alma que come horizontes
É somente refrão.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Histórias

Dez irmãos e uma cafeteira elétrica
João de Monte Vento sabia tudo sobre conversê.

O Alcorão
E uma vasilha com Ananás
Perdidamente Walter queria conhecer.

Três cães atacam gente lá no Paraíso
E fogem indo atrás do metrô
Que jaz além do parecer.

Tudo retalho e História
No compromisso desta vida
Trazida, cerzida
Partida pra onde olhar.

Velhos e anões distantes
Reduzem a lógica a quadrantes
Feitos de nuvem
Feitos de zonas
Onde a ordem come vidro
Em auto-falantes.

Dez irmãos e uma arma na cabeça
Preto como o inferno e só café pra beber
Dez irmãos e muito sonho que foi atrás
Perdendo tempo, adiando o vento de morrer
Dez irmãos
E eu querendo viver com um livro
Tecendo coisas, lendo famílias
Buscando um Deus que se fizesse saber
E João larga a mola
E explosões pintam as cinzas
As lidas, as linhas, as vinhas.

Rimas silenciam o antes
Calam-se em respeito
Por um instante
Enquanto livros vêm à tona
Criando ondas novas
Criando errantes.

Até felicidade

Em rimas de fada
Berimbaus exatos
Não compreendem o porque?
Não se perguntam porque?

E exalam batida, ferida
Rastapé aberto, pontapé exato.

E guardam macumba retinta
Sentida caída para qualquer lado
Escorando arte, artelho
Martelo perfeito
Morcego espalhado
Dado por raiva, amor ou medo
Pra saber-se inteiro
Quase um macaco.

Na linha da alma
Porrada no prato
Batuque não tem porque
Berimbau grita porque?

Na faca do dedo, no dedo
Brilha o amor perfeito
Só pra dar sabor
Nas ruas de Barcelonuevo
Rios de Janeiro tecem inté ardor
Criando meninos pentelhos, tecendo pentelhos
Fingindo ser arte
Pintando pintura de dedo
Só metendo o dedo pra cansar a tarde.

E enquanto cai a tarde
Berimbais invadem
Enquanto cai a maré
Rola só ir a pé pro medo
Não se pintar de vaidade
E deixar-se só no medo
De ter até felicidade.

A graça dos sem sorte

Sol feito fé
CaDê os galhos
Que resolvo enquanto o desprezo
Me come o pé, o orgulho e os passos
Que dou pra voar nos vespeiros?

Dou murros
E Raps folgados
Pra quem não quiser ter meu peso
Em cores de retinto brado
Eu finjo até torcer pros Cruzeiros
Se sou burro
Sou burro ensinado
E dou coice pra ter meu sossego.

Há noites de bandeiras largas
Meu sangue é a tinta asfáltica
Sou rua, sou calçada e morte
Esperança é artigo nobre.

Sou torres e torres
Vislumbro a graça dos sem sorte.

Som do trabalho

Dê-me o sal do sonho
E a nova flor
Que crio com meu ato de trabalho
E o sorriso que inventa o sol
Que rebrilha no alto som dos lábios
Enquanto a vida flui pelas verdades de meus calos
Como um mundo
Que sacra o homem que pela enxada
Faz novos risos em frutas e serras.

Todo o norte de nossas emoções
É feita desta luz, inté de dor
Que constrói o inventar na mente do direito à terra
E faz do fogo de cada olhar o alimento das certezas, das razões
Como a paixão nos torna mais vivos ao semear a terra.

E somos atos
Somos o retrato de toda a energia
Da linda festa em torno do rosto do inverno se tornando dia
E asism nos ombros de cada homem existe o livre viver
Nos espaços
Que flui já santo
Pelo riso nascer do som do trabalho.

terça-feira, outubro 28, 2008

Fazendo sonho virar real

Tantos
Tanta força bruta
Nem dói,Nem machuca
Sonhos aprendizes
Comem asfalto e mar.


Cantos
Feitos de chibatas
Braços, corpos, mata
Enterro e navalha
Tapas nos rostos
Nenhum olhar.

E o que há além do mudar?
Enxame de homens
Medicinal
O burbulhar
De sangue no ar
Em ruas, mantos
Palácios e mais.

E na risca da avenida
Ilham ilhas de milagres
Ruas tantas, perdem tantas
Novas louças
Novos lares.

Pranto morre seco
É riso
Talvez um motivo
Tenha existido
Pra superar.

Gosto
De aço e navalha
Hoje é escada
Brincadeira
Água
Irrigando o rosto
Para lavar.

E o lavar
Hoje é superar
Em bala, sangue medicinal
A remover ruas de lugar
Fazendo sonho virar real.

Enquanto sou hoje

Pedras pequeninas rolam enquanto sonho você
E noto matizes feitos de nuvens e velhos raios
Rebuscando o que escrevinham
Velhas cozinhando procê
Notar maravilhas no céu
Compõe mil fados.

Pra gente cantar comendo cuscuz da Zona Sul
Respirar o ar que sai das pedreiras
Onde nunca cresci
Eu que nunca nasci
Voando em paz no ventilador
Trançando cores para seu olhar
Revendo as horas
Para não chorar
Brincando de orientes nas trevas
Que embarcam no horizonte
Da nova noite.

Componho milagres para tentar jamais ser seu
E amo o ponto de cruz do pano de mesa errado
Posto à luz da lua como se todo meu apreço
Fosse uma imagem crua no cinema do Paço.

Se eu fosse luar construiria duendes, flores, cruz
Se eu fosse do mar
Voava em Jardineiras
Punha Deus pra sorrir
Talvez fosse aí
Levando na bolsa o Redentor
Talvez um joelho com guaraná
Sinto saudade de só te olhar
E perceber as novelas
Que são ter horizontes
Enquanto sou hoje.

Estradas tão lindas

Coisas feitas de linhas
Lajes, rubis
Estrelas sem fim
Cores de almas belas
Fomes de luzir.

Sâo palavras de mundo
Feitas de ir
Caminhar, corrir
Cozinhar gamelas
Beber e rir.

Pelas asas de qualquer lugar
Feitas de estradas, avestruzes, cores novas
E silêncios
Vôos de Sabiá
A gente acha nuvens feitas
Em estrelas do mar
Parcas cargas, vozes, lendas
E um enxergar
De tantas coisas, tantas linhas
Vidas a habitar
Vidas a nos levar
À estradas tão lindas.

De Sin City eu já tô cansando

Jaspions, Jiraias
Que venham me salvar
Como um antigo filme de robótica!

X-mans, Desenhos do Pica Pau
Tragam-me o vício de criança
De bola na búlica.

Gritos de Hulk não me façam pular
Por todo o mundo
Num sempre escapar
Romântico!

Quero uma hora pra poder jogar
Olhar
Todos os pontos do placar eletrônico.

Sombra que ri
Venha à força apresentar
O mau do peito dos homens
Sem místicas
Lobos, Arlequins
Façam fila para mostrar
Todo o poder pop de cada sílaba!

Murdock mostre o poder de ser sempre maior
Sem medo ao som
Da queda de um Rei sem Cânticos
Dai-me o direito de só meninar
Pois de Sin City eu já tô cansando.

Com o sol já poente

Sentido or not sentido?
Lábio vago inexato
Ruma rompendo com o tom
Sense ou non sense?
Prego, prato, astro
Impávida palavra, corpo tom.

Sentado em meu ambíguo, grito, mimo
Alvo dado como espanto
Que prega o luar na testa, no mar
E rima a irritar
Somente dou o tesouro dos quadrantes
Cada palavra tem o oposto instante.

Como Azul
Pintado como arte
Ante o vermelho carente
Solto em estandartes
Sangue mesmo da gente
Repetindo som quase
Que ditatorialmente.

Na arte em meu poder
Fazemos o óbvio, o toque nosso
E só construir parábolas ao mar
Como não rimar?
Se o som já nos obriga um instante
Um verbo, um verso
Um rimar
Já controverso
Que azul
Se transforma na parte
Ou no útero ausente
Substitui-se
É tarde
Com o sol já poente.

Poesia

Parole
Parolar
In Verbus
Verbo há
Retoando o tom que vem
Mudando o som
Falando: trem!!
Sendo nuvens, luas, velas
Arrumados bois
Familias
Rumos, brumas, roupa nova.

Na lírica sozinha
Resiste o ir, o vir
Retoa a cor da bola
À Bola? Populi
No trem do desconvexo
Flor relaxa
Solta a rima
E trai no movimento
O drible do lábio no ar.

E parole no mar
Palavra faz gritar silêncios imortais
E em vídeo, em prece
Acordes, quermesses
Vagam nomes, abismos, ais
Ruas tocam sons legais
E na trilha da letra viva
A alma só costura emoção.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Tudo se fuder

Dói na gente
Ou nossas coisas são crimes perfeitos?
Somos sorriso, dor amor, defeitos?
Ou teatro de mágicas
Pintados a parecer?

É da gente?
Saber das coisas, do sonho saber
Olhar pro mar
Ver luar
Ver luzir
Renascer
Reformar
Tentar não Morrer?

E E só!
É sempre o mesmo futuro
Sonhado em pleno pulmão
Contente rimando a inversão da razão
Ao nos transformar
Em copiadores de ser.

E o que eu quero é um lugar
Onde exista o sono
Um belo sonho.

Eu só quero existir sem querer
Ir e rir pro aí
Sem querer nem saber
Eu só quero mandar tudo se fuder.

Poetas

Obeliscos
Rumos
Cidades desconstruídas
Caos nos olhos mudos
Palavras nunca tão ditas
Já podemos tudo
Rasgamos mil novos dias
E o que somos, mundo?
Talvez poeira de estrelas.

Ramos de anos, de estados
Sangue rubro que já arde
Já se perdem nas sarjetas esquecidas de nossa beleza.

Livros e resmungos
Amores tão surdos
Ruinas inteligentes
Das ajudas de livrarias
Enquanto o sonho bóia
Alheio a qualquer livro
Buscando amores que repletos
Nos transformem em poetas.

Nâo posso ver!

Que é milagre?
Cortem os ares
Façam azares
Sonhem!!

Saiam de marte
Fujam de marte
Corram para mares novos.

Cegos de tanto querer voôs cegos
Somos a ausência tão eloquente
Do construir-nos gente
Perdidos buscando de Deus
Um inferno
Algo para onde morrer
Nos esquecemos de nascer
Nâo posso ver!

Segunda-Feira

Respirar é quase um equívoco
Nada rema contra o sono
Perguntar alheio ao sol a fonte
Do amor
Do sabor do sonho
É criar avenidas no Haiti
É transformar luas novas em Paris
é temer do amor a cor, o verso
É saber que das cores, somos dois.

E por isso se muda o norte
É por isso que nos fazemos fortes
É por isso que rumam os maus
Para as cavernas de onde não há manhã.

Se eu morrer farei ondas e contraversos
Controversos de conchas, paus e anis
Flores de liz me assombram no universo
Enquanto me apaixono de manhã.

Se eu tomasse uma coca..
Dói, o olhar com o sol atroz
Faz chover a menina a graus do cão que me toca
O coração.

Nestes dias me emociona não ser cego
Me emociona viver bem por aí
Não saber de futuro algum
Ser terno
Com quem não te percebe bem
Nos sons.

E enquanto o mundo se mostra
Eu queria hoje ser foca
Debulhar-me em preguiça tosca
Recriar universos em postas
Te ver contente.

quinta-feira, outubro 23, 2008

Porto universal

Sol nesta manhã
E som de rua,e mais
É sol de vento
Então qual fantasia
Surge em explosão de muitos desejos
Cálido no tom de neo-maravilha.

Em meio à confusão deste velho Rio
Jazem Sampas de manhã
Rumos pelo aterro
Tatos de canção
Tatis e Nás de poesia
Costuram razões além Melodia.

E meu coração de cor de terreiro vai
Restaurando sons de ouvido inteiro
Pulo na invenção
Corro na alegria
Calo-me na voz
Rio quase inteiro.

Pois sou amanhã
Pois sou irreal
Sou um mundo inteiro, até permito
Ser transnacional
Vagando entre dons
Vagando no sal
Sendo-me sorriso, invento, cheiros
Sendo universal.

E como não ser dom
Nem ser poesia?
Se o sol então arde qual celeiro
que serve a visão de grande maravilha
Ter um coração vivo em meu peito

E toda manhã
Acordo entre o sal
Raiva que faz livres sons ausentes
Que sonham novo sal
E sendo amanhã
Sendo irreal
Vago em las cajes deste alegre
Porto universal.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Um carinho nosso pelo criador

No tento das palavras grandes
Resmungo perversidades construidas por doutor
Reparo séro nas veredas
Nas verdades que velhos feitos de artes
Escreveram por louvor
E passo o pé na presteza da cidade
Pra evitar as grades
Para evitar rancor.

E jogo assim meio arrastado
Tumultua o relvado
Faz corar o trombador
Porque perfeito tudo nem é bom estado
Mas nem tão esculhabado pro craque poder se impor.

Valha-me chuva de me prender engarrafado
Rumores de tranca-rua dizem sol de levantar!
Valha-me ruas de prender-me encafifado
Música que cala rua não se pode amarrar.

Olha Maria
Se Deus fosse duas vinhas
Não haveria drogaria vendendo Anador
Só tinha a gente mantendo em nossa prece
Um sorriso bonitinho feito de um carinho nosso pelo criador.

Às tardes

Colho dos céus
Novenas azuis
Larguem fogo sobre o obus
Mil cidades me fazem ver
Raias de mar
Reflexos do sol
Em meus olhos em rouxinóis
De meu lírico novo ver.

Faço-me fé
colho a dor do luar
Planto ao nascer do mar
Novo sol de verdades.

Sinto a saudade do mel
E surpreso um novo céu
Faz-me tarde.

Pelas manhãs brindo sóis com a luz
De um riso que só seduz
Quando simples se faz nascer.

E eu guri ao som
De Oswaldo Cruz
Sambo rezas, Candeias azuis
De Cartolas de meu viver.

E assim minha fé, vê um novo luar
Saudade vira sonhar
Mundo colore tardes.
E quem sou eu sob o céu
Desta estrela em novo mel
Da cidade?

Cidade sal, luz do meu saber
Só você pra me fazer ver
Estrela flor em velha manhã!
Quem sabe a fé
Faz-me novo luar?
e eu que não sei esperar
Vôo às tardes.

Inventado azul

Eu rio ao largo dos espaço
Faço brados
Simulacros
Costumo ter sonho e flor.

Vago no som primeiro ato
Castro Vargas inexatos
Leio pobre ficção.

Assim me rumo ao sumo
Sou segundo
Totalmente
Repleto de mar
Ausência de ar
Costume de ir lá
Ao menos pra colher luzes colantes.

Ali parece agora tão distante
Será que sorrir é só demonstrar estrela de mar?

Queria ser somente um instante
Pelo sul
Rompendo mil milagres
Ouvindo apaarentes novas harpas
E naves
Como o azul
Das prestezas correntes
Assim como o sabre
Corta a alma da gente
Inventado azul.

Gabeira e Paes, pra não me deixar em paz!

O grande fenômeno das eleições municipais do Rio de Janeiro em seu segundo turno é a “esquerdização” do PSDB sob o manto do super verde boy marino – Teddy Gabeira.

No outro canto do Ringue Eduardo Bem Vestido Paes, o Terror do Trator anti-favela.

E a população entre milhões de justificativas de como o PSDB virou de esquerda contra a Máfia do PSDB. Não que exista uma diferença tão enorme no modo elitista de governar de ambos, apesar de métodos diferentes de atingir a mesma opressão velha de guerra em relação à grande massa.

A Candidatura Gabeira tem o agravante de tornar simpático o discurso do PSDB, e pior, sua modernização é o sotaque carioca dado ao Governo Serra/Andrea Matarazzo em São Paulo. O Paes, ruinzinho que só, mas adorado pelas donas de casa à procura de bom partido pras moças casadoiras, é só um coadjuvante perigosíssimo dessa comédia de erros que é a ausência da esquerda no Rio de Janeiro.

Gabeira consegue se mostrar algo que não é, apropriando-se de uma mistura de discurso de esquerda com fundamentos econômicos by George Soros e isso porque o discurso ético da Esquerda petista hoje repetido também pela esquerda do PSOL banaliza a política a um debate entre quem rouba e quem não rouba. Daí não se questiona a ética na aliança de um sujeito honesto com o Zito, por exemplo, e Marcelo Alencar. Fica-se preso na lógica do embate entre o Paes, dito defensor das milícias e do caveirão, mas como o Gabeira parece de esquerda e até o momento é honesto, não se discute sua aliança com Marcelo Alencar “Bônus Bang-Bang pra polícia” e Zito “Matador de Caxias”. E ainda acham que somos ingênuos e que devemos derrubar a direita nos aliando ao Periquito das Gerais.


Se confunde postura externa com postura política, não se vê os imensos recuos, ditos necessários para ser eleito, do Nobre homem verde de Ipanema na questão da liberação das drogas e contra a homofobia, e não se discute o que é “choque de capitalismo”, tudo pela falsa dicotomia do Miliciano versus o homem bom. Nem se percebe que o discurso é o discurso Cesar Maia com estilo, cor, cheiro e elegância.E novo dono, com a possibilidade de sustentação ao PSDB nacionalmente.

Nesta balada ficamos auqi observando o novo round do personalismo grassando, só que pela direita, enquanto o rio ta quase Tietê, mas lá ao menos teve o grupo Rumo.

Crueldade com animais





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Rês

Rês
Sê somente encalço
Peque na festa divina
Vai!

Vê na alma o sal dos passos
Vê a sebe
A flor retinta.

Vê somente sem olhos
Silenciado em temor
Vida
Vida é sina de mil olhos
Sons de almas
Cruz
Esquinas.

Rês
Sê somente o sino
Das maligrejas das linhas
Reescritas nas palmas de Lourdes e suas filhas!!

Vê todo o mal nas enganas
Das Bestas de tua torpeza
Não ligue à palavra a calma
Não ligue pra palavrezas.

O medo é o todo do ser
É alma e espaço
No delírio sem pernas das novenas
Na lentidão que inferna as mil lendas
Dos bons homens que caem em pranto, em falso.

Nada seu cria ondas
Cria fatos
Todo seu é o maior pesadelo
Todo sonho é um pouco desespero
Esperança é um irônico sorriso
Dói da fé o impacto sem frio
Do delírio atirado em pleno peito.

E a astronave das linhas, o incerto
Sâo cordéis não culpados, mas com peso
Remoídos irrimados de desejo
Pelos sins e pelos nãos de cada deserto
Costurados das penas de mil cérberos
Como se fosse nova a mão do medo
Refletida tolamente pelo espelho
Irrigado de sinais não divinos
Feitos só pelo olho nunca vítreo
Destas rimas mais vãs
Cheias de sebo.

E o que é que me faz virar canção?
Já que sou todo ator em velhas lendas
Serei nós pelas veredas pequenas?
Ou serei um soturno amor bretão?

Vago nalmas de luz em escuridão tão trançada que causa milproblemas
Como se toda hora fosse a pena
De um juiz que parece Macalé
Um Arrigo de sons batendo pé
Pra surfar no swing da natureza.

Rês me dê o seu nome e suas certezas
que lhe devolverei com chifres e mar!

Se sou sorriso não te rio bonito
Mas compartilho do desespero inato
Se sou sorriso
Talvez seja mato, ou vire mato, ou mate mato.

Rês
Fuja!
Seu sorriso pode me anoitecer!

Todos os versos são banais

Algas de novo mar
Sofrem jasmins
No decorrer do lírio
Flores aparentam cores e algum cheiro.

Reescrevem-se penas, alces, risos
Como se por risco
Voassem flutuando em parafuso.


E no entreguismo dos nossos filhos
Somos felizes
No oportunismo bom se nós eleitos
Corrigirmos os erros
Que esta gente iletrada e inútil faz e encena.

No sem nexo
Non sense tão previsto
Que verso em sais correntes e delírios
Só vislumbro a razão dos desertos.

E a cor do mar
É tão distante
Como se os ossos fossem livres
Para espetar sua palavra na parede das igrejas.

Mas não ligue
Todos os versos são banais.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Lógica banal

Ressalve as alegorias
Faça-se Angú
Dê caldo das mulheres do Leblon
Ou vá morrer
Porque rios são marcas de suor
Luas nuas se perdem pela paz
Fazem cruzes em Copa no Natal.

Repare nas Marés do Norte azul
Às margens dos universitários sais
E vá crescer
Como se risos fossem doce e só
Como se todo ônibus em geral
Corresse riscos de voar pra Dubai.

Me largue a paciência
Faça luz
Dispare armas químicas no mar
Me salva a calma do urutau
E vou aí
Perder rio de cor sem matagal
Sem nascer nova linha paris
Por entre carros e lógica banal.

Crueldade com Animais doublepack


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quinta-feira, outubro 09, 2008

A cem

Yo quiero Anas
Rasgam duas mil filipetas
Nesta semana
Bebo almas com o capeta
Requiro danças pelas sementes
Vago nas calmas sem dor
Reviro a mente
Procuro um véu sem labor
E costurando a cor
Do aniz com um cowboy.


Soy
Apenas a ver astronautas desertos
Só quero mesmo nascer.

Reviro nos jardins um morumbi de incertezas repletas
De uma saudade tão transversa
Refiro-me às tardes sem celeuma ou sentido
Sem hombridade
Costuro-me ator nas mil ruinas de uma história
De Terezas Santas
Do Rio amor.

E és mais teu ser todo meu eu
O que é amor, ou Deus, ou teus
Dois mil tesões?
Costuro bem
A flor do amor
E ando
A cem.

Futuro amor

Já gritei em esperanto
Que era pra nascer meio cão meio ator
De Hitcock baseado em ritmos
De chula flor.

Já rimei com hipocampos
Runs de alvorecer, frutas, aves, condor
Brinquei com signos afetados
Íntimos
Tolos em cor.

E escrevi coisa rota
Porque querer mesmo só rimar
Por querer do radical ter o tom
Pra me firmar
Com um beque meio manco
Querendo aparecer pro Técnico Tricolor
Me calo baixo
Vago inexato
Só pra rimar pato
Com futuro amor.

Só la mente

Para frasear romântico lírico
Tom Zé, balanço, canoa
Rês, lua, canapé, alvo, gentio
Palavra nua tecida em corpo de Dora.

Perfilando letras, sinônimos, símbolos
Leves destinos, catres, Loas
Ruas tecendo litorais
Repentes negros, fazendo flor.

Palavra ruma em caso de outro inverso
Universo parece Buriti
É cidade e árvore
Sem nexo
Não responde e nem encurta razão melhor.


Se és calango
Ou truta
Nasce veio
Na versola da sílaba de sal
Rima compras com muitas vezes mês
Rimam-se dor e verde afã
Pelas mil quebradas de rubra paixão em liz
Passeatas, mulheres, negros, véus
Transportemos vilões de multiversos
Construamos do verde o sangue, o bom.

Não se apegue à canção, ao som ao verso
Sugue o tom da palavra por aí
No sentido da catédra do inverso
Há a guerra da plebe e da maçã
Pelas inversões do som
Pelas cidades, bocas, e tons
Pelas almas livres e presas no chão
Pelas cadeias e fábricas e muitas invasões.

Se refletes o sol e as bóias
Se reduzes o som às flautas
Se requeres milhões de calmas
Sou apenas o que lhe falta
Sou só la mente.

Realiza o nada

Raia luar
Vaga lume de parca praia
Sol de arraia
Rasga gume de alma clara.

Vaga voar
Lua,onda, palavra rara
Soa sobre Sabres, almas
Rima ritmo
Cor de calma
Calma morre
Estravaza.


Veja-me mar
Vaga lume
Vaga palavra
Nada acalma
Luta ruindo de alma em alma.

Veja-ma ar
Pedra
Punho
Bandeira
Faixas
Explodem asas
Voam povos,
Utopias e espadas.

Vejam já
Novo homem, novas palavras
rima morta, som soa
Rasga
Realiza o nada.

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Em cada idade, em cada letra

Ponha fogo em tudo
Me crie apenas das cinzas
Parado sou mudo
Acorrentado sou sina.

Ponha algo nulo
Anule o avanço das linhas
Eu busco a carta do mundo
Pintada nas esquinas.

Mova o ás, o rumo
Jogue o lábio pra cima
Sopre o verso no prumo de nossas incertezas.

Pois o que canto é moldado
Das loucuras das idades
Das belezes de cada letra
Nas cidades
Na lua acesa.

E é o hoje o rumo
Hoje é o sumo
No cais tão consistente
Dos mares deoutros lusíadas
Minh'alma voa afora
Redunda do sorriso
Do amor que é verso em festa
Em cada idade, em cada letra.

É ver

Luzem miragens
Somos miragens
Arte é miragem podre.

Luzem milagres
Somos iguais
Solenes
Iguais rancores.

Faz-se ciência em Deus
Faz-se inferno
Cansa a clemência o ato das feras
De discutir semente.

Faz-se pior morrer
E o que quero
É olhar
Me enternecer
É chorar
Me entristecer
Ser vão
Só ser.

O que há me faz crescer
Toda morte é meu nascer
É chão
É ver.

Rio asfaltos

Rio asfaltos
Nos Estácios do ser
Rio braços de anjos
Resquícios tão humanos
Do meu olhar.

Pra ver firme a manhã
Recompondo seu axé
Seu ato
De mostrar-me o viver
Como um dia novo a meu lado.

Mas há verdades inscritas no querer
Rio falso
Te amo.

Como criar contas pro colar crescer?
Há em mim o mar que importa mais que viver?
Há verdades
Sonhos anotados sem ler
Rio asfaltos e planos.

Como ser moleque nas nuvens, no sal
Se há explosões novas de manhã em qualquer jornal?
Há saudades
E o que invneto a nascer
Rio Falso
Te amo.