Dez irmãos e uma cafeteira elétrica
João de Monte Vento sabia tudo sobre conversê.
O Alcorão
E uma vasilha com Ananás
Perdidamente Walter queria conhecer.
Três cães atacam gente lá no Paraíso
E fogem indo atrás do metrô
Que jaz além do parecer.
Tudo retalho e História
No compromisso desta vida
Trazida, cerzida
Partida pra onde olhar.
Velhos e anões distantes
Reduzem a lógica a quadrantes
Feitos de nuvem
Feitos de zonas
Onde a ordem come vidro
Em auto-falantes.
Dez irmãos e uma arma na cabeça
Preto como o inferno e só café pra beber
Dez irmãos e muito sonho que foi atrás
Perdendo tempo, adiando o vento de morrer
Dez irmãos
E eu querendo viver com um livro
Tecendo coisas, lendo famílias
Buscando um Deus que se fizesse saber
E João larga a mola
E explosões pintam as cinzas
As lidas, as linhas, as vinhas.
Rimas silenciam o antes
Calam-se em respeito
Por um instante
Enquanto livros vêm à tona
Criando ondas novas
Criando errantes.
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