quinta-feira, outubro 26, 2006

Iluminacidades

Em Jabour tem jade
E luminosidade à toa
O Calor é firme em PoA
Na Gávea tem alarde
Parque da cidade
Broa e Samba tem na Gamboa
Guadá tem cidades
Iluminacidades soltas.

Solto meu amor nas praias dadas a não mim
Respiro calores nos subúrbios sem fim
De meus olhos todos grudados na voz
Do imenso passado que somos sós
Que somos nós.

Cidade do Cabo
No Leme voltado em solta
Maravilha de Lisboa
Nas ruas sem grades
Miami sem artes, tola
A Barra oprime as moças
Cadê Liberdade?
Laranjeiras arde
E voa uma Santa que me é boa
Iluminacidades.

Falo do amor no teu corpo meu assim
Qual minha cidade deitando sobre mim
E eu que me sonho amado por voz
Que rouca me invade e me faz nós
Eu sou só nós.

E nesta cidade
Respiro intensos brilhos
No real
Do teu ritmo, do teu íntimo
Total.

Ouça que amo você

Digo que amo você
Só pra derreter calotas de gelos mil
Finjo nem mesmo aprender, finjo desdizer
Digo assim meio Abril.

Rimo praia com dendê
Misturo querer com Puta que o pariu
Faço poemas procê
Deduzo você
Tátil como quem não dormiu
Torço pro Flu se fuder
Quase sem querer grito que o gol foi mil
Quero fuder de você
O teu bem querer
Teu corpo, sonho e perfil
Quero saber de sonhar
Quero te saborear
E depois ir assim solto
Pelas trilhas do meu rosto
Que brilha quando vê todo mar.

Quero comer com mão
Ver um avião
Misturar rum com alguma fé
Bailar de Cuba a nação
Balança nação
Rumba com Samba dá pé
Quero me apaixonar
Depois reapaixonar
Por teu jeito de milhão
(Gente praca, irmão!)
Que me seduz de olhar.

Rasga meu novo blusão!
Faça isso não!
Tira minha roupa legal!

Bailo de novo voar
Olha além mar
Santa Tereza Cristã
A me deixar rebolar, batucar no ar
Céu de Guadalupe vão
Deixa eu te acordar
Depois me deixa te lambuzar
Com algo meu que tem gosto
E desliza por teu corpo
Ciente do jeito dele andar.

Fala farinha de pão
Toque um bom baião
Vamos pro arrasta-pé
Deixe Caetano pra lá
Vamo rebolá
Curtir um samba qualquer
Rala comigo na mão, ali no portão
Beco de Santa a temer
Foda-se Colômbia e Marzão
Itaiputom
Quero saber de você
Nem precisa me dizer
Ouça que amo você
E só respiro de novo
Por saber do teu gosto
Que meu corpo curte aprovar.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Ao Desejar

Rosas noturnas cantam sinos
E há bem mar
Nas asas dos desatinos os olhos cansam
Voam nuvens sem neons nas luas que não nos alcançam
Calam-se crianças mortas nos silêncios.

E assim
Partem almas pela smãos
Deuses feitos dos ares do teu velho olhar
Tu assim
Qual Moura que fez das mãos
Um tecer de histórias e de paixão.

Calculo o significado dos extremos
De nosso olhar
Conto as horas que nunca passam aqui perto
Bailo nas segundas-feiras, terças e quartas nos versos
Luto contra relógios mudos
Que me condenam ao tédio.

Bailo assim
A buscar-te ba visão
Escrevo sem poesias versos de rimar
Sem assim
Ver-te sob o tempo, ao chão
Nua e deitada me esperando ao desejar.

Arte de teu olhar

Posso criar dramas e infernos
Sonhos remotos
Festas em versos
Luares de graça
Sóis que remontam a luas.

Tudo pra ver-te em meus sonhos tensos
Nos botecos dos Rios
Em que vivo
No instinto
Das cores que almejas e que colho nos andes
Pra criar mais sóis
Iguais a teus olhos
Sonho-te em meio ao ar
Me solto a sós
Te esperando falar
Minha língua de amar
Sobre as velas.

Venha-me ao mar
Me faça cidade
Me faça luar
Outro milagre
Todo meu ciúme se cala ante o olhar
Da moura que me reflete entre o ar
E a ilha que nos contém
Durante o ato de amar
Esta arte de teu olhar.

Guerreiro de sons

Há um rio em cada meu sorrir
Lágrimas param diante do som
Tua voz em tom feito pra mim
Eu que assim calo-me
Vão.

Mundo inteiro me testa a sorrir
A burlar esta minha vã visão
Que te cria no mar ante o sol
Que já inicia são
Um novo ir.

Outros cercam-te prontos
E eu a arremeter
Contra a sanha dos sonhos de outro mar
Vago alto no medo de ver-te sublime
A fogo voar pelas campinas
Eu tolo e são
Poeta acima das mil luas frias
Guerreiro de sons
Abordo novo galeão
Derroto o inferno da lida
Que me afasta da sina
De beijar-te a mão.

Ausência

Há mil horas em cada uma que vai
Eu em planos de medos e ais
Meio aqui bem calado, roendo um bocado
Um dedo, uma unha, um sentido sem paz.

Todo aflito sossobra no gás
De pensamentos fluidos demais
Fantasias arriscadas, bem amendrontadas
Falando do fim, do chorar, do mudar.

É o que é este risco de ser para o ser
Esta brusca comida no cerne do ver
Este querer morrir entre fins tão banais
Será um mundo triste
Ou será algo mais?

Será tudo fantasia demais
Será tudo uma ausência de paz?

Já só sei que me torno aqui tão pequeno
Buscando a ti em cada único instante
Cada instante de ti
Cuja ausência é demais.

Teu menino

Me olhe na lei
Dos sonhos que nascem presa
Dos velhos anos curtidos
Dos sons que compõe certezas.

Me ame sem lei
Nas campos que rompem lírios
Nasd estradas que sorriem
Nos amigos de bebedeira.

Pois em meio aos ócios
Em meio aos sentidos
Nasci em ti, chorei, amei
Corri para teus carinhos
Perdi a noção dos mil tempos em que grito
Pois sou já menino
Inteiro menino
Solto teu menino.

Manhã

Bem sabes Irmão!!
Minha hora é passar de ser
Mudar sem mudar
Calar sem calar em súbito som de milagres sem véu.

Bem sabes irmã!!
Pouco sou de muito a ser
Vago sem notar, finjo renotar
Anoto o lugar onde posso escrever.

Finjo de sonso que sou
Um luar de mil cores que parecem ver
As estrelas do amor sem véu
Que por vezes dou só a vocês
Vago a reler
O inevitável prazer
Sabiás entre ramos do ver
Saboroso viver.

Rumo no imã
Rebuscando Cubas, irmãs
Vago no alto da praia que vã
É vocês
É manhã.

Piano, na paz

Tirar meu ar?
Capaz!!
Sabe que mil mundos são estranhos?
E eu tenho a conta do insano vento
Sei mudar valor de requerimento
Posso remover da alma
Banzo, Miguelê, má calma!!

Calma, calma,
Vamo nos entender!
Tanto tempo e tantos anos
Perdem-se nas mãos dos que, humanos,
Vivem pelas horas do penar.

E estas horas andam querendo agora
Fazer o ser também hora virar!!

Sabe meu Ar, rapaz?
Assim como o assunto mudo os planos
E rebolo as horas com um movimento
Que redá valor ao requerimento
Se ele dizer das almas
Calmas sem morrer
Rescalmas de festar e ver
Batuque de chocalho de Ganso
Ganzá rebuscando esperantos
Porque um batuque é como o mar
E faz das horas
Coisa que nunca demora a resser
O ser
Porque mundo é sonhar.

Se vai chegar, Rapaz?
Pise com cuidado
Piano, na paz.

Sem fim

Artes de março calaram-me desmundos
Rogaram-me refundos de mar
Entre sonhos e sons
E retornaram como se Taurus mútliplos
Áreis de cornos tão curvos, saltando por mil paixões.

Fizeram amor
Como se música
Entre trevas de cetim
Luas doces tão em mim
Que do amor
Fizeram tuas
As palavras que assim
Tornaram-se sóis
Enfim.

Artes de espaço
Construiram malungos
Bantos anzóis de musgos
Feitos feiticeiras em tons
Que recriavam beijos balangandungos
Mouras mãos que exploram fundos dos corpos
Em insana ação.

Por amor
Tomaram rumbas
E dançaram pelos mil bailes que tornam gentil
Cada flor
Cada macumba
E reescreveram sem ter fim
Toda história dos teus sins.

Estas artes passam
Como se por teu canto
E assim recriam-nos encanto
No amor que somos
Sem fim.

Por entre a paixão

Como dar-te o sol, a invenção da luz?
Se tua íris negra
Contempla da vida, nas manhãs
A invenção do eterno em meios aos dentes
Qual faca de lâmina inteira, ardente
Que corta a invasão dos medos sem fé.

Como entregar-te o dom dos servos azuis
Que como eu também, se lançam, cavalheiros, na invasão?
Nós que somos o límpido clamor do herói
Somos assim a voz que constrói
Vivendo o afã de guerras e sons.

Há no ar a fragrância de Deus
Há teu ser
Há no estar entre as flores de Deus e teu ser
Um lugar, um luar, um voar
Um ficar
Em meio ao sol
São.

Angelus
Teu signo
Muda-se em lei
Como um encanto prateado do sonho que te vêm
Feita das estrelas que não achei
No olhar sem cor dos homens sem reis
Eu calo a muita santa indignação.

Meu anjo de amor
Veja o sol assim
Rompido com o véu da cegueira santa da razão
Note todo o insano rebrilhar dos sonhos plantados
Na alma que há
Jogada ao léo das noites em vão.

Há no mar a instância de Deus
Há teu ser
Há no estar de minha ânsia o Deus de teu ser
No meu mar, no meu ar, no meu ir e voltar
Por entre a paixão.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Samantha

Sonhe com a lua ausente
Há paz
No toque que transcende a paz
Fazendo semanas.

A noite irmana as asas do seio do sol
Que brilham nos olhos que em nós
É tua alma clara.

Nas areias soltas do céu
Nas asas do sonho, do mel
Na calma dos anjos que vêm
Escrevo teu beijo nas almas.

Voa nas artes do medo de nós
Me pegue em teu jeito de sol
Repare na praia.

Serpentes dançam sem teu riso cheio
Sem mais
Sem ver-te nos olhos
Sem sóis
E eu vejo d'alma
A praia.

E na praia teu riso vem
Na calam do riso me vem
A arte que crio
Por ver-te no nome a esperança que canta.

E no canto o sonho vem
No corpo teu sonho me vem
Escrever teu nome inteiro
Na areia
O nome
Samantha.

No espaço de minha arte

No teu corpo meu sentido destina-se mar
Rasgo palavras feitas de outro sorriso
Busco o inventário do músculo solto e preciso
O espasmo
O pasmo súbito rouco grito.

Vago em ti
Como se milagre à mão
Anotado em papel de pão
Inevitável ritmo.

Vago assim
No crepúsculo do chão
Deitado e eternizado
No grito, na explosão.

Parto sem princípios por você
Por te gostar
Teu sabor me torna multiverso
Estelar revolução de astros
Planetas, tempos
Multidão em fúrias, corpos
Margens
Inventos.

Calo assim
Com tua língua em meu céu
Minha alma emoldurada num grito sem papel.

Calo a mim
No tocar, língua
Ação
No espocar dos prazeres
Que escorrem em minha mão.

Versejo lugares, ritmos
Por te amar
Escrevo princípios frouxos
Vago por milagre
Pelos traços curvos deste corpo
Que me invade
Com a precisão dos mártires
Que se apropriam dos sentidos de cada arte.

Venha aqui
Me alimente ocm tua mão
Trave e trace curvas em meu coração
Caiba aqui
No meu sonho solto ao véu
Neste espaço que minha arte
Dá-te em mel.

sábado, outubro 21, 2006

Tua luz azul

Mostre-me teus céus de mil noites
Tuas areias de sultão
Me demonstre com ou sem palavras
A inaudita imensidão
Deste teu eco de sorriso
Brilho vivo
De minha paixão.


Me largue sem desembaraços
Nas caravanas de dorso nú
Nas peles e nos olhos alados
De quem só vê o sonho, o sul
Nesta tua pele de consorte
Deusa viva de meu mundo azul.

Na pele te dou pedraria
Te dou o olhar de meu sol
Como se a lua fosse a festa
De meu deserto feito em dó
E eu cantando o som sorriso
Indo em saltos pela noite a sós
Na luz
Na luz
De todo o teu meu sul.

No rosto seco o sol impróprio
Nos olhos o negro do inventar
Cabelos soltos pelas ruas
Como meu velho avô e pai
Nas Fenícias mais ao norte
Nas magias dos montes a nevar
Trago a história dos meus passos
Trago força de coração
Como se fosse de toda a terra
Este grito que queima lua e chão
Pra te dar minha alma e meia
Pra teu sorriso me presentear canção.

E hoje eu que crio mil astros
Com letras, versos, sonho, cruz
Me entrego inteiro, já sou teu
Me inverso libanês do sul
Porque como tudo é Deus
Meu sangue é íntimo de tua luz
Azul.

terça-feira, outubro 17, 2006

Sonho bão

Saber rever a ilumineza das janela
Brincar de coxo antes de banho tomar
Saber do vento o véio, o veio, o tento
O longo intento de vento todo beijar.

Porque brincar sob este sol é ser estrela
E tudo isso é também pular mourão
É o refastelo da sorte
É dar-se em norte
É ter o norte do redemunho insão.

Pode notar
Não há estrada
Só a hora, louca hora
Este espaço de contar.

Bagunça leis o estilingue, o definir do sonho
Andar nas velas dos barcos da imensidão
Na maré da vida toda inteira
Ronda de certa maneira o limiar da razão
Em desafio, em desafino, em pirilampo
Como se ócio rompesse perigos
E construísse furtivas bombas de ação
A explodir cercas, bobices, celas.

Se há amor
É tudo mar
E mesmo o mar é luz solta que atrela
Poesia à visão
Pois todo o amor
É campear pelo suor que nos revela
Liberdade e sonho bão.

Olhar que me acolhe.

Vagueio em obtusos
Frutos de uma paixão que decepa o ontem
Como se lua à toa
Nova que brilha em partes
Em flores
Que escolho em esbulho
Que nutre invenção
Com o lirismo que ouve
O sussurrar das mil estepes
E cavalga nas árias que recriam pessoas.

Como não dizer encantos
Se há no olhar o mar das ruas soltas
Subúrbio em graus
Que ornam versos muitos
Que mando pras gentes
Que amo de um jeito grande
Esperando teu nome
Dar-me um verso
Um sol, um enxame.

Espero cores e astros
Vagos nos luares rasos
Que me esperam nas incertas
Cores belas da donzela
Que arde em mim como astro
Um sol entre flores.

Vagueio em muros mudos
Repito ordens a surdos sem porque
Calo noites por teu sobrenome
Exagero meus atos, falo alto
E noto sóis dispostos
A verem-me novo, no ócio
Dos dias de viver.

Espero o metrô errado
Durmo nos ônibus cansados
Calo à vera
Falo sem pressa
Tenho pressa
Toda a pressa dos meninos revoltados
Me noto sem cores.

Vagueio em confusos
Confusos sóis vivos
A ler
Na nostalgia dos meus astros
Um sabor de querer-te ver
Te vi além
Ali
Em meio ao largo
Dos Cariocas cansados
Das luminosas do espaço
Estrelas velhas, luas,
Meras, sempre meras, repetições do teu calmo
Olhar que me acolhe.

Tudo o que meu coração já sente

Rasgo luar em noites
Finjo mel
Paro no ar em papéis de cromo
Vou perguntar e digo sabor seu
Quero dançar e me solto À toa.

Espero o mar entre mentiras sem papel
Beijo-te em praias que somem frouxas
Pelos buracos de avenidas céu
Como distâncias feitas de asfalto e cor.

Como não ir pelas mãos soltas do bem
Se a verdade colhe flores, Jasmins
Se a paixão é acolhedora qual manhã
Se o luar vem à tona com luas cheias?

Vago a dedilhar letras sem visões
Paro na discussão tonta do meu bar
Invento palavras soltas pra canção
E resmungo calores sem nenhum sol.

Espero ônibus na conta do jornal
Sem esperar que me nasça paciência
Lembro-te nas iluminuras do meu som
E recrio as flores que nos fazem dois.

Aguardo um sonho que venha a sós
Largo o barco, nado na foz
Beijo a lua que me é atroz
Rimo palavras que são inteiras no fim
São voz.

Nas ladainhas da procisão há fé
Como as velhas novidades que li
Nestas estradas que canto há razão
E paixão há tão pouca, tão pouco afã.

Por isso escondo no chão bolas de gude
E não brinco de noite sem mãe
Paro na rua e rio das meninas
Que perigam brilhar sem as rosas das estradas
E nomeiam milhões de astros
Com o nome dos Deuses sós em si
Que homens mortos desejaram eternos
Quando o vento era simples margem.

E vejo o riso que orna meu estado
Nas areias que colam todas em mim
E reparo misturas.

Que bom ver novas ondas pelas réstias
Deste sol que me afoga no mundo
De uma alegria feita do sabor
Desta flor que parece ser tudo
Parecida com um jeito enamorado!

Dias, noites e o luar repinta
A diária paixão do verso vivo
E como se o olhar fosse o estado
Que abre mil boas portas
E pousos
Nestas terras que nutrem-se de versos
Neste corpo que encaixa em mim
Como menina que olha a flor
Em fartos dias
E transforma uma palavra em mil.

Como escrever um dia, uma volta
Como detalhar as respostas
Como ser feliz sem pipoca
Como não ver teu olhar em volta
De tudo o que meu coração já sente?

segunda-feira, outubro 16, 2006

Arlequim

Ardem em mim
O Huno
A Garça
O moleque
A doida
Um arlequim
Que transfigura água em outra pessoa.

Nascem em mim
O brilho
A Harpa
A distância
A folha
Um arlequim
Que desconhece não lanrçar-se à proa.

Qual sorriso nunca findo
Que arde em brasas de afirmação
Nasce este saci de tiras
Europa errante, clown afronegão
Rebuscante lua aflita
De Ásias feitas de pagodes e liras
Áfricas de poesias
Rosas sem ventos nem alternativas.

Qual luminar de afrontas
Salta e ressalta o libertar dos dias
Como se o sol já fora ditador de cartas
Calores e trilhas.

Arde arlequim
Nos versos sem calma
No voar à toa
Pelos mil sins
Do tom que enverga a rubra cor das moças.

Arde arlequim
Menino que bandeira a rua toda
Sai mais de mim
Passeatando avenidas soltas.

Versos de alva cor

Dona do olhar que encerra a feira
Constrói das pontes vozes, ceias
Rompe o luar com um brilho jasmin
E a cada azulejo
Inteira
Pinta como se muitas mãos
Tecessem da palavra dada
O riso que é afirmação
De um voar
Entre escarpas frágeis de cor
Por libertar
Estrelas, homens, mártires da dor.

Não ligue pro fogo das ausências
Deste real que já não vem
Mostrar-se no alto ardor do ser a mim
Porque cada pó da existência
É todo em mim um sol de amor
Pessoas são estrelas alvas
A iluminar um sonho em flor.

Vago a notar
Teus passos na calçada
Sem cor
Do transversar pelas rochas e asas
De um arpoador.

Dona de minha não paciência
Pequena estrada do que vem
Tornar-me mar inundado de amar
Há mar em toda insana essência
De cada elo do amor
Por isso poetas das palavras
Sentem em si o criador
A rebuscar
A felicidade calma da flor
Por poder do ar
Tecer versos de alva cor.

Um sorriso infante

O que é tua voz que agita
E insanidade dos espelhos
Como se rompesse em mim a dor?

O que é som que filtra
A esperança e a espalha
Criando reais em mim?

Qual flor
Tem este teu jeito de ver
Tudo em cada instante
E romper de mim
O tolo nunca jamais ver
Este sol que transforma o real?

O que é teu sol que brilha
Entre as aspas do meu medo
E repõe o sal em mim
Com a cor
Das estrelas que repintam
Todo o dom de ser palavra
Em teu corpo de jasmin e ardor?

Talvez seja um bom viver
Um sonhar errante
Um instante sem fim
Que constrói em meu viver
Um sorriso infante
Real.

Que tudo esteja em teu sorriso

Espalhe arte em sonhos que fazem estrelas
Dê-me teu riso
Enquanto rasgo sóis com peneiras
E reconstruo a asas que eleva a alma
A teu olhar.

Me conte outros nomes
Reveja a estrela de cada riso
Estrele o sal todo das mesas
Como se o sol nas artes plantasse calma
Em cada olhar.

Veja os girassóis vivos
Note os homens, as montanhas
Talvez nascer seja ser todo em tudo isso.

Perceba o vento nas folhas
Olhe o rasgo, o grito
Talvez viver seja ser tudo e todo
Insisto
Que tudo esteja em teu sorriso.

Querendo a ti

Há de mim
Todo teu olhar
Todo o perceber dos sóis novos
Que ardem neste voar.

Como se cada ação
Canção fosse em mar
Como renascer
Entre os versos
Desejos de ver-te em mim.

Como não sentir
Todo o amanhacer de extremos sons de ardor
Tendo a ti no meu ar?

Como não se ver
A simplesmente amar
Se o acaso plantou-te em flor
Dentro do meu andar?

Talvez perca a razão
Todo a me lançar
Pronto sobre o céu
A refletir-me em mar
Porém como negar
que amanheceu
Meu peito é ser
Sol inteiro
Em verso querendo a ti.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Mar e Eu

Luz Azul
Sol Azul
Cor de Azul
Flor Azul.

Em sonho inteiro
Calo versos entre astros
Luminosidades claras de azul cor de canção
Falo de esteiras
Casas de imediatos
Desígnios de astronáuticos sorrisos de antemão.

Qual bom sujeito faço verso, faço artes
Como se universo em parte fosse signo de Adão
Pois vejo o vento
E do vento pesco Marte
Meu planeta disparate
Que hoje prendo na canção.

E nasço enredo
Como fogaréu de artifícios
Lá no meio de onde vi ninguém
Remendo freios e assim qual anjo
Me pareço com jibóia
Fujo eu também.

Em sonho inteiro rumo cor de outro bairro
Páro pra ver Januário
Ouço ritmo de mar
Pois não-prefeito
Sou cidade pequena
Na calda da imensa
Cidade de outro lar.

Ave, Axé, Mil mundos!!
Ave, Lendas!
Veja minha coroa!!
Salve Rosa!!

Não há mar onde o mar
Não mais vê Jurema e Uirapuru!

Azul mar
Cor de mar
Azul cá
Veja mar
E eu!!

Uma aurora

Noites claras sobram entre o jasmin
E a praia.

Jasmins tocam o infinito
Em doses de som exato
Enquanto o absurdo e lírico
Amor
Desbunda-se calmo.

Enfim a turba repara
Nas nuvens que em riso se mudam
Quando uma jóia rara
Rompe a mesmice e é lua.

Astronautas de meus mundos
São sins
Nesta hora.

Assim que rompe-se a velha alma
No caminho da água mais pura
O peso, que é só, dispara
E a leveza se apruma.

Ali no extremo e raro
Destino de ver outro riso
Sozinho apenas reparo
Como é doce o sentido.

Nas vanguardas de outro mundo
Há um fim
Quase aurora.

Por fim
Algo me faz menino
Eu rindo na beira do riacho
Sem ver ausência de riscos
Mas vendo o novo encantado.

Sem mim
Doura alguma pele
Salta longe um peixe lindo
Saber é talvez ser espécie
De chuva que faz destinos.

No olhar que hoje aprumo
Há de mim
Uma aurora.

Corpo e Alma

Calcule o linho que estrelas
Pelo caminho a olhar
O cerne do bom cortejo
Rumo de lua
E luar é todo mundo
Que em ti faz o novo
Ser cor de uma roupa
De um bom som
Há astronaves nos escombros
Da dúvida que perdes na mão.

Reveja limites, certezas
Notes o encanto que o sabor
Pratica entre noites e auroras.

Reescreva em mim o que cansas
Dá-me o gosto que o calor
Assume ser de inteira forma.

Insistes em ser lua, insistes
E fazer-me encantado
Que assiste
Nas asas dos versos que embalas
Teu nome, corpo e alma.

Há mais que mar

Fases de rimar palavras
Cor de rimar, desrimar
Ver-te em noção antiga
De sorriso pífio e de descolar
Desnaturizar
Redescobrir mar.

Mistura de versejar.


Coisas que me riem são graças
Palavras alçam voar
Pelos paredões de marcas que sucumbem
Ao ver-nos sonhar
Que sucubem ante o sonhar.

A incerteza é o não amar
A mentira do som é calar
E nas rimas busco inventar
A verdade que o sol me dá.

Frases de rimar, palavras
Gosto de sol pelo ar
Sangue de bruto me anima
A rever ninho e redescolar
Cor de não gostar
Com um som que há
Nos sorrisos que quem há
Surgindo vivo nas graças
Do ir e do rebuscar
A liberdade é desgraça
Pra quem quer do mundo o chorar
Pra quem quer viver sendo ar.

Fala vida
Dou-te meu ar
Alegria
Ganhas voar
Entre rimas tudo é meu lar
Porque a arte é grilhão soltar.

Nas palafitas livres cor é o que há
Surgindo nas ripas
Novo pensar
E entre os infindos gritos
Do sol e mar
Há mais que mar.

É bom pro coração.

Fala mar e Deus
Canta ar e meus sonhos de antemão
Parle sobre os seus
Fala som que deu canção como deu mão
Pra arte ser-te o bom
Sussurrar de voz marinha
Voz das minhas luas lindas.

Nota a rua hoje à aurora
E perceba que há dias de bom dia
E dias rosas
Feitos de canção e prosa.

Batuque de muita e infinda
Noite em dias de outrora
Rimando teu mel com rosas
Como se fosses a rosa.

Fala assim pra eu
Como é, qual teu sonho de ser canção?

Mostra assim o seu
Sorriso de meu
Inventar de invenção
Talvez fazer canção.

Porque o calor me assopra
Redigitações de lírio, flor de linho
Cor de rosa
Esperança de ver-te prosa
Nas alegrias lindas do delírio que alopra
E samba nas ruas nossas
Como um choro de bom dia
E o bom dia
É ver-te agora
Nas canções que hoje notas
Nas canções que és em notas.

Liga não se eu
Versejar o teu sorriso de canção
É que gosto eu
De ver todo teu jeito de ser-me som
É bom pro coração.

Entre sonhos e paixões

Atitude verde
Paulatino encanto de alma cor de árvore
Flor de tom mezzo azul
Brilho pirilampo
Coisa fada, calma
Colorizante em versos
De animar pequeno
Toda a distância do som para o sol
Em meio a uma canção.

Reedificar rima
Palha, fio, arte
Refastelar-se invento
Pelo espaço e sexo
De maravilhinha
De ardor sem mágoa
Magica de inversos
Rasgar som e vento
Pelas imensas razões que escorrem
Entre sonhos e paixões.

terça-feira, outubro 10, 2006

Maré

Praças altas, muros, presos
Alinhavadas cadeias
Casas rindo, riso cortês
Palavra interrompida
Pelo corte brusco das veias
Rompidas pela parca bala nua
Que atinge e dispersa as nuvens.

Vela
Há velas.
A nós infantes
Destes palmares sem antes
Não há paz fora da lida!

Coisas da pele morena
Longe da íris azulada
Que não compõe cinemas
Nem inspira dalís
Só inspira o rouco e brusco
Ato que encerra todo som da palavra vida.

Há guerras
É guerra!!
E o que há adiante,
Oh! meus caros sons infantes?
Se há paz onde que habita?

Corpo morto,corpo escasso
Luz que habita da terra
Uma parte que não encerra
O gosto sabor da vida
Que pequena parte toda completa inteira
Desta profusão de linhas
Faz dor ser talvez mais ira.

Estrelas, terras
Não calam antes o rigor ardor infante
Que hoje jaz na palma das vidas.

É do corpo intenso o fogo
Fogo afim de ver-nos dias
Passos dados, duros, presentes
Neste espaço que hoje abriga
Tanta luz
E luz é gente
Gente nunca morre
Habita
A eterna força viva
Das terras
E terras
Cidades amantes da dolorosa e gritante
Cor da paz que hoje grita.

Cães correm pelos espaços
Sem ter o brio, a coragem
De perceberem mais rios, nos povos, nos corpos que ardem
Pelas brechas, ruas, quebradas
Onde toda a fé encerra
A beleza de ser carne
Enquanto feras, cegas
Nos dão instantes de desespero errante
Toda a paz
É paz de briga.

Não há brilho neste estado
Nem estrela, nem salvador
Não há nada além das celas
Dos risos de Governador
Mas há brilho nesta vida
Vida que parece o bem
Pois nos olhos tem o veio
E a eterna e bela
Cor do instante
Vivo, inteiro, nosso
Grande
Toda a paz é morena e brilha.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Nossos planos

Se há um mar
Note o que vem
Qual nuvem nua de sentidos
Pois parte da arte de mim
É o calor que tece a pele
Em uma fusão original
De palavras vãs e velhas
Com a inteireza séria
De todos nós, todos que vêm
Fazer calor no movimento
Das bandeiras, sonhos, sais.

Nós que navegamos já sem cela
Nem de animais, nem de mazelas
Calemos o sorriso só
E gargalhemos o que corrói
Pela alegria dos mil ais.

Fale mal
Dos tigres nítidos sem mão
Olha mal
Mas veja-te na irrazão
Rasgue o mal
Pois nota-te mais e mais paixão.

Razões ventos podem mar
Ventos nutrem-se do são
E todo o mundo é você
Se arde em ti a explosão.

Cai na terra
Pega a chama que anima
Planta-te lá.

Sê a terra
Vê na cor desta certeza
Teu sangue lá.

Acaba-se em Deus a paz de promessa
Deuses novos dançam já tendo canhões
A seta que atiras
Dança desvairada
É a semente ingênua
Que destrói represas.

Arde nos sóis já Deus
Arde os sóis
Há Deus
Mas sua honra é de liberdade
Causa o medo louco
Dos que olham no faisão
A parte do alimento mais que novo
Guardem a vós, não vossos tesouros
O Deus que anima o sol
É lindo.

Nas casas mater sem vergonha
Há o acaso da cerveja
E na beleza de uma voz
Rasga o sol a intensa cor
Do mundo inteiro a ser
Em paz.

Porém a paz derrete dentes
Trilhos, anzóis, portas, dormentes
A paz do sonho é ,em si, além
Ela é o que vai destruir
Pois paz é em si revolução.


Natal!!
Há extremos nortes na canção
Vê o sal!!
Teu corpo produz imensidão

Sê sal
A terra é em ti toda canção.

Arde nos olhos de além mar
Rua sinteiras de ação
Há nas esquinas de você
Cidade inteira de invneção.

Veja a hora
Não durma sem par
Veja o sol surgir
Há tantas razões perdidas por lutar
E lutar
É mais que ser
É notar a lida, o fazer
Perceber bem mais
Saber que somos tantos
A construir novas auroras
Como um luar
Que note nossos planos.

O algoz de Deus

A nascitura força móvel nas horas
Dança com clarinetas feitas de cetim
Nas ruas vazias
De gente, bandeiras
Cordas
Que enforcam redes
De gente que foi feliz.

Rabisque a linha que tece a trilha
Do sonho tão teu
Queime os bilhetes, queime o país
Enquanto andamos distantes presos ao olhar
Que só trocamos quando pudermos fugir.

Esta rua
Possui a liberdade, toda tortura, as agruras
Sangues, sóis, Ginetes
Fardas, Populares
Talvez o algoz de Deus.

No poste que saltei outrora
Não me vi calado
Não te vi em mim
Aqueles cisnes na piscina
Parecem ir embora
De graça talvez possamos ir.

Acorde o filho que não vimos
Acorde o pai não meu
Veja que as redes parecem flor de liz
Enquanto apertamos os dedos de sonho
E de pernoitar
Pensando talvez num novo país.

Esta rua
Possui a variedade da razão e da loucura
Quando estamos na linha
Que tecemos em passos
Que o vento nos Deu.

O que será mundo em mim?

Baila um Girassol à luz
Entre sementes de outros barcos.

Enquanto o segredo do carnaval
Perambula por meninos descalços
Zé Gago reconstrói verbos com o olhar.

Varejeiras falam inglês
Bem na porta do Cinema
Teu olhar furou a paz
E o Taxista disse, envernizado,
Que os astros marcaram dia para acabar.

Perto dos municipais
Cidades mudas fundem ruas
Gente com olhar ao léo
Enquanto a luz fustiga todo ato
Esparso
De sobreviver vendo o mar.

Não sei contar dinheiro!
Moço me dá cigarro?
Você não vê mais nada!
Seu babaca, viado!!
Eu te amo inteiro!
Teu time é um bagaço!

O que será mundo em mim?

Me pega

Assim que você parte meu ser
Saboreando-me a ler
Como se todo voar
Fosse sim uma vantagem ou um risco
Fosse a grande beleza
De guardar de si o tom.

De mim tudo você pode ter
Tudo é todo querer
Como se notasse o ar
Um sim
Na belezura das tardes
Que compõe tua beleza
Feita de um verso bom.

Será tudo a perigosa arte de bailar em marços?
Será hoje um dia claro de caminhos
Que se perdem pelas orlas
Desta ansiosaudade?
Serei eu um baluarte da vã pressa?

Já não quero ver as horas
E nem dedilhar vãs artes
Só esperar da tarde teu sorriso
Nem me importo se o real gosta
De trabalhar até tarde
Basta saber-te já meus versos
Vem
Me pega.

Todo meu

Nasce na ponta do pé
Este fogo que empurra meu riso
Para o porão que vê focos iluminados
Nos meus astros que ardem assim
Como se o espelho fugisse ao sentido.

Assim meu retrato embala
Um novo alvo, outro tempo
Que finjo reconhecer como lei
Enquanto bailo, bandido, com Deus
A notar bem você
Estrelando o roteiro do sonho que vou ser.

Beij-me como se o espaço
Amante do Tempo
Fosse sentido
Dá-me um beijo e o sorriso
Para que o ar crie a linha
Do sonho que teu olhar me deu
Todo meu.

Saudades

Fale baixo! Fale menos!
Faça-me calar
Com teu beijo, teu extremo de me dominar
Não mais pense! Tome-me!
Tente-me!
Faça o dia ser memória
Ser sol, lua, mar.

Abra a roupa, a alma, a boca
Coma-me sem ar
No tumulto do meu sonho
A me costurar
Em tua luz, tua cor, tua forma
De me carinhar
Como se só houvesse dia
Com teu corpo a me tocar.

Caso o real me note
Olhe-me
O olhar todo teu nem me transforma
Me forma do ar
Como se nascesse a vida
De te aguardar
Se não é real a saudade
Acabo de inventar.

Onde meu sonho seja mar

No dia em que o vento de te esperar
Esconder a cor das luas belas
As Montanhas tornam horizontes
Nortes para quem cedo vela
O mar
A perguntar o destino da bela
A querer
Um tempo, uma razão, uma quimera
Que faça toda a Terra
Perder-se na alegria
De teu rosto olhar
O sol tímido espera
Como este poeta a sonmhar.

Beijei-te no sonho
Que fez a noite cantar
Criei verso em pedaço de peito a rebumbear.

Há sentido?
Veja a cidade tão contente!!
Como a lua que rompe a nuvem a brilhar
Pra ver-te ao mar
Da alegria da poesia
Que escrevo em tempos
De sorriso tentar guardar.

Será o dia meu tua poesia?
Serás meu dia?
Te escrevo inteira
Num verso onde meu sonho seja mar.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Palavrear

Sabor
Saber
Parolear
Rever
Versículos brincar
Chamar afim de sim
Ver lá
Letras de outra forma deslindar.

Ardor
Arder
Pavonear
Crescer
Rever lua ao mar
Saber assim de sim brincar
Palavra é coisa boa de dourar.

Amor
Palavra lembra tanto assim
E vira Roma
E lembra Rosa
E até parece sol nascer
Como se fosse um ser
Palavra amor de tudo é ser.

Fervor
Ferver
E Ferroar
Sentir
E rir
E se acabar
Palavra é fim em si
Mesmar
E pode ser também encimesmar.

Calor
Que lembra chama e ar
Sorver
O sol enquanto o mar
Rima assim sem vergonha
Com corpos soltos a se amar.

Amor
Que faz da rosa ser jardim
Tela de coisas feitas de prosa
E beijos pintados no ser
Palavra de nascer é amor de tanto ver.

Sabor

Sabor de mim,
Me faz voar!
Porque,
Eu quero não pousar!

Eu quero a vida
O sonhomar daquele jeito teu
De foro
De apertar.

Sabor, me traga as horas hoje assim
Como quem doura, como quem adorna
Como quem costura um ser
Pra que eu veja nascer as flores
Bem no tempo de doer.

Nestas horas o calor alimenta o voar
Como quem desenha as folhas
Desta árvore de desejar.

Sabor, não esqueça do mar
Porque
Sou eu um navegar
E quero enfim te esperar
Pra tudo em beijo enfim
Teu corpo transformar.

Jeito forte

Nem vem prosa
Se a dança que hoje tu canta
Não me traz mais rosas.

Vem, vem
Torna
Tudo em mim uma elegância
Toma a mim
Já me transforma.

Reconheço que ante os ventos
Sou veloz demais
Mas pálida luz do tempo goza
Do poder de ir não tão rápido assim
Enquanto eu me abalo
Ali naquele embalo
De esperar por ti.


Nem vem
Goza!
Das músicas que andam tantas
Nas ruas que adornas.

Vem, vem
Torna
Algo além das esperanças
Vem, me pega
Me transforma.

Não há mais só razão para calar-me em paz
Há esta sedução jocosa
E eu nem posso rir
Só posso conferir
Numa explosão
O que fazes de mim.

Note então
Anote
Que é deste jeito forte
Que eu gosto de ti em mim.

Cadê?

Cadê?
Meu fogo tá de matar
A rua me chama
Na rumba do seu próprio andar.

Hoje o sol tá de acabar
E acabar na Lapa do sambar
Porque Samba talvez me faça crer
No pedaço de alma que é você
Nesta vida de batucar o ser.

Vem cá!
Já pra cá!
Vem Rio
Venha logo
Já!
Vem eu.

Hoje não sou mais meu.


Nem vem com esse papo demorar
Meu corpo aspira tuas curvas
Faz meu sangue ir mar
Pra ver se consegue se acalmar
E se largar nas quebradas
Balouçar.

è que o samba no sangue dá você
E você queima a veia por fazer
Do meu sangue todo um repique de ser.

Bumbo, boi bumbá
Vem rio
Venha logo
Já!
Vem eu.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Feliz por te ver

Lábios correm a ver do limite do lógico
Algo solidão de cores feitas óbvio
Ato de rancor
Que morre sem ler a astronave tempo
Por rever-se a ser a ilusão do invento
Entre as dores ínfimas deste drama que é explosão
Como se palavra, como se sentido
Como agora, já real e nítido
É o beijo que conciso traduz-me sal.

Ardo assim por mim
Por fim nascendo outro
Pelas multidões que teu sorriso imenso
Traz sendo invento
Ardo por meus múltiplos olhares turvos
Por nascer no ser que reinventa o vento
E querer do brilho dos olhos uma nova ação
Que me faça asa
Como faz-me brilho
Este teu fazer-te outro idílio
De poeta já caído
Neste colo, só, total.

Cale-me
Beije-me qual mundo
Faz do inverno fugidio o canto
E na primaverice do tempo
Me deixe ver como é lindo você.

Rasgue-me enquanto crio o mundo
Eu e Deus no balé de esperantos
Argonauta de teu corpo e sexo
Que só assim, findo assim
Se é feliz por te ver.

Em caldas

Vem dizer qualquer palavra
Não vá parar ali ao meio
Da trilha que dei
Para tornar-te de mim estrada
Fazer-me riso.

Venha no encalço do meu delírio
Ria bem alto
Torne-me fato
Lance-me ao mundo
Como quem dorme com soís difusos.

Espalhe n'alma teu som, tua pele
Em qualquer dúvida, me apanhe, pegue
Não deixe a multidão calada
Torn-te o ser que me é palavra.

Na calma da luz que amplifica
O quesito louco de ver a mágica
Perfeito verso é este riso
Que faz calor me servir em caldas.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Anjo

Anjo!
Tu que veio me trazer canção
Hoje dou-te a linha dos versos cuja emoção
Arde em segredos de sonhos
E extremos sorrisos
Como se o mundo aflito
Fosse a trilha da invenção.

E refazer do meu ar um ser
Um rir
Como se todo o sonhar fosse em mim
O tempo
De agradecer ao sol a acolhida
E notar em teu olhar a lei
De ser felicidade
Ser dia.

Bonitinho

Sul
No azul de meu polo Sul
Olho as janelas e os pelos
Que acendem o espelho
E vejo a barba, o fio, o alto
Do tempo me procurando esconder
A fala do derreter
Talvez arrumando pra ver
Pra se mostrar pra quem vê
E gosta de olhar
Gosta mesmo de querer.

Será a linha da minha vida
Este riso?

Moça, me dá logo este teu beijo
E olha o jeito que eu me faço
Pra sorrir o teu espelho
E gostar de te olhar
Saborear te ver
E daí correr
Pra o sol demonstrar
Saber de vida e de linha
De sorriso
E talvez ver a ilha do teu riso
Ser meu riso
E talvez a linha de viver
Bonitinho.

Me dá a linha
Me dá a trilha
Do teu riso
Me faz naninha pra eu viver
Bonitinho.

terça-feira, outubro 03, 2006

Dá-me agora logo um beijo

Saber de fato o calor
Do toque e da vontade
De mergulhar de fervor
Na maresia das tardes
É navegar em perfeitos
Pirineus de mares batidos
E saborear sóis e meio
Entre dedos contraídos
De uma fome de alma
Que rola em dunas esguias
Sem a calma estagnada
Dos que não comem poesia.

Só o deliciar-se inteiro
Entre meus olhos de mar
E uma montanha de desejos
Que contrairiam-se estar
Entre as vozes dos azuis
De minha alma de lua
Que nascendo aos sóis, ao sul
Rabisca flores e ruas.

E assim ia sem porto
Nos teus caudalosos seios
Navegar de sonho e corpo
Dá-me agora logo um beijo.

De Cabeça

Ri
Sem nem saber esconder
Sem nem saber mais dizer
Rachei de mim algo em rir.

Ri como quem esconde sombra
Como quem fala bobagem
E samba vaga canção.

Nestas barcas que hoje cruzam
Mares de ventos e represas
Explosões em expansão
Eu procuro uma instância
Sem mais intermediários
Pra dizer na palavra
Corpo e carinho.

Numa intenção ciosa
De gostar intensidade
Abraçar tua cidade
Com a pressa
De quem descobre das rosas
Nas esquinas, nos destinos
Uma alegre revontade
De ver festas
Nas belezas do teu riso
E quem saber ser teu sonho
Abraçando vento
E indo
De cabeça.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Testemunho

Sou
Apenas um rasgo de amor e interpérie
Mais um que o dom de nascer já impele
A parir versos e canções
Em vão
Mas pela dita explosão incontida
Esta mesma razão de ser vida
Que dá aos passos direção.

E assim
Beijo a luz do meu jeito inconseqüente
Faço dos versos meu pilar contente
Escrevo não por compaixão
Mas por som
E por desejar que versos sejam dia
Que rompam cercas, metros de vilania
A nos oprimir, torturar.

E sim
Se nasci poeta não calo meu grito
Chego por poder beijar do infinito
A liberdade
A irrazão
Pra ser
Talvez um ecoar de um grito
Um gozo
De voar pelo ar
De ser a si mesmo povo
Pra finalmente Cantar.

Lírico

Saberá tudo aqui
O eterno do gostar?
O Vento pressente
Pois sabe ver e rir
Sem mesmo nem notar
A alma do lugar que faz-se gente
E assim a permitir no espiralar do intento
O rasgo de sonhar que faz dos reis
Pequenos detalhes de um tempo
Nota-se fervor
Voar sem leis.

Saberá o sorrir
Um gosto de ser mar?
Ausente a mente
Busca-se conduzir
Na invenção do estar
Voando qual brisa que onipresente
Reconduz o sorrir
Pelas linhas da destreza
Que os dedos costuram
Em tua beleza
O Artesão que das palavras
Tolo
Faz-se teu
A ver sorriso ser
Do mar o espaço
Que o sabor tem.

Santa Tereza

Olha n'água
Choro ao fundo
No país da memória
Estrelas calmas tocam bumbos
Jardins
Tudo é História.

Assim passa o bonde infindo
Namora o casal
O anjo passeia entre os espaços
Trilhos vertem canções
Artes.

Na liz do vestido florido
No indiano aparato
Na boina do negro lindo
No Beijo em sóis costurado
Abre a nesga de outro mundo
A surgir
Entre floras
E montanhas que resmundam a si
Entre as horas.

Faz rir o menino a
Rindo
Dançar como se palhaço
Nos brilhos dos céus
Que reparo
Neste teu corpo que é sorte.

Faz frio
Mas a lua acalma
A costura do tempo transforma
Nas ruas o calor que espalha
Choros em claros e escuros.

A andar o meio mundo
Faz vir
Outra hora
Perambular de mundos assim
São memória.

É sim hoje o teu sorriso
É montanha de alvos móveis
Das flechas de alguns cupidos
Esta lugar que comove.

É sim teus lábios de fada
É ouro o brilho sem asfalto
Das ruas que minha alma repara
Parecerem com o alto.

Santas fluem entre o mundos que ri
E o que chora.

Coisa de verso

Páginada a ilusão
Demonstra curas
Cola na mão
Versos de ruas feitas de chão.

Escrevendo afoxés
Há ver
Pelas brancuras das palmas das mãos
Roupas escuras
Desliza ação.

Branco somente é a pele externa do preto
Corpo roupar
Balanço que acalenta as versões do invento
Do batucar
Na peleja da alma com o som perfeito
Que faz mil mundos
Santos e olhos.

Canta a mente
Canta a canção
Como se sonho.

Aspas feitas
Façamos nús
Luas escuras
Façamos mãos
Tocadas, tuas
Peles de breu
Branco ascenso de balancê
Bandeira pura
Roupa e mão
Única brancura
Batuque
Axé.

Toques de vodun gritante
Balanço elegante
Baile de olhar
Corte faca de dança
Passo de gigante
Puro bailar
Estampado nas costas
Da Costa do Brincante
Futuros muitos
Rum e pi
Toques
Nortes nossos.

Cor de rum
É cor de nação
Coisa de verso.

Como quem quer desdizer

Onde o olho vê
A natureza, o sonho?

Onda há escrever
As coisas de outro tempo?
Haverá tempo?

Os espelhos mudam
Ou tudo é difuso?
Ver-nos é saber ou é perder-nos
Em ventos?
Inventar é ver o futuro?
Todo futuro é mesmo ilusão?

Há nas coisas fartas
Quase um vago lírio
Noites dessas vemos homens anfíbios
Navegando nos meninos
Que comem lua e sal.

Hoje é dia de ser
Ou é morrer o negócio?
Primavera é ver outonos mortos,
Invernos com cor?
Saberemos ver os cristais mais plenos?
Saberemos ter filhos nunca pequenos?
Saberemos riscos, sendo todos humanos ou não?

Há milagres n'alma
De cada vão menino
Quando o sol rompe o perguntar
Com luz abismal.

Diga a tempo se o vento é sonho
Fale ao menos se há mesmo tempo
Corre afora notícias de inverno
A desdizer o meu rir e meu crer.

Parla a tempo se o mar é sonho
Diga ao vento como há intento
Pela vida cada verso que erro
Faço por mim
Meio assim
Como quem quer desdizer.

Na alma da gente

Buarques, Festas
Choros Bandidos
Ruas desertas
Desejos incontidos
Furor que encerra
Olhares benquistos
Frases dispersas
Plenos sentidos.

Estranhos motes que parecem
Ilusão de cor e nascer
Vozes que deparam-se com a enormidade
Do todo instinto de ser
São coisas que calam versos
E profundos milhões de dias
Como se tudo dependesse da solidão
De um minuto
De uma decisão
Nas coisas soberanas de um verso tardio
Uma ação.

Eu solto ao mar
As frases que faço
Contente
Por reburilar
Naturezas feitas da gente
Voando nas horas
Voando na gente.

E quero mais mar
Pois mar é meu nome inclemente
A escrever lá
Onde a lua é crescente
Uma feiticeira que mora
Na alma da gente.

Uma canção

Não bastam luar, folias, beijos
Estrelas escrevem peitos
No cerne do viver
Enquanto meu sonho imperfeito
Custa sóis a nascer.

A tamborilar de verso os dedos
Repartem talentos sobre o verbo amor
Aquece já o ar
Talvez o jeito
Dos corpos em pleno fervor.

A da vida
Uma dança ensaiar
Um querer bem demonstrar
Afinal dois mundos
Traçam linhas
A conhecerem-se e ver
Nas besteiras do coração
Uma rua, um mundo
Um som.

E neste dançar de alvos cheios
Começa o rumbar de um velho tambor
Que talvez seja só o peito
A desejar sabor.

Não basta gritar a ventos feitos
De cores que voam em torno do nascer
Mas basta querer qual feiticeiro
Magicar o viver.

Entre linhas
Quero seduzir teu mar
Tua terra, teu olhar
Quem sabe teus mundos
São a trilha
De um renovar do ser
Note toda a amplidão
De um toque, de uma canção.

Tanto

Se canto a cama
Te chama meu plano
Se planejo a chama
O canto
Repara a semana que vem
Esperando
Enquanto a cama
Eu planto.

Vagando em astronaves de portas bandeiras
Pelejando saber
Escrevendo artes
Fazendo belezas
Querendo ver você
Já, ontem, agora
Haverá demora aponto de fazer
A lua me esquecer
E acordar aurora.

Enquanto as noites me chamam
Pra vir navegando
Eu planejo camas
Tanto
E busco semana que não vi andando
Sabendo da cama
O plano.

Saberei semana ou saberei canto?
Encaro da chama
Espanto
Os penhascos de tardes
Soltas nas maneiras
Da gente se perder
Nos blocos que invadem a lua mais cheia
De tudo o que é ver
Nesta boa hora
De aprender da flor
A noite que o corpo canta
A cama, o encanto
Do seio que emana
Tanto.

Choro novo

Se a luz da lua deixa
Meus olhos se fazem fé
E partem dos sonhos
Sem rancores tontos
Se lançam ao mar
Ao mel.

Pode ser que o desejo
Se espalhe procurando sins
Nos planos e cantos
Ou talvez só o espanto
Do destino é que queira assim.

De um poeta voador
Sonhador de vespeiros
Partem sins, versos de cor
Escrita entre anjos
E sinais.

As luas me deixam olhar e ver
Astronaves de outro mar
A beijar-te entre os céus de nascer
E um choro novo dançar.