segunda-feira, outubro 09, 2006

O algoz de Deus

A nascitura força móvel nas horas
Dança com clarinetas feitas de cetim
Nas ruas vazias
De gente, bandeiras
Cordas
Que enforcam redes
De gente que foi feliz.

Rabisque a linha que tece a trilha
Do sonho tão teu
Queime os bilhetes, queime o país
Enquanto andamos distantes presos ao olhar
Que só trocamos quando pudermos fugir.

Esta rua
Possui a liberdade, toda tortura, as agruras
Sangues, sóis, Ginetes
Fardas, Populares
Talvez o algoz de Deus.

No poste que saltei outrora
Não me vi calado
Não te vi em mim
Aqueles cisnes na piscina
Parecem ir embora
De graça talvez possamos ir.

Acorde o filho que não vimos
Acorde o pai não meu
Veja que as redes parecem flor de liz
Enquanto apertamos os dedos de sonho
E de pernoitar
Pensando talvez num novo país.

Esta rua
Possui a variedade da razão e da loucura
Quando estamos na linha
Que tecemos em passos
Que o vento nos Deu.

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