sábado, fevereiro 28, 2009
Som de fazer-se louco
Minha outra calma
Relaxada na certa
Dos desejos altiplanos de cores fáceis
E milongar de estrelas.
Eu escrevo para vos pertencer
Como sem alma, como sem náusea e sem estrutura.
Eu escrevo por uma questão de conta
Reescrevendo o rir e o debulhar de mágoas
Que luto para não ter
Enquanto espero o Flu ganhar babas.
Eu escrevo por motivos suspeitos
Porque ouço da história uma memória que é o suposto
Algo qual cultura
E escrevo por arte e coisas vãs sem mulheres nuas
Ou Luas que fazem mundos.
Escrevo como quem ouve raízes e rasga nuvens de chá
Percebo o inverso no fazer nada
No som do que se faz perfeito
É sujeito de memória sem lugar
Qual música que alcança o rosto da rua
Na dúvida do o medo
Ao ser coisa alguma
Como um som de fazer-se louco.
Novo Parto
Sendo passos
Que se espantam ao reverem santos que nunca mais nos matam
Neste Maio onde a vida se faz mais repleta das palavras e atos
Que construo ao ser vocês de braços dados colorindo mais primaveras.
E tão forte que somos fazemos canções sobre esta dor
Que já sorri mudando-se fartamente em flores e janelas
Tocando fogo nos olhos de Marte que é a ira das multidões
Ao verem-se livres, como crianças, do medo morto que sempre as encerra.
E agora vamos ter cada pedaço de nossas próprias vidas
Sejamos festas
Sejamos brilho irreverente do velho som dos dias
E nesta linda emoção sejamos o inverso dos mortos sem Outubro
Pois somos sempre eternamente o amor em trabalho do Novo Parto.
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
Sem mais
Que longe afastam outros olhos
Sorrio sem ver o sol rir
E vago sem ver a paz
Te sonho pra ver tua paz.
Calo-me por ver sem luz
Seu corpo afastado do meu corpo
Deixo-me te ver nos escuros fins
Da dor de não ver-te mais
Na cor do morrer sem paz.
E invento seres sem rancor
Que não sou, nunca sou.
E invento aviões no corredor
Pra onde não vou, nunca vou.
Aprendi a morrer sem dor
Vivendo no alto do pensamento
Fugindo dos reis do mundo
A rir.
Mas hoje não sou a paz
Me torno tão só
Sem mais.
Ensinando-me a ser amor
Dentes correm cores de mulher
Meses fogem tolos em virtudes de segredos
Sentindo sentidos, medos que socorrem-se na fé.
E asas flutuam em erros vãos.
Sonho em não morrer de amor
Sonho em ser além do amor.
Versos, mundos, ruas
Luas, cães, palavras, homens, sonhos
Tanto flutua em mim na fé.
Não percebo infernos corrigidos, padres
Mortos, índios
Nada seca-se mulher.
Rasgos azuis costuram pães.
Sonho e perseguir-me em cor
Sonho em crescer livre em cor.
Pedras e pessoas pintam vermelhos em cores mortas
Amarelos tecem preces.
Automóveis ventam a cidade
Quero todos pelo espaço, mortos sem ferir a prece
Do tempo vagando em olhos, prédios, árvores
Praias, ruas, luas, casas
Asas feitas do universo.
Fases da lua ventam.
Quero o tempo ensinando-me amor
Ensinando-me a ser amor.
Entre as horas
Tanta aurora
Entre o sonho que procuram fulgir entre glórias.
E o fim de todo bom sentido
Vasculha sons inexatos
Musicar tantos destinos
É notar gostas de espaço.
Assim como se mundo muda
Sendo esperar tanto
Qual flor que percebe vento
Sorvendo o gosto do espanto.
Entre os olhos que acumulam sorrir
Nasce a aurora
Entre olhos que salgam mundos sem rir
Nascem Glórias.
E assim como se fossem raras
As luas de tantos anos
Um gesto se faz tão palavra
Como se o som fosse encanto.
Assim como se definido o suor como um pranto
Da pela ao ter seu riso
Transformado em canto.
Tudo há de fazer mundo surgir
Entre as horas.
Eu que calo a olhar
Deixe-me um mundo olhar.
Cale-se ante a luz!
Deixe meu verbo imperar.
Quebre o vento, traga paz!
Me cobre o abandonar
Dos invernos, das palavras, dos iventos sobre os pesos
Que meus ombros não desmarcam
Eu inútil, vil,
À tona
Com transformações de calma
Em sons em pura ilusão.
Cale-me no sonho meu
Deixe-me ajoelhar.
Deixe-me seguir um falso céu
Deixe-me dependurar
Um segundo alheio ao léo
Feito nuvem de não voar
Entre os versos sem paixão
Entre as fardas sem galão
Dado morto qual um não nucna dito ppelso elfos
Pelos npbres e tristonhos
Verbos mortos do meu sonho
Versos mortos que me acanho a distribuir em engano
Eu que sou silencio então.
Negue afeto ao medo meu
Enquanto eu bebo o mar
A atoleimar o céu
Querendo mundo voar.
Negue invento ao medo meu
Enquanto me faço olhar tantos tempos, tantos corpos, tantos planos
Tantas facas, tantos gomos
Tantas almas semmeus tantos
Jeitos de falar um sonho
Eu que calo a olhar.
Sou crer
Doem as fases
Rompem milagres as flores.
E eu corto a paz
Sacudo o cais
Me noto rimar de horrores.
Subo até perceber o que espero
Rasgo influencias
Sugo a fera que descobri semente
E me permito doer
Como um melro
Gritando em frente ao mundo que apenas
É um inferno astral decente.
E se me dói tanto ser
Hoje inferno
Já me guardo a tolher
Meu medo de não morrer
Sou não
Sou ser.
Se me guardo a morrer
Calo o ato de saber
Sou vão
Sou crer.
E amo
Há tanto pra se ver!
Rasque o fato nos planos que ontem encontramos,
Vamos voar!
Tendo o dia e manhãs enconstados em nosso pé
No barro.
Queria ler o véu de perceber sol em pele e espaço
E a verdade que é tudo perceber.
Sabe o ato dos anjos?
Me pergunto onde saberei você.
Sabe o ato calmo de saber doer?
Ouço as tardes
Vago só a reler
Livros calmos
E insanos.
Hpoje nasci prece e revi meu pai
Dói saber viver, mas aprender é o sol que nos cabe
Tanto é tudo saber
Calo o espaço e amo.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
E hoje?
Há reis que não sacam espadas e calam as melodias
E gente que voltou atrás cala os passos.
Na lei que amarra homens
No Deus que amarra os sonhos
Meu Deus desmascara as preces
Gargalhando passos de tons morenos sem percalços.
Enquanto há paz há bons dias?
E enquanto os soldados passam
Meu passos já são pavios
Em versos que quase tiros
E o gargalo da invenção vaga em frente ao rugir dos Rios.
E enquanto se morre gente
Enquanto esquentam as caldeiras
Sentamos nos meios fios
E tentamos ser um milhão
Mas somos só a gente
Só a gente.
E hoje, há paz e bons dias?
Oração
Seja o milho
E ao ser tronco de ver e gente
Faça-te milho.
Ao ver o ter, E ao nascer e ser
Que seja alada
A vida inteira onde o sonho houver
Que seja amada.
Se eu for surgir que tenha em ti o tom da bela vida
Se eu for sorrir que seja a ti o dom da harmonia
Se o sol brilhar
Que haja mar e ar
Que haja mata
Se eu for surgir do vento inteiro
Em ventre inteiro o haja.
Se eu for o pão me faça o não pro rosto da magia
Se eu for o chão me faça o são sabor da melodia
Se há o mar que haja o ar
E vá voar nas asas
Seja canção, seja invenção a ver-te alma clara.
Se a luz dos olhos alumiar a invenção do dia
Que a luz dos sóis seja o olhar à linda melodia
Se o amor voar
Seja o voar ao mar das luas claras
Se o sol for ser
Seja o ser em sóis e madrugadas.
Se o dom do riso esmorecer que seja a tua vida
O dom do trigo ao lhe trazer o amor dos velhos dias
E ao brilhar o riso, o mar, o ar
Que a lua haja
Pois lua é ser sol a crescer em ventre de amada.
Vens?
Dou-te trilha de cinema.
Escolha o Drama
Hoje o Thriller não compensa.
Não pense em Ana
Sugiro Marlene
No filme do Grande Ator
Lembre-se do ventre da dança de Poirot
Cite alguma dor
Me veja atroz
Em cores.
Espero nascer em um roteiro completo
E pra sempre adormecer.
Reduzo o meu sentir a uma cena indigente
Indiscreta
De um Filme de boca aberta
Espero minha vaidade ser sem medo
No enredo inclemente de minha vontade
E sonho com o amor que dure horas
Sem a pergunta sobre o sabor.
Se eu fosse Deus faria céus
E sem amor veria o véu
Da doce flor nascer além
Mas sou o amor que tens
Vens?
Trago o calafrio
Nas aspas onde esquinas
Significam ascos
E arrasam neblinas.
Errei de por meus olhos
Nas coxas sem meninas
Enquanto os maços óbvios
Fumados iam e riam
Enquanto o sonho ninho causava a cabeça perdida
Nos olhos a cerca fechada
O medo e a alma viva.
Fechados no sexo que hoje tolo apenas anseia
O retumbar sem palavras do beijo que nunca chega.
E eu me cego no meio dos mil trabalhos de circo, de Prometeu sem cinema
Um mau Hérculos que tolo
À duras penas conseguiu o emprego do palhaço.
Vago em mudos regimes de esquadros sem maçons encarquilhados em seu medo
Nas intensas mil verdades que em desejo morrem
Sem ter pena dos falsos oprimidos
Calo versos por nenhum bom motivo
Sou seu risco agudo de desprezo.
E na cidade circunscrita a meu verso
Rasgo o corpo na hora do desejo
Vago em asco pelas mesas onde vejo
O mau nome do vagabundo inferno.
A loucura do mundo é o despautério
É ausência do corte do vermelho tecido do real e do invento
E não ver-lhes o total e exuberante ritmo
Não compreender a totalidade do signo
Em um único e sofrido solfejo.
E minha arte é um ritmo
Um tédio
Uma norma que calo oprimido
Na visão de um real metido a ser dono do que se vê por inteiro
E me faço signifcado incerto
Mostro olhos
Quando sou só um beijo
E no sexo que é meu corpo inteiro
Rasgo o palmo do amor decidido
E sem sofrer transito inatingível
Pelas costas da mão de quem desejo.
E enquanto o mar me é feição
Me transformo no agouro da arena
O terror da breguice enquanto pena
Pra quem vê no clássico a perfeição.
E me faço de apenas exaltação de um samba de breque
Na certeza de bem longe de qualquer Santa Tereza
Ver o tom do olhar de quem não quer
Ver o tempo dançar qual boa mulher
Construindo um real de safadeza.
E eu decido que o tempo é um longo sobreviver dominuto que há
Se transformando em um mau sentido
Se descobrindo seco e inexato
Se descobrindo transformar-se em vento
E remoinho de sonhos capados.
Se vou morrer
Trago o calafrio do olhar de quem sofrer.
Espero beijo
Removo luar do rimar e vou
Esperar corar a batata frita
E enquanto doura a palavra ilusória
Calo o amor de outrora
Pra calar o mau rimar.
E quero beijo
Procuro beijo
Me sinto beijo.
Recupero o olhar e falo bom dia
Se meu dente é mau sonho com a flor
Retirando o luar de Aparecida
E Requebrando arcos de trovador.
E calo a hora
Meço o mês que agora
Faz-me inteiro rimar
por algum beijo
Todo teu beijo
Espero beijo.
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
O centro sensível do ar
Dê de mim tua voz nua
Cate do sim mau dito a rua, a lua
Fale enfim o mau sinal das cruas
Inverdades tolas, todas
Cale-me em cordas gordas.
Ame-me
Minta-me
Tenha-me em voz enfim
Grite comigo um sentido além do meu fim
Rasgue o que age inexato e incerto na solidão
De não saber o que ver entre os dedos da mão.
Dê de mim tua voz lua
Arraste em mim o centro sensível do ar.
No meu inverso de mar
Livre de cor e amor,
Fale da fêmea do mar!
Desenhe Íris para que eu possa orar
No delírio sonho meu
Livro de medo a dor
Pronto para dor tomar.
Criando raízes ginseng
Entre as telhas e cortinas velhas
Tecidas no mel das velhas cegas da Paraíba
Pelas ruas das resinas onde a lua nos tecia como ar
Esperando o arroz solto a entoar
O desejo entre as pernas pelas meninas.
E no espanto da alma das cadavéricas linhas
Remoendo o vento
Age o inverso cantado à mão
O desejo abjeto do medo do não
Enquanto o olho nota o vento do vento
Desenhando o beijo velho cortando ao corpo
O tecido sol.
Livre de flor e horror
Cala-me fêmea no ar
Desejo vinho entre folhas de voar
Quero vestes de um Deus
Livros nas mãos entre a cor
Que já me falta pintar.
E o sonho respinga as tintas
Entre dentes e manias comendo a voz macia
Tentando no mau sentido resmungar más melodias
Enquanto assa tempos ao sol.
Cisco de cor e sabor.
Mitos de amor e dor tecem-se entre revoar
De versos lidos pelos homens sem lugar
Respira a marca de Deus
Feita no rosto do ator
Que ia Deus inventar.
E me teça no que sinto
Me veja no que dizes
Esqueça qualquer prece que mereça ter desígnios
E seja
E tente
E trace o que me amargue ante o fim adverso
O final dos segredos
Novos nomes de medo
Segredos controversos
E no fim do que peço
Me verás por inteiro
Entre os sonhos e o que penso
Decidindo sem lamento
Repintar o tricolor alvo ar de meus desejos.
Ciscos de cores e amor tecem a fêmea além mar
Espero rindo o bem dito som do ar
Resmungo falas de Deus
Costuro flores sem flor
No meu inverso de mar.
Amor de mundo e chão.
Palavra rara ao mundo cai
Cálice em paz
Desdiz a sorrateira teia
Travo no amar raiz de lua cheia.
Teço medo de ir
Cortejo o universo
Vejo estrela de ir
Vago o que prateia.
Faça-me palavra
Respingue a cor da hora
Vaze-me dom facas
Me dispa sem demora
Seja-me palavra
Seja silêncio em cor de ais.
Veja-me palavra
Porque adentro agora o mundo palavra
E meu silêncio adorna a mudez das almas
E eu sou alma em mudo ai.
Fecho o cerco que ri
Calado a cor dos versos
Pretejo o meu ir
Faço leiteiras.
Pálido em calmas
Respingo o verso nova
Estrela sem arma
Calo-me em lua nova
Vago nas espadas de mortos ases sem dedais.
Pinto-me estrada
E vago em ruas muitas
Cerco-me de asas
E nu me torno agora
Aurora de aspas
Palavra rara ao mundo cai.
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
Levante!! - Um instrumento para a Luta
Um instrumento para a luta!
O revolucionário Karl Marx disse que a libertação dos trabalhadores deve ser obra dos próprios trabalhadores. Ou seja, a conquista de uma sociedade sem exploração e opressão não pode ser feita por uma minoria que atue “em nome” da maioria. Muitas pessoas afirmam que isso é impossível. Afinal, a maioria da população não quer saber de política. Como poderiam transformar a sociedade? Esta é uma questão muito importante. Tem que ser respondida. E a resposta está no próprio Marx. Ele disse também que as idéias dominantes nas sociedades capitalistas são as idéias da classe dominante.A minoria capitalista só consegue dominar a maioria porque tenta controlar as idéias e os valores da sociedade. Para essa tarefa a burguesia controla os jornais e revistas, as emissoras de rádio e TV, as editoras, o sistema educacional. A cada momento somos bombardeados com as idéias e opiniões dos poderosos. Tentam controlar e decidir o que podemos escutar ou saber. E sempre passam a sua versão dos fatos.
Assim, a grande mídia tenta fazer crer que o governo israelense luta pela paz e os palestinos são terroristas. As notícias dos jornais e telejornais nunca são imparciais. Sempre defendem o ponto de vista da classe dominante.
Por isso, a disputa de idéias é tão necessária se quisermos mudar a sociedade. Uma disputa ligada às lutas, que tente dar a nossa visão, a visão dos trabalhadores, sobre política, economia, cultura. Que mostre as mentiras espalhadas pela mídia. Que conte a história de lutas dos explorados e oprimidos, que os poderosos tentam esconder a qualquer custo.
E, principalmente, que seja um instrumento para ajudar a formar uma consciência socialista. Este é o papel que queremos assumir.
Um jornal que seja uma ferramenta para a libertação popular. Uma ferramenta mais do que nunca necessária, pois estamos vivendo uma das piores crises do sistema capitalista. Uma crise que, como sempre, significará sacrifícios e desemprego para a classe trabalhadora. Mas que por isso mesmo exigirá muitas lutas para enfrentar os ataques dos capitalistas. O papel de um jornal para divulgar essas lutas, para ajudar a ligar as lutas e a extrair as suas lições, é fundamental.
Mas as crises também são momentos em que a natureza e as contradições do capitalismo ficam mais claras. Oferecem oportunidades para que milhões de pessoas possam se libertar das ilusões, das idéias e dos valores dominantes.
Isso, porém, não ocorrerá espontaneamente. Precisaremos de instrumentos que possibilitem essa tomada de consciência. Mais uma vez, um jornal socialista, ao lado de outras publicações, tem uma importância decisiva. Levante! quer ajudar a realizar essa tarefa. Não pretendemos ser donos da verdade. Queremos somar nossos esforços aos de outros jornais e instrumentos da esquerda socialista na luta anticapitalista.
E temos a consciência de que um instrumento desse tipo só pode ser um instrumento coletivo. Que conte com centenas e milhares de jornalistas populares e divulgadores do jornal. De pessoas que opinem e contribuam para que o jornal possa ser um ponto de encontro e organização para todos os que não aceitam essa realidade de pobreza, crise, miséria, guerras, opressão, destruição ambiental e de injustiças.
Contamos com você!
Deus novo
Deus novo
Matou rainha rei
Deus novo
Reinventou o morrir.
Cria-se ato de invenção
Por termos de veste morrer
Saber da cor do entender
Um tanto rimar e ler
Deus novo.O sonho de saber-se tez de rir.
Tanto errei por mundo Rei
Que fiz canção
Reinventada ilusão onde a fé tecia rimas
E a luz de cada esquina curtia novo coração
Na vã tez de nascer imperial
Rimando carnaval com povo em tanto festejo revolução.
E já tão longe
Pela terra de sal
A índia criava o luminar das danças
Num canto de sentir-se gutural
Fazendo magia no Reino das que brincam
Na vila rica de virar samba canção
Criando verso de terra e noite
Assim nascendo esperança
Tornando-se tamborim.
Tocando o espaço em som e ato
Fazendo do breu
A luminária do recriar Prometeu
De cor de pastora e tom desvirginal
Que samba até o sol raiar
Redescobrindo o fogo de recriar amor.
E tudo é amor
Nestes dias onde a glória
É ver o sal desta pele tão sofrida ir embora.
Enquanto os donos da dança vêem brilhar
Sonhos, alegorias
Tanta alma é criança
É lua viva
Na luz do amor feito imagem
Onde os olhos têm prazer
Ao ver a margem
De espanto já morrer.
E tudo o que é luz é toque do rum
Tambor que dança na pele de quem sorri
É quem sorri
E tudo o que é cruz morre sem luz
Criando o sonho de saber-se tez de rir.Quem bebe o sol da flor
Na dor de ver bom dia
Se soubesse lua girar
Respondia inventar melodias.
Sei diversos tons meninos que cegos mordem-se rindo
A gritar
Um delírio tão errante
Impotência humilhante de ser senhor.
A cor de meu Deus faz da raiz esplendor
Só cegos podem não perceber o sabor
De ser assim bom dia.
Do mar fui ser príncipe de rio e cor
Dancei luar, acordei
Trancei Guiné com Rimbaud.
Fui lá ser mar
E bebi veio de Yao
Só pode notar
Quem bebe o sol da flor.
O Horror de mim
Ouço loucos
Entre estranhas luas turvas
Vasculho luvas nuas que não mais são tesouros
Ao aquecer velhos nãos
De suas mãos já sem paz.
Furto soltos segundos de má hora
Pergunto se outrora foi demais
Ter-te em corpos de cuspir adoração
Calado sem jasmins.
Grito rouco
Entrevado nas perguntas
E memórias obscuras de La paz
Falo pouco por cravar corações
Nos assassinos punhais.
Sou tão poucos
Que permito até agora
Desdizer-me um fim
Sou apenas o horror de mim.