Errei traçar espaços
Nas aspas onde esquinas
Significam ascos
E arrasam neblinas.
Errei de por meus olhos
Nas coxas sem meninas
Enquanto os maços óbvios
Fumados iam e riam
Enquanto o sonho ninho causava a cabeça perdida
Nos olhos a cerca fechada
O medo e a alma viva.
Fechados no sexo que hoje tolo apenas anseia
O retumbar sem palavras do beijo que nunca chega.
E eu me cego no meio dos mil trabalhos de circo, de Prometeu sem cinema
Um mau Hérculos que tolo
À duras penas conseguiu o emprego do palhaço.
Vago em mudos regimes de esquadros sem maçons encarquilhados em seu medo
Nas intensas mil verdades que em desejo morrem
Sem ter pena dos falsos oprimidos
Calo versos por nenhum bom motivo
Sou seu risco agudo de desprezo.
E na cidade circunscrita a meu verso
Rasgo o corpo na hora do desejo
Vago em asco pelas mesas onde vejo
O mau nome do vagabundo inferno.
A loucura do mundo é o despautério
É ausência do corte do vermelho tecido do real e do invento
E não ver-lhes o total e exuberante ritmo
Não compreender a totalidade do signo
Em um único e sofrido solfejo.
E minha arte é um ritmo
Um tédio
Uma norma que calo oprimido
Na visão de um real metido a ser dono do que se vê por inteiro
E me faço signifcado incerto
Mostro olhos
Quando sou só um beijo
E no sexo que é meu corpo inteiro
Rasgo o palmo do amor decidido
E sem sofrer transito inatingível
Pelas costas da mão de quem desejo.
E enquanto o mar me é feição
Me transformo no agouro da arena
O terror da breguice enquanto pena
Pra quem vê no clássico a perfeição.
E me faço de apenas exaltação de um samba de breque
Na certeza de bem longe de qualquer Santa Tereza
Ver o tom do olhar de quem não quer
Ver o tempo dançar qual boa mulher
Construindo um real de safadeza.
E eu decido que o tempo é um longo sobreviver dominuto que há
Se transformando em um mau sentido
Se descobrindo seco e inexato
Se descobrindo transformar-se em vento
E remoinho de sonhos capados.
Se vou morrer
Trago o calafrio do olhar de quem sofrer.
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