quarta-feira, janeiro 30, 2008

Um coração

Dose de cor e dor
Amor chuta o balde do mar
Dose de flor e dor
Arrasta ao tempo pro ar
Cores de morte e flor
Respiram tudo transformar.

Realeza é o pé que esmaga o dedo de Deus
E faz carne no feijão
Boniteza é a sé
Do desejo de mundoi mudar
Na cor
Do sorriso do irmão.

Lua de cheia dor
Chicote assobia no ar
Noite de flor e amor
Risonha preta faz luar
Corpo de dor e amor
A dor faz o corpo voar
Jorra a flor do amor
No sexo do sorriso mar.

Ressurgir é fé
No pé do imenso amor meu
Pela humana razão
E ressabiar é pé
Da fé que imensa faz eu
Faz de mim um coração.

Resistir é fé de flor
Amor que cura e faz mar
Renasce ré cor de dor
É lua de imenso voar.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Sendo Deus

Estrela do mar dança nas trilhas
De um luar que não criei nas linhas
Que escrevi sem olhar direito
Sem ler nem de ninguém
Foi só Deus.

Esperança me baila plena vista
Rouba tristeza ao ver lua bem quista
Rezar contra o mal
Que despe o corpo negro do rei
Que foi Deus.

Nada demais impulsiona a lida
A dor do corpo
Constrói a vida
A raça de quem vê o sol se pondo
Indo além
Sendo Deus.

E haverá
Todo um Deus
No amor de Iemajá
Que é meu mar
Que é ser
Homem cor
De luar.

E haverá
Todos Deus
Homens sonhos de mar.

Baila brilhante centelha tão querida
Gente perambulando em infindas
Forças de romper cercas
Grilhões feitos de notas de cem
Sendo Deus.

Ferva gritante coragem mais que linda
Nos cânticos crioulos de Olinda
Nos Hip Hops que Acary fez
E mantém
Sendo Deus.

Pois haverá
Sempre Deus
No louvor do amar
Que jaz no ar
De quem vê
Sol se pôr em luar.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Beleza Rara

Bom dia por hoje
Não veja meu riso
Sonhe sua mulher
Reze por seus filhos.

Boa noite
Hoje
Sorri sangue em trilhos
Consegui sem fé
Tecer mil motivos.

Boa tarde
Hoje
Cansei mais minha vida
Não rimei remar com curar feridas.

Aprendi dos galhos
Rumos retorcidos
Compreendi das flores
Temas massacrantes
Castrei a inverdade
Das verdades da vida
Ruborizei com histórias
De irmãos feridos.

Não se lembre hoje
Vá viver seus bingos
Parabéns sem atraso
Por sua morte em vida.

Não se esqueça hoje
Do riso dos amigos
Cuide das omissões
Que te fazem vivo.

Não me vês, sou sombra
Não me tens, sem brilho
Sou história tanta de mortos e gritos
De dores de dia a dia distorcido
Tortuosas mãos sangrantes em perigo
Homens e mulheres
Crianças sem viço.

Não, não tenho planos
Não não fdou mais gritos
Sem bandeiras velhas
Utopias tantas
Faço o ódio vivo ser hoje o dia
Em que o urro grasse
Pelas avenidas.

E já sou o pavor das armas
O pavor no rosto
Sem água com gás
Sem nem mais palavra
E te assuto sem calmas
Gentilezas tantas
Não não sou demais,
Nem beleza rara.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Íntimo

Tudo de mim
É inverno
É sério
É tosco
Clown de oco pardal
Sem mim
Rolam multidões afins
Estouram nuvens
E rins.

Tudo sem mim
É cerne
É clero
Colorem urbes de curumim
Resmungo versos senis
Vago alhures sem mim.

E sigo meu caminho na entrelinha do verso muito veloz
Consumo Vodka em vós
E cisco meu caminho na entrelinha
Do meu subúrbio perfeito
Entre A Vila Valqueire do Espelho e a Copa
Que roubo em meus Lins.

Tudo sem fim
É o eterno sem nexo
Rosto do filho não meu de mim
Meu filho é gozo de mim
Meu íntimo é todo sem mim.