segunda-feira, dezembro 21, 2009

Das Natal


No meio do medo tinha um verso e um sentido.

E entre palavras minhas e parcas, mesmo com os demônios da burrice a tomar as trilhas com suas sanguinolências e sentidos cinza, fui pros lugares onde as Minas me tornaram mais do litoral e com olhos mais montanhosos.

Aprendi de novo o velho pai dizendo Gonzaguices e o tamanho que as trilhas tomam de mim e entre meus sonhos criam do lodo dos escritórios viciados, onde minh'alma virava a si mesma um trapo de medo e desgraça, caminhos novos e aprendizados.

Porque não via como os simples e me perdia no complexo do gigantismo de todas as explicações? Porque antes filho, hoje novo velho de aspirações e conquistas reais, me vejo mais Velho Gilson e menos moleque de fala falha e medos disfarçados de arroubos.

Que se fodam os tolos, que se fodam os que se perdem me explicando o amarelo de um sol que poucos como eu sabem ver! Que minha vida seja andar por esse país e como Luiz eu saiba venerar respeito em Gilson. Hoje eu respeito Januário.

Nas palavras de um Noé dos que plantam e fazem máquinas, além do operário em construção, relembrei o pequeno moleque da saúde que a vida ensina.E aprendi nos seios da mulher que eu amo o desejo de terra e cama, e café do bom,e soube ser mundo, sabendo ser Guadalupe.

E Viva Lorena e Pouso Alegre! E viva Belo Horizonte e Conselheiro Pena! E Porto Alegre que jamais vi direito, A Porto Alegre do Quintana de meu Deus, o Recife do João Cabral, a Salvador do Boca do Inferno, a São Paulo dos Domingues, Kuredas e Sanchez!

Eu que fui tantos e fui tonto, nasci do cadáver um velho novo olhares fui menino e sou Gabriel. Na pimenta e na rudeza de minha letra e língua chamo guerras e ofensas, chamo amores e milagres,e vivo, e sou e desejo, que todos, desçam-se estrelas e no Cristo que quiserem, sejam natos e Deuses, e homens e comunas.

Sempre,sempre, livres! Pois na História de meus olhos, o que há de homem,há de esperança e, mais do que nunca, a enormidade de sermos todos a marca das lições diárias de outras tantas pessoas.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Portelamente


Se nasci na banda mais correta
Da cidade do Redentor
Respirar seria da palavra o versejar de um amor
E a voz que vai tecendo ais
Seria o som de batuques retintos
Como a tecer a paz.

E o som do rir, do ser feliz
Seria Madureira, de meu sonho e meu amor
E todo o céu iria ao chão
Portelamente em amplidão.

E meu peito é da banda mais correta
Desta cidade Redentor
E eu que tenho voz afiada
Canto lutas, forças, amor
E vou em paz
Cantando os ais, de nós, das vezes, de homens e passarinhos
Apaixonados por sóis e sais.

De trem


Eu canto Samba
Vago retinto poema
Escolho Anas, reviro olhos, sou sistema
Espero espanhas
Lilianamente rasgo milagres do amor
Espertamente espero um deus, um sabor
E enquanto sou ator
Dedilho um mentol de cores.


Espero morrer vestindo belo terno
Aguardo o trem pra nascer.


Até minha Paris é um subúrbio de frente, nas frestas
De uma praça descoberta
E enquanto há cidades o recomeço do tempo
É uma bossa, um alimento à minha saudade
E tudo é este amor, que é memória, é dúvida, é história
É tribo, é clã, é time, tricolor.

Eu digo trem, e sou mais eu
O Trem é o amor, sou eu, sou Deus
O samba chegou de trem também
Te vou amor por deus, de trem.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Saudosos do império


Gotas no chapéu, céu, reverso de luz!
Charitas no mel do meu latim sem cruz.
Espelhai-me, meu Deus, no espaço de uma canção!
Olho em volta e noto apenas imensidão.

Pedras,barro,véu,
Tudo em chamas é bom!
Como é simples véu respeitar-se por bom
E entre as mesas olhar o marco de ver país
Como ver, compreender, viver,ser feliz!

E espelhos ressurgem, crianças se matam
Vivendas nos tornam sem fé
Amargam velhas vidas os donos do mistério.

Deus me deu mulher pela fé do que eu ri!
Deus me mate no espaço de não ser feliz!
E no desespero que espasma o pulso do coração
Cale hienas que choram a falta de joelhos ao chão.

Peguem as próprias roupas, rasguem-nas
Rasguem as mãos
Com o corpo,os olhos, a vida, o chão
Esperem-se palavras em um silêncio de se chorar
Notem-se vivos, entes de transformar.

E nús nossos corpos em prece se abraçam
E somos a essência da fé
Caminhamos no espaço do amor que consome.

Andamos pelas tretas de um vil Brasil
Vileza é semente de um amor anil
Na desmoralização das correntes do grande ator
Livres somos eternos, somos o redentor.

Em morros e muros, em nuvens,em espadas
É gente que move-se em pé matando parasitas saudosos do império.

Tua mão


Repare no armário de outros jeitos
Espelhe-me feito de um mesmo ser
Um gárgula, um anjo contrafeito
Qualquer coisa de querer.

No dolo do simples vil desejo
Nos dois entre feitos surgem já nós dois
Espalhadosem gozos insuspeitos
Pensando depois.

Há mil rimas que não dariam um olhar
Que não diriam o voar de meus sonhos, surtos
E há, menina, um jeito de te querer
Que faz tolo um coração
Tome tudo, sem perdão!

Abra a porta,não repare no tapete
Espere e respeite, deseje, tenha horror
Me tome no auge dos meus flertes com teu sorriso e cor.

Não há no meu mar milhões de feitos
Nem pafres depeitos,nem bruxas, nem a cor
De outro que não um meu desejo de me explodir em cor.

Dá-me a linha do meu eterno voar
Olhe o que eu enxergar
Vejo séculos, mundos,nessas vinhas
De teu desejo beber
Há algo em meu coração
Qual teu tato, tua mão.

Kinos


A cruz ao sul é tom do verde
A pele é o céu, o som é o mar
o Rosto, a terra, o carro, a plebe
O corte brusco, a mesa, o lar.

O Verde ao sul é morte, ferve
O medo colhe meu olhar
Gritam três mil palavras, febres
Balas, amor, sangue no olhar.

Estrada infinda, seca, amarga
Sorriso, dança, vil bailar.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Artes da morte


Ri-se
E a lida retoma seus instantes
Em paz me sou o tom inevitável
Reduzo-me a um não ir
Grito sílabas, atos
E torno-me silenciar
Algo em tom lancinante.

Ri-se da lida
Na pálidez do antes
A loucura que soa em sons gigantes
Espelhados em vidros e pedaços
Assim qual uma dor, uma cor, um fado
Entre meus olhos e os seus
Existem montes.

Me vistes?
Há cinzas na minha surdez
Em instantes a rua me toma em África
Em corpos deitados, fábricas
Lucidez me afasta dos Brasis
Pelo modo mais calado
Do viver e de suas festas
Há pedaços de macumba
No meu nome de mulher
Eu menino, menininho
Brinco em pedra, pó e pé.

Me vistes?
Reduz a cor do antes
Dê-me um cobertor
E vê o coberto se afastar
Vê a cor, o odor?
Crê, toda a cor vem do mar
Enquanto as praças sucumbem aos fortes
E na fé reli
Reli o amor
Fui na fé eli
Um sim, uma cor.

É noite! A praça se imuniza em morte.

E a voz da velha Freira que nadava empaz no mar
Se reconstrói entre os dedos de um rapaz sem lar
E grita um tonto e reduzido instante
Assim como se abrem horas
Assim como se cortam as cordas
Espero a calma reduzir-me as horas.

O grito à noite é vítima
Das luzes, cores e pistas
Que corta as cordas da artes da morte.

quarta-feira, setembro 30, 2009

Caminhada

É um som, um tom, um fardo, uma palavra
E somos somente eternas vaidades
Calados sonhos, tantos medos sérios
Mistérios, sapiências, inverdades
Deduzindo mundos, rumos,
Esplendores e confusos sons de sermos nós, de sermos sós
E à vida que fomenta nossa invenção e estrelas
Damos medos, nós.

E é um sorriso infindo, um sol bonito
Somos sentidos de raro futuro
E somos luas tantas, cores santas
Rediscutimos um mundo, um sussurro
E enquanto somos mar e caminhar
Trilhamos a alma, o corpo e o sabor
E à vida damos o voar, o acordar
E somos mais que amor.

É só saber estrada e caminhada
Aprendendo o mar,montanha e cor
Sendo além de palavras, de alma alada
Só a estada de aprender amor.

segunda-feira, setembro 14, 2009

Em paz


Meus olhos se fazem um campo
E eu posso enxergar muros, casas, e os ais
Das moças, dos velhos, das gueixas
Expandindo meu peito
Ao som da paz.


Um mundo se torna recanto
Faço-me ardor, estrela de tom lilás
Descubro-me asas e mesas
Espelhos sujos, meninos, cães, vitrais.

E vejo teu cheiro no sonho que busco entre jardins
Te caço no jeito das liras, das harpas
Espero o sorriso e o óculos
Me torno apenas normal
E brinco no ar com o ver um sonho,
Uma pitada de sal.


O riso me torna espanto
E enxergo o jornal me explicando porques
E enquanto aguardo os amigos
Te rio, te sinto
Me entrego em paz.

A magia


Na sina das lidas, do som
A eterna magia nos consome e noas faz alertas
Homem e mulher entre as preces do amar
Respirar a voz dos planetas.

Nas letras e linhas, no som
No teor do suor que constrói paredes e lendas
Vivemos luzes e um rir
Uma forma de olhar como quem pelo sol se sustenta.

E entre os risos, as coxas, a letras, as facas
E o sonho que nos faz semente
Deslizamos um jeito, uma graça
Na linha do drible que corta a dor com maestria.

E por sermos as folhas, as misturas, as raças
Nos tornamos fortes, somente
Tecendo o nós na palavra
Criando com maestria a junção de nós
A magia.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Tecendo amor


Pareço muitas andanças
Mas sou retiro, brincar
Olho mundão, assustado.
Vida é coisa de amar!

Acordo hoje em paz
Percebo anéis de fumaça
Fazendo pães
E eu que rio das noites
Sou acordar entre risos.

E vejo azuis e pelejas
Flores alvas, carquejas
Peno nela ao mar
Penso nela ao cais de meu próprio olhar.

Eu que já brinquei com o lixo
Olho o azul das estrelas e me deixo voar
Pelas mil encostas da cidade revolta que me faço amar
E me faço amar
Amo o lindo olhar
Da alterosa que brilha no sotaque que adentra
Meu peito a clarear
A luz de um futuro
E eu mais velho, sou novo
Olho e vivo o mar, sou mais novo mar
Montanha ao mar.

O Velho olho cansado remoça intenso, calado
A esfera vida me fez louvor
E o toque doce, suado
De nossos corpos são o ato
Da arte tecendo amor.

Adão


É sob o véu de toda a noite
Que o dia rompe qual clarão de uma verdade,
De um ato quase divino de expansão,
E o desafio é posto, é risco
É repente liso de Deus com o Cão.

Um rima escuros espaços
Outro repõe jorrando luz
Um costura guerras com aços
Outros com flores faz alcaçuz
Um rima gritos, dores fortes
Outros destinos, doçura, azuis.

Um grita: Venham cavalarias!
Outro diz: Que anjos toquem Sol!
Um pede lanças e trombetas
Outro versos e dominó
E o pandeiro é o esculacho, é o respeito
É a cruz e o pó.

Um chama a escuridão fria
Outro o meio dia, todo sol
Um tripudia anjos tortos
Outro anuncia um maracá
Tocando junto com zabumbas se transformando em orixá.

Um chama medo apavorado
Outro esperteza, amor de irmão
Um chama Lampião, trombetas
Outro João Grilo, bode e cão
E nas tortuosas arte
Homens se tremem entre pés e mãos.

Um chama guerreiros macabros
Outro só chama a invenção
De um peito que dê sorriso
De um barro que pela mão
Crie o vencedor de Deus
O homem liso que se chama Adão.



Uuma vida sem país


Te vi sorriso
Luz que espraia o próprio sol
Me calo em bons jornais
Eu sou silêncio em estrondo e só.

Acordo tarde por desejar ser azul
Eu vôo muito bem, além de cercas Zona Sul
Já sendo velho por demais pra ler jornais
Invento tão melhor verdades que me ensinam muito mais.


E amo torto
Dedilhando sabor
De cores que me vem
De teu corpo e amor
E vivo torto costurando a raiz
Que meu olhar retém enquanto vive o país.

Se ando bambo independente de Jesus
Meu Buda é o velho céu
Meu Deus é um amigão do além
Só faço hora pra virar um animal
Macaco ao som de um jazz
Sapiente amor dos sonhos mais primais.

E as sacanagens de tons civilizacionais
Eu cago no contrapé
Meu peito bumba um jeito de gostar.

E eu gosto torto sabendo ser ator
Mas querendo viver um simples tom de amor
Que ri de bobo
E anda por aí
Aprendendo o vintém de uma vida sem país.









Dia da Pátria


Acordo entre cornetas e filas
Ruas já contraídas
Espelhos a rebrilhar um sol que evita acordar.

E mataram a noite com a mesma vozinha de louvar
Bandeira, cerca, jornal
Realidade demais.

E eu que não sou mais perfeito
E acho que isso já era
Espero uma tarde à vera
Sem reis vis, sem leis, giz
Eu quero é somente minha flor.


Tudo é desfile, é lança
É arma, esperança
E eu só quero acordar
Ver flor de me apaixonar
Anarquisar o luar.

Dane-se o próximo prefeito!
Eu quero é a rua fraterna,
Escondam as bandeiras de merda!
Me deixem! me deixem!
Eu quero fuder o louvor!



Refazer o ensinar


Se soubesse ver as velhas
Formas de um velho aprender
Olhava os carros que posto
Em fila pra me entreter
E talvez o Rio abaixo
Me tornasse o homem que eu gosto.

Mas tudo é a água que corre entre os dedos e o jeito
De viver entre murros em facas
Que atropelam meu peito
Enquanto me viro nas lidas de uma velha cidade
Amando e rindo o surgir de novas verdades.

Ê, pai! ê pai!
Hoje eu sou velha aurora
Gosto de sol acordar
E vivo o jeito descalço
De refazer o ensinar.






Velho jeito de sofrer


Há três mil anos
Asas de correr me fazem mar
Tempo assim destina um medo mesmo de voar
Tudo é velha hora, dói o jeito de explorar
O vento nas formas de ir e vir de todo alçar
E é o Vôo da cor que pela cor se foi e vai
Tudo é mundo, é sonho
E nós somos seu notar.

Tudo é tão amor e o tempo é avô de viver
Tudo é cor e luzes
É a dádiva de você
Feita assim de um modo velho/novo de amanhecer
E vôo assim do velho jeito de sofrer.



sábado, setembro 05, 2009

A textura do sim


Morro em mim
Sussuro cemitérios
Como destroços que caem em mim
Não gosto muito daqui
Solene sem batidas nas premissas burras de sermos nós
Gosto de estar um pouco a sós
Sem mente sem batida, só a vida
Eu quero estar lá no meio
Redentor no som batuque do peito
Sentindo o sentido do fim.

Vivo em mim
Sussuro provérbios
Bebo cerveja em querubins
Não gosto muito daqui
Presente sem a vida das batidas feitas por nossos avós
Eu gosto de ter avós
Somente na batida de ter vida
Sabendo a sós ser perfeito
Sendo amor me dando ao batuque do peito
Sentindo a textura do sim.

Ao sabor dos ventos que vêm


Eu quero cama,
Jaspion,
Zumbis de cinema,
Almas, semanas,
Roupas de marca, novenas.

Eu quero Espanha grandiloqüente!
Salta um Buñuel redentor!
Suores, mentes
Canções de Tom zé sobre a dor
Que foi e se tornou belíssima atroz
Cor.

Me deixe saber a inversão dos perplexos
Só vou dormir se for lá ver.

E enquanto o sonho ri eu me deduzo somente a meta
Da estupidez em linha reta
E calo a cidade em meu peito inconsequente
Bebo água e vou dormente
Ganhar idades.

E apenas o amor me é memória
Eu sou altivo na história e no rancor.
E o que é saber, e o que sou eu?
Olho o sabor dos ventos de um deus
Que me tornou assim, além de tudo
Ao sabor dos ventos que vêm.

Tênue


Eu quero a luz de um perene
Invento novo de lumiar
Eu quero o murro que abre a pele
Do ódio mudo que mina
A cor do sul, o azul das peles
Que me revertem vil olhar
Eu quero brinquedo, nouvelle
Onda de mundo repintar.

Eu sou a curta ação dos memes
Eu sou um leve resfolegar
E hoje eu sou além da pele
Sou máquina de pintar
Eu sou a cinza luz das mágicas
Sou colorido retumbar
E mundo piramidal que acene
Pois sou do bumbo, vou chegar.

Eu sou azul, minha cor é tênue.

Normais


Canibais binários
Imbecis
Viciados em mojito
Sentido literal e rarefeito
De esconder-se em próprio benefício
Covarde raciocínio
Pedidos reciclados, amores fora do peito.

Peitinhos, bucetas, doses de aniz que nos deliciem
Somos mundos, mudos, hostes, perfeitos enormes desejos
Tremelicamos enquanto sentimos pena
Das socialites sem jardim
Dos feios e maus e tolos vãos bonitos
Que não sabem o som bom dos desertos.

Somos autistas arrogantes entre destroços
Em fila nos embebedando em madrugadas
Por absurdas parcas penas.
Mas tudo bem, ainda somos bem normais!


Qual ilusão


Me calo ao som de um sonho
De um ir
Me calo ao som do homem
Longe
Me calo ao som do murro, do sussuro de alguém
Me calo e sou um eu sem ninguém.

Me sonho e me sussuro canção
Fora e além da própria imersão
A sós na esperança
Esperança que vem
Em partes mecânicas de um rir.

A sós e além da própria invasão dos sons surdos da natureza
Tem-se a beleza
De ver-se assim qual ilusão.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Ir


Deve..
É cor!
Tudo assim é meio palavra.
Como é dizer?
Se a cor que eu quis fugia,
Ia rir?

Luzia o pé, era amor
Fazia dança
Reluzia voar
Traduzia voraz palavra
Como é dizer?
Se a razão me desconhecia? Fui dormir.

Era luz forte, era devir
Tudo é rua e capim
E eu só indo
Caçando princesa tão alva
Era de dizer?
Se não fosse eu já dizia!
Gritei, sim!

Fiz barco e remei invasão
Comi duas dúzias de jardins
E fui sorrindo
Remando irrazão
Se não fosse de rir eu ria
Tudo é querer!
Como é dizer asa branca, como é ir?



Amos é simples!


É teu olhar que me treme
É velha, é karma
É tua luz que me mete medo
E eu cedo
Pelas externas luas novas,
Pelo grau de sonho que assiste ao iniciar de um Deus
Vejo-te mundo novo
Vejo-te mundo e novo repintar céus e o mal.


Pelas mil eras que nos ri e nos dá o sal
Calculo premissas interentes a um Deus
Costuro e faço o corte
Conduzo a própria sorte
Amor é simples,bem!


Um dia de vida é um deus


Existe um quê de iluminar o espaço
Esse alegre destino dos murros
Em facas de medo e olhar mudo, duro.

Existe um quê de ver nuvens e lendas
Esta manhã que meu peito compreenda
Enquanto um momento natural de nascer
Como se o que houve
Só fosse um passo da lida
Pra dizer que a arte é um dia a dia
E somos cidade.

Existe um quê de eternidade e sexo
Nas ruas retas, nos montes, nos versos
Em vasos, em mares, em universos
Que como um deus repetem-se, confusos
Nos fazendo dom, quase assim como unos
Dizendo bom dia ao dia
Nascendo-nos deus
Um dia de vida é um deus.


Lama


Gosto de voar pelas incertas condições do sul
Gosto de avisar lá do alto
Porque o amor me dói em certezas de sabor
Tudo azul
Tudo assim é meu, é asfalto.

Na visão das freiras o azul dos homens é de Deus, é larva
Enquanto meu medo se destina ao mundo, eu deslizo em fardas
Nú, a sós, sem farda
Mudo em nós, só alma.

Hoje é de olhar, esperar o ritmo do anil
Gosto de ver velhos Carlitos
Hoje é de amar tendo a faca nos cílios do amor
Hoje é de rir do perigo.

Somos todos danças e estrelas
Alvos, janotas
Presos em nosso velho sim
Entregando rosas
Todos somos lama.

Só visão


É só um horizonte, daqui
É só um horizonte, longe
É só medir o muito, é só saber-se bem
Esperar vento vir com alguém.

É só um mundo, ao longe a visão
O toque do mar, a dança
Da voz de outro alguém
Como se mar ao longe fosse ouvir.

É só um som,uma ilusão
Horizonte, vento, mar, canção
É só ver natureza
E mais nada, só visão.



Amor


É muita luz, é som, é verde
A forma breve do encantar
Espelha o doce de uma pele
Desejo amplo de voar.

É muita cruz, é dor, é medo
É fogo inerte a incendiar
Estrela em chama sobre a pele
E sob a pele um recuar.

É tudo, é cruz, é luz, é verde
É meio céu e meio mar
É meio medo, é meio prece
É amor, só, assim, sem par.

Curta

Reze
Entre preces obscuras teça leves resistências, alvos breves
Espere um silêncio que reduza nuvens ao azul que em nós cresce
E denuncie a rua
Cante um som, uma lua
E me beije agreste.

sábado, agosto 29, 2009

Uma nova fé


Caminhar é cerca, é insana rua, é sonho de calçada
É estranhamento
É ir
Cachorros e lidas
Esperanças, dores ternas, velhos pais
Crianças a dormir.

Chão tem velho gosto de palavra
E a palavra é soberana
Quase um Deus
Vida é assim tão colorida
É história, é sentido,
É o que Deus esperou ver nas estradas
E nos olhos de sorrir
Que todos têm, todos têm,
Entre medos, graças, raivas sorrateiras
Paz de olhar trem
Pedras têm o riso das pessoas, seus lamentos, suas canções
Cores que destinam a meus olhos, outros vivos
Outras paixões.

Caminhar é doce
É sorrir aquela paz de velha andança,de olhar e sentir fé
Caminhar é o susto de ter ido aprender novo dia
Novas belezas, pé a pé
E enquanto sonho os pés descalços,
Lembro alto: gentes, abraços, sol, mulher
E me entregando a novo passo
Vejo a glória do novo em meu peito
Uma nova fé.


Por me fazer trabalho


Minha calma tem a intensão de sol
E o suspiro de noites,
Onde guardo um sorriso
E a esperança que canto enquanto sujo os olhos no trabalho
Onde durmo
Como se a lida fosse sensação eterna de novo passo
Me acostumo e já sorrio olhando a cidade acordar bela.

E na sorte desta amplidão
Eu noto nossas paixões e nossa dor
Me destino ao som cortante das águas e das terras
Me somando ao que pulsa no peito das pessoas, das embarcações
E simples, livre
Respiro o signo de viver a espera.

E não mais guardo o sorriso
Ou calo o acontecer do dia
Me torno festa
Qual um novo explodir de inventos e de poesia
E qual vida sou agora mão, seus entalhes e calos
Assim sou mundo
E no amor já me percebo santo
Por me fazer trabalho
Já não me guardo.









Navegar inventos


Soubesse eu de cantos e preces
Tecia-lhe vestes com cores de prata
Mas só sei de cantos silvestres, olhos de quermesse
Cães, sóis, querubins
Te empresto um quê de natureza
Na noite acesa
Uma flor feita em mim
Com a prece da tua coragem,
Tua alma, que invade o centro do sim
Do meu amor.

Soubesse navegar inventos
Construiria barcos que nos desse tempos
E assim como somos as preces, as musas, as vestes
Romperiam com fins
E em corpos nossos suados, o dia traçado
Seria um sim
De Deus para toda a coragem das almas, das artes
Que sabem dar sim ao Amor.




Fogo amigo


Se reparo em luas e estrelas,
Acorde comigo inimigo de freiras?
Feche a porta e não lhes dê bom dia
Recuse seu hino, sua voz,
Sua maneira de esconder mentiras em sinos
Repita comigo um mantra de horror
Beije-me com um sorriso quente
Desculpe se a gente hoje exagerou.

Se meu nome deixa moças nuas
Não lhes faço festa e nem as guardo na cabeça
Quero mesmo é essa loucura tua
Enquanto reclamo de buracos da rua
Grito alto universos tão ritmicos
E velho desisto de matar inimigos
Pois teu nome me torna a besteira
E a leve tosqueira do fogo amigo.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Definição na cara dura


Eu sou subterfúgios, sou vento norte
Arte minha é farsesca
Espelhado em parafusos, acuso morte
Entre flores e letras.

Sussuro almas novas, deliro vozes velhas
Escrevo nostalgias e modernidades
Feitas mudanças cruas
E ouvindo música feita de paz
Costuro estrelas prontas.

E enquanto apaixono ocê, apaixono o mar
E na música de ser/viver espero ter sucesso em me tornar palavra
E se na história me mudo em prosa para encantar
Resumo o gosto a ser pintura
E na dúvida das lógicas minhas não nuas
Espero a nuvem me trazer sombra.

Escadas para mim.


Fiz ler reis, acordei
Em sonhos, sons e mudanças de luzes, ventos frios
Esperei Londres e lirios
Vi meios dias, esqueci dias
Acordei chama e sol e água vi em luas novas mortas.

Acordo em paz vendo óculos me darem formas de jardim
Escuto moços contando flores para mim.

Já fui doer, fui morrer
Acordei tarde e comi bolos de coragem nua
Chorei só, chorei dois, chorei milhares, muitos
Tantos quanto eu ria
E esperando fadas, prisões, princesas e cores de fantasias nuas
Acordei semanas e vi menino assustado.

Acordo em paz vendo sonhos, me enxergarem além de mim
Calo nomes
Costuro formas de sorrir.

Do que vi, do que fui
Esqueço e crio um novo eterno meio de ser vivo
Espero a vida
Procuro ver, procuro ser e entre espadas e palavras
Aprendi a ler colorido.

E em meus olhos morrem homens presos ali pra este fim
Vejo sonhos criando escadas para mim.



Mel


Cala a boca de liz e giz pra rir bom
E rir é bem bom
É bom tecer palavras frescas e luzes em olhos
Enfrentar tons, sins
Em tudo se revela o liso
E a manhã dos lírios
Tudo em si é mais que a nossa própria fé
Tudo é simples ir, todos vamos indo.

Todos vamos lindos
Cantando luzes de verões e sóis de lua
E coisas de coar café com a palma
De um certo sabor
Talvez esperemos um universo
Ou saboreemos camas
E o tempo se faz o sabor de uma ação.

A tez da abelha é linda
E somos o estar de estarmos vindo
Calmamente indo
Devorando sóis com os próprios pés
Tudo sendo um de mim
Um de ti no bonito
Som de mel, de ter visto mel.

Sonhos plenos


Tenho à mão uma superfície, uma alva luz de sopé
De montanhas que me são plenas
Calo em mim dúbia surpresa, qual palavra,
Em fogo olho minha calma sem tormentos.

Tenho em rir gotas de chuva, vento, karmas
Doces e inevitáveis formas perplexas de ouvir
Surdez de mundos e de almas
Ante o simples passar de todo o tempo.


Tenho mim apenas ritmo, mais nada
Hoje debruçado em meus silêncios
Deixo assim o encanto ir, montanha alada,
Em busca do saborear dos sonhos plenos.

terça-feira, agosto 18, 2009

Questões


Sol de gota azul,
Responda sem medo!
O que é segredo?

Flor de cunho azul, o que está havendo
No império louco dos medos?

Verei meu Deus, uma zabumba dormir cedo?!

Ouvindo Blues


Ouvindo Blues!
Don't call my name
Espere o céu, lamba-me mar
Caetanando a luz que ferve
Esperandóleo de explorar.

Ouvindo Blues!
Don't touch my pele
My Skin don't have flor de voar
My Blood é sangue
É xote, é Barry
é Sri Lanka, é Baobá.

Espero línguas de uma áfrica
Espero um céu, sky, luar.


Céumar


Se for o sul meu corpo é ele
Se for o céu que eu seja mar
Rumando em ondas pela pele
Da flor mulher de me amar.

Se for da lua que seja ela
Se for de mel que seja ar
Ar de conquista em tom de prece
A voz do som de sussurrar.

Se formos nús que seja a calma
Se formos céu, toquemos o mar.

Versejando o índigo


No sapatinho ensaio verso de uma moda, jogo purrinha
Grito pálidas noções de conquistar pessoas
Repinto a rua acima.

Perco o bonde de uma hora
Eu sonho com beijos-lindezas
Eu como um sonho, eu volto e ponho o sonho
No ver do amarelo de uma casa
Do tom de índigo da blusa da turista
Agora, ali e lá fora
O universo vira o tom de índigo.

Vejo, penso, cuspo um sonho
E aparento dizer até bom dia
Curto mesmo não morando este apartamento
A luz é quase um dia.

As asas de uma cotia eu sonho
Pinto um sonho à mesa
E canto um pranto e tonto amo
Você de me saber talvez saiba outro mundo
Eu contradigo
Assobiando afora, um blues de meia hora
Apaixonado e versejando o índigo.



Efeito de Anas de vida


Dá um lazer
Um retrucar luz de berlinda
Voz de correr rua de mar
Ferocidade.

Dá um calor, estrela-amor
Talvez só vida
Dá um tesão,uma irrazão
Uma saudade.

Em Rios e sons de lírio
Costuro formas de vida
Descasco ofídios
Rimo telefone e lida.

É ver um ar de furta cores e balizas
Gols de invenção, formas de cão
Chão de verdade.

Chuva de asas, de alumiar
Luz amarela
Anas de arco íris luz
Talvez cidade.

Em Rios e desatinos
Espero luz vespertina
Efeito de Anas de vida.

Vida invenção


Cor de rosa ululante
Nuvem, sangue, homem,
Bala de pequi
Loja de astronauta, rua, Cy.

Pálida aventura em linho
Lama de escorreguinho
Voz de Morumbi
Ao longe vejo filme de imperador rir.

A lama é o coice diário,
O chute urubuzado de alguém sorrir
Pego estrela pra te ouvir
No ramo dos lírios, nos planos
De seres humanos feitos de caqui
E uma certeza de luzir.

Calo sementes de medo na estrela do inverno
E vejo um Rio tomando jeito de cor.

Nu à revelia, ao longe
Amarelo o bonde me permite ver
Chuva e sol no céu
E ser uma colorida festa, rua, trilho, merda
Gente a rir, a ver
Luz do sol arco íris ter.

Grita a invenção divina, a música cozinhada em tambor tupi
E Deus marca em fogo os olhos teus
Ouço viola e sal de gosto musical
Frango de se comer
Tudo isso hoje é você.

Planto mil gentes entre personagens de morros
Do Valqueire ao Leblon
Olho o sol e vejo vida invenção.




segunda-feira, agosto 17, 2009

Saber prazer, você


Saber de amar você não é amor
Saber de amar você não é prazer
É a voz de um querubim
A arte me empresta a falsa maravilha do olhar.

Difícil não saber as formas e maneiras de um leve estremecer
Tornar-se delírio
E ensinar-nos a nascer
A forma de impreciso prazer.

E todo o céu, me ensina o mel
Meu sorriso se spalha ao olhar
É tão difícil assim não ir voar
Sagrando a vida assim na esteira do ser
Uma forma de saber prazer, você.

A gente ao mar


Saber de dizer,
Ser amor,
É delírio apertado entre as aspas e a mão
E eu que tenho a destreza de ler outro céu
Calo a voz entre as portas
E trabalho nas letras, no mar.

O sentido sagrado dos cortes do meu coração, são o amor
Que espelho em ti nestas veias
Que meu coração ensinou
Ser apenas gotas de intensa forma de louvor à vida que há
Pelas luas à toa
Que são amar.

E tudo o que foi é apenas uma forma de voar
E tudo o que vai
É nosso sonho
A gente ao mar.


Te quero demais


Um poema composto de prantos
É uma forma de amor que não produz paz
Assim qual gigantes e estrelas
Reduzem-se a sonhos
Nada mais.

Um verso, um beijo de sonho
É uma forma de opor dores mortas
Ao que jaz nas mãos que acolhem sorrateiras
Um desejo do corpo
Nada mais.

E o que quero é mais que gritos solenes em latim
Espero a ciência perfeita das palavras
Que produzam felizes e óbvios
Sorrisos de um amor feito sal
Tão simples de olhar,
De se ver,
Qual a flor que te louva
Qual o desejo em espiral.

Meu verso é apenas um canto
Que eu te possa entregar
É uma forma de dizer
Que meu espaço, passo e sorriso
São simples, teus, íntimos,
Te quero demais.

O que me trouxe aqui


Sentir teu vento olhar
É das dunas areias e inventos
Sol de mar nos dedos e lamentos
É dormir tardes.

Saber maneiras de fé
É uma dúzia de sonhos e vistas
Passeatas, amores e listas
Verdes saudades.

E o querer é dedilhar artes e milagres vestidos
De cores feitas de renascer e de sonho antigo
Gosto de sonhar com teu olhar
Meu olhar rindo das mil horas
Que afastam meu sorriso do teu ventre
Na paz que não foi o que me trouxe aqui.


Ver-te além.


No hoje da minha palavra corre um calmo contratempo
Eu que sou fogo deslumbrado, reinvento
Um jeito pequeno de colher sol na mão
Em dores que minto nunca em mim serem sentidas
E em meio às ruas, a paixões que comem vivas
Cores que abro em meu peito hoje mais forte.

E é hoje que me procuro entre teus braços e admiro
Um vento leve que me parte e que preciso
Costura a força do meu medo em você
E doce o universo aponta um outro nú meu velho muro
Desenhado qual um sonho de futuro
Espero em ti uma estrela, uma sorte.

É no hoje que eu deliro uma forma de sapiência
E em cada verso mesmo assim nesta ausência
Costuro um segredo bonito em nossa sorte
E sorte é talvez hoje uma forma de maravilha
Uma enorme transformação de meus dias
Uma vontade tão febril de ver-te além.

No chão da própria lida.


Giz, Rintintin
Delírio detalhe de conversa boa
Brinquedo é sim, uma conversa,
Livro, ser a toa.

Esquina, fim de uma linha quebrada por outra pessoa
Rir indo em sins
Sabendo ver do vento lua boa.

Gato come passarinho
E somos asas de um gavião
Tentando aprender trilha
Num canto, espanto de toda amplidão
Asas que são compridas, versam venenos e maravilhas
Sabendo feitiçarias de mundo, rumos de outras mil vidas
E enquanto sol, as danças são nossas palmas brancas
No chão da própria lida.


Um amor pelo ser


A luz do sol exala alma velha e incandescente
Sábio lutador
Pintando na palha um ver
Crescendo louvador de palavras raras
Que explodem como o giz no quadro escritor
Nascia ali um ver
Sábio novo inventor.

Colha aí palha amarela
Veja o que se deu nestes sonhos que fizeram um eu.

Um riso e uma casa
Pintada no olho assim imaginador
Era tudo assim de se ver
Longe voando em flor.

Um delírio e a calma
De apenas renascer no dia do calor
Tudo é assim um ir
Explodindo de um amor pelo ser.



Ventos, almas


Vê-se que tudo se deixe
Estremecendo o mundo
Vê-se que murros deslizam entre facas.

Verdes
Luzes são tão verdes
Colorindo o mundo em verde
E no rio em verde tom se destaca
Um peixe
Um mundo de ser peixe
Em delírios e desejos
Que destilam ventos, almas.




domingo, agosto 16, 2009

Estrelado limiar


Se for de rir, deslumbre-se ir
Então é nós em paz talvez daqui
Feito um de um e outro de outro um
Entre os dias
Nas lidas de uma voz que responde a um som doce
Com outra voz.

E qual um
Somos bom dia
Qual luz de meio dia
Resplandecente dia
Feito de asas e vezes construídas com demão
De um mundo inteiro, de um coração
Que olha hoje pro olhar
E vê-se cosmos
Feito de mar e estrelado limiar.

sexta-feira, agosto 14, 2009

Um mundo retilíneo observar


Dói no tempo que sou em mim
Espelho meu de talvez start
Sou mínimo de arte
Espero acordado um byte pra me entender.

Palidez se afaste!
Espero aqui entre o Rio e Marte
Espadas me acalmam
Eu gosto das asas de um movimento sem fim
E me escondo a olhar
Um riso feminino de brilhar.

Cale-se bem antes
Eu tenho rimas pra todo instante
E lá na falsa calma meu olho apressado é algo bem louco de ver.

Pense sem palavras
Eu risco um sino e crio extremos
Sim, sou feito de medos
E rio gargalhado porque sou brincalhão de ter
A sós vou soar
A um mundo retilíneo observar.