É sob o véu de toda a noite
Que o dia rompe qual clarão de uma verdade,
De um ato quase divino de expansão,
E o desafio é posto, é risco
É repente liso de Deus com o Cão.
Um rima escuros espaços
Outro repõe jorrando luz
Um costura guerras com aços
Outros com flores faz alcaçuz
Um rima gritos, dores fortes
Outros destinos, doçura, azuis.
Um grita: Venham cavalarias!
Outro diz: Que anjos toquem Sol!
Um pede lanças e trombetas
Outro versos e dominó
E o pandeiro é o esculacho, é o respeito
É a cruz e o pó.
Um chama a escuridão fria
Outro o meio dia, todo sol
Um tripudia anjos tortos
Outro anuncia um maracá
Tocando junto com zabumbas se transformando em orixá.
Um chama medo apavorado
Outro esperteza, amor de irmão
Um chama Lampião, trombetas
Outro João Grilo, bode e cão
E nas tortuosas arte
Homens se tremem entre pés e mãos.
Um chama guerreiros macabros
Outro só chama a invenção
De um peito que dê sorriso
De um barro que pela mão
Crie o vencedor de Deus
O homem liso que se chama Adão.
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