terça-feira, dezembro 30, 2008

Feliz ano novo é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno

Enquanto os dias percorrem por aí em meio às imensas maldades israelitas cotidianas, morrem menininhos ameaçadores e suas moedas de um real, baleado em frente à casa onde morava uma mãe chorosa tola, por morar mau, perto demais dos guardas treinadores de tiros.

Enquanto o relógio marca o tempo percorre paixões futebolísticas travestidas de razão, e o mundo percorre ameaças de morte, ameaças de vida, contagens, paixões mau resolvidas e arrogância pueril.

E a festa continua ciclo a ciclo, como se o percorrer do tempo necessitasse de marcos para ser real. como se o percorrer da história pedisse permissão em determinadas datas à passagem da Esperança.

Mas não pede

Por isso:

Feliz 2009

Quão morrer

Passa na palavra
A agrura de ser verbo, sol e sonho em flor
Redescobrindo o ler
De explodir som em cor.

Mundos se deparam
Com Reis que cornetam do barraco o amor
Do Pelé com quem sorriu
E gritou chamando gol
Aqueles que fazem versos costurando de Deus
Novo mundo como um sonho seu.

Canções de vozes calmas
Radicalizam muros, escadas e ardor
Fazem tudo até saber
Que tudo é tão exterior
Quão morrer.

A mulher de nossas vidas

Em plena hora de se jogar bola
Faz-se um estranho movimento
Parece que rua se agita a tempo
De impedir contratempos
A bola ao entrar muda as horas
E os cães, as moças saem corridas
Procurando barrar o lance, a bola
Que ia parar na forquilha.

Mas bola é de sorrir
Dar de ombros assim mesmo
Transformando monstros em magras vítimas do próprio azar
Detonando os percalços
Costurando as armadilhas
Faz brilhar sóis em noites
Faz até virar magia
Passes feitos por quem mau
Se acostumou à lida
De afagar a Bola que é
A mulher de nossas vidas.

Entre os nós dos dedos

Misturo mágoas
Alvas asas, armas, fadas, sons espessos
E faço voz
Transmito nós, entre os nós dos dedos.

Tamborilando magia
Escrevo em pedras com giz
Algo a mais, recriado no suor
No sonhar
Ser feliz.

Tamborilando as trilhas
Das pernas que me fazem rir
Calo em paz
Pelas ruas do lugar que me ensina a dormir.

Não bastam só coleiras para transformar em cão
Um sentido de música, uma visão
Feita homem no toque dos dedos
No couro estendido
Entre as pernas, nos tambores muitos dos corações e risos
Renovando cada hora como se o céu
Fosse impávido menino
A escrever letras feitas do giz do teu sorriso.

Esqueço as mágoas
Calo as asas
Olho a estrela do meus medos
E faço voz
Me torno nós
Entre os nós dos dedos.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

EXTERMÍNIO ONTEM, HOJE...E AMANHÃ? 60 ANOS DA DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

EXTERMÍNIO ONTEM, HOJE...E AMANHÃ? 60 ANOS DA DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: ELES NÃO CUMPRIRAM!

Os sucessivos governos já deixaram claro o seu compromisso com a manutenção de uma política de extermínio que nos remete aos velhos tempos da ditadura. Outrora o extermínio de todos que se contrapusessem ao regime, hoje a criminalização da pobreza e daqueles que lutam.

O atual governo do estado do Rio de Janeiro é responsável por um aumento vertiginoso do número de “autos de resistência” – civis mortos pela policia. Em 2007 foram computados 1330 registros. Nos primeiros três meses de 2008, foram registrados 358, o que representa um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2007. Dados do encerramento do primeiro semestre desse ano apontam 849 mortes.

O custo humano dessa política de governo não se justifica! Hoje temos a polícia que mais mata e mais morre no mundo, num quadro trágico que já alcançou índices recordes, jamais vistos anteriormente.

Por isso nos lutamos no dia 10/12: para lembrar que 60 anos da declaração de direitos humanos já se passaram e os mesmos que a assinaram promovem uma política de extermínio que tem como conseqüência as chacinas do Alemão, de Acari, Borel, Caju, Coréia, Lins, Baixada, Candelária, Vigário Geral, o extermínio de 3 jovens na Providência. Além das que atingiram nosso estado, também recordaremos 12 anos do massacre em eldorado dos Carajás, a morte de Keno – militante do MST – pela Syngenta, os 111 presos exterminados no Carandiru e tantos tristes episódios que, além dos diários, memoram as trágicas conseqüências dessa política.

Acusamos os governos de genocídio, racismo, tortura e fascismo e exigimos: parem de matar os nossos jovens! Queremos justiça e uma profunda mudança na atual política de segurança pública! Chega de Milícia! Abertura dos arquivos da ditadura já: nossa memória é nossa história!

CABRAL, CHEGA DE EXTERMÍNIO!

ATO NO DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS 10/12 - 9h NO PALÁCIO DA JUSTIÇA (Rua Dom Manuel, 29, Centro) SEGUINDO PARA A ALERJ (Rua 1 de Março S/N) E PARA PRAÇA MAHATAMA GANDHI, AONDE OCORRERÁ UMA VIGÍLIA


Leia mais em : http://pmsrj.blogspot.com/

Debate - CRISE DO CAPITALISMO - Desafios aos movimentos sociais

11/12 - 5ª feira

PLENÁRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS / RJ

Convida para o debate 
CRISE DO CAPITALISMO
Desafios aos movimentos sociais

Com

VIRGÍNIA FONTES
Professora de História.

JOÃO ALFREDO
Professor. Ativista ecossocialista. 
Vereador PSOL/CE

11/12 - 5ª feira
17h30min, no Sindipetro/RJ
(Av. Passos, 34) 

Palavra salva

No chão lambuzado a palavra que define a coisa
É lama ou sangue
E toda segura presença é o que denota a fita
Que mostra a verdade pro verbo
E dele monta a escrita
É morte ou mar de chover.

E tudo o que define gente pode meter rente na gente
A faca ou abala que moça nunca foi ou jamais é perdida
A frase que define e dança ou sorri a moça da esquina
Pode matar ou sorrir.

Palavra desespera homem só
Ou reescreve a vida no trecho da vida que sua seu sal
Palavra salva alma, homem, pó.

No nome se diz se é filho, se é corpo e dor ou se vira canção
Sem aspas a palavra é dor ou sol
Se rasga o sorriso do tempo o verbo é cor
Talvez seja canção
Palavra salva arma, nome, sol.




Como um modo de querer

Se fosse você eu me queria logo
Fosse pra perder eu perderia o ócio
Atuaria ardor
Só pra perceber os ancestrais do vento
Levando você, sua cabeça e tempo
Deixando um sorriso entre os corpos, o prazer e a dor
Com calor as vezes
Vez por outra frio
Sentindo na boca o gosto do brio
Refrescando o delírio de torcer na geral.


Fosse pra fugir eu fugiria sonho
Comendo o gosto de perder meu tempo
Talvez só lendo
Algo sobre o muro, um lugar futuro
Feito de um medo, um saber, um beijo
Dado às presas entre a Lapa e um Samba canção
E eu quero quero mágoa, amor, desvario
Entretendo o medo de morrer no frio
Vou esfregando o sorriso com água e sal.

Passa o tempo e eu tendo futuro
E o que quero é presente, se tanto
Pela lida do que somo o zero é todo o ser que aprendi a ler.

Vasa o vento e eu te amo, juro!
Refrigero minha boca e espero
Pelo invento que desejo e quero
Por ver assim tudo enfim
Como um modo de querer.





Madureira


Se fosse do mar
Minha pele era espelho do sol
Um sorriso que vem lá do sul
Uma maneira de reinventar.

Se fosse só mar
Não teria o suor já sem luz
Esta cor de Trem pra Santa Cruz
Essa vontade de bebemorar.

Não é só mar
É um trecho comprido que flui
Na Avenida que Brasil conduz
Caminhões, chuva a engarrafar.

Já amo o mar
Mesmo vendo manhã em azuis
Sóis que o trampo cega nas zonas suis
Esperando o escurecer pra sonhar
Ao me notar em terreiro, em samba jesus
Salvação alheia à velha cruz
Podendo em um canto cantar
Madureira.