terça-feira, setembro 14, 2010

Escrita

Na cruz, na luz, o som se espreme
Em inferno e céu, em terra e mar
Signo ficando,ator, na pele
Na pedra,pote, véu,olhar
Antes de mim,de ti, d'África
Dizendo Mel, dizendo Mal.

Na flor, na dor, na mão, no leme
Se veste o verbo de outro olhar
Papiro e mão, Papel e pele
Traço a signo ficar
De mim,de ti,em mãos dest'África
Já sendo Céu, Versejo, Sal.

quarta-feira, abril 21, 2010

Esse teatro que abole o céu


Se meu corpo é de Homem
Sou forma de sonho, de fundo de Rio
Da pele o suor
Resquícios de alma e humanidade
Delírio, saudade, desejo voraz
Em caminhos e grutas, em campos, em sonhos
Com bandeiras e foices, gritos guturais.

Meu nome é Homem! Sou muitos, sou mais
Meu nome é Homem! Sou todos,Global.

Nas mãos a história dos mundos,dos trilhos
Guerras e sorrisos que matam milhões
Pedras que aportuguesam a matercidade
E tantas cidades de um só Capital
Reis que nos querem andrajos, lamentos
Heróis que respiram gotas de sal
E meu nome semDeus é ser animal
Nas praças,nas ruas
Um grito primal.

Nos olhos além da boa vontade é da alma a verdade
Da coragem o sinal
Das foices os corpo sem guerra mexendo
Em nome do tempo, do Trabalho, do sal
Que hoje é alimento da guerra dos sonhos
Contra os feitores de valor de papel
E o paraíso é esse teatro que abole o céu.

sábado, janeiro 16, 2010

Vencer as lutas


Entre as aspas da cor
O vento me toma por seu viajar
E cálido avisa as coisas do ouvir
Assim como os pés conquistam os medos
E trilham as linhas do que não se foi.

Vivo enquanto se há
Me encontro moço, humano, legal
Marido, menino, irmão, sonho, espaço
Entre essas gerais
Que rasgam meus olhos e ensinam o que é ser paradeiro
Pés nas terras e partes de tantas mil vidas
Caminhando em cor e sal de um chão que nomeia um Brasil.

E às horas dou um tempo e me destampo e ver direito
E o que há de ser feito, me basta
Pois é das ruas, das horas, de umas glórias, de vitórias
Que meu dia faz-se mar
E em cada muro é mensagem, é vontade, é saudade
Dessa gente que significa chão.

E somos mais que outros mundos
Somos samba, somos sanha, somos a venta que se expande
Somos canção
Somos metal, somos precisos,rasgos, almas improvisos
Esperança com a mão na massa, a massa na mão.

E as luzes dos nomes nos tornam a raça
Que faz do contratempo o limiar do mais perfeito
Somos desejo
Só massa.

Não temos vossos nomes empoleirados nas manchetes!
Serão cegos ou vítimas do medo de sermos nós?
A glória dos suores que marcam nossas vestes
É o milagre impreciso que pinta novos sóis
Somos dessa esperança nunca antes concedida
Esperança Sangue, velha rota desta vida
Com a vida entre os dentes dignos dessas andanças
Vamos todos Às batalhas!
Novo mundo, nova dança!

Se Deus soubesse nascer
Talvez fosse ver um mundo acabar
SeDeus soubesse viver
Talvez fosse ser qualquer um
Pra lá de ter, temer ou querer outra ilusão
Além de ser só vida
E vida é um libertar que nasce das mãos calejadas
E soltas na alegria de vencer as lutas.