quinta-feira, janeiro 29, 2009

Pequeno surto a um

Faz-se necessário antes de mais nada relativizar o ocorrido. Ocorre que a leitura inibe automaticamente qualquer meio de racionalização sensível, pois ela é um instrumento de dominação constante do cérebro na junção de signos em torno do significado.

O todo da razão perpassa pela leitura, formando junções significantes de informação através da combinação não aleatória de signos fonético-gráficos.

E todos somos parte informal da destruição do senso pela lógica.

Letra a letra.

Mas não leve nada a sério.

PS: Seção fixa intinerante.

Se Os Tubarões Fossem Homens

Bertold Brecht

Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais.

Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo.

Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.

Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões.

Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos.

Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos.

Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.

Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.

Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre sí a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.

As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro.

Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos, da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.

Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente.

Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.

A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos .

Também haveria uma religião ali.

Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida.

Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros.

Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante.

Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.

Falando sério



Rolar ser do mel
O imortal sonho nú
É querer ser céu
Ser além de ser luz
Faça leis do desejo pronto de irrazão
Rime sonho com noite, sol com visão.

Recriar o pão sabendo como é bom
Ser além do ser, reinventar-se dom
Pois seremos as veias sangue de verbo amar
Como estrelas são bichos de céu e mar.

Se hoje me sagro irmão das sementes
Me vejo fluir como a fé
De ser tantos enormes desejos infantes,

Escrever-se ser
Rezando por feliz
Tom de realumbrar tudo o que se diz
Verbo sendo enorme nota de revolução
Som de boca criando evolução.

Coração de tremores e vida canção
É talvez o luar batendo no chão
Germinando a graça de tudo reluzir
Por força de amar, de ver-se ir.

Voando nos planos de matas e inventos
Sabendo-se marca da fé
A Levantar garra contra as fomes.

Veja a noite clemente fazer do anil
Um escuro latente de brilhos mil
Seja e esteja na formação e nascer da dor
E respire no ato o criar do amor.

E enquanto os mortos teclam mil dormentes
Portões que os separam do axé
Somos espelho da vida
Falando sério.

Te sonho breu

Noite aflora
Sou apenas sonho meu
Horas antes fui do céu
Recriando gosto teu.

Sou hoje breu.

Calam setas
Noite feita, feito eu
Suburbano que teceu
Véu de anjo sob o céu.

Sou hoje Breu.

Me calo no seio das luzes cortadas
Me torno hidrante buscando palavra
Querendo ser antes verso impagável
Rindo do limite sinistro da dor.

Querendo do antes um verso, uma praga
Estrela brilhante que nua voava
Cerveja no corpo tecido de fauno
Queria o sinistro apelo do amor.

Te sonho breu.

Cruéis conselhos de quem viu a morte

Me dê a mão!
Sabe lá se a voz ouvida
É canção, ou alma reproduzida
Pela ação do virtual vilão?

Me dê a mão!
Cante alguma canção!
Peça atenção!
Discurse em meio tom!
Chore não
Tudo é só exaltação!

Me dê a mão!
Cante apenas alva lira,
Seja tão fina quanto as ladys de Brasília.
Veja bem, tudo é somente ninguém!
Tudo a cem
Nos atropelando,bem.

E eu só vejo o osso
Do sonho vivo em nosos entorno
E por isso a irrazão vai se tecer em notas vis e fortes
Cruéis conselhos de quem viu a morte.

Quero ser semente de tua própria alma

Se eu pedir faça a gente produzir luzir
Sou de espelho dágua
Faço-me somente
Luz inteligente de alta madrugada.

Se eu pedir corte rente para reproduzir
Corta ma non mata!
Brilhe inteligente alta madrugada.

Eu quis-me ir
Eu fiz-me rir
Eu disse
Quero ser semente de tua própria alma.

Realismo sangue bão

Espero rimar jornal com leite
Crescer nos extremos laicos do meu ser
Sentir explosões e cacoetes
Ciúmes de me morder.

Para confiar no meu aceite
Dos termos decentes plenos do amor
Acordo tatuado no inclemente
Sentido de cor
Que a vida
Teima em me ensinar
Teima em me mascarar
Com a ilusão dos mundos
Sempre a vida
Me fazendo reviver
Calado em meio à canção
Nú em forma de invenção.

Espero comer rituais perfeitos
Cantando solene melodias de ardor
Criadas por poetas bem feitos de corpo e sabor.

Talvez vá voar entre teus peitos
Nadar por estreitos alheios à própria dor
Lutando hercúleo pelo jeito buscando calor
Com a vida derrentendo em meu olhar
Recriando um sonhar romântico de um mundo
Onde a vida
Faz parte de você
E faça da ilusão
Realismo sangue bão.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Mude meu nome

Brigo por beijo, falo palavrão
E se estou certo na veia, toco pau e facão
Mas teu gosto me traz horas
Tempo/espaço mutante em forma de luz.

Grito porras obtusas
Quero fome de loucuras.

Pois tu tens minha luz inteira nas ruas
Tens o sabor dos mels, sem frescuras
Sou meigo qual o King Kong
Carinho é o meu nome.

Note o dia onde meu instante reclama menos do sal do que do hidrante
Quero teu sonho e roupa, quero o bem
Mas eu luto por segundos, neném!

E por aí te espero na esquina
Sou teu macho
És minha menina.

Vamo além, pois a vida inteira é loucura!
Além, pois sonhar com mundo é frescura
Eu quero você sem celofane
Mudo mundos, quintais e nomes.

Quero além, pois a vida inteira é frescura
Vou além de outro universo na busca
Do beijo de tua boca com a fome
Sou teu macho
Mude meu nome.

domingo, janeiro 25, 2009

Conforme a crítica e seus anais

Se sussuro espadas de aniz
Calo-me comovido
Ouvindo no piano Fluminense feito arte qual sorriso desfeito
Por Alice vã tupiniquim sem espelhos lisos
Quebrados pelo aparato de um Botocudo.

Se sussurro ligo o início virgem das meretrizes
E resmungo meios tons quase perfeitos
Feitos por bocejos enquanto perco o viço lendo vãos poemas.

Se me calo grito outro riso
Sugando ar em meio aos sentidos depilados pela areia de desertos
Do corpo da velha cartomante entre destroços
De egos inflados mortos pela agrura de um poema
Mau escrito conforme a crítica e seus anais.

sábado, janeiro 24, 2009

A revolução de 1979 no Irã

Há trinta anos, acontecia a revolução iraniana. Foi um golpe para o imperialismo dos Estados Unidos e mostrou o poder dos trabalhadores do Oriente Médio – Simon Basketter.

O governo dos Estados Unidos odeia o Irã. É que o povo iraniano derrubou um ditador violento em 1979. E ao fazer isso também impôs uma derrota ao imperialismo americano no Oriente Médio.

Até a revolução de 79, o Irã – ao lado da Arábia Saudita e Israel – foi central para a manutenção de política dos Estados Unidos na região de assegurar a estabilidade e a segurança do fornecimento de petróleo para os países ocidentais.

O soberano do Irã, o xá, foi um ditador colocado no poder em 1953, depois de um golpe organizado pela pelos serviços de espionagem americano e inglês.

O golpe de 1953 derrubou o primeiro ministro iraniano Mohammad Mossadeg.

Os líderes britânicos e dos Estados Unidos ficaram furiosos com Mossadeq porque ele estatizou o setor de petróleo que era administrado por capitalistas ingleses.

A partir do início dos anos 1970, o Irã tornou-se sede das atividades da CIA no Oriente Médio, com 24 mil “conselheiros militares”. Também se tornou o maior importador de armas do mundo naquela década.

Os ingleses apoiaram o xá incondicionalmente até sua queda.

Os documentos recentemente lançados mostram que o embaixador britânico do Irã informou em 1978: “o país e do governo continuam sob total controle do xá. As forças de segurança permanecem eficazes e, acredito, leais ao xá”.

“Não prevejo nenhuma preocupação séria no futuro próximo. Haverá altos e baixos, mas em curto prazo penso que o xá não deverá fazer qualquer alteração radical em sua política e será capaz de continuar governando sem qualquer oposição verdadeiramente perigosa.”

O embaixador não podia estar mais errado.

O xá tinha promovido um duro programa de desenvolvimento capitalista (inclusive de tecnologia nuclear) que deixou de fora parte importante dos setores religiosos tradicionais e milhões de pessoas pobres que haviam deixado a zona rural para buscar sustento nos bairros pobres das cidades.

A pior pobreza convivia com grande prosperidade. Divergências políticas foram cruelmente esmagadas e as minorias nacionais sofreram a terrível opressão.

Esmagados

O xá também esmagou toda a oposição da classe trabalhadora e a esquerda – encarcerando e torturando mais de 20 mil presos políticos.

O governo do xá parecia invencível. O serviço secreto, conhecido como Savak, estava em todo lugar. Sindicatos somente podiam funcionar com autorização dele.

Mas em 1975 uma queda nos preços do petróleo – principal fonte de renda do Irã – levou a uma séria crise econômica. A situação provocou grandes protestos que logo levariam à derrubada do xá.

Enquanto o clero muçulmano havia conquistado apoio entre os pobres, a esquerda concentrou-se em uma luta de guerrilhas contra o regime.

Em junho de 1977, aconteceram os primeiros protestos contra o xá, em 14 anos. Eles envolveram milhares de moradores de bairro pobres de Teerã, capital do país.

Cortes salariais também provocaram greves que chegaram ao ponto máximo em julho, quando os funcionários da General Motors incendiaram sua fábrica em protesto.

Os protestos de trabalhadores e da população pobre forçaram o xá a permitir algumas atividades de oposição. Ele esperava que isto servisse como um válvula de escape que retirasse força do movimento e esvaziasse sua força aos poucos.

Em vez disso, outros setores da sociedade também se sentiram estimulados a protestar abertamente contra o regime. Os intelectuais, quem tinham silenciado antes, juntaram-se aos protestos, como fez o clero e os seus aliados – os comerciantes tradicionais, lojistas e pequenos empresários.

Como acontece em toda grande revolução espontânea, muitos setores diferentes da população se envolveram.

Leituras públicas de poesia atraíram dezenas de milhares para as ruas. Entre outubro de 1977 e setembro de 1978, as manifestações contra o xá passaram de semanais a diárias. Os protestos levaram a uma grande manifestação, com aproximadamente dois milhões de pessoas, no dia 7 de setembro de 1978.

O xá impôs a lei marcial e as suas tropas massacraram mais de 2 mil manifestantes. Em resposta 30 mil petroleiros decretaram greve. Em apoio, os mineiros de carvão também paralisaram as atividades.

Os ferroviários recusaram-se a transportar a polícia ou o exército. Os estivadores só descarregavam comida e material médico ou papel para fazer campanha contra o regime. As unidades do exército começaram a rebelar-se.

O movimento cresceu e tornou-se uma insurreição. Muitos administradores de fábricas simplesmente fugiram. Onde isso aconteceu, os comitês de greve, eleitos pelos trabalhadores, assumiram a administração das fábricas. A classe trabalhadora, embora fosse minoria na sociedade, conseguiu se fortalecer tanto que se tornou uma força decisiva na luta contra o regime.

Em junho de 1978 o xá ainda dizia: “Ninguém pode me derrubar. Tenho o apoio de 700 mil soldados, da maior parte do povo e de todos os trabalhadores.”

Alguns meses depois – no dia 16 de Janeiro de 1979 – o xá foi obrigado a abandonar o país.

As milícias armadas derrotaram as últimas das tropas do xá. As prisões foram abertas e as rádios anunciaram a vitória da revolução. Comitês de greve – conhecido como “shoras” – foram formados novamente nas fábricas.

As aldeias de camponês estabeleceram o seu próprio “shoras” e começaram a confiscar as terras dos grandes proprietários.

As “shoras” representaram o começo de um tipo de organização que poderia vir a ser um poder sob controle dos trabalhadores.

Manifestações

Os camponeses exigiram a reforma agrária, as mulheres lutaram por sua libertação, e as minorias nacionais exigiram o direito à autodeterminação.

A revolução foi um golpe enorme para o imperialismo no Oriente Médio. Transformou-se numa festa de alegria com muita gente festejando pelas ruas.

Um político conhecido foi nomeado primeiro-ministro, mas as manifestações de massa exigiram a sua renúncia.

Em 1º de fevereiro, o Aiatolá Khomeini voltou do exílio e se declarou chefe de Estado.

Desde o início dos anos 1960, Khomeini tornara-se o líder religioso mais importante na campanha contra o xá.

Mas o movimento não estava sob controle do clero. Houve uma intensa batalha para decidir o curso da revolução e o tipo da sociedade que substituiria a ditadura do xá.

Os defensores do capitalismo nacional procuraram restaurar a ordem. A classe média alta, “liberal”, uniu-se aos líderes religiosos ligados aos pequenos capitalistas e comerciantes para lutar contra a esquerda.

Khomeini se colocou contra o poder crescente das “shoras”. Ele sabia que representavam uma ameaça ao poder do clero e recusou-se a reconhecê-las.

O novo governo provisório declarou que a intervenção de trabalhadores em assuntos de governo era uma atitude “contrária à fé islâmica”.

O aiatolá fez tudo para restabelecer o controle capitalista. Mas, não foi uma batalha fácil.

Como um funcionário de Shell disse na época: “O que os funcionários conseguiram fazendo parte dessa religião? Continuam a ser explorados do mesmo jeito”.

“Aquele gerente sangrento que sugava nosso sangue tornou-se, de repente, um bom muçulmano e tenta nos dividir usando nossa religião. A unidade em torno da ‘shora’ é o único modo de vencermos.”

A força do movimento operário foi mostrada na manifestação de Primeiro de Maio em Teerã, em 1979. Desempregados e mulheres com suas crianças fizeram uma marcha de 1.5 milhão.

As frases nas faixas da manifestação diziam: “Educação para as crianças e não ao trabalho infantil. Estatização de todas as indústrias, salário igual para homens e mulheres. Viva os verdadeiras sindicatos e ‘shoras’. Morte ao imperialismo”.

O clero tentou impedir. Grupos foram organizados para atacar a esquerda e pressionar as mulheres que se recusaram a usar o véu.

Ofensiva

Ao mesmo tempo, uma ofensiva militar foi lançada contra curdos e outras minorias nacionais que tinham ganhado um pouco de autonomia durante a revolução.

Mas o clero só pode ganhar o controle do movimento mudando de tática. Os setores de pequenos empresários e comerciantes, junto com o clero que apoiava o Aiatolá Khomeini, queriam manter sua independência dos Estados Unidos, mas também queriam liquidar a esquerda.

Eles temiam também a reação das massas – que ainda esperavam fazer avançar a revolução.

Khomeini ordenou uma ocupação da embaixada dos Estados Unidos, e rompeu com aliados considerados “moderados”.Isto ajudou a selar a dominação de Khomeini do estado pós-revolucionário.

Khomeini e seus aliados diziam que a unidade nacional era necessária para derrotar os Estados Unidos. Qualquer voz discordante estaria fazendo o jogo dos inimigos da revolução. A esquerda não soube como responder.

A maior parte da esquerda acreditou que o Irã não estava pronto para o socialismo e precisava de uma revolução capitalista antes da revolução socialista. Passou a defender que os trabalhadores e a população pobre fizessem alianças com capitalistas “progressistas”. Desse modo, se renderam aos argumentos da unidade nacional.

Os setores que se concentraram na luta de guerrilhas ficaram isolados do povo. Não conseguiram adotar nenhuma estratégia para superar esta situação.

O preço pago pelos trabalhadores foi enorme. O novo regime reprimiu cada uma de suas organizações.

Com a invasão do Iraque ao Irã e o início da Guerra dos Oito Anos entre os dois países, o governo islâmico esmagou toda a oposição, consolidando totalmente o seu poder.

Esta situação não era inevitável. Durante muitos meses o futuro da revolução esteve por um fio.

O fracasso da esquerda em se organizar de forma independente entre os trabalhadores e a população pobre para lutar pelo socialismo permitiu que Khomeini consolidasse seu poder.

Mas a revolução iraniana 1979 causou impacto ao redor de todo mundo. Mostrou que os ditadores podem ser derrubados por uma revolução a partir de baixo. Também mostrou a capacidade de luta dos trabalhadores do Oriente Médio e a possibilidade de construir um poder dos trabalhadores na região.

Socialist Worker - 24 January 2009 | issue 2135


FONTE: Socialist Worker
SITE: http://www.socialistworker.co.uk/
PUBLICAÇÃO: 23/01/2009

Fruta Estranha

De: Abel Meeropol

As árvores no sul dão um fruto estranho

Têm sangue nas folhas e sangue nas raízes

Corpos negros nadando na brisa do sul,

Frutas estranhas penduradas nos álamos.

Corpos negros balançando à brisa sulista

Frutas estranhas pendem dos choupos

Cenas pastorais do sul galante

Olhos inchados, bocas retorcidas

Doce e fresco aroma de magnólias

E súbito o cheiro de carne queimada

Aí está um fruto para os corvos bicarem

Para a chuva encharcar, para o vento açoitar

Para apodrecer ao sol, para uma árvore deixar cair

Aí está uma estranha e amarga colheita.


FONTE: REVOLUTAS
SITE: http://www.revolutas.net
PUBLICAÇÃO: 09/01/2009

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Com sangue nas mãos

Se eu ri
Calei-me por respeito
Ri com Deus
Desenhei mórbidas mãos tecendo magias de ponta cabeça
Usando como linha parco coração.

Faz nascer rancor na voz
A guerra
Faz doer o tom da voz
As celas
Quando no tom da pele a tinta se aproxima da preta
Quando o que vemos de pele é a nascida para ser preta.

Se eu ri
Rosto era desespero
Dor de ver
Parca e tola invenção
Fazer-nos matilha sem sangue nas veias
Sejamos matilhas com sangue nas mãos.

Nos ais

Sabe do Deus a liz da lida feito cheia?
Sabe dizer o triz da ação certeira?
Demo ri em dois sins
Mentindo ao tom dos velhos
Chicos são assim, liz
Flor de ameia.

E o que é palavra
Se da água salta e aflora
O limite d'alma?
Silêncio nos devora
Esquecendo calma de som intenso
Som de ai.

Registro de alma
Palavra morre e a autora
Brilha sendo calma
Sendo silêncio que entorna
O dom da palavra
Se faz milagre de sem paz.

Lua, Adeus!
Eu vi um fim
Entre correntezas cumpridas
Me esqueci sim
Comendo a luz das pessoas
Calo a mim e enfim
Costumo ser milagre e proa
Mato-me a rir
Sendo palavra.


Guarda-te palavra
E vem silêncio toda em torno
Da beleza calma do que se diz sem horas
No olhar que em graça
Se faz silêncio todo em paz.

Delicie-se alma
Devore o dom da lua
Sendo água clara, sem se dizer outrora
Além da palavra
Já ocultada em nós
Nos ais.

A vida inteira a se voar

Na linha das esperanças
O rumo meu é de partir
Mas cala-me o som das asas
Cantando versos de ficar.

O tempo me conduz o rir
Entre dedos de tocar a corda da imensidão
De tanta gente a se amar
Enquanto flutua a paixão
Das rosas, dos ventos, do mar
Nos dedos que eu decidi
Serem meus pés a lumiar
As palavras que escrevi
E são parte do aço do meu olhar.

Me calo porque amo o dia
E a noite que é meu voar
Levando o amar pelo tempo da vez
A rir o tempo que é meu lugar.

Enquanto isso acordo o brilho
Na noite de me aprontar
Sendo multidão e lida
Regida pelo libertar.

E quem me impedirá morreu!
Sou um sonho novo meu
Criado na paixão que vinga
A vida inteira a se voar.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Crueldade com animais


http://www.malvados.com.br/

Enquanto amo o vento

Seja a dor de Deus a flor!
Grito entre luzes de Almodovar
Entre dentes de um sonho eu ri
Eu, nú, colori jornais
Me deixei voar na paz
Do tom das manhãs sem som.

Entre meus jardins de amor
Sonhei milagres de Ruas e noites
Entre meu sorriso mudo eu li versos de Drummond
E em paz vaguei desejando mais.

Costurei paixões com sons.

Esqueça o tom de todo amor!
Dê-me a toda a multidão
E a pinte de vermelho ardor
Enquanto amo o vento.

Talvez um baile de improviso

Relaxe somos vícios e vidas cheias!
Somos sem hinos!
Todos em trapos de lua cheia!

Viramos medo e mágoa ao ver passar
O tempo mau e feito de muitas veias
Tempo sem viço
E eu que rasgo sóis entre as cheias
Da velha praia rasa onde o nadar
É até divertido
Pelo sabor das entranhas
De tanto mundo até ontem colorido.

E pelas ruas e saias
Pelos peões mau vestidos
Correm também as mil verdades sem domingo
E revoluções sem sentido.

Me deixe entre lírios que Oxum chega!
Seja carinho que vai nos bares e na beleza
Escreva versos maias e me dê mar!

Me dê levantes, turras, me dê sentido
Estou nos braços da rua cheia
Preciso de rubras bandeiras a olhar.

Sob as sombras se espalham
Mundos inteiros vestidos
De cores feitas de um vermelho vivo
E gritos feitos com mágoa, alegrias, tons de riso
Constroem a canção de rompimento e desatino
Talvez um baile de improviso.

Mantra

Segundos se comem entre livros
E montagens de remédios e milagres
Flores feitas de papel.

Luzes se consomem entre rios de naufrágios
Cores costuradas em vasos
Que surgem qual como prece
Redizendo sim aos Dons
Refazendo luz ao som.

Oxum, me dê luz nas trevas!

Imagens de homens me desenham inexato
Correndo em jardins soltos entrte livros e saudades
Costurando vôos sem céu.

Rasgos de realidades sugam meus tormentos
Doem entre luzes soltas
Inventando tons de neve.

Tanto brilha em busca da cor
Tanto se faz doce em cor.

Oxum, me dê luz nas trevas!


Entre tons exatos e sorrisos e milagres
Buscamos restos de astros
Qual poemas sobre neve
Servindo de pano de fundo para sonhos
Para desejos e asas
Como se fosse leve
Este remoer de amor
Este debater calor.

Oxum, me dê luz nas trevas!

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Pro mundo do amor navegar

E Deus me deu este teu olhar
Rimando voar com meu bem
Fazendo de meu verso um jeito festeiro
Beijando o horizonte donde ela vem
Calando o mundo que fica tonto
Sem notar o jeito do meu sonho andar
E eu que faço verso doido
Caio agora de amor para escrever luar.

E rimo lua com panela
Crio esperança de janela
Costuro rima de favela com mundo inteiro a mudar.

Coloquei sol de tudo brilhar
Rimei estelar e rua com ninguém
Fiz samba rock com flor de mil cheiros
E despi meu desejo por querer seu bem
Entrecortando vontade de mundo
Desejei profundo tudo mudar
Esqueci gaza por segundos tantos
Só lembrei agora eu meu nome é amar.

E nas oropa tem janela e lá
Planto de verso flor mais bela
Em paz costuro rua, lua e vela
Pro mundo do amor navegar.


Cego olhando pro chão

Sussurra a rua e inventa
A carne turva em si mesma de tremores
Parva de pureza e dura saúde reversa à canção
Parada no parque e tom dos muitos mundos que dormem
Entre a vontade que bate no torso da dor
E derruba o cerne do céu
Comendo o sentido do medo, do mar, do mel.

Saca da voz o nódulo cego de nossa podridão
Talvez reinventada urna de calada morte
E pau na nuca de quem tenta o torpor
Do pão, do medo, de ralar até perder a mão
Pros filhos de um cão.

Se há fato, o fato é a martirização do inverno
O corpo morrendo torto
Fruto do pau no centro do rabo
O Rabo todo sendo o pálido tom do mortificado
Comendo o invento do medo, o inferno de ser preto e  morto
Nascido pra ser surrado e comido pelo lado escuro da rua que se cala
Enquanto surgem os cães que correm nas mãos
De um cristo errante
Cego olhando pro chão.

Sou quase flor, quase flor

Quem reescreve o nome do sujeito, rependido do jeito de ser não?
Faz estranho suave bom defeito
Joga o sussuro querendo a si mulher
E respeite sua ausência de graça, sua alma acamada por mau jeito
De rimar segurança com perfeito, rimando multidão com comunhão.

E se Deus duvidar ele é o Assis
Nos salvando perene homem-gol
Se for flor em mil dardos de sujeitos calados querendo outra espada
Rasguem suas asas com desejos
Joguem balas de trezoitão nos peito
Se preciso palestinem-no com obus.

Salve-me, amor, do não ver
Salve-me da dor do horror.

E se o mar for milagre individido, sou setores do Hamas
Quero um gol
Futebol não me foge do morticínio
Me lembra do delírio de sua fé
E me sorri a ausência da palavra, qual quem corta a Marta o dia inteiro.

Tanto galho no mundo, meu parceiro,
Que talvez ser vespeiro é ser herói!

E o que quero me arde além de mim
Incomoda quem não vê procissão
Quem não lê Frank Miller com tesão
Ou se acha amor de uma mulher
Quem não sabe tecer ódio na voz
Contra os porcos sem alma justiceiros
Da justiça dos demónios sem seios
E eu querendo apenas rock n' roll.

Dá-me tu amor,
Vou morrer!!
Sou quase flor, quase flor.

Nos olhos do Deus Jeová

Rasga o menino com o tiro armado no peito!
Sabe o sonho preciso perfeito?
Caiu doente do peito, minha flor!
Peito qual blusa todinho furado
Ardendo de chumbo chumbado
Cheinho de pólvora solta no ar.

Sente este cheiro perene que entranha?
Dá quase prazer a quem lida, a quem lida com o segurar
Este trinta e oito lindinho
Cromado, ói meu deus do céu, coisa linda!!
Só mesmo o amor de Deus para te criar.

E o desejo ensina o tanto que a própria lida
Tão firme já é
Calando a brava inocência, o olho no olho, o querer lutar
Com o corte ardido da chama solta na boca sem fé
Trançada nos olhos do Deus Jeová que te quer.

Qual quem invade

No regalo do "sim, senhor!" sou mudo
Calo-me por vinténs ou sonhos, mundos
O que rasga de mim a invenção
É a árida destreza da solidão ao comprazer-se de mim
Preso na esfera da palavra escrita
Que descreve um fim que é uma dança
Qual perdida criança.

E ao escrever sobre um fim perene
Calo a boca que se arroga competente a ler o que enfim surge
E mal se distingue da esfinge que arde
E é a palavra que parte do que é arte
Rumo ao sol da visão de quem comove
Qual quem invade.



terça-feira, janeiro 13, 2009

Deslinguagem

Poetas Bah!!

Regras novas? E eu lá sou catedrático de bola e caneleira? jogo nas onze descarço no asfarto e dou bola pro invento. Sem essa de descaramento de me tirar o trema, có pobrema do trema?

Sem vergonhagem. A regraria dessenvorta das perdida virge das academia, traz de cunho e de prosa a imensidão do desalento. Pra que meu verso tem intento? Pra que tem troça e voz? Sabe lá?

Não meu.

Regraria é ditado frouxo de bocó de pontodombi. Tudo é calejado nas horas das coisas e eu, sigo. Nas desvantage de inverno calado ou de verão em sol de concha. Talvez desmanche, talvez vento.

E enquanto o tempo apersegue as trilha, eu reviro a letra da pedra e pedra não tem dotô.

Pedra tem ponto? Nem.

Pedra tem tempo.

E virga? Cas virga das casa eu faço pausa ou mudo senso? Sensopauso.

E nas trema das arma, o braço dicurso de nós , muda o sibilo? Muda, e nóis gosta do sibilio.

Gosta da cambaxirra na língua assinando som.E não tem, não tem placa de ponto de cambaxirra.

Tem história inescrita de dotô das acardermia.

Tempo tem pra discutir o que não falo.

e a lingua vai pronde?

Com nóis.

Crueldade com Animais

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Légua de revoltar

Remontem o dom de osso
Rasguem venenos de mim
Quero inventar uma prece
E resmungar no jardim.

Quero expansão de dança
Rimar minh'alma com cor
Que me tecer em breves definições de amor.

Deixem-me em calma no fogo
Dêem-me a linha do som
Que costurar meus sonhos
E me reinventar explosão
Pela razão da descida
Pelo amor do luar
Tragam-me o simples vinho
Dêem-me a liberdade do mar
Ou a dor de ir voar perigos de nomear amor
Rasgando o sol de vento e inventar
Ser flor
Ser gato e légua de revoltar.

Nesta canção

Me invente além do mar
Explica o som que há
Se o mundo é quase aquém do que se tem de dom
De ar
E as vidas são penumbras que assistem o rumo e erram
Recriando a estreita fita do sussurro e da alta hora.

Assim o que te sinto recua e faz-se rir
E a nuvem da brancura chove logo ali
E a rua se esbalda e se tece ao som da alma
Resmungando com um sininho o sol de se voar.

Sem léguas a limitar o tom da calma dos mil morros lá de trás
Dos campos que crescem e montam quermesses
E no meio do astral vejo pombos no jornal
Enquanto vaga o riso
Te guardo enquanto te amo nesta canção.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Nós

Um simples sopro define amor
Aguardadas como mundos
Como oceanos
Nos traímos sendo
E nos vemos flor.

Amando o inverso da liberdade, indo como sopro
Saqueando conversas mentais aguadas
Trazendo um sonho de toque e espera
Somos
Quem sabe
Nós.

Especifique sua crítica.

Especifique sua crítica
Não se deixe levar
Especifique sua ida
Pelo som de Guevara.

A rapaziada sobe em morros, entre vistas
Pelas cores negras dos ombros lacerados
Pelas luas novas cortadas nos olhos
Pelos Mangues e refrescos vendidos em isopor.

A Rapaziada se despe de escravidão entre tons de cor
Entre cores de macumba, cio e nuvem
E fomentando vidas
Correspondem à arma letal
Àquela velha arma letal que sacode o esqueleto
E explode
Pra sempre
Como suspeita é
Toda arma.

Especifique sua crítica
Sopre
Especifique sua vinda
Morda.

A vida não é pública, segura ou toma remédios
A cor da pela define, especifica
Faz bomba
Faz amor
E tambor
E é sol
Enquanto isso
Enquanto há além de si mesmo a polícia
A rua
A ruela
A vinda
A ida e a velha eterna luta
Das mãos em construírem mundos.

Especifique sua crítica.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Não tolero outras dores

Em bruto e surdo, grito único
O germe dos desertos
Cala críticos a golpes de pús
Das asas nuas, das mãos sujas
O resto é o mundo e seu olho cínico
Criando o lodo do corpo tolo e só
Feito iminigo comum
Com a trajetória dos nus
Corpos magros de filmes consoladores.

O rumo surdo do crespúsculo traz asas de deserto
Hélices rindo como se alguns
Fossem carne, hienas soltas pelo segundo anterior ao ciclo
De horror mútuo
E gente tola e só
Pensa em analisar o comum, jogo de somas sem pús
Ignorando corpos jogados no chão sem cores.

E existe uma nação
Existe gente torpe
Existe míssel e eu minto
Não tolero outras dores.


Indo pra Central

Páginas de ouro em folhas de sombra
Misturam o lugar
Com sonhos de mil paixões e bandeiras rubras
E luz que concede o verde à terra
Me faz ser ninguém
E me estende a beleza
A cruz das certezas.

Me traio sonhando rosto de lua
Da minha menina que voa trazendo ao amor todo seu afã
E em vida me faço mundos tocando sonhos de manhã
Reparando no céu que molha meu pão.

O que brilha nas casas ora a oração do meu velho pai
Nem sei se nasci janela
E à velha canção que rubra meu peito eu repito um som sem par
A velha razão histórica de não parar.

E eu que amo estreito em brechas de universo
Te crio aos lábios
Um verso inexato misturando comunismo ao rir
Pintando minhas cores feitas de versos
Pensando no astral
De ler jornais estridentes indo pra Central.

Latuff

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Só de manhã

Deus demais fui eu em várias coisas
Estrelas cabem no chapéu dos mestres
Reis nascem do vento das pessoas
E as pessoas nem mesmo os merecem.

Rãs desenham voos de esperança
E a esperança cala e se cansa
e não se estranha este som azul metálico
Este brado de Ossanha
Sobre as Tamancas
Sobre as Tamancas
Reclamando aos céus das poucas manhãs.

E eu que não te vejo reviro o peso
Voo leve ao cerne do que desejo
Vejo o que tenho em mãos
E o que o sonho expõe
Desejo teu beijo e que eu reverso em sãos sons
Faço Deuses verem suas coisas
E te amo só de manhã.

A chama do nome é tudo estrela

Te vejo em cheio sonho e mágica
Pele traçada de risadas
Rajada lua em véu e graça
Espada de Miguel sem mágoas
E eu que assanho vozes e ócios
Regresso ao meio de minhalma
Alheio ao batalhão de ossos
Me torno íntimo de Deus.

Alinhado ao sol de Vega
Espero o som que bruxo me alcança
Rasgando mil milhões de bons planetas.


Te vejo Barcelona em corpo
E eu que vejo tudo assim
Beijando grama, o Barça e o Bobo
Tudo que sou além de mim
Jamais nasci de ver New York
Ou fui além de Bariri
Jamais nasci de ver Velha York
Mas rolei de música sorrir.

Respirando sons estetas
Gargalho mucho loco o bom das armas
Que são almas e dons de mau poeta.

Estrelas morrem entre leguas
Caladas sob ordem urbana
E eu que vi narciso punk
Perdi meus parcos sobrenomes
Vivendo onipretensiosamente
Neologizando versos dândis
Revendo medos e presentes
Rezando para um Deus você.

Calo-me sobre a estrela
De um David Golias que a todos mata
Eu sou todos palestino sem estrela.

E eu te amando amor de espanha
Querendo renascer na luz
Da Andaluzia eterna e livre
Eu todo Porto Veracruz
Tricolorindo o sonho, a vista
Ouvindo Luiz Gonzaga em Blues
Tricolorindo Praia e pista
Amando o Blues de renascer.


Politicando estetas
Reversando socialismo pelas plagas
Da Grécia retomada
E Vamos nesta!!

E tudo meu é teu de entrega
Enquanto isso meu normal
É jogar tinta nas paredes
Pintando com sangue e sal
Resistência 
Passionaria à vista
No passarán quem for do mal
Te amo em breves velhas vistas
Enquanto isso Rio e Eu.

Tudo em torno das sarjetas
Revela um novo homem em chama e asas
E a chama do nome é tudo estrela.



Violencia e ordem

Tradicionalmente no Brasil quando se fala em violência há uma grita geral em torno da necessidade de mais polícia e mais ordem. Recentemente diversos prefeitos foram eleitos nas principais cidades do País pregando choques de ordem. E o que se vê nestes choques?

 

Geralmente uma repetição da caça ao pobre, da caça ao trabalhador, expulsão de mendigos das ruas, de camelôs das praças e ruas, de pobres de áreas onde moram,etc. Pouco ou nada se vê da expulsão de ocupação de gente rica de terrenos do estado ou em situação irregular. No Bairro do Recreio no Rio de Janeiro, o Prefeito mandou destruir uma área onde um terreno da prefeitura era ocupado inclusive por apartamentos com cobertura e piscina. Parabéns, mas alguém disse que esse não é o único? Que diversas áreas tem apartamentos de celebridades, piscinas, entre outras, coisas, sendo toleradas e ignoradas, enquanto nas favelas, nas áreas pobres o trator deita e rola?

 

Outra questão é a violência sempre sendo chamada assim quando ocorre um roubo de carro, uma morte trágica nas áreas ricas ou uma morte festejada pela TV como a da Menina Isabele ou da  jovem Eloah, nunca se lê da escalada da violência quando quem morre é um menino como o Renan ou do Menino Matheus, que ia comprar pão em um dia sem aula na Favela da Maré. Não se fala destes casos que não são exceção, são regra, são normais. Mas se fala dos assaltos a carro na Tijuca com gravidade, com escândalo. As mortes constantes a repressão à população pobre, que vive como se dentro de uma ditadura alternada entre tráfico e polícia, não se fala. Pede-se a ordem para que a mocinha possa caminhar em Ipanema, mas impede-se o Moleque de comprar pão na maré.