A carne turva em si mesma de tremores
Parva de pureza e dura saúde reversa à canção
Parada no parque e tom dos muitos mundos que dormem
Entre a vontade que bate no torso da dor
E derruba o cerne do céu
Comendo o sentido do medo, do mar, do mel.
Saca da voz o nódulo cego de nossa podridão
Talvez reinventada urna de calada morte
E pau na nuca de quem tenta o torpor
Do pão, do medo, de ralar até perder a mão
Pros filhos de um cão.
Se há fato, o fato é a martirização do inverno
O corpo morrendo torto
Fruto do pau no centro do rabo
O Rabo todo sendo o pálido tom do mortificado
Comendo o invento do medo, o inferno de ser preto e morto
Nascido pra ser surrado e comido pelo lado escuro da rua que se cala
Enquanto surgem os cães que correm nas mãos
De um cristo errante
Cego olhando pro chão.
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