quinta-feira, janeiro 08, 2009

Violencia e ordem

Tradicionalmente no Brasil quando se fala em violência há uma grita geral em torno da necessidade de mais polícia e mais ordem. Recentemente diversos prefeitos foram eleitos nas principais cidades do País pregando choques de ordem. E o que se vê nestes choques?

 

Geralmente uma repetição da caça ao pobre, da caça ao trabalhador, expulsão de mendigos das ruas, de camelôs das praças e ruas, de pobres de áreas onde moram,etc. Pouco ou nada se vê da expulsão de ocupação de gente rica de terrenos do estado ou em situação irregular. No Bairro do Recreio no Rio de Janeiro, o Prefeito mandou destruir uma área onde um terreno da prefeitura era ocupado inclusive por apartamentos com cobertura e piscina. Parabéns, mas alguém disse que esse não é o único? Que diversas áreas tem apartamentos de celebridades, piscinas, entre outras, coisas, sendo toleradas e ignoradas, enquanto nas favelas, nas áreas pobres o trator deita e rola?

 

Outra questão é a violência sempre sendo chamada assim quando ocorre um roubo de carro, uma morte trágica nas áreas ricas ou uma morte festejada pela TV como a da Menina Isabele ou da  jovem Eloah, nunca se lê da escalada da violência quando quem morre é um menino como o Renan ou do Menino Matheus, que ia comprar pão em um dia sem aula na Favela da Maré. Não se fala destes casos que não são exceção, são regra, são normais. Mas se fala dos assaltos a carro na Tijuca com gravidade, com escândalo. As mortes constantes a repressão à população pobre, que vive como se dentro de uma ditadura alternada entre tráfico e polícia, não se fala. Pede-se a ordem para que a mocinha possa caminhar em Ipanema, mas impede-se o Moleque de comprar pão na maré.

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