terça-feira, setembro 30, 2008

E flor

Noite de qualquer besteira
Sol se seduz com a invenção
Da lua ao mar perdendo um meu sorrir.

Tempo que passa pelas festas
Da ilusão da criação
Responda o extremo da certeza
Ou ignore-me a intenção.

Posso me ausentar
Pelas inúmeras glórias da dor?
Poismeu olhar
Só pede a ausente
Falta-me flor.

Não olhe ao léo na aparência
De lá achar-me como alguém
Voando ao mar
Herói do amor sem fim
Pois sou repleto das ausências do existir em coração
Volúvel na inteira presença
Do sempre buscar uma paixão.

Nota-me ar
Esqueça-me história
Sou dor
Nota-me mar
Enquanto parto docas
E flor.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Risco

Rasgos no vento parecem ilhas de loucura
E ritmo
O sopro flui como fel
No imaginar dos desertos meus
E dor é quase assim como desejos
Só surgem precisos.

Nada ou ninguém controla a maldade da dúvida
E os gritos
São apenas você se tornando pedaços
Seus
E o que é de ti
Sem teu controle?

Não é simples? Preciso?

Morrem quem dependem de fé
Toda fé é loucura
E risco.

Crueldade com animais em momento Double pack


Automartírio e sacanagemcom zebras nostálgicas

http://www.oesquema.com.br/mauhumor/

Eu grito isso


Melhor quadro que já vi

Só um artista

Já não sei se tenho medo do meio
Ou se pergunto a turistas
Como se faz pra vespeiro
Nascer psicanalista.

Se rimo ave com centeio
Viro gastronomicista
Arrumo cargo de recheio
Viro prefeito alquimista
Procuro bens em cinzeiros
Amores em naturistas
Pelados tem o respeito
Dos que a nudez bela avista.

Cato verdades em mateiros
E violeiros altruístas
Em cínicos não macumbeiros
Praticantes falo linguistas
Eu gosto mesmo é de cheiro
De rua à noite na pista
De cerveja com canteiros
De ruas sem sinalistas.

Talvez eu rime por medo
De morrer em dia à vista
De não saber mais do certo
Ou de ser um canalha sem listras
Ema zebra, um matreiro
Enrolador de premissas
Talvez eu seja mais meio
Talvez seja só um artista.

Suburbano


Chamam-me apenas Barrabás

Filho de Fabiano

Preto no dente e no nome

Vivendo sem interlocutor.

E rasgo com as tetas de cabras sem baio

Rádios livres e urubus sem dono

A linha fina

Do que me é tedioso.

Vi palavras de meninos

Transformarem-se em pessoas

Danos vários em pergaminhos

Construírem novas noites

E velhos comovidos sem fé

Perguntando o improviso vão

Do que muda

A cada estação.

Filhos brancos d’alma vaga

Comem ossos pela pele

Rompem lágrimas de Sarahs

De Josefas e de Kellys

Brancos têm dentes navalha

Coloridos da solidariedade que convém

Para se mudar ninguém.

E pelas praias dos Rios

Que de segunda à sexta são lírios

Tudo é tão bom

Enquanto ao vivo somente o medo vê

Nosso sorriso sem dó.

Calam-me apenas Ladravaz

Irmão de três ciganos

Cínico em pêlo nos lombos

Falados pelos homens-dor.

Por amor mata-se mais que pelo azul

Das águas de nosso rancor.

Dançam penumbras no ar

Morre Deus sem que ele possa atirar

No Salloon magro das tardes

Feitas dos que eu desisto

A morrer sem dobrar a língua por vocês.

Rasgo muitos elogios

E anoto novas dores

Gritarias falam comigo mais que vozes de doutores

E me canso de ter fé

Pois prefiro o improviso vão

Das mudas

Das pedras no chão.

Já não me clamam, nunca mais

Reviro-me suburbano com medo do tempo de antes

E rindo do interlocutor.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Transforma a si

Transforma a si

Seu nome

Talvez Amor

De Guiomar pai distante

Vivo quase antepassado

Como se de Solange alvo

De atenção requisitante.

Relapso

Alvo tétrico

De si mesmo quase horror

Fingidor de alvos brados

Inundado de hiatos

Nada sutil Mestre de Obras.

Paellas servem ao Amor

Cheio de si mesmo em palavra

Este amor que é de Nádia

Requisitado me pedaços

Pelas dores de alva.

Facas morrem sob o teto

Nasce até sol deste Amor

E o que é seu sonho em rostos?

Se a dor do morto é o sol

Do tolo acreditante?

Se morre

Não é Amor

Como já disse Olava

Ele em tudo é sublime

Mesmo radical e filmado

Por um Buñuel de metraca.

Mas grita

Solto de dor

Solto sem freios, feito o avanço de si, em dor

Ele feito quase cobra

Transforma a si

E vira a morte das obras.

terça-feira, setembro 16, 2008

A Verdadeira História do Brasil


http://www2.uol.com.br/angeli/chargeangeli/i/chargeangeli334.gif

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Acabou-se Fausto!

Acabou-se Fausto!
Durante diários
Percebíamos o quinto porre
Enquanto danava a culpa por não sermos heróis.

Acabou-se o Fausto!!
Na prévia do sempre
Ali adiante
Avant garde do tempo
Na Frente do velho
Da quinta garrafa dos infernos dos outros.

Acabou-se!
Fausto
E nós?

Um brinde a isso

Em Botafogo Janeiros
Parecem.

Em Laranjeiras
Perfeitos
Parecem.

Na antiga 17
Bolches e eu nunca andamos juntos
E nos amávamos.

Enquanto isso o gás explode
29 Renasce
E o patinete é o melhor transporte.

Um brinde a isso!

Bebendo gás na televisão

Sai do canto onde iludes
Sai do centro do não
Sem sorriso
Chia baba
Voz de má danação
Rima sonho
E presente
Come feto do chão
Ri teu riso já tão lenda
Corta ramo de não
Rima corte
Com veneno
Quem sou eu tão sem pão?
É teu riso que eu coro com meu sangue em tuas mãos?
O que quero?

Tome
Escreve o que li
No meu olho tão sem nós
Eu já me nasci
Cochabamba aqui no bom loop rock n' roll
Povo meu é de ser mil anos madrugador
Com foice no ar
E fogo no mar
Queimando Ipanemas
Bebendo gás na televisão.

quinta-feira, setembro 11, 2008

É golpe

CLÓVIS ROSSI

É golpe

SÃO PAULO - O que está em andamento na Bolívia é uma tentativa de golpe contra o presidente Evo Morales. Segue uma linha ideológica e táticas parecidas às que levaram ao golpe no Chile, em 1973, contra o governo de Salvador Allende, tão constitucional e legítimo quanto o de Evo Morales.

Os bloqueios agora adotados nos Departamentos são a cópia de locautes de caminhoneiros que ajudaram a sitiar o governo Allende.

Outra semelhança: Allende elegeu-se presidente, em 1970, com pouco mais de um terço dos votos (36%). Mas, três anos depois, sua Unidade Popular saltou para 44%, em pleito legislativo, o que destruiu qualquer expectativa da direita de vencê-lo política ou eleitoralmente.

Foi na marra mesmo, o que deu origem a um dos mais brutais regimes políticos de uma América Latina habituada à brutalidade.

Evo Morales também se elegeu com menos votos do que obteve agora no chamado referendo revogatório, o que demonstra um grau de aprovação popular até surpreendente para as dificuldades que o governo enfrentou desde o primeiro dia, em parte por seus erros e em parte pelo cerco dos adversários.
A luta dos Departamentos pela autonomia, eixo da crise, é também legítima e precede Evo Morales.

Mas passou a ser apenas um biombo para encobrir as verdadeiras intenções, cristalinamente reveladas a Flávia Marreiro, desta Folha, por Jorge Chávez, líder "cívico" de Tarija, um dos Departamentos rebelados contra o governo central: "Se precisar, vai ter sangue. É preciso conter o comunismo e derrubar o governo deste índio infeliz".

Cena mais explícita de hidrofobia e racismo, impossível. Nem o governo nem a oposição no Brasil têm direito ao silêncio, escondendo-se um na não-ingerência em assuntos internos e outra em preconceitos similares.

São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1009200803.htm

Cureldade com Animais








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Intervenção Urbana


E quem quer ler ou ouvir isso?


Se choro finjo em luas
Quase sem linho
Ninho de estrelas
Sem mais mormaço
Sem ruas feias.
Se calo
Finjo estrada
Mas sou olhar.
Se nasço escorro sangue
Grito besteiras
Viro inimigo
Já não abraço amor nas telhas
Se sofro finjo matas
Mas sou voar.
Sendo este quase menino
Rompendo muros de lama
Espero em frente ao novo cinema antigo.
Perdendo tempo e abrigo
Esperando mitos e sambas
Respeito o mundo murmurando morticínios
Se sofro finjo-me sorrindo.
Se brado mundos,planos
Escrevo a teia dos meus delírios
Sou mais que um passo
Menos que estrela
Escrevo como a falta me faz o mar.
Já não respeito ou finjo
Só olho o breu da semana
Rejeito o véu da solidão em um sorriso
Queor palavras e tiros
Mundos mudando de amas
E tenho aqui um sentimento tão ambíguo
E quem quer ler ou ouvir isso?

Eles morrem


O importante é que eles morrem
Rindo, lindos
E interessante é o que nos seca
A velha chaga.
Em plenas eras, novidades e murais
Escrever a vida pelas falsas linhas
É Deus
E talvez seja povo
E talvez seja novo
Mas nunca viu ninguém.
Aspas enterram discussões sempre banais
O mundo precipita
Isto é fato
Fato meu
Eu quem constrói o novo
Eu que devoro o fogo
Que nunca haverá.
O necessário é o que nos corta
Lebres, vacas
E como corta o que não vemos
O Tempo, o vento.
Pelas mil regras
Estudadas por mortais
Deuses maquinistas fazem fogo em pleno breu.
E se eu não quiser fogo?
E se eu cagar pro novo?
Farei falta pra alguém?
Rolam conversas pelos bares virtuais
Morrem maquinistas velhos Deuses deste Breu.
E o que é mesmo sorte?
Deuses cortando mortes?
Cornos matando alguém?

Trilha do redançar


Luz de delfins pelas ruas
Acorda noite, morre de mim dor
Faz-me nascer
Faz-me rei Sol
Boa nova de boi voador.
Estrela que canta sorrindo
Quem sabe sou meio feito de mar?
Rio daqui pronto pra ver
Brilho velho de estradar.
Riscos de cor mais madura
Em cansaço brotam
Gosto de amor
Quero ali ver
Quem sabe sou
Flor de cio, de rua, de sonho e pó.
Gosto de ver-me de noite
Saudade mata
Morro a renascer
E quem já sou?
Filho do sol
Pela trilha do redançar.

Nos trabaio de inventar interior

Rasgando forró de sangue
Pela rua do pedaço registrado com louvor
Pelo mais sério homem de identidade
Roupas novas, quase um frade com olhar criminador
Criou um verso de pensador de verdades
Fez mudança nas cidades onde nasceu mais dotô.

E não tem bunda onde o terno é engravatado
Vira nádega no ato
Portaria do sinhô
E vai sem bunda com a nádega de lado
Nos busão mais lotado onde não entra sinhô.

E como tudo é perfeito e trabalhado
Dormir lá no condado era coisa dinterior
E produtivo era o verbo inventado
Pra tirar do catre o gajo que acaso não acostumou.

Lá não tem bunda
Virou nádega no ato
Quando dotô abre os braços reclamando com louvor
Destas coisas de que pobre faz errado
Gnorante nos trabaio de inventar interior.

Diálogo

Luz divina
Mostra agora entardecer
Dá verdade
Canta até o meu morrer
Mostra cega qual segredo da definição
Do que me faz véio de bomcoração
Qual a dor que dei pra fazer canção.

Não sonhe a lua
Cate do amor
Faca no sonho
Mão no chão e só.

Cante mundo
Mundo e luz é tudo ocê
Arraste o sonho
Pega a lanhada do ser
No teu peito
Há bem mais que um coração
Olhe o mundo véi
Olhe o mundo bão
Dói mundo correr
Dói também correr não.

Luz não é rua
Luz é luz e só
Doi luz não ser
Dói luz ser só.

Vai me ajuda!
Luz de deus que cai aqui
Rói as unha da onça que me faz vir
Já morrendo
Pelas pancadas da mundação
Porque dói viver?
Porque dói o chão?
Porque dói doer
Também porque não?

Cala-te nua
Chegue de ser cor
Nem sei saber
Existir em cor.

Aí meus cano!!!
Nem luz sou nem sou viver!!!
Sou teu sonho
Determinado em correr
Inventado
Pra fugir da dureza do chão
Chão é tudo ocê
Vida é tua mão
Livro não vai ser
uma nova ilusão.

Me larga à rua
Seje teu amor
Sai pro teu mundo, tua cor.

Apaixonadamente em cor



Dá no ego um espanto
Que não se apresenta a quem já é dotô
Pois é mais ríspido que linguado tímido
Feito de cor.
Dá no cérebro um encanto
Que não se apoquenta quem já é dotô
É quase esquálido, tímido afago
Quase horror.
Nossa cabeça mei oca
rima verso e faz luar
Como se o mundo fosse igual
Jeito bom de se pescar.
Dá na vida um encanto
Que não se apresenta a quem já é dotô
Um desesperado rasgo magro e ávido
Doído e inválido
Feito sem amor
Um rasgo mágico um chorado passo
Colocado e apaixonadamente em cor.

Alguma Lenda


Se eu soubesse ler futuro a futuro

Morria mundos sem tanta fé

Comia do mar das mil barcaças

Algas de desmorrer.

Até reaver sorriso intenso em mim

Entre dedos ter mais incertezas

E vê-la voar pelo mar.

Rompi dois mil medos por entre subúrbios

Conquistei outros mais

Raspei meus dois sonhos, meus olhos difusos

Já desisti da paz.

Dê-me as coisas

As cores

E o não crer!!

Saia do vento enfim

Me esqueça em prantos

Me deixe renascer

Ou faça você o favor de vir a mim

Deixe ser você alguma lenda.

Sou cidade


Rever-me em mel
Alcançar-te em luz
Sem Paris na praça que compús
Bonsucessos que tive em ver
Velha má voz de acordeon
Sem mais versos, só uma canção
Inventada só pra te ver.
Nem és mulher ou amor
És só mar
Irresistível jeito de calar
A mais pura vontade
De já romper-me ante o céu
Onde, vago cometa ao léo,
Me transformo em cidade.
E a velha nau do meu lar
É uma canção
Feita pobre na invenção
Da mentira que é ser você
Por nada ser assim pouco e bom
Como tua pele e teu tom
Tão bonito de tão viver.
Calo-me em fé
Vejo a luz do luar
Me refaço imaginar
Versos feitos de grades
Rompidas ante o soar
De um céu raspingando mar
Transformado em saudade.

Não diga mais toda a solidão
Só sou forte por ser canção
Só sou vivo por já mar ser
E aqui na terra sem gelo ou som
Me oriento pelo antigo tom
Das mil vidas que posso ver.
Pela mulher que me foi tão luar
Grito a História do ar
Eu marejo verdades
Sonho com o som de outro véu
Vago na cidade ao léo
Sou cidade.

Sem mais


A meu respeito o dom de não ter paz

Faz-se maior

Dá-se ao menor sinal

Com um toque de fé.

E entre trilhas de jeito intenso de voar

Sinto o soar

De um peito de sol

Um jeito ao sol

Um riso ao sol

E só.

Por ter espelhos a me observar

Me faço livre

Para notar, lua e voz

Resquícios de mar

Sentidos de sol

E meu sol é bem maior que o sol.

É a vida plena

A lida plena

Dos homens, corpos, canções

Das fadas, corpos, canções.

É a linha em cena

A voz da arena

Arena, rua, invasão

Canção de lutas e tons.

Como sou feito de invencível paz

Sou sem paz

Sou sem mais

Sem mais.

Freiras de Filmes Antigos


Te reparo na sala direita

Escrevendo trilhas de bodes e gueixas

Rasgo o véu ilusório da vida

E crio feridas fechadas, de mesa.

Rediscuto o princípio sem fio

Que une a urgência com um esgar de dor

E irônico falo de sementes

Históricas, perenes, chamadas de amor.

Nego nomes que em placas de Ruas

Parecem à espera de alguma cabeça

Que repense o signo das luas

Das lutas que enfeiam sua história nua.


Rasgo páginas de teu novo livro

Distante da história do teu hoje amigo

Que de ciúmes mata-se por besteira

Ao Estilo das Freiras

De filmes antigos.

Entre pernas e sexos


Cala-me com um beijo bom

Faz travessura

Não dê razão às minhas frescuras

Cala-me o tom.

Rindo menino a fazer

Luas escuras

Pipa na mão

Linha em dupla

Sorriso em Rio.

Vejo na nota de ontem um semidesejo

De revoar

Pelos ares dos mais simples novos começos

Indo tocar

Rima solta de corda com pactos, beijos

Semi loucura

Total delícia.

Trago acordes de violão

Entre meus versos.

Fala

Entalha tua canção

Noutras mil luas

Nota a paixão

Vide a loucura

Leia Virgílio.

Rindo me infindo faço-me ser

Buquê de luas

Escuras a ver

Ruas maduras, moças, delírios.

E eu já mais preto em instantes de mim tão distante

Calo-me ar

Cheiro o senso das rosas, faladas por Dantes de Mangueira

E respeito demais, caço o ar como dantes

Menos Casmurro

Mais livres trópicos.

Trago artes de imensidão

Entre pernas e sexos.

Um dom


Estranho é notar além do azeite

O Sabor desfeito em graus de não saber

À espera do beijo de deleite

Que nasce do sofrer.

Olha a hora

Alguém quer que você deite

E veja o olhar que respeita o senso do amor

Seremos nós prisioneiros do que prende

Em nós nosso sabor?

Nem se a vinha

Desse-me um vinho de mar

Me aprisionaria ao luar

Tendo tantos mundos

Pra ver linhas de inumerável ser

Tendo a ti no coração

Danço a cor de outras canções.

Nas asas cansadas dos desejos

Revejo delírios perfeitos feitos de amor

Te sinto na falta do que vejo

Em torno da cor.

Mas há um novo ar pelo meu peito

Saudade, ciúme, despeito, orgulho e um calor

Quer faz-me indiana guerrilheiro, mezzo explorador.

Dá-me a linha

Que prendo-me ao mar

Solto-me a navegar

Pelos tantos mundos

Tendo a trilha, inevitável do ser

Trago-te em meu coração

Tendo ao corpo um vento,um dom.

O Tempo só me diz seu sim

O Tempo só me diz seu sim

Nem existia meu olhar
O tom da tarde recuperava horizontes
E nos desafios de se amar
Existia o velho lar
E o que sou.

A tarde representa ventos
E coro ao notar-me amor
A lua coexiste com o tempo
Para que refaça os passos
Onde repousa a dor.

Corre o tempo do meu ar
Respiro fogo no recital da minha cor
Enquanto construo outro olhar
E o mundo vira um lugar onde estou.

Não sei mais porque compreendo
Virei metal sobre velha flor?
Espero as asas verem ventos
E tal qual velas navegarem cor.

Tristeza nua se foi ou vai
Eu vivo dias sepulcrais
Aguardo noites
Criando rimas sem sinais
Olho o cenho da História
Lhe tenho amor.

E meu amor é sobre o tempo
Um poema claro feito de ardor
Existe mundos tão pequenos
Que exigem atos feitos de louvor.

E pelas luas vejo tempo e mar
Meu vermelho enfuna a vela do Instante
De meu ator de ações brutais
Recosntruído pleno nas asas do que.

O mais puro e sereno
Grito lutado tecido em sabor
Pelos passos que não lamento
Criados em povos, corações e ardor.

A história do que é e o vento
Relançam sobre mim o tempo
E o tempo só me diz seu sim.

Com o que sou hoje

Com o que sou hoje

Sorrio no mar distante de você
Construo novas cores do sul dos velhos Barcos
Navegando pelas ruas do meu apreço
Confundo velhas novas com ironias e descalabros.

Me calo a sonhar com um eterno céu azul
Não choro
Pois há no ar
Mais belezas entre o lembrar e o rir
Entre o ficar e o ir
Nem tudo se prende ao Equador
Existem cores feitas de luar
Eternidades feitas de além mar
E sempre tem um boteco à espera
Feito de amigos grandes
E novos hojes.


Perdi meu cigarro na festa que teu ser
Me ensinou com olhos novos, feitos de amigos alvos
Escrevo sem velas nas páginas do meu desejo
No som das velhas músicas escritas por tempos e espaços.

Meu tom de olhar varia do velho bom azul
Meu som de lembrar esquece a dureza de sofrer e morrir
Indo aqui e ali
Relendo o livro que me fará doutor
De mil histórias que já quis contar
Revendo cores do mesmo meu lugar
Tecendo saudades expressas
Onde turbinamos ontens
Feitos de anjos e sereias
Construídas de rir
De ficar e de ir
A vida é longe se não se olhar
Pras pedras nuas onde vou andar.

Minha vida permanece com pressa
De saudar o ontem
Com o que sou hoje.

Madrugadas


Perambulado pelos simples olhos
Das coisas que moram nas patas cansadas
Recrio espirros de ácido com flor
Pintada multicor no rosto, na amurada
Dos mares cínicos que vi, menino
Sorrindo, franzino
Catando palavra
No recriando mundos entre espantos
Viagens, prantos, banzos
Batucadas.
E pela hora
Calo espasmos de talvez um pranto
Pois minha hora não demora
Ou fica esperando.
A esta hora mundo meu me chama tanto e tanto
Regando modas de desertos, matas e mil sonhos
Enquanto a sede desta vida me faz reviver
Reparo as asas de andorinha
Misturada com morcego de noite vadia
E conto estórias pra poder viver.
Se falo alto, falo sempre certo
Ou finjo-me esperto aguardando porrada
Por ato falho de criança engano
Ou adulto bambo de alta madrugada.
Assim com os meus que me aturam tanto
Rasgo esperantos com doses de aniz
De um colorido humor de recanto
Noturno, mundano, feito de país.
É que agora, só meus olhos me cansam já tanto
E logo agora só preciso de um riso franco
É que é hora de saber partir sem pedir pranto
E veja ocê
Que madrugada me faz reviver
A vida bela que por todo dia
Sem cinzento vil regalo de dolorida trilha
Nem sofro,
Sambo pra saber crescer.

Chega a doer


Saí bom dia pela aí
No Ar
Sem um programa me mandando sofrer
Repirei noite de mandar regular
Beatos dados a tentarem sofrer.
E todo o cansaço
Que sinto em saber
Me diz por aí
Que é por aí o saber.
E retumbando um batuque de bar
Lembrei do rosto que parece você
E todo dia me ensinou a ganhar
Detalhes tantos de poder aprender
E um único fato
Me faz entender
Que tudo eu sou, na hora do vôo
Tão solo que chega a doer.