quinta-feira, setembro 11, 2008

Madrugadas


Perambulado pelos simples olhos
Das coisas que moram nas patas cansadas
Recrio espirros de ácido com flor
Pintada multicor no rosto, na amurada
Dos mares cínicos que vi, menino
Sorrindo, franzino
Catando palavra
No recriando mundos entre espantos
Viagens, prantos, banzos
Batucadas.
E pela hora
Calo espasmos de talvez um pranto
Pois minha hora não demora
Ou fica esperando.
A esta hora mundo meu me chama tanto e tanto
Regando modas de desertos, matas e mil sonhos
Enquanto a sede desta vida me faz reviver
Reparo as asas de andorinha
Misturada com morcego de noite vadia
E conto estórias pra poder viver.
Se falo alto, falo sempre certo
Ou finjo-me esperto aguardando porrada
Por ato falho de criança engano
Ou adulto bambo de alta madrugada.
Assim com os meus que me aturam tanto
Rasgo esperantos com doses de aniz
De um colorido humor de recanto
Noturno, mundano, feito de país.
É que agora, só meus olhos me cansam já tanto
E logo agora só preciso de um riso franco
É que é hora de saber partir sem pedir pranto
E veja ocê
Que madrugada me faz reviver
A vida bela que por todo dia
Sem cinzento vil regalo de dolorida trilha
Nem sofro,
Sambo pra saber crescer.

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