Chamam-me apenas Barrabás
Filho de Fabiano
Preto no dente e no nome
Vivendo sem interlocutor.
E rasgo com as tetas de cabras sem baio
Rádios livres e urubus sem dono
A linha fina
Do que me é tedioso.
Vi palavras de meninos
Transformarem-se em pessoas
Danos vários em pergaminhos
Construírem novas noites
E velhos comovidos sem fé
Perguntando o improviso vão
Do que muda
A cada estação.
Filhos brancos d’alma vaga
Comem ossos pela pele
Rompem lágrimas de Sarahs
De Josefas e de Kellys
Brancos têm dentes navalha
Coloridos da solidariedade que convém
Para se mudar ninguém.
E pelas praias dos Rios
Que de segunda à sexta são lírios
Tudo é tão bom
Enquanto ao vivo somente o medo vê
Nosso sorriso sem dó.
Calam-me apenas Ladravaz
Irmão de três ciganos
Cínico em pêlo nos lombos
Falados pelos homens-dor.
Por amor mata-se mais que pelo azul
Das águas de nosso rancor.
Dançam penumbras no ar
Morre Deus sem que ele possa atirar
No Salloon magro das tardes
Feitas dos que eu desisto
A morrer sem dobrar a língua por vocês.
Rasgo muitos elogios
E anoto novas dores
Gritarias falam comigo mais que vozes de doutores
E me canso de ter fé
Pois prefiro o improviso vão
Das mudas
Das pedras no chão.
Já não me clamam, nunca mais
Reviro-me suburbano com medo do tempo de antes
E rindo do interlocutor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário