terça-feira, janeiro 31, 2006

Mar

Na voz que ouvi do mar
Redescubro as curvas
Destes mundos tantos
E sei que a cada presença sempre ecoa
A vida.

E sei da beleza pela eterna mudança
Da rua, da cabeça
Da lida.

Que todo o mar
Seja aqui.

E o risco de ver assim tanta gente
Nascendo na gente, e sempre
É ver que a cada pessoa
Ecoa novo ar de linda
E eterna perseverança
Das luas
Estrelas e infindas
Ondas de um ar
Novo enfim.

Que a alma sempre transceda o sol
Revivendo os dias
Como se os dias fossem o sal
que marca e doura a pele sob o sol.

Na paz de qualquer um sorriso
Só há o amor
Se amor for irmão
Na alma que se transforma em sol.

A cena mais bela
É pequena
Diante da imensa força que há então
Neste toda essencia dos tempos
Que ecoa, ecoa
Gentes são manhãs.

Que bom ser mar
Ser aqui.

31/01/2006 - Para Alê e Rê

Minha alma alenta
Esta infância hoje retratada
Quando soube e sorri
Destas maravilhas
Que adornam o sorriso de um pai
Vendo o amor sorrir.

Dono das canções que abrem almas
Sorria das esperanças de teu eu
Fale algo que incinda
Que nos torne nova História,Novo Deus.

Bela voz que hoje rasga esta eterna luz que riu
E fez-se trem
Como além das almas abrem-se os trilhos do que vem
Além
Fazendo de peitos pessoas
Inundando corações
De uma alegria que escorre sobre os risos e paixões.

Sorriso que nutre
Perdoe-me os versos a mais
Desta quebrada do meu peito, de minha fé
Poeta perdoa
Esta hora eu sorrio e explodo, como se é
Intenso e enorme abraço, como um laço
Como espaço que se é
Ouvindo canções marcadas, infindas, até agora neste peito
Amigo, inté.

Fatal

Sabugos olhos
Revezes de couro e de leite
Coronéis desgarrados de algo
Do êxtase covarde
De verem-se acima demais.

Destes todos nós porcos, gados
Reses
Fudidos e mal comidos
No espaço que inverte
O todo decente
Das pessoas astrais.

Pará
Milagre de Deus a tudo minguar
Minas de minas e horas
Gerais de lugar onde indignos são donos.

Faremos, será, todo o mar, todo o ar
Ajoelharem-se sem a mentira caótica
De sermos escravos de gentes
E prantos?

Senhores Cegos
Reizinhos minguados
Sem seres
Em frente ao seu micha cerco de mulheres
Se fazem crentes, sobrenaturais.

Enquanto cresce no ar
Alimentado por medos
A faca, o tiro, o sangue
Milhões, muitas vezes
Impacientes pelo golpe que vai
Achar o cerne
O verme
Das costas, dos Peitos
Na morte da própria fome de justiça
Na sede
De tão somente
Libertar-se em paz.

Pois não?
Somos humanos
Calangos, rivais
Inteiros na estupidez que não some jamais
Nesta paz, nesta paz maceira
Que invade e vai
A calar nosso destino
Nossa mais profunda verdade
Fechada por demais
Nos tons de ordem sem dom
De manter-nos
Jamais.

E nós, calados, escondidos
Profundos, com medo
Sorrimos e rimos, findos
Buscando o rumo
Do Golpe mudo
Íntimo
Fatal.

Tantas Cores

Calor que por calor
Se faz sorriso de outro ser
Palavra tão distinta
Vestida assim a parecer
Um velho Dom Casmurro
Embriagando-se de ver
Estradas e invólucros
Cidades de conhecer.

Qual quadro de Picasso
Colagem própria de querer
Coração rasgado
Ardendo todo de saber
Amar amor amando
Apaixonado por você
E por tantas cores
Que preciso entender.

Amor imerso

Sem ar
Desgustando passados
Parti a não ver outro ser
Para um rumo onde não há dois
E feito quem derruba paredes
Nem doce ou atroz
Só às vezes
Perdido entre lábios femininos
Substituindo paz por ombros distintos.

Saio feito quem tange reses
Nos morros que outrora
Fez vezes
De sonho peculiar
Que fui abandonar.

E tanto me preocupa o fim das horas
Nesta cor que parece com mil janelas
Há tanta saudade
Que haja imenso coração
Terá a busca de amor alguma razão?

Cede o Céu sua parte
E nas estrelas vejo então
Amor imerso
Mas vivo
Em vão.

Que a lua acenda

Eu quero sair do rumo confuso
Coração sonha, mente desquer
Que torna-me incêndio em própria alma
Não que eu não o queira ser.

Mas há calores à volta do meu viver
E me roubaste assim
Um caminho, um sonho
Porque fui te querer?

Nâo dá pra esconder que ainda estás em mim
Será por só ser a diferença?

Pareces em cheio um alvo, um mundo
Desafiante demais
Para meninos que partem a sós
Num rumo tão distante da paz.

Porque este querer
Rasga-me inteiro
Enfim?
Porque não querer
Que a lua acenda
E ensine-me a voar?

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Liberdade: Muito mais que teoria

Discutir liberdade é complicado.

A lógica da liberdade em si, no mundo de hoje principalmente, tende a confundir a liberdade com vôos soltos por aí, como se preços não houvessem.

Outro problema que ocorre normalmente é a penetração no ideário particular, ou mesmo coletiva, da lógica liberal de liberdade, direito automático de fazer qualquer coisa, desde que com dinheiro, além de liberdade ser a plena expressão do que se é. Esta contaminação cultural nem sempre permite que a compreensão da liberdade se expanda de forma nítida. Cria uma falsa noção de liberdade, quando no máximo somos escravos felizes e bem alimentados.

Liberdade, em um conceito que acredito, é o total controle sobre nossas vidas, que vai desde a manifestação cultural individual ou coletiva até a forma de lidar com o amor, com a construção de um mundo, recebendo a dádiva disto, mas também os preços da cada ato. Como uma música do Raul Seixas dizia: ?Direito de ser carregado ou carregar gente nas costas.?.

O problema básico desta noção de liberdade é que ela enfrenta de forma clara toda uma formatação de mundo que confunde Responsabilidade com Prisão e delimita os espaços de expressão de vida à quantidade de dinheiro existente na carteira, ou seja, no mundo hoje liberdade é para quem pode e não para quem quer. Quem não pode dança na escravidão total: Intelectual, emocional, produtiva, etc.

Então se chega à conclusão óbvia da necessidade de enfrentamento das condições limitantes à liberdade real. Um enfrentamento constante e global que permita a todos os indivíduos o usufruto desta liberdade.

Este combate tem em si mesmo o paradoxo normal a tudo o que contém diversidade, e o paradoxo intrínseco à mesma liberdade. A diversidade causa divisão e lógicas diferentes de combate, óticas diversas de como combater. Alguns buscam a institucionalidade mesma que inibe à plena existência da liberdade, outros buscam no individualismo outsider este combate, terceiros buscam organizar-se de forma a lutar por um rompimento rápido e clássico com os grilhões do atual sistema. Há erro nesta divisão? Não. Há erro na manutenção desta divisão no plano do combate aos grilhões.

Anarquistas, Socialistas, Comunistas, todos buscam o enfrentamento do máquina de moer carne capitalista, todos buscam o rompimento deste grilhão produtivo, cultural, intelectual e todos querem a liberdade de forma ampla. Alguns vêem a mesma com mais limitação econômica, outros de forma plena. Porém somos todos os soldados da mesma guerra.

A liberdade é o alvo necessário, é a única forma de real evolução humana, e esta é uma consciência que deve ultrapassar toda e qualquer limitação de ótica teórica. Ou a teoria é mais realista que o Rei? Ou a teoria substitui completamente a simples e óbvia observação do fato real? Será realmente que cada miserável à nossa frente é um ator de filme de quinta? Nossas divergências podem realmente ser mais fortes do que estas cenas?

Estas perguntas não têm nenhuma inocência, não busco aqui colocar a paz na terra aos homens de boa vontade, e nem transformar inimigos ferrenhos em fraternos Santos de Da Vinci, mas tentar uma conscientização óbvia. Somos fracos em nossos guetos e mesmo unidos, precisamos de mais que belos discursos, precisamos de uma união que toque ao máximo a população que deveríamos defender e conscientizar. Porque Liberdade é grande demais para viver em nossas mentes e corações. Ela precisa ser tão solta quanto seu conceito.

Esta é nossa responsabilidade.

Hai Kais Atenienses

Se eu fosse a Pessoa
Do pessoa
Mudava de dente e idade

___________________________

Transitando
Os Quintanas
Marcharam Passo a linho.

__________________________

Poemas de dúvida
Acariciam Plenamente
Eternidades

_________________________

Daqui a pouco
De modo súbito
Sussurrarei bons dias

________________________

Sabe Margarida!
Você tão fútil,
É a cara daquela flor.

_________________________

Zen
Vergonha nenhuma
Publiquei versos tortos.

_________________________

A figura da linguagem
Em eufemismos
Fantasia-se de horas.

_________________________

Amores e dores
Quando acordam cedo
Brincam de aguar olhos.

__________________________
O Cansaço
Diariamente
Rotina a vida.

__________________________

Aquelas pedras portuguesas
Todas botafoguenses
São a Cara do Martinho da Vila.

____________________________

Jacareí
Longe no Tempo e Espaço
Parece a França de manhã.

_____________________________

Andando diariamente
Por aí calado
Vi fórforos dançando tango.

______________________________

Minutos atrás
Devolvendo laços velhos
Agarrei-me na saudade.

Vales

Em tempo
Meu amor
É como a distensão da cor dos ventos
É como inevitável som
Perfeito
Invento-o por demais
Sou criador enfim.

Nas cores das velas
Que o vento faz em pedaços
Me entrego na sina
De sonhador dos vastos
Vales que agora pinto entre risos.


Tristeza nem sempre me vale
Alegria agora é qual arte
Nasce forçada nos gritos
Que invento sem saber
Sem motivo
Por querer
Apenas e só ser ouvido.

Amores e Solidão

No peito alma fera
Destino de agora
Partículas de horas matutando ventos
Heróicos sobrenomes a gastar o tempo
Com tolas sumidades de decoração.

No peito alma fera
Radical de agora
Sorriso frio
Embora saudoso do intento
De ganhar liberdades, bocas, sofrimentos
Partilhando verdades
Sóis de oração.

Feita à mão
A alma desenterra
Tristezas ilusórias
Navega em parco tempo
Sonhando coisas novas
De alcançar vento
Vendo apenas arte no coração.

Como se nas manhãs e nos afins
Não houvesse a verdade dos sorrisos
E cada insano
Delírio em crivos
Fosse mais que se sente nas manhãs.

Nesta manhã não houve sonho inteiro
Só a ausência completa
Feminina
De um surto que torna alma minha
A viragem de viola e perdão
Sonho vão.

Como se a ausência que perdi
Me limasse a paz que não entendo
E o som que me trouxe beleza e medo
Revelasse bem mais que quero então.

E assim quase em mudo sussuro
Nestas Lapas que matam-me a sina
Guadalupes guardados em cantigas
Rio longe de meu sonho tão vão
Eu, um vão.

Rap Sódia II

Como não me lembrar
Das ilustres vantagens do aceite
Dos amigos banhados no deleite
De noites e tardes.

Reviver neste lugar
Inudações de versos e meses
Esperando sorrisos
Que emendem loucas saudades.

Nada a dizer
Só contemplar
Ouvir melhor o som divino
Perceber, derreter queridos amigos
E pelo ar
Solto a voar sentindo nítidas auroras
Há mais que eu mesmo criei aqui
A ouvir tais canções
Que explodem paixões
Em mim.

Rap Sódia

Noites de Albatroz
Chuva pequena
Saborosa
Irei despentear pavões
Ouvir Alê e ignorar ocêis
Que multiplicam irrazões
Fogem de si em meio a vãos
Descartes de mal rock
Não ouvindo a sorte encantar vocês.

Saber-me outra vez
Olhar o Bosco conversar com giz
A libriana Rê a destilar amores não servis
Mesmo não vendo a luz que queria notar
Percebendo novas gentes
Mar
De canções nuas
Poemas raiz.

Cada uma canção é mais que uma
É quase o perfeito
Diagrama do chão
Acertando o infinito.

Toque na minha mão
Mulher que busca defensor perfeito
Porque minha vaidade então abandonou-me
no recinto.

Rap Sódia total
Noites deslizando assim
E deixando bucal gosto de outra noite sem fim
Pois meu ser
Se perde sempre a se apaixonar
Mesmo esperando a louca pintar
Olhando musas a me delirar
Ouvindo músicas de divino festim.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Querubins noutro ser

Já não sei dizer que já subi no pódio
Já não vou sair pelos mundos óbvios
Sinto por demais calor
Hoje acreditei em matar meu tempo
E sair pra ver algum cinema em ventos
Esqueci de rir
E passei em vão pelo torpor
Declinei palavra
Declinei sorriso
Achei por bem ver estrelas, orifícios
Responder nãos específicos com tchaus.

Surrealizei esta coisa sonho
Percebi nambuco em maracatu esperto
Fiquei mei lerdo
Sacudi meus mucos, meus olhares curvos
Esqueleto em meio ao ganhar um beijo
Esqueci do tédio por querer milagres em vão.

Vi Jesus na Lapa
São Francisco lindo
Toquei com Mozarte
Tons de todo ouvido
Delirei nas coisas livro de bem ou mal.

Verso meu vez em quando mudo
Nem sempre escrevo como todo antes
Pelos dias todos eu navego
Navego a ler
Querubins noutro ser.

Testemunho

Eu não quero saber certo
Eu não sei nenhum sentido
Tô perdido e repleto
De uma raça que destrói completamente
E felizmente
Sóis sem cor
Sem sabor.

Eu não moro mais comigo
Meu senhor
Eu nem mesmo moro perto
Me disseram que consigo
Irritar qualquer um falando mundos
E sabores
De valor
Meu valor
Meu sabor.

Não sei reler
Não sei rever
Nada que não queira
Amor é uma bomba
Que derrete
Dor é coisa de cantor
Tantas coisas, tanto tempo
Eu só pressinto o que sou.

Mas ainda assim sorrio, na palavra
Oh! my lord! Que futuro?
Eu quero o tempo inteiro, quero tudo
Quero rasgar a alma
Neste rumo
Quero a flor
Vidro, amor.

Bate este tambor logo
Não tenho paciência não
Eu só quero ver a sério
Estas coisas que se dizem mistérios
Pra contar pra todo mundo
Sem temor
Sem fervor.

Só quem geme
Só quem treme
Sabe qualquer coisa
Vou ir na onda
Destes ventos
Me cansei de sentir calor.

Saia

Saia
Te rodeia
Nas circunstâncias livres de mim
Palavra amarga
Não sorri na tua sombra
Tu és assim.

Como um vislumbre
Da coisa certa que dá (dá?)
Nas partes surdas
Erguidas solamente por teu olhar.

Vem na fé!

Vem maria louca
Transformar meu mundo de cão
Cubano em tuba
Maxixe sem vergonha em filme alemão.

Levanta a saia
Saia de mim feito vulcão
Um parto duro
Com gotas de desejo
Pieguice
Canção.

Vem na fé
Vou a pé
Pra ver-te
A ser só mulher.

Serei-me hoje

Pilatos em filmes da Tv
Parece nuvem, aparecem lábios
Inventários redundantes de saber
Amor perplexo e encadernado.

Vagabundo solto-me por aí
Escolho torres, montanhas, lagos
Como um Deus de feroz sorriso
Algoz do Eu
Pilantra em versos e novos saltos.

Tudo isso é cruz ou milagre
Feito luz?
Tudo isso é felicidade
Ou é bobeira de inverso aprendiz
De tudo o que ri
Em nome de todo amor
Em nome cujo nem sei mais lembrar?
Eu gosto mesmo de me apaixonar
E soltar-me entre as esferas
Mundos feitos sobrenome
Tabaco doce.

Subúrbios rebatem no meu ser
Um samba novo ou velho, usado
Acordes, violas e eu mesmo
Serei um arlequim cansado?

Brilhante é notar que não há sorriso nú
Paixões voam ao ar
E mares de gibeira me revelam a mim
Eu que vim por aqui
Fugindo de um velho calor
Das maresias que fizeram mar
E hoje saudosas de me encantar
Propõem coisas de festas
Carnavais nem tão distantes
De cores
Feitas de aqui e alí
Onde eu mesmo me vim?
Serei um novo bom ator
Um resmungo de qualquer lugar?
Rapsódia nova a encontrar
Talvez revele-me a certa
Intenção que perdi ontem
Serei-me hoje.

Pedaços de ninguém

Rasgato obtusos
Modos de dar flores
A seres sem nome
Reduzo as coisas à pequenos ares
Dores
Coleciono fusos de horários vãos
Entre rios e nuvens
Resvalado numa febre que invade a alma
Opressora
Liberto-me em Hidrantes
Que vejo rimar com moças
Que passam mal.

Resgato outros rumos
E dou -me um presente
Desligo o telefone
Sapeco o mar de nomes
Respingo telas e fontes
Entre as pernas e os braços
Que danço, rimo e trago
Faço a festa da própria festa
Vago nesta lua eterna
Que desenho com vagos
Pincéis de mil cores.

Repintado e confuso
Olho os móveis jogados
A ver as andanças
Sujando pisos e estantes
Assim encimesmado
Vejo o lago
Reduzo-me a cortes
Feitos no rosto, nos corpos
Pedaços de ninguém.

E assim enfileirado
Nestas regras que hoje rasgo
Vejo a velha lua velha
Brilhando sobre os braços
Que trago em meu nome.

Rostos que mostro

Não, sentido oposto
Não há sentido tempo
Sentidor de algos novos
Me posto
Nas indelicadezas cores
De destinos deslavados
E saber-se outro açores
Escravo.

O importante é o rosto
Desta ausência de bom tempo
Deste sol que torra amores
E ócios
Na dislexia de poemas
Na ausência de sentidos
Na cadência de um poema sem livros
Perambulando por invernos
Catando inteligências
Estéticas sem pernas ou vidas.

Assim calado, oposto
Ao que torna-me terno
Assim feito suores e versos
Construo
Pedra pome
Edifícios de Estados
Anarquias de motivos
E alvos
Porque o que importa é meu rosto
Deslavando-se a tempo
De explodir rejeitos, nomes
E postos.

Eu rejeito-me oposto
E me roço nos infernos
Celestizo outros formas
E versos
Porque inverso ao que mudo
E calado em intento
Na produção dos sem sentido
No sentido que eterno
Paradoxal morre morto
De cansaço pelos versos
E inverte alternativas
E ilude almas covardes.

Porque repete-se o torto
Jeito quase sempre tenso
De versar sobre mil coisas
E rostos que mostro.

Inverso ao próprio nome
que me deram em altas tardes
Rasgo a roupa do meu medo
Faço alarde.

Grooves n'alma

Hardcore
Cães
Pernambucanoss Grooves n'alma
A se abandonar
Pelas trilhas nordestinas de ouvir cantar.

Tambor tocar
Guitarra a derreter
Perder-se no imenso viver
Razões, espaços, canção
Sem rejeitar
Balaços de sonho ter
Parábolas de viver
O importante da canção.

E pra que falar de amor?
Amor não é pra falar
É pra tocar miudinho
Retratando quebradas de morro
De linhos
Sacudir
Levantar poeira do coração.

Tambor tocar
Groove de alma a saber
O corpo no balancê
Da trilha desta canção.

Resumo

Sorri ente trilhos e ventos
Chorei
E os tempos
Dos pingos dos olhos pintaram repletos destinos
Sabe, cada gota que embalo
Nos olhos que hoje pintei
Transforma a beleza da arte
Em algo que sei.


Calei-e ante a morte sem planos
Outra pessoa que morre
Transforma em detalhes
Cada plano de vida
E assim perco-me dos detalhes
Revejo o sol e a cor
De cada insana palavra
Que Deus retrucou.

Desfaço-me da forma
Que inibe-me a dar
Aos tempos nomes e tantas
Verdades e planos
Deixo-me ao ar
E sigo a emoção que encanta.

Parti-me em pedaços cantando
Colei-os com vidros
Pintados à mão pelas meninas
Bailadas em festa
E agora me resta ser só pessoa
Rasgado nos ritmos do sol
Das noites que luminam faces
Nos versos
Nos sons.

Arrumei as asas de anjo
Parti bonito
Sem vento voei pelas águas tão cristalinas
Que chorei ao ver o novo
Nascer após Eclipses de Sol
Das mortes que acabam
Que Torcem os raios de sol.

Versejando coisas
Resumo luar
E bailo na intenação tanta
De ver-me encanto
De só bailar
Viver contra a morte que alcança.

Será Paz?

Ando
Por aí sem rumo
Parco, alto, mudo
Sem consciência do entorno ao ar.

Canto
Sem sentido
Sem sumos de frutas e ruas
Falo em versos de lugar.

E não mais há nenhum lugar
Na mente, alma
Nada a voar.

Ando
Sentindo os tantos
Jeitos de ser anjo
Demônio nos cantos
Bem e mal
A se trançar.

Sonho
Cada outro plano
Cada desengano
Enfrento-me a desintegras.

E não há mais eu a lutar
Palavras perdem-se a vagar
Pois não há
Nem palavra a soar
Silêncio mundo
Tudo a calar.

Ando
Por aí em tantos
Jeitos e acalantos
Versos e encantos
Que aprendi a cuidar, regar.

Canto
Pelo próprio Canto
Pelo desencanto
Pelo amor, que é tanto
Rimo Deus a mar.

E só há
Alma sem lugar
Aqui, Agora, parto a bailar
Pois só há
Ser mesmo e não mais
Que alma em si inteira
Será paz?

Qualquer Palavra

Pareciam sonhos acabados
Inventados de porções de Tempo
Parecia inevitável
Por um momento.

Mas a marés reduzem as calmas
A detalhes sem importância
E reverso ao que sinto, alvo
Me reduzo a criança.

Eu já não sei
Se é tristeza o que me acaba
Ou outra lei
Que me distorce toda a alma
Aqui só sei
A trilha que ando nas asas
De minha lei
Que me impede de morrer por outra alma.

Estranho
Mas nas ruas onde ando
Se arrasta
A mediocridade da abundância
E eu cansado de sonhos cortados
Por aí vago sem dança.

Ver luzes outras neste mundo frágil
Na fragilidade de minha irrelevância
Conduz meus passos em assaltos
Aos amores de luas tantas.

Pouco eu sei
Destes caminhos que se trançam
Só vou
A ver tudo um pouco, tudo em alma
E erro a ver
Coisas tão lindas desperdiçadas
Morri, eu sei
E renasci num jeito de qualquer palavra.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Palavra Vida

Na palavra vida dormem-se encantos
Navegam vespeiros
Palavras e hábitos
Que surgem retintos
Nos velhos recantos
Destas lidas que cortam peito e olhos alvos
E sim
Nas palavras não sofro
Me acabo
Nas hastes vivas de um sorriso em prantos.

E tanto que tanto valem
Palavras de ódio e dor
Resultante de mentiras que meninos dão ao avô
Como harpas de descidos anjos que não sabem cor
E fim.

Assim disparatado
Pernambucando a dor
Rebusco almas lindas e reinvento o sabor
Destas multidões curtidas
Destes trilhos de pavor
E fim.

E na palavra vida
Reimenso antro
Me torno refeito
E como meu haipo
Segredando íntimos medos desenganos
Sabedor de palavras, versos, cadafalsos
Sabedor de Chinas, Chilenos sonhos tantos
Em que cabem amigos
E meninas salto
De vulto fecundo
E trilhas de espaço
Que hoje consigo saber serem tantos.

Véia

Me deixei na irrazão de meu próprio ar
Cansei de ser canção
Cansei de cantar
Irresponsável íntimo morreu de medo
A saber
Da morte de outro
Dúvida de calor.

Há mesmo algum Deus que saiba explicar
Estes tristes
Estranhos
Fortes
Desejos de voar
A alcançar outro eu?

Eu sei lá canção?
Me calo inteiro.

Vejo o sol desta manhã tão estranha
E me rasgo na incerteza
Dos planos.

Já não sei se meu nome é meu próprio mar
Ou se basta tornar-me então
Natural herdeiro
Se esta coisa tempo é parte tão de mim
Se há algum amor
Pós negar sorriso.

Disseram que morte é livre
Alma em vento
Não sonho assim
Calado disparo outro invento.

Se você
Sumiu assim
Calculo que deus
Que repara cadarços e musgos
Mente na ambigüidade da voz
E então peço a Deus
Irresponsável e inerte, confuso
Cale-se e ajoelhe ante a nós.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Hai Kais

Saborosamente
Largo-me
No engano
________________
Engraçados os dias
Calados
Da Ilusão
_________________
Ilusão é querer?
Ou cometer o engano
De mentir-se?
__________________
Melancolia
É a falta de tudo
O que eu queria
__________________
Percussão de peito
Percepção do jeito
De bater coração
___________________
Kai em mim
Inevitalmente
A cortina
____________________
Beijo meu
Ilustrado assim
Parece outro
____________________
A boca
Era a errada
Ausência
____________________
Sozinho
O Escuro baixou
Multidão
____________________
Ela
Não era ela
Só Quimera
_____________________
Dito assim
Coisa amor
Parece morte
_____________________
Amor
Como comediante
Ri em lágrimas
_____________________
Paixão assim
Feita como inverso
Esconde medos
_____________________
Reflita
Há saída
Ou há só fita?
______________________
Luz
Tâmaras
Paixão
______________________
A vida
Cinema expontâneo
Carece de direção
________________________
Vi
Como bomba
ELa vir a meu peito
________________________
O Peito
Carecedor de mundos
Estranha sóis
_________________________
Ela
Ria
E me desfazia
___________________________
O Sorriso dela
Incansável sol das manhãs
Derreteu-me

Quem sabe pra onde?

Eu queria sucumbir por aí de vez em quando
Perder de vez o nome das coisas
Ratear conceitos.

Esconder delírios novos
E menores coisas
Que partem corações e velas.

Talvez sonhar em pé
Sabendo ventos além dos mares.

Mas imaginante
Parto em versos entre mundos e rotinas.

Sinto e sinto muito
Coisas e explosões que me invadem
Marco
Armo
Consulto
E vou.
Quem sabe pra onde?

Priscila

Na reta das incerta das palavra
Nesta inesperada nada coisa que é então
Batuque de letras desgarradas
Misturadas nas mãos do mundo
Eu quero tanta coisa tão profundo
Que mundos outros me fazem a ver
Tudo que é coisa de voar
Talvez desparecer
Talvez esparramar
Na rua
Véio
vou voar.

Estranha insensatez descolocada
Retoque de pandeiro
Com a cor de violão
Para acordado estar pelas quebradas
Inventando canção
Resmundos
De resmungante poeta sem rumo
Sacando outro fundo
De uma cor imensidão
Rimando versos de calar
Ou calação de ser
Um nome a tentar
Rimar Priscila
Com luar.

Saudade

A Saudade que mata-me
Nâo constrói-se de realidades
Barganha-se na inconsciência de dias a toa.

É uma saudade contemplada pelo avesso
De rabo de olho
Ilusionada por uma realidade solta
E inconclusa.

Saudade assim
É como parto de poesia
Geradora do sonho de beijos ateus
Que somem pelo mundo
Por razões que nada entende.

Saudade assim é o risco da alma
A destituição da vida
Da gerência de nossos olhos
É a própria finitude jogada em nossos rostos.

Saudade assim
É boa demais.

Poeteu

Foi poesia sim
Sim senhora agora
Feita
Qualquer coisa
Que se anima
Anima das coisas.

Foi poesia sim
No abandono das falácias
Aqui e ali
Escolada
Alada
Às coisas tantas
Versada
Nos ritmos.

Foi surpresa assim
Dissonante
Ante o recuo
Dos passos.

Encontros tantos
E eu tonto
Tanto do lado estranho das volubilidades
Quanto assim calado e pensante
Cante então
A rima e o íntimo
Devastado
Do exagerado poeta
Na inteira e certa
Cavalgada dos antes.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Amantes

Amo porque inicialmente perdi-me pelos mundos
Conheci desígnios seus e amadoramente
Aprendi a diversidade.
De mim conheces talvez parte
Ou um segundo inveitável e último
De ti conheço a variedade e a transformação
É amor?
Sabe lá qual sábio a resposta traz?
Pois amor é arte ardilosa de contrários
É surpresa que busca-me e assusta
Enquanto arrisco sanidades.

Não te espero
Não me queres
Mas nos encontramos em sonhos e toques
Que em minutos fazem de nós
Amantes.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Comuns

E no giz deste ar
Que retrata incertezas,
Vasculho-me bem
Reesperando novas flechas.

Esperar é da vontade
De valioso e sincero
Coração a ver milhas e trovas
Na sorte porém guia
A incerteza do intento.
Haverá melodiaEm cada som novo que invento?

Seremos homens, seremos signos?
Haverá um rosto, haverá um designio?
Amor é coisa ardente que transforma sol em prosa
A cada instante vejos novos vinhos.

Entre reis e as coisas
Que se pintam ante a luz
Construí refiz
Sói com alarde.

Na cruz que rejeito
Não por medo
Nasci vendo novos ritos
Pelo ar que em giz
Forma-se concorde.

Perdi-me nas vertente insana a que vim
Pra que achar-me outra vez?
Palavra nasce torta
Reinventada em ritmo
Sonhos decidem, covardes, mudar de íntimo.

É tão triste
A beleza que se encerra
Nas coisas todas que já vi
Os idiotas não vêem o brilho
Das coisas do perigo
De se ainda estar vivendo
Encontrando os sentidos
Da não paz, de ser só
Um rumo, um corte.

E entre a morte, a dor e o cárcere
Prefiro a voz das palavras que vão
Torturando os que negam-se e cegam
Seremos nós mesmos a tornarmo-nos comuns?

Segundas

Santos
Rápidos na curva
Soltos, vãos, nas dunas
Destes sons de meu ar.

Tantos a rumarem curvos
Rumos outros, tudo
Feitos interno lugar.

Prantos
Buscas, danças, voltas
Palavras que entornam
Peitos a marejar.

Cortes, danos, livres ocres
Pinturas retoques
Jeitos cores e mais
Se fará
Reluzirá
Nas coisas mundo de retomar
O voar, o navegar
Como irá externo lugar
Fazer imenso peito lugar.

Vamos
Ou seremos tantos
A negarem planos
De mundinventar?

Cantos
Retrucados, mudos
Gritos, urros
Fundos
De olhos a amar.

São raias
Raio lugar
Estrela vento, luzes do mar
Mar de ar
De rio e de mais
Coisas que rumam para mundar.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Espírito de Sexta Pictures - by Di Cavalcanti

Coisa Amor

Coisa amor quando dói retrata
A qualidade do ser
Rebuscando o sol a mais
Das pinturas soltas na sala
Da delícia de saborear
Ser
Como quero ver-te a voar
Como gosto te sonhar.

Cinemas, bosques, sons e bares
Passeados a ver
Silêncios escondidos
Locais
De cor em cor
De sol e flor
Recriados a tecer
Brilhos e sorrisos que vêm
Tentando imitar o que fazes
Em peito que vem
Rebuscar-se
Esconder-se em palavras
Pra dizer que ama você
Sorrindo em brilho que vem
Coisa amor retrata o bem.

Onde estás hoje?

Derramam-se versos em meu ser
Inaugurando o quase Sábado
Peixes novos no Rio
Aqui a me ver
Pescador que caça imaginários.

A paixão mistura amarelo e azul
No colar que meu pai
Entregou-me à beira
Do rio onde nasci
Novo nome de mim
Um atabaque em meu peito a dar
Amor de muito tanto impressionar
Crianças de alma liberta
Amar é coisa de Homem menino
Em flores.

Vinte dias do ano que resolveu
Por-me no rumo do inusitado
E Azulando nascimentos
Faço eu
Canções de rimas e causos, fados.

Brilhante luar causa marcas no peito nú
De meu navegar pelas ruas quase cheias
De amigos a rir, corolário de vir
Sentindo de meu peito pleno de amor
Sorriso feito a me encontrar
Subindo ladeiras de florestas
Pensando em um só nome.

Criando letras, tinturas de partir
Caçando formas de renamorar
Sabendo tudo sem saber nadar
E indo na correnteza certa
Destilando autos, fontes
Onde estás hoje?

Havaiananas

Pedras, cantos
Recados a saber
Coisas de muito e estranho fato
Decisões podem ser eros, erros
Podem ser também convites ao inusitado.

Teimosias acordam-me
Destilam desejos azuis
Pedaços de ar
Colorem
Abrem clareiras
Sacodindo o porvir
Como chego aí?
Pego o verso, viro ator,
Estrelo números de se transformar
Ou viro outro de se novear?
Violo condutas incertas,
Finjo o nome de meu nome,
Desisto o doce?

Multidões esclarecem você
Distante ou não
Feita de outros lados.

Em vez de All Star busco Havaianas
Serão azuis?
Refeletirão o mar
Ou as cheias destes rios a vir
Internados em mim?

Logunedesco Ariano ar
Pulando troncos, pedras do lugar
Descendo a nova floresta
Doce feito novo homem
Pra ver bela nova lua a rir
A chorar ou a vir
Açoitando o imensear?
Como chego a te encontrar?
Te quero sorriso
Nas sestas
Gostei do beijo de ontem
Repete hoje?

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Mulher

Céu
Reverso
Véu
Inudado de calor
Calor, Subúrbio, roça lavrada
Coisas detalhes de bom jardim
Retrato moído.

Mel
Cantado mel
Retrucado de sabor
Favor tão novo
De nossa linha cravada
Peito marcado
Amor carmim
Sentidor sentido.

De coisa finda
De coisa feita
Reinventada maneira
Construída nova fé
De parecer-se desatino
Isso é coisa de mulher
É destino feminino
Reinventar
Re-ser
Na fé.

Sugiro lida
Pra quem não porta
Em seu ar uma paixão
Para quem não vê que coisa é
Esta imaginação
De tudo renascer
Aprendendo feminino
Aprendendo o mulher
Que há no olhar
No par
Que dá na imagem de cada vento
Que seduz o ser
A ver e crer
O sentido de rebrilho
Batucado no que se é.

Gitano



Palavra sol, som
Imagem da palavra
Estranho cantador de engenhos e almas
Inventa em sorrisos o intento
De esperança.

Canto que tudo canta
Cantador de outras calmas
Desafiando Deuses em danças
Cigano antigo em reinos e esperanças.

Canta
Cantarás.

E cigano em versos e novos ventos
Palavra que arde em rinha
De cantos e instrumentos
Alma de Gitano
Nas longínquas asas do tempo
Inventando das linhas, lidas
De arte e novos tempos.

Saboreando almas
Mulheres e ânsias
Retrucando querelas que rejeitem
La Dança
E a Violla que trilha
O Engenho delalmas.

E eu
Cigano
Na trilha das ascendências
Beduíno das Cantigas
Gitano de Sonho e intento
Retrucando as linhas dos instrumentos
Com verso que arde vidas
E palavras que invento
Alma e canto
Gitano de outros ventos
Calando magia finda
Com alma amor e vento
Sou, cantando
Estrela, lago e imenso
Retrato de vida em linhas
Que trançam conhecimentos
Soy.

Retrato de nossas mãos ( P/ Arianos e violeiros do meu coração, viuy Mazinho?)

Invenções de sonhos cantados
Marcados
Nas almas e cordilheiras
Destes caminhos tantos trançados
Bordados
Como signo da imagem na ação.

Inventadas as horas
Mundos desafiados.

Versos
Armas
Sóis cantados, virados
Sonhos semeados no chão.

O couro inteiro comendo
Viagens, luzes fortes
Vencer as mandigas de quem
Não conhece a visão
Dos sonhos inteiros replantados
Dos atos
Traçados com a mão.

Viola amanhecendo
Irmãos! Irmãs!
Sigamos a ser
O repique do ver
Este imenso brilhar
Do sonho que novo refaz um planeta.

Alecrim, Louro verde
Incenso de erva no ar.

Cada verso que é cantado nesta trova
Nesta lida
É um retrato da mão
Que tece um novo artista
Irmã veja o luar
E recrie vossa vida
Irmão não se deixe preso
Nas minutas desta lida
Mundo precisa em vida
Da vida nossa curtida
Do sorriso nosso em vida
Recantada, Revivida.

Canto novo que hoje faço
Não é canto outro não
É canto de meu mundo
Não calado, frouxo não
É canto sonhado em mundo
Que despreza o cidadão
É canto rasgado e fundo
Desafiando razão
Por meu canto é meu tudo
É invento, é visão
É amado a cada mundo que toca meu coração
Pois sonho de hoje o mundo
Retrato de nossas mãos.

Novo Hoje

O sol é mágico e ensina bem. Amigos e amigas, novos e antigos, sentir vocês é saber-se novo todo dia, até porque Renato Teixeira disse bem: "Amanhecer é uma lição do universo que nos ensina que é preciso renascer. O Novo, Amanhece".

Simplesmente acordar e perceber
Carinhos todos, de todos os lados
Sentidos novos de aprender
Irmãos e irmãs, caminhos cruzados.

O importante de caminhar é ver o azul
Olhar o pedaço dos caminhos e estrelas
Que eu vi por aí
Notando o seguir
Destes rios e Rios de mar
Destas luas de rever, gostar
Aprender novas florestas
Perceber o bom de ontem
Olhar pro hoje.

Tanta gente neste mundo de nascer
Tantas coisas, pinturas, fados
Irmãs em lugares de não ver
Irmãos e violas em felizes lagos.

Novos irmãos e lugares onde encontrar a luz
Pessoas e vales que fazem a beleza de surgir
Colorir
Perceber-se em si
Aprender mundos de novo olhar
Amar é simplesmente transformar
Dor em canção de ser festa
Invenção de novos nomes
Nas esteiras de deitar e sorrir
Sol imenso aqui
Um jeito gostoso de conversar
Falar de mundos, países
Do ar
E ver o gostoso da eterna
Transformação do ontem
Em novo hoje.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Kahlo



Bem, a explicação para tanta imagem no Blog é que numa piração postei o Van Gogh e uma grande amiga gostou. Daí pensei que curto algumas coisas de imagem, mexo com isso profissionalmente e que seria legal colocar coisas que me tocam, apesar de entender nada de pintura em si. Faltava algo. Depois de monet, Buñuel, Van Gogh, Fotos de lugares e Dalí, faltava alguém que sempre me tocou quando via as imagens. Kahlo. Tá aí.

Reflexões

Ausências, Ausências e a continuidade das ilusões que imponho a mim. Sumiços de infâncias, na hora já. Hora de ir e ir, separar coisas e versos. Passear e libertar do peito estranho, arriscado, meu mesmo assim do jeito dele.

Não sei realmente se sei amar completamente ou se entendo este mecanismo do encanto. Liberdade é palavra perigosa, tempo certo idem. Anti ansiedades são estas palavras que impõe a paciência e o respeito por si só. E vida se aprende e transforma, assim mesmo.

Não sinto realmente de forma simples, minimalista, sinto explosão de carro em descida de ladeira, sinto cor de fogo e luz cambeta. Sinto e sinto.

Não sei se isto é amor o que sinto, uma coisa que vai como se prego no peito e vida vem. Vontade de ter perto, ouvir, ler, comer com os olhos, narizes e bocas. Este amor que me faz sentir saudade, respeito, vontade de colo, vontade de sorvete de maçã.Sol na cuca, caminhar, ver passarinho, rir de gato dormindo. Coisas e coisas.

Não sei se é paixão, pois traz alegrias de ser útil, de ver sorriso, de carinhar, curar, ajudar utros encantos não seus, ser irmão.

Se é amor, não é pequeno, do tipo que esconde o brilho do outro, guarda no embornau e deixa secar. É do tipo que faz carnes e almas serem uma e brilharem, do tipo que ensina, que aprende. Um tipo que devora o peito e não se identifica direito. Um tipo que faz presença longe e distância ao lado, mas que traz antes de mais nada a vontade imensa de ver feliz.

Como é difícil encontrar-se neste amor, amor amplo que abraça os do lado, os dali e de lá. Difícil de encontrar-se por luz, por querer ser de dentro, mesmo no canto ao lado de outro amor não meu. Ego, egoísmo, isso não some, mas diminui. Na ótica dos mecânicos, faz-me uma besta.Na minha ótica redescobre-me, liberta-me.

Não estou feliz não, é mentira. Crescer dói e dor não traz felicidade.Crescer, entender, separar liberade de máscara livre, ir, avançar, deixar malas de inutilidades pelo caminho, mas antes de tudo entender que o outro não é um complemento de suas paixões e desejos, mas algo novo, um explodir de ensinamentos que aparece. Algo mais, um brilho de alma que cria o próprio sol.

Gosto de Gonzaguinha por isto: "Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas". Aprendi que sou doce, um menino mesmo, velho demais pra isso nos olhos dos mecânicos. Novo demais pra isso nos olhos de quem se vê melhor assim.E doce deixo-me menos armado para os outros. Espero que tenham paciência com a mania de mostrar brinquedo novo.

Gosto de chorar por vezes. Chorar salta de mim a dor acumulada pelo chicote de minha mente, mente que cria o tempo inteiro, faz chover ao invés de sol quando a planta precisa secar-se. chorar pro vezes é verso, por vezes é só lágrima a soltar-me de meus medos e ilusões.

Descobri que há felicidade em descobrir-se e que a dor, acima maldita, é apenas a porta abrindo-se, pro entendimento. Ascendentes em gêmeos servem para o entendimento do peito tornar-se lição.

Nunca gostei de esperar, nem de desistir, por isso guardo amores no peito e espero, pacientemente esquecido deles, até que a brase é soprada. Muitas vezes a mesma morreu, em outras ela acendeu e vida veio. Hoje aprendi a andarilhar, ainda engatinhando, amanhã, quem sabe aprenderei a voar? De Gado a Cão, de Cão a Gato, hoje menino, amanhã passarinho.


Beijos a mim, beijos a ti, beijos a todos, sem dramas, só a vontade de entender isso que é dor e entendimento de mundo.

Tempo de Algo mais

Meu, tô apaixonado mesmo, não dá pra esocnder e sinceramente liguei o foda-se. Já pensei em desistir, já pensei em ir embora, não falar, me esconder, mas hoje tô mais é querendo sentir isso, mesmo que doa.Cada poema meu tá repleto dela e isso é bom, pelo menos eu acho.Esse é mais um.

Tempo de Algo mais

Um recado, um sentido
E ouvi você
Voz que nos embarca nas luas e asas
Deste vento
Que traduz meninos a mundo sonhar
Foi-se a paz da vida.

E que ela vá embora
Paz que cega, que nos mente
Falsa paz
Enquanto sonho auroras
Busco sentir o vento quente de outra paz.

Viajei e senti um novo intento
Vez em quando dói um pouco ter-te dentro
Peito aberto
Tanto tempo busquei ser você
Hoje só quero
Te quero
Sendo minha própria voz nova
Aprender tudo em tempo em mundo em algo mais
Rasgar pernas, veios, auroras
Descobrir vento novo em tempo de algo mais.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Sobre Solidão

Amar amor irmã

Sonho antigo
Sonho atroz
Oh vida voz!
Fazes de mim agora a sós
Um deslumbrar de sons.

Crias comigo nova luz
Eu que no ar caminho à solta indo
Descobrindo visões.

Trance meus universos em novo mar
Indique-me estrelas
Para rebrilhar
Amigos e corações sedentos
Irmãos e confusões de ritmo
Viagens sem ilusão no tempo
De renascer-se na canção.

Sonho sorriso
Sonho voz
Amares nós
Amando assim
Sentindo a nós.

Raiz de Amor

A sós com o meu tempo
Descubro palavras que se trançam
Nâo foi assim que busquei andar
Porém a luz deste sol
Faz-me à pena ver
Como andam mundos
Enre cantos e nações de vento
Entevendo infusões de nós
Companheiros do som.

E entre meios, mundos
Acho novos veios de caminho
Solidão é ouvir-se à voz
Desta linda canção
Que faz sonho se
Gente navega
Lançando-se à vela
Em meu peito
Raiz de amor não se desfaz
Cria novo viver.

Entranhada de Deus ( Monet Decor)




Balaços nas milartes
Casas, Comidas
Reluzes soltos de calor
De ver
Inevitáveis risos de meu ver
Palavra solta natural das lidas.

Nos lumes soltos das partes fins
Sóis finalizam
Coisas de rumos e de reviver
Palavra fé rima com o entender
Coisas que são a sé da própria vida.

Muda de mundos
Ares
Outras plagas
É o resquício imenso desta asa
Que flutua acima do que vi
E reflete em mim
Doses de parte
Imensa no mundo
Alma arde
Entranhada de Deus
De ti e de mim.

Ressaber

Potes de artes
Caem das grades
Derretem grades, cores
Pintam luares, sonhos, milhares
Aves e mares, flores.

Tintas de Kahlo
Neruda armado de desejos e odores
Tinturas ares
Novos olhares
Novos lugares
Dores.

Ser de sentindo ser
Morrer cego
Na inconsciência do onipresente mundo do ser não gente
Renascido em Deus
Deus incerto
Sonho ser, talvez doer
Parto interno de saber
Canção
Você.

Poema feito para novos amigos, (Alê Freitas e Nana principalmente, mas Virgílio e Tati tb)

Luas e Festas

Entre aspas mudo
Palavra ouro de mina
Engraçado o escuro
Das noites internas e infindas.

Entre aspas rumo
Esquina solta das tintas
Volto novo mundo
E pinto almas frescas.

Entre os planos desgarrados
Que abandono nas cidades
Ralo peitos entre as letras
E as farpas da gentileza.

E rumo solto tudo
Vasculho noites, mundos
No rasgo do presente
Sorriso do saber bom dia
Sabedoria nova
É deitar-se liso
Nas almas loucas e libertas
Navegar luas e festas.

Tambor peito tocar



Viola doido
Perguntice de outrora
Viola nova faz pinheiro balançar
Renova jeito de espaço e esperança
Não se espera com alarde
Barulho faz sol dançar.

Viola pare novo dia, novo canto
Em todo canto que o choro dominar
Choro perfeito tem viola, flauta e dança
Bicho mesmo, não se engane
Seduz-se com violar.

Menino vivo
Cai, dói, sorriso
Por isso digo que nasci pra combinar
A alegria com meus bons dias
Na arvre viva sentar e revelar
O incerto destas horas, me anima, me devora
Por isso vou agora
Tambor peito tocar.

É lua escura, preto ninja
Vagabunda, argola
Cavaco, silvas
Entre lizes e o mar
Meninas rimas
Pernambuco
Ave estrela
Rua nua paradiso
Cinema, breja
Casar
Viver benditos
Casas novas, campos extras
Luas novas
Algo rima entre rios e olhar
Mistura fina
De histórias, causos, contos
Versos tantos que tristeza
Se esconde pra não gostar.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Amores

Poetizar-me em artes muitas
Nascer em coro de loucos
Navegalizando o termo
E turma indo de ir
amando ou não o sonho não meu
E sentindo-me, antes de mais nada.

Paixão é um exercício meu de buscAmar
Quase um vício
Nisso descubro gentes e almas
Por vezes almas que expandem seus corações para além
Das garras de meu ciúme
E isso dói
Simplesmente por almas serem livres
E nem sempre ter eu aprendido a liberdade de doer-me
Sendo também livre a ver amores amando amores não meus.

Amar não é resultado de fórmula química ou exercício de ego
Nada sabe bem o amor
Sente-se, aprende-se e esquece-se
Pois rosto de amor muda
Sabor não.

Sabor de amor é sabor novo de coisa explosiva
E amor ama
Simples assim
Ama com corpos e almas, beijos e foices.

Amo assim mesmo
Tendo perto, tendo longe
Tendo mulher, tendo irmã
Porque amar é um sentindo solto
E eu assim despido do uniforme de guerreiro
Deito na água e deixo
Meu coração
Levar-me.

Sem ser rei
Reino no meu peito deixando-o trapacear minha calma
Ouço meu amor
Mulher que amo
Cíume sinto
Deixo sentir
Deixo ir
Deixo-me ir nas bandeiras do sorriso
E percebo que o amor que sinto é baile
De um rosto só
Mas este rosto sorrindo
Brilha-me
E não é preciso eu apenas ser o brilho deste rosto
Amores vão, por aí
Deixando amores no peito.

Deixado pra voltar

Remar pelo ar
Resistir a não ver
Retumbar peito e ar, ser lugar
Recolher lenha
Fogo lento
Café a reluzir, inventar
Prestar atenção nas coisas, no véio, na lua
Renascer manhã para mergulhar.

Tampar no voar
Beber mar, ser luar
Recolher sol de qualquer monte
Ruminar
Poemeus de verso e mulher
Tumbar tum de peito e voar
Soltar pipa no noturno lago
Sem ver o galho
Rir de véio a causo contar.

Jogar
Rejogar
Corpo meu
Sol no ar
Vir voltar
Decifrando o jeito do tempo
Cantar e calabocar
Pra deixar o vento iluminar
Cada água que o sonho vê
Respirar o monte do coração lá
Deixado pra voltar.

Campo Redondo



Solo luar
Palavra solta inventada de sol
Redonda lua
E redondo o lugar
Montanha, Rio, moleque
Cor de pó
Pescando coisas de chover
Volver.

Volver a mar
Rio de luxo descambando o sinal
Das cores soltas de cada grão de céu
E grão de céu a repintar o olhar
Palavra doida
Repente violar
A recompor-se
Amar a ser
Sol ser.

Tarolear
Pensando em menina a compor lugar
Nadando soltta nas linhagens do céu
No véu das noivas próprias do lugar
Cachoeirar a irmandade do véu
Vagabundando projetos de soltar
As gargalhadas de cavalo e mel
E brejas soltas na noite
A bailar
Violas novas de nascer
Sol ser.

Autobiografia momentânea - Impublicável


Sujeito grande, sujeito em transe, sujeito em trajetos extemporêneos
Sujeito a truvas e chovoadas, ladeiras e coisas soltas
Apaixonado no momento, pelo momento, pelo desejo, pelo queijo de Minas
Pelos campos, redondos ou não
Pelas luas que vi ontem
Pelas mulheres que amo e amarei
Pela mulher que amo e já não sei
Revoltado contra sistemas, se temas ou se emendas
Cansado do que não for soneto
E aluado na causa distinta de olhar o céu e ver estrelas.

Perguntas e respostas não tenho
Tenho a trilha da frente de mim
A descobrir temeroso o oco do mundo
E o silêncio enevoado dos rios.

Beijos a quem aqui veio em paz
Tchaus a quem veio em bad vibrations.

Meu dia agora começou ontem
E ouvi Alceu nas madrugas.

__________________________________________________________
Buñuel a abrilhantar poesia média de caboco sonhador.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Menina Tempo

Valha-me breja
Lua acesa
Ritmado céu
Saber mulher é ter beleza, loucura e Deus
Fogo manso
Nas verve do torso, da mão
Inventada em pranto e breu
Jogo e dança que acerte-nos no mel.


Despir-se em veios
E clareiras de mundos ao léo
Sacar do ar as mantiqueiras
Lumes de outro eu
Que cultiva a delícia
E diz ser também outro ser ou rei
Mas que finge apenas leque
Finge lei.

Despir-se dela e ao menos rir
Fingir que vai largar
Sentir os outros
Flor de liz
Rementir o pirar
Ou será que é a penas assim ser também mão
E vulcão?
Ou amar é não saber-se então?

Fazer-se ela
Rir e rir
Nascer acordar
Saber ilusão
Saber ir mesmo que for pra matar
Ego e orgulho
Ser simples, efeito, feliz
Felizmente assim ou não
Dane-se toda regra e excessão.

Nas almas, nas esquinas
Nada é mesmo tão dor
Nem mesmo o sonho e a menina
Nem mesmo o amor
Por isso aqui reincidente no vento
De querer saber sabor
Deste outro novo ar
Menina tempo.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

O simples som do voar

Engraçado dia onde penso em algumas gentes
Que são assim o simples
Vindo a apertar
O peito de uma saudade conseqüente
De um jeito seu tão bonito de contemplar
As coisas lindas que são pequenas tralhas
Sorriso vem
Abraço vem
E algo mais
Como uma dança de flores soltas
E na pia a cervejinha a descer e iluminar.

Engraçado é o que se sente neste peito
Cheio do jeito de quem tem tudo pra olhar
E que não vê
Como olha bem esta minha gente
Que vê e é firme
O simples som do voar..

Urro

Só quero rir na hora do muro
Só quero ir pro momento onde tudo
Se dana pra vida
Que neguinho me impõe sem olhar.

Eu quero sentir e chorar numa boa
Amar, danar-me por esta pessoa
Que me tocar a corda
Que tenho no coração.

Eu tô cansado de verso de eras
De canção suja manchando a tela
Eu quero ligar o foda-se pra quem não tem canção.

Dá-me o vento, a dor, o amor
Me mantenha longe então
Desta gente que não ri
Enquanto se esconde do sol
Não sou ator
Quero mudar mundos, quero gana de viver
Não quero morrer em fins.

Quero morrer no caminho da forca
Premiado pela dor que voa
Pelo bom notar das coisas
Que se fazem mundão
Porque ser é fogo e amor
É explodir canção
Comer mundos e sins
Ser um ato de tornar-se cor
Retumbar o mundo
Bater, rebater
Em quem não quer ser feliz.

A intricada trajetória do incerto

Busquei escrever poemas pra sentir o soco no peito
O soco duro de um sentimento guardado
E escrevi como fábrica, como dedos e máquina
Os perdi
Os encontrei
Nas encruzilhadas de caminhos
Que encontram-se por aí
Sós
Perdidos ou não.

A cada encruzilhada pergunto-me o sonho
E ele retribui dando a súbita integridade do olhar
Tanta coisa brilha que é impossível a paixão não domar-nos
Mesmo as paisagens mentirosas
Nos trazendo certo som que não contribui com a rima.

O amor
Este súbito penetra do poema
Quase combustível de vida e alma
Põe-se a testar o limite da fé
Não o culpo
A poesia em mim ventada
Ensina-me nos genes
Que a arte de amar
É o sacerdócio do explodir
E esticar a linha do mundo em nosso peito
Até seu rompimento.

Por isso quando amo
Deixo-me
Sou outro que não eu
E meus versos acompanham a solidão e o desejo
A carência que nubla os olhos
E arde nos dedos e peitos.

Assim, amada
Cada verso meu
É apenas o significado do egoísta sentimento de querê-la
Numa santificada história
De cerco e dúvida
Onde meus dedos
São artíficies do encanto
E algozes da calmaria
Ao entregarem-me a ti
Sem protocolos invisíveis
Métricas ou rimas rebuscadas
Apenas esta explosão
Que vê em ti o grande amor
Aquele mesmo que sorri entre navalhas
E faz da vida a intricada trajetória do incerto.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Desejo

Não sei se agora a noite é nua
Ou é só o medo
Eu dando de lambuja um sorriso vão
A rua continua toda escura
E eu sem segredo
Fingindo perceber não sei ao certo uma alegria
um tom.

O astro do teu riso
Pela lua e pelo desejo
Fingindo em teu sorriso alegria
E segredo bom
Mas tempo é uma coisa inconseqüente
Quase mesmo o tempo inteiro
E teu riso somente me transportava solidão.

E é cantar
Coisa de vento
Pra que ser hoje?
Pode ser já?
Por que não hoje se o vento traz de mim o mundo, o meio?
Porque há mais que ser desejo
Desejo imenso há mais que o ar.

Sentir amores

Falar de sonhos é engraçado com você
Que ruma em versos e concretos raros
Poemas se tornam diários de saber
Sentir o pulsar imaginário
De teu peito enquanto vivemos o azul
E o livre brilhar intenso
Das maneiras que pudemos sentir
Quando vivemos ali
Cada minuto e cada lugar
Sabendo tudo de se encontrar
E viver entre cenas e festas
Conversas soltas e risos tão fortes
Carinhos doces.

Imaginário é nunca saber
Que você existe em cada pedaço
De liberdade que eu possa conceber
Saber você é um sentido raro
De perceber toda a luz do hemisfério sul
De voar sem grilar pelas cheias
Luas a reluzir
Tudo o que sou aqui
Lendo teus versos de alma e meia
A criar, seduzir
Todos que vejam a ti
Que bom é isso
Pois posso ver tua cor
Saber de cor este encantar
E acreditar nesta festa
Que é o riso livre e nobre
De sentir amores.

Sem Sotaque

Simbora bora Hermano
Palavra dada não se nega
Falta de ar, de sonho e de terra
A gente resolve com loucura
Ou ato grande de amar coisas todas de ser
Bicho vivo petulante e out sider.

Batuca tuca Hermano
Na liqüidez da asa tonta
Blues de Birigüi retubando na cuca
E um Folk-Rock Bonomia
Transando gentes que vivem na magia de ser
Tortuosamente Samba de atabaque.

Revoluciona Hermano
Malasarteia a lua e a rua
Se em cada si
Tudo fosse da tua
Vontade de buscar e mudar
Talvez a gente andasse sobre o mar, sei lá!
Cansei de perder tempo com gente sem sotaque.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Vamos à luta

Nem Neruda nem cuba
Talvez um monte de irreais cotidianos jogados ali no chão da várzea
E muita gente, como eu, navega como se letras fossem monturos
E derramando os seis por ái
Deixam-se nos acentos errados e virgulas imaginárias.

Nem Pts ou sóis nacendo
Talvez um chilique intelectual feito Às pressas
Para impressionar meninas que passeiam a ignorar-nos
Certinhos que somos em nosso caminho desigual
A usar máscaras pesadas que nos diminuem.

Nem eu nem breu
Só um dia a mais na desmesura do tempo
Dias esses que nos permitem tudo
Mesmo que a preguiça nos intimide
E o medo de ser nos torne bundinhas perdidos.

Assim de dia somos palhacinhos mimados
De noite assumimos a máscara de canalhas empertigados
Encantamos hoje
Destruímos amanhã
Ou não
Pra que mentir e fingir doer o que não dói
Beijemos e vamos à luta.

Poema de Astros

Pode um mundo maltratar você
Se tudo em si é teu riso raro?
Se versos caminham pelos ares
Por você
E quase o riso me parece
O espasmo
Do céu a perceber-se teu
Deixando seu azul
E abraçando o lilás
De tardes inteiras
Que brincam a incluir
Estrelas e luas alí
Onde Marte se expõe a admirar
As incertezas deste teu olhar
E a lua por vezes te empresta
Um brilho que não tem nome
Só é tuas cores.

Pode o rumo da história esquecer você?
Se pareces mais que uma estrela
Muito mais que um fato.

Pode um verso meu te descrever
Se imensa em teus olhos brilha a vida, o espaço?
Engraçado perceber a estrada se alongar
E eu simplesmente azul
Construído nos mares
Tendo entre as beiras destes rios
Daqui, montanhas a cobrir
O meu sorriso cortado na flor
De descobrir solto a voar
Esperando as horas certas
De ter ver com o meu nome
Entre as ceias e universos afins
Coisas que já não li
Talvez Neruda a nos assombrar
Talvez apenas te reencontrar
E ver se a lua desperta
Ver a força de ser ontem
Fazer meu hoje.

Talvez nem hoje p/ Nana

Bonitos os dias
E eu calado olhando por você
Na mente minha de novos passados
Onde tombos me aproximaram
Do que eu sei
Ser simplesmente o extraordinário.

Pra que fingir que o azul do céu
É o mesmo azul?
Pra que mentir
E inventar mil besteiras
Quando o que sinto aqui
Entre trampo e o rir
É o lumiar cantado de nova cor
Um instrumento, um cão, gatos
Bar
E a multidão perplexa
Porque não fomos ontem
Talvez nem hoje.

Feitiços de dias
Me tornam sorriso seu
Misturo pessoas nos verbos que acato
Todo dias as ruas abrem-se como um mar
Vermelho de apreço
Como um vinho que deita o corpo em nossos lábios.

Pra que fingir que o mundo é o mesmo aqui ao sul?
Pra que mentir e negar que as freiras
Ruborizam a sentir
Esta bomba que é um sim
Que ouso até chamar de amor
Feito de ondas meio sol e mar
E que não está na promessa
Foge de todos os ontens
Talvez dos sons de feira
A tamborilar o ir
Batucada de rir
Como ribombo de um namorar
Caçada nua a desenrolar
A desinvenção da promessa
Um amor que não tem ontem
Talvez nem hoje.

Van Gogh

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Solto de Leão

Nos dias em que o olhar me queima o peito
Eu renasço
Como um sol em meio à sala
Mesmo lendo o jornal.

E saco da alma um dia, um beijo
Apaixonado pelo mundo
Pela áurea
Desta gente legal
E sinto o sabor da própria fé
No alimento que recebo
Nas palavras
Me lembro do teu riso que me encanta
E grito apaixonado, sempre
Sempre
Que soube que existe você
E descobri o amor
Todo em teu sorriso.

Baby, tua linda presença
É simplesmente a liz
do hoje.

Nas noites em que navego pelo leito
Do meu mundo, do meu sexo, da minha alma
Em meu livro, em meu mal
Entendo porque a vida nos pega de jeito
Lembro de você dançando ( E como baila!)
Respiro a vida no sal.

Acordo e percebo do café
Toda a força, todo o ritmo
Toda a alma
Me lembro de tua existência
E sonho
Com teu lábio
Mas percebo o sempre
Quente
Hoje
Porque amar você
É maior que a dor, é maior que o riso
É ser todo
Porque amar você
É amar o amor
Como ele vir vindo.

Baby, tua linda presença
É irmã, mulher, é liz
É hoje.

domingo, janeiro 08, 2006

Viniciana

É engraçada a saudade
Nada disso é nascer
Nem doer de meus olhos
Que abrem-se a ver
Os recantos da noite
Bebendo ao lado de véio e irmão.

E a cada nova beleza
Tudo é simples de ser
Quando notam-se os mundos a nos perceber
Quando novos olhares e velhos olhares
Querem ser você.

O engraçado das noites da vida
Não é a mentira de gente a não ser
É o ritmo dos ares, botecos, lugares
Parecerem teu ser.

E eu vagabundo cão
Gato novo a crescer
Canto viola corrida com Hélio a dizer
Versos meus e bilhares
Talvez mais liberdades
Noites são viver.

sábado, janeiro 07, 2006

Lua

Há verdade em um sorriso
Se teu rosto não me brilha?
És a lua
És a rua
Por onde perambula a trilha
De meu só viver
A remar o entardecer
E ser nua, toda nua
Alma feita de magias.

Como dói sentir saudade
Como foge minha vida
Se a lua
Tu, a lua
Não me trazes o que brilha.

Ana Cristina Freitas

Te sinto alma redonda
Te sinto a passear
Vejo teu rosto nos astros
E deslizo sem pensar.

O meu sentido de paz
É teu sorriso em graça
Amar-te é luz
É anil
Áries dançando febril

Eu lembro da boa areia
Lembro do teu riso cheia
Luaméricar
A caçar lados do rio
Ver musicais e sereias
Fazer-me lugar.

Caso contigo
Nas horas da música de outrora
Deixo-me pisar
Deixo-me sonhar
E sinto o lume do novo
A fazer-me amor.

Viña Gaudiana

Vinho na luz das montanhas
Amigos pra vadiar
Reduzir medos aos cacos
Tomando brisa de mar
Rebuscando a nau
Que desce o rio com asas
O mundo inteiro senil
E nós sorrindo a fio.

E de Gaudi a videira
Traz o rumo da ceia
Papo de cantar
Papo de brigar
Papo Maromba
Na batucada do ritmo
O bailar da sereia do amigo traz lar.

Na aldeia remota que se estranha na porta
Gaudi desenha mar
Catalunha a dar
Sonho pra voar
E eu menino corisco
Lembro de Nana e Súditos a desembanhar
Mazinho aviolado
Ana descendo o bairro
A Mim retornar
Na batucada do íntimo
A redesenhar aldeia
Wagner a sonhar.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Jaboticaba Boy

Jaboticaba Boy
Vendo Sanhaço, Sabiá, Cupim
Nascido em sóis de Guadalupe
Realengo, em Fins
Ao lado dos batalhões
Jogava gude e canções
Sonhava em ser lorde, ver um mundo
Um novo caminhar por mês.

Beque do Wanderley
Moleque brabo e bater em juiz
Sacana com a lei
E o pai polícia a medrar por mim
E sem saber eu ia vivo a me retocar
Destruindo meninos e deixando o mar
Sabendo tudo sem saber de mim.

Mas o mundo é cão
E cão só morde quando sente medo
Eu nunca fui peão
Só fui moleque sabido
E me vi canção
Dancei pelado nas ruas do medo
Perdi por vaidade
Mas ganhei por alma e sorriso.

E hoje tão bagual, caipirosca, caboclo, guri
Avanço o sinal
Danço na noite te vendo assim
A tão ser
Como um mundo que soube juntar
Moleque, Jaboticaba, Sabiár
Beque de Roça
Poeta
Enfim.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Tarot

Eu queria escrever uma canção que me doesse menos
Mas não uso máscaras pra mim.

Eu queria acreditar no futuro que meus ombros não carregassem
Acreditar em asas futuras e anjos piedosos
Mas meus anjos são treinadores
E meu caminho é o do Eremita.

Eu queria ser um carro, armadura, espada
Um guerreiro de sangue e suor
Um transformador de foice em punho
Mas sou Enamorado diante da escolha
Eternamente flechado na dúvida e na decisão.

A justiça e o julgamento que apareçam
No caminho de luas e sóis
Onde o Diabo, pai da dúvida, é mais que encruzilhada
É a explosão de meu ser mais escondido.

Eu queria uma canção do mundo
Onda a fortuna rodasse em olhos brilhando
Mas meu peito se desgarra Louco
Como se um Mago o tivesse encantado.

Eu queria apenas ver com os olhos da Estrela
E ter a Temperança de saber-me vivo
Porém meu destino se lambuza em taças de delírio
E a escolha, madastra
Impõe-se
Por si só
Com a dureza das cartas.

inferno?

Grande até ficava

Se soou
Foi canção de alma armada
Feita a se perder
De canção nova conhecida
Não por mim.

Soou no céu e findou
Aves que dançam
E me lembraram mar
Nas montanhas que rasgam almas
Quando o querer
Foi talvez coisa fugidia
Não por mim.

Sem pôr do sol
Nada por mim
Coisas tão tantas a ver
Vim
Tão pequenino que grande até ficava
A me perceber
E rever uma minha vida
Que nasci
Entre o som que soou
Entre as asas da alma tanta
Só por mim.

Fui entre as mesas
E a mão
Vi nenhuma lua e senti
Tão pequenino
Que grande era então
Pela vida brincando, em fria
Ou no calor do sol
Coração batendo às pampas
Me senti.

Um novo peito

Ante a cor
A flor me deu
O sentido quase fim de acreditar
E ver
O compasso simples de se lambuzar
Me lambuzei
Mas felicidade se faz só
E nem mesmo o amor
Na calma de sua presença
Pode transportar o mel
De uma existência.

Eu queria amor, mulher!
Mas a cor dos rios
Não me foi tão mãe
Até que a noite fez novo apenas dia
Amanheceu
Volto ao ofício de viver
Aprendi e fui dor
Agora sou a pena
Que destina-se ao céu
Em simplesmente essência.

É apenas ir, mulher
Talvez até sorrindo
Tristeza é mãe da fé
E do samba que nos faz nascermos dia
A cores ver
É incrível o ato de viver
E ver nestes dias porém
O nascer da luz fugidia das paixões
Rompem-se os cordões
Almas dançam a vida
A refazerem-se bem
Na construção tão bonita do calor
De um novo peito de amor.

Beduíno

Ri sarraceno alvo
Chora as mortes benditas
Traz da alma dos teus alvos
A livre cor das retinas.

Ganha teu mundo em cortes
Em sussuros, gritos, sinas
E me deslumbre os olhos
Com este sangue que me ensina
A desferir sozinho
O golpe d'alma vadia
Na doce tez da calma paz que estagna
Deixa-se amar qual criança
A ver-se brincando na areia
Transforme o amor sem a calma
Arda na floresta cheia.

Traz o livre querer, cigano alvo
Beduíno dos desertos da cheia
Tu que trouxeste o vento que ateia
Este fogo que lança-me ao espaço
Agradeço teu rosto e teu cansaço
Não me alegro, mas tampouco me deito
Apreendo das dores o apreço
De um sonho hoje transformado e limpo
Em outra fé, outro rumo,outro ofício
Sacro ofício de cantar desmantelos.

Cão da verdade
Da lida dos desertos
Tu, meu sangue, meu corpo, meus tropeços
Fala alto do livre ser acerto
Sendo o oposto absurdo de um verso
Tu que falas qual fogueira
Qual terno copo de sonho e segredos
Tu que ensinas o livre reapreço
Mostra a arma do riso ou do destino
Vendo a cor deste ferro corrosivo
Da espada do livre desejo.

A paz que me rende o olhar e a canção
É o fogo ardendo pelas cenas
Onde a alma passeia, não pequena
Beduíno, minha paz não é calma não!
Ela é valsa e guerra e mundão
Ela é a ferida que dói acesa
Neste canto onde rumos trazem a presa
Onde o riso mistura-se à fé
E a dor ensina o todo e é
Ela própria a alegria da beleza.

E Beduíno o meu sonho é tanto
Que minha cabeça não consegue sonhar
Por isso eu rodopio e finjo
Nada sentir enquanto sofro o parto
Enquanto sofro, rio e persigo meus astros.


Como meu sorriso ao te ver e entender.

Poemeus

Mãe

Em canções sem atol
Em cortes feitos
Em galhos
Entre montanhas escuras e mágicas
Sorrio a fala.

No dia a dia a ver
A solidão da entrada
Neste portal onde caem muralhas
Voltei, minha cara!

Sei que vim por canção
Por dor, amor
Doer sentindo irrazão
Criando coragem
Pra ir pra floresta.

As parafinas que queimam ao lado
Não iluminam a extinção do escravo
A busca de Odara
Neste remundo florestal dos passos
Caçando eu nascido em versos sem grades
Lembrando a palavra.

Minha cara
Sabes que meu lar
Carece do saber apenas esperar
E que tenho a brusca voz sem freio
Mas conheces meu frio, minha dor, meu querer
Sabes o meu sabor, minha voz
Meu saber
E sabes que hoje a arte
Se abre em tua festa.

Minha querida não nasci de espaços
Renasci a ler o mundo sem bagagens
Voltei, minha cara!
Tu, luz do mundo
Mãe de toda a carne
Mulher Irmã do Deus que me traz as porradas
Que ensinam-me a alma
Tua alma, mãe, tua alma.

Baby

Meus versos não são dos loucos sabedores do porvir
São chagas
São espadas desembanhadas do peito
Fugi do meu direito de ser mago de meus sonhos
Mas não fugi dos sonhos para reaprender
A magiar ser.

Senti a fúria do mundo ao entregar-me ao teu
E quis ser de repente um infante cavalheiro
Estranho e imperfeito o meu jeito de ser dono
De algo tão sem dono
Que me fez só ver
E como é bom ver.

Obrigado senhores
Obrigado senhoras
A bruxa me fez canção e doendo sou vida
Vida
A refulgir na lição que vem a cada dia
Dias.

E nas palavras inexatas que trago e trarei
Desguardo o coração
E entrego a minha mão
Seja tu a amada, a irmã ou a amiga
Cada pedaço da lida que trago da própria vida
Torna-se teu
Louca infinda.

Baby

Seja amores
Luas tantas, horas
E guarda em ti a canção
Que te escrevo em vida
Viva
Baby
Seja amores
Luas tantas, horas
E guarda em ti a canção
Que te escrevo em vida
Viva
Seja ti mesma a canção
Que torna novas as vidas.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Dançando nas Horas

Eu fui embora
E vou embora
Tô indo embora
Mundo afora
Voltei agora
Já volto embora
Navegando pelas águas de um torto coração.

Entra ação
E ano vai
Meio invento
Meio canção
Não sou de nada
Sou de briga não
Mas não sou flor
E nem vilão
Eu só quero ser amor
E força de coração.

Eu navego pelo meio
Deste mundo sou inteiro
Vejo ela chegar
Rio dela chegar
E me solto na canção
Que a bela hoje deixa
E minha alma é seu corpo
A me notar
Em meus olhos sua alma
Faz o sonho rebrilhar.

Eu vou embora
Eu fui embora
Já volto nego e vou embora
Volto índio e vou embora
Vejo meu ritmo vindo afora
E danço nas horas.

Manifesto do M.I.M



Porquê me importar com causas nordestinas, sabatinas sobre a morte de doze mil meninas, as senzalas, os negros, os brancos nas esquinas? Porquê gritar pelas vidas Severinas? Porque a causa é o HOMEM! Em seus segundos e minutos. Em seus súbitos destinos. Em seu medo, sua tortura, sua liberdade enclausurada. Em milhões de cláusulas e "concessões". Abaixo as regulamentações!!! Um HOMEM não é lei ou rei, detalhe ou retalho costurado por discursos ou lutas pró-revoluções pop-stars. A liberdade e o poder do ser humano em comunhão com a imensidão dos universos. A estrutura essência da guerra pela perfeição. A destruição dos limites, conhecimento das infinitas realidades, infinitas variáveis de construção de mundos e fundos. A guerra, a paz, a verdade, a liberdade, o bem, o mal, os segundos que se chamam tempo, o beijo de língua estalada na boca do destino, o infinito, o sonho dos deuses, o sonho... Seja lá qual for o seu sentido, seu destino!

Movimento da Incoerência Mineira

Falar de política hoje é até um esforço. Até porque meu pensamento está em poemas e amores.

Porém é mais que necessário entender um quadro onde tudo o que acontece é um mais do mesmo, uma busca do poder pelo poder, como se o poder fosse algo além de um compartilhar o mundo em liberdade.

Nunca fui completamente nada em política, apenas busquei sempre a mudança e a revolução, seja ela feita através dos versos anarquistas de Wilde ou do pragmatismo panfletário de Lênin e Trotski.

Hoje no entanto volto a pensar em política e sinto que cada ato, denúncia ou luta, jamais pode ser engessado por limites estatutários e óticas de eleição. Nem mesmo quando instrumentos importantes como o parlamento ficam perto das mãos. Porque estas mãos estão impregnadas de divisão e falta de liberdade.

Durante anos militei no campo da arte, com atuação clara nas ruas, denúncias e uma busca constante de expressão da realidade onde tudo parecia conspirar a manter absurdamente a divfisão entre pessoas, classes, sonhos. E sonhava com um mundo onde cada um de nós não precisasse ser escravo de outrem, no amor, no trabalho, na vida enfim. Neste período militava no Movimento da Incoerência Mineira, que hoje renasce.

Renasce não como a expressão inútil de gente sentada na poltrona, chorando traições derramadas ou partidos fracassados, mas como a expressão de gente que percebe de novo que nada, realmente, vai mudar enquanto formos todos gado em uma estrutura repetitiva de burocracia e lutas pró-forma, feita para fazer líderes poderosos e bases mortas.

Renasce da vontade de continuar numa luta gloriosa de ser e viver, como pessoas, dignas, que sonham e escrevem arte. Como um Gato Risonho de Alice, sendo um e muitos ao mesmo tempo.

Não há P-SÓIS, PTs, nada que configure diferença, pois seguimos os quadro mundial de institucionalização da revolta e distância de povo. Não há sindicatos, movimentos, há é a eterna concretização da distância, da desigualdade, desigualdade mantida pela arrogância dos que acham que possuem solução pra tudo.

Não sei se isso é anarquismo, sei que isso é M.I.M, porque em M.I.M nasceu um sol real e reacendi este fogo, pra brilhar a lua ao meio dia, transformar tempestade em calmaria, dando um beijo no fio da navalha, gargalhando e sorrindo de agonia.

O Sorriso que encanta o peito do poeta

Tudo poderia ocorrer no murmúrio da sapiência
Porém minha poesia que hoje arde
Não é apenas pálida expressão de máscaras
É o som natural do ser a resgatar-se
Por isso nasço a cada som de voz
Que rompa a pálida expressão de dias vulgares.

Não conheço os protocolos necessários
E nem o cerimonial perfeito do consorte
Nasci sem ordem ou equilíbrio
Apenas nos passos do que sinto
E no balanço das quedas e rumos
Feliz com a opção de não calar-me
Quando arde no peito o segredo de amar.

A busca do amor me fez delírio
E assim, no medo constante e na adrenalina da coragem
Sigo como novo
Sabendo que a cada mudança
Novos versos virão
E nada mais importa além da visão
Do sorriso que encanta o peito do poeta.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Querer



Eu quero novamente
Sacudir de mim as inverdades e máscaras
Que transpassam meu peito nas dúvidas.

Eu quero caminhar por esta via de inverso acesso e loucura
Chamada amor
Que tanto meu deu pelos anos
E que hoje me apavora
Na intensidade de um mundo novo.

Quero o cheiro novo
Da alegria de teu rosto
E do prazer em tocar-me
Enquanto a dança brilhava
Em uma noite jamais esquecida.

Eu quero esquecer o livro que sou
E escrevê-lo novamente
Com a tinta de um gesto teu
Enquanto abraço a ventania
E viro uma pipa que nunca fui.

Eu quero tanto ouvir-te
Tocar-te
Contemplar-te
Que a esperança marca meu caminho
E faz-me
Simplesmente faz-me
Assim como eu, hoje frágil e feliz
Sem esconder que perdido
Passeio pelas ruas a pensar em ti
E a deleitar-me com cheiros e músicas.

Quero ver teus cabelos vermelhos
Teu sorriso
Tua mudança
Teu resmungo
Quero saber-te
E nisto quero sem véus
Porque o que sinto me dá a coragem
De desnudar-me
E ser teu sem concessões
Só a imensa e maravilhosa liberdade de perder-me
Nas costas do teu corpo
E no som de tua voz.

Ah, como teu brilho me cega e encanta.

Como quero Nana rindo ou não a meu lado
A deixar-me contemplá-la
Enquanto ouvia a chuva e sentia o peito querer tanto
A ponto de doer na espera de teus gestos.

Quero-te como quero a vida
Como uma porta independente para a transformação da alma
Como um anjo que não se reconhece nas asas
E faz de nós meninos.

Quero reecrever mais uma vez meus passos
E reconhecer a vida
Que vi tanto antes de esquecer na spedras o brilho do sol.

Quero de novo a força de ver-me nu
E sentir o gelo das águas em minha alma
A transformar-me
E a permitir-me.

Quero a força de ver-te e ser teu
Com a tarefa árdua de saber-te
Tocar-te
Sem ser pedra solta em meio ao caminho.

Reflexões

Sentir é algo que traz mutações, e dói mudar. Em mim mudanças são feitas a ferro e fogo, eu que por vezes desconheço-me demais e perambulo pelos dias tentando ser cada vez mais um eu que não conheço.

Sou mais aventureiro que a média, mas tem gente mais aventureira que eu. Não ligo pra isso, tento aprender. De tudo o que acredito, o amor é o mais importante, porque doendo ounão ele traz o vento novo de uma mudança, muito medo, mas mudança. Porque medo nunca me amarrou, jamais me calei pro medo, tranquei-me por medo ou tive a vontade de esconder-me do vento da vida.

Vida, como diz meu pai, é pra ser vivida, não contemplada. Quem fica olhando a banda passar vê o trem da vida passar por você. "Eu quero um trem, eu preciso de um trem".

O trem meio que chegou, me assustando com o fogo,a fumaça e a velocidade. Eu, pra muitos mais veloz que Mercúrio, quase não vi o rastro, mas consegui pegar a máquina e seguir nela, me segurando, pegandoo ritmo, que aindanão peguei.

A moça que passou como trem por mim, em mim chamasse Nana. Alguém muito presente neste blog ultimamente. E não ligo se por vezes ela me olha como quem me detesta ou me olha com carinho, é dela o olhar e é a ela, que muda como o vento, quem eu quero.

Não quero por vaidade e nem sempre por prazer, mas por um sentimento que ouso chamar de amor e que minha intuição diz ser algo feito para que minha luz aumente. Não me peçam para explicar, luz é como coisa que cega por um tempo, mas depois clareia e a sabedoria que busco me diz pra arriscar.

Ouso chamar de amor, porque não se quer egoísta e nem arrogante, se busca humilde, na querência de aprender a voar como o vento, eu um fogo teimoso que muda devagar.

Ouso chamar de amor porque ao contrário da definição de Coelho, pra mim amor além de devorar é aquele que a tudo supera. E não se perde vida por perder escamas subindo na correnteza.E nem por querer amar e conhecer, indo mais fundo, alguém que não se prende a nada.

As reflexões de mudança não foram feitas com a maturidade que achava ter, nem com qualquer sentido de razão maior. Escrevo isto porque minha alma clama por exprimir um todo sentimento que pulsa e dói como um prazer. Refleti depois de ir e voltar, de um lugar maravilhoso, onde o amor que eu buscava lá estava e não estava ao mesmo tempo. Incompreensível, principalmente para quem a tudo busca compreender, ansioso que só. Mas estava lá e está gravado no peito.

Dádiva ( p/ Nana)

Procurei em calcanhotos
Um sentido pra versos feitos para você
Porque por mais que sonhe outros sonhos
E trema pelos medos que costumo trazer
É em ti que penso.

Procurei em jobins o som que definisse
O que sinto entre peitos
E me lembrei que rotulo potes e gentes
E que a ti não é prazeiroso rótulos
Parei assim e escrevi
Escrevi como se meus dedos dependessem dos versos
E como se cada verso fugisse de mim danado
Porque é em ti que penso
E sinto.

No dia em que te vi, dançamos e cantamos
E valeu
Simplemente valeu cada minuto, mais que os dias restantes
Porque senti a explosão
O verso meu perder os motivos de ser verso
E tocar batuques sambantes.

Não, não sou encantador
Nem tão livre quanto o pássaro que és
Por vezes banal
Por vezes deitado na amarra do medo
Por vezes aventureiro inteiro
Que quer o maço de cigarro ao lado
E teu rosto a deslumbrar-me os dias.

Pensei na ansiedade, nos anos mudando
E em mim a sensação da velhice nova
E da infância perpétua
Pensei em ti a cada minuto
Com dor, com amor
Com o sabor da fruta mordida, mesmo sem tranqüilidade
Porque tenho a tensão dos que não acreditam no futuro
E sonho com planos impossíveis
Que amarrem um pedaço de futuro qualquer que me lembre alegria
Porque hoje a alegria que tenho é teu rosto em meus pensamentos.

Posso te perder, embora vá lutar até o fim
Posso porque gravaste a fogo tua alma em mim
Tu que me traz dor
Me traz o doce saber dos dias soltos
E o amor enviesado que me solta o sonho.

Mas te quero
E dizer isso assume o sagrado risco da insanidade
Porque penso em ti o todo dos dias
E gosto
Porque amar vale a mudança de mim inteiro
E amar é dádiva
Como teu rosto.

Deixando poemas sairem do peito

Demais ( Ao som de Demais de Tom jobim)

Não me acho na beira do cais
Não me encontro voando sem ais
Minha vida é armada
Pilantra, jogada
No meio do ir pelo mar, pelo bar.

Mesmo rindo eu finjo demais
Mesmo indo eu fico demais
Na beira dos cigarros
Dos tocos jogados
Entre alguns planos e ausências demais.

Não me engano
Nesta existência sem quê
Tranço poemas soltos
Que nem eu vou ler
Minha razão é um limite banal
Pro que meu coração insiste
Dedo em riste
Sem ar.

E me calo ou falo demais
Danço samba ou tangos astrais
E me fico deitado, imerso
Nas poças desta paixão tão grande
Que arrumei por você ser
Tão enorme demais.

Bucaneiro

O que é o amor, Meu amor?
Será uma integridade
Ou um subterfúgio da dor
Uma alteridade?
Meu peito vaga inteiro
Sem respostas em pontes que partiu
Maramar
Marinheiro
Navagando pouco sutil
Ansioso nas asas
Da própria agonia
A respirar as palavras
E nem sempre em bons dias.

Por vezes em amarras no porto
Por vezes em mares alheios
Querendo mares sem porto
Vagabundo, Marinheiro
Nesta lei
De ir e partir
E voltar à ilhas, bucaneiro
Rindo, sofrido ou perdido
Pegando ondas na praia
Ou curtindo a maresia
Destas àguas soltas , ondas fartas
Ou no fogo dos bons dias.

Hoje meu mar é teu rosto
Meu butim e meu janeiro
Meu março feito de novo
Vagabundo, Bucaneiro.

Poemas

Vale à pena

Não sei saber
Sei manter-me nos astros
Indo estupefato pela explosão
Deste querer que me ateia os fachos
Com o fogo danado de uma paixão
Paixão de ver-me encanto
Sofrendo ou cantando
O amor que talvez me tem
Me faz ir
E eu vou
Pirado a apreender cor.

Não sei amor
Só a luz
Que emana cheia de passos n'água dos rios
Eu sei menino a brincar
E Homem buscando mais se tornar.

Eu sei amor
E viver
É o ato aprendido se saber-se fome.

Te conto um segredo, cheio
Sou inteiro teu
E não é mais segredo que dou-te meu ser
Desgovernado
Solto no ardor
De ver-te assim
Ventando alto
Eu na dor e não saber-te assim
Só sei amor
E vale
Vale sim.

Descamando

Não sei dar meu recado
De outra forma vadia
Só sei andar nos rios
Pescar sem calma os dias
Desistir não é minha praia
Prefiro doer bons dias
Nadando ou pegando espadas
Para conhecer alma e vidas.

Sinto o mundo em meio aos passos
Dados nos ares e risos
Nas lágrimas que cobrem atos
Ou poemas imprecisos
Nunca sei como dar passos
Ando
Sentindo
No linho do feliz coração
Ou da dor do mal caminho.

Por vezes na agonia
Do amor solto em galopes rápidos
Por vezes sorrindo, menino, no mesmo amor
Indo, mágico
Pois a mesma dor que me insana
É o sorriso rasgado
Pois é vida que descama a pele
E nos ensina os passos.


Sonhar

Sonhar traz arder
Ardor
Amores, dores, canções
Traz o ir
E o vento que nos faz sermos bons.

Sonhar é meu inteiro teor
Eu sempre sem pés no chão
Sem definir
Meus insentidos.

Eu sei lá o que é voar
Além do mundo?!
Ando a pé a notar, cada dia diferente de tudo
Quero mais
Quero ir lá
Saber de tudo
Se não souber vou nadar
Pelos rios que me molham mundos.

Por Mar

Fracassos não são o caminho que busco
Por isso luto contra marés
Não sou solto em rios ou palavras
Tô aprendendo a ser
Busco as cores
E quero tudo comer
A ansiedade em mim é viver um ano
A cada dia ou mês.

Não sei te entender, mas ainda te quero em mim
Nem quero saber das diferenças.

Teu rosto me assusta
Me transmuta o mundo
Tira meus pés da paz
Mas paz pode ser um limite pra tudo
Quero muito mais que paz
Quero as cores das coisas
Quero viver
A cada minuto em mim
Cada minuto um ano
Não sei se vou morrer.

Nem quero saber se ainda há tempo em mim
Só quero saber do vento que entrar
Por Nana
Por mar.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

    Como é por dentro outra pessoa
    Quem é que o saberá sonhar?
    A alma de outrem é outro universo
    Com que não há comunicação possível,
    Com que não há verdadeiro entendimento.

    Nada sabemos da alma
    Senão da nossa;
    As dos outros são olhares,
    São gestos, são palavras,
    Com a suposição de qualquer semelhança
    No fundo.

    Fernando Pessoa, 1934

Maromba

Eu não queria ir embora
Com medo,com frio, mas não queria ir embora
Eu não queria perder o vento no rosto, a chuva fina
E a esperança de um beijo teu que me entregasse este peito
Que me tornasse o menino carente novamente
Ou o forte que dá colo.

Eu não queria ir embora
Não queria tirar de dentro a sensação de ser novo
No sacerdócio ao contrário
De viver entre a cachoreira
E um mundo onde a sanidade morreu.

Eu não queria ir embora
E voltar pro mundo
Eu não queria deixar de ouvir o Poeta
Marcando a vida no peito nosso
Não queria deixar de sentir o perfume da planta
A planta solta dentro de mim e fora
No ar, na marola.

Eu vim embora
Mas trouxe no peito a Maromba
A Maromba e a menina
A moça que tá diferente
A moça que de repente
Pega meu coração sem dar aviso
No improviso da virada
E me deixa e me volta
Me futuca a ferida
E me torna gostando de algo que dói e vive ao mesmo tempo.
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"Fazer é tão prazer que é como fosse dor.."
Gonzaguinha