terça-feira, janeiro 03, 2006

Poemas

Vale à pena

Não sei saber
Sei manter-me nos astros
Indo estupefato pela explosão
Deste querer que me ateia os fachos
Com o fogo danado de uma paixão
Paixão de ver-me encanto
Sofrendo ou cantando
O amor que talvez me tem
Me faz ir
E eu vou
Pirado a apreender cor.

Não sei amor
Só a luz
Que emana cheia de passos n'água dos rios
Eu sei menino a brincar
E Homem buscando mais se tornar.

Eu sei amor
E viver
É o ato aprendido se saber-se fome.

Te conto um segredo, cheio
Sou inteiro teu
E não é mais segredo que dou-te meu ser
Desgovernado
Solto no ardor
De ver-te assim
Ventando alto
Eu na dor e não saber-te assim
Só sei amor
E vale
Vale sim.

Descamando

Não sei dar meu recado
De outra forma vadia
Só sei andar nos rios
Pescar sem calma os dias
Desistir não é minha praia
Prefiro doer bons dias
Nadando ou pegando espadas
Para conhecer alma e vidas.

Sinto o mundo em meio aos passos
Dados nos ares e risos
Nas lágrimas que cobrem atos
Ou poemas imprecisos
Nunca sei como dar passos
Ando
Sentindo
No linho do feliz coração
Ou da dor do mal caminho.

Por vezes na agonia
Do amor solto em galopes rápidos
Por vezes sorrindo, menino, no mesmo amor
Indo, mágico
Pois a mesma dor que me insana
É o sorriso rasgado
Pois é vida que descama a pele
E nos ensina os passos.


Sonhar

Sonhar traz arder
Ardor
Amores, dores, canções
Traz o ir
E o vento que nos faz sermos bons.

Sonhar é meu inteiro teor
Eu sempre sem pés no chão
Sem definir
Meus insentidos.

Eu sei lá o que é voar
Além do mundo?!
Ando a pé a notar, cada dia diferente de tudo
Quero mais
Quero ir lá
Saber de tudo
Se não souber vou nadar
Pelos rios que me molham mundos.

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