quinta-feira, janeiro 05, 2006

Poemeus

Mãe

Em canções sem atol
Em cortes feitos
Em galhos
Entre montanhas escuras e mágicas
Sorrio a fala.

No dia a dia a ver
A solidão da entrada
Neste portal onde caem muralhas
Voltei, minha cara!

Sei que vim por canção
Por dor, amor
Doer sentindo irrazão
Criando coragem
Pra ir pra floresta.

As parafinas que queimam ao lado
Não iluminam a extinção do escravo
A busca de Odara
Neste remundo florestal dos passos
Caçando eu nascido em versos sem grades
Lembrando a palavra.

Minha cara
Sabes que meu lar
Carece do saber apenas esperar
E que tenho a brusca voz sem freio
Mas conheces meu frio, minha dor, meu querer
Sabes o meu sabor, minha voz
Meu saber
E sabes que hoje a arte
Se abre em tua festa.

Minha querida não nasci de espaços
Renasci a ler o mundo sem bagagens
Voltei, minha cara!
Tu, luz do mundo
Mãe de toda a carne
Mulher Irmã do Deus que me traz as porradas
Que ensinam-me a alma
Tua alma, mãe, tua alma.

Baby

Meus versos não são dos loucos sabedores do porvir
São chagas
São espadas desembanhadas do peito
Fugi do meu direito de ser mago de meus sonhos
Mas não fugi dos sonhos para reaprender
A magiar ser.

Senti a fúria do mundo ao entregar-me ao teu
E quis ser de repente um infante cavalheiro
Estranho e imperfeito o meu jeito de ser dono
De algo tão sem dono
Que me fez só ver
E como é bom ver.

Obrigado senhores
Obrigado senhoras
A bruxa me fez canção e doendo sou vida
Vida
A refulgir na lição que vem a cada dia
Dias.

E nas palavras inexatas que trago e trarei
Desguardo o coração
E entrego a minha mão
Seja tu a amada, a irmã ou a amiga
Cada pedaço da lida que trago da própria vida
Torna-se teu
Louca infinda.

Baby

Seja amores
Luas tantas, horas
E guarda em ti a canção
Que te escrevo em vida
Viva
Baby
Seja amores
Luas tantas, horas
E guarda em ti a canção
Que te escrevo em vida
Viva
Seja ti mesma a canção
Que torna novas as vidas.

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