sexta-feira, janeiro 27, 2006

Rostos que mostro

Não, sentido oposto
Não há sentido tempo
Sentidor de algos novos
Me posto
Nas indelicadezas cores
De destinos deslavados
E saber-se outro açores
Escravo.

O importante é o rosto
Desta ausência de bom tempo
Deste sol que torra amores
E ócios
Na dislexia de poemas
Na ausência de sentidos
Na cadência de um poema sem livros
Perambulando por invernos
Catando inteligências
Estéticas sem pernas ou vidas.

Assim calado, oposto
Ao que torna-me terno
Assim feito suores e versos
Construo
Pedra pome
Edifícios de Estados
Anarquias de motivos
E alvos
Porque o que importa é meu rosto
Deslavando-se a tempo
De explodir rejeitos, nomes
E postos.

Eu rejeito-me oposto
E me roço nos infernos
Celestizo outros formas
E versos
Porque inverso ao que mudo
E calado em intento
Na produção dos sem sentido
No sentido que eterno
Paradoxal morre morto
De cansaço pelos versos
E inverte alternativas
E ilude almas covardes.

Porque repete-se o torto
Jeito quase sempre tenso
De versar sobre mil coisas
E rostos que mostro.

Inverso ao próprio nome
que me deram em altas tardes
Rasgo a roupa do meu medo
Faço alarde.

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