quinta-feira, janeiro 26, 2006

Palavra Vida

Na palavra vida dormem-se encantos
Navegam vespeiros
Palavras e hábitos
Que surgem retintos
Nos velhos recantos
Destas lidas que cortam peito e olhos alvos
E sim
Nas palavras não sofro
Me acabo
Nas hastes vivas de um sorriso em prantos.

E tanto que tanto valem
Palavras de ódio e dor
Resultante de mentiras que meninos dão ao avô
Como harpas de descidos anjos que não sabem cor
E fim.

Assim disparatado
Pernambucando a dor
Rebusco almas lindas e reinvento o sabor
Destas multidões curtidas
Destes trilhos de pavor
E fim.

E na palavra vida
Reimenso antro
Me torno refeito
E como meu haipo
Segredando íntimos medos desenganos
Sabedor de palavras, versos, cadafalsos
Sabedor de Chinas, Chilenos sonhos tantos
Em que cabem amigos
E meninas salto
De vulto fecundo
E trilhas de espaço
Que hoje consigo saber serem tantos.

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