quarta-feira, janeiro 04, 2006

Movimento da Incoerência Mineira

Falar de política hoje é até um esforço. Até porque meu pensamento está em poemas e amores.

Porém é mais que necessário entender um quadro onde tudo o que acontece é um mais do mesmo, uma busca do poder pelo poder, como se o poder fosse algo além de um compartilhar o mundo em liberdade.

Nunca fui completamente nada em política, apenas busquei sempre a mudança e a revolução, seja ela feita através dos versos anarquistas de Wilde ou do pragmatismo panfletário de Lênin e Trotski.

Hoje no entanto volto a pensar em política e sinto que cada ato, denúncia ou luta, jamais pode ser engessado por limites estatutários e óticas de eleição. Nem mesmo quando instrumentos importantes como o parlamento ficam perto das mãos. Porque estas mãos estão impregnadas de divisão e falta de liberdade.

Durante anos militei no campo da arte, com atuação clara nas ruas, denúncias e uma busca constante de expressão da realidade onde tudo parecia conspirar a manter absurdamente a divfisão entre pessoas, classes, sonhos. E sonhava com um mundo onde cada um de nós não precisasse ser escravo de outrem, no amor, no trabalho, na vida enfim. Neste período militava no Movimento da Incoerência Mineira, que hoje renasce.

Renasce não como a expressão inútil de gente sentada na poltrona, chorando traições derramadas ou partidos fracassados, mas como a expressão de gente que percebe de novo que nada, realmente, vai mudar enquanto formos todos gado em uma estrutura repetitiva de burocracia e lutas pró-forma, feita para fazer líderes poderosos e bases mortas.

Renasce da vontade de continuar numa luta gloriosa de ser e viver, como pessoas, dignas, que sonham e escrevem arte. Como um Gato Risonho de Alice, sendo um e muitos ao mesmo tempo.

Não há P-SÓIS, PTs, nada que configure diferença, pois seguimos os quadro mundial de institucionalização da revolta e distância de povo. Não há sindicatos, movimentos, há é a eterna concretização da distância, da desigualdade, desigualdade mantida pela arrogância dos que acham que possuem solução pra tudo.

Não sei se isso é anarquismo, sei que isso é M.I.M, porque em M.I.M nasceu um sol real e reacendi este fogo, pra brilhar a lua ao meio dia, transformar tempestade em calmaria, dando um beijo no fio da navalha, gargalhando e sorrindo de agonia.

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