sexta-feira, janeiro 27, 2006

Pedaços de ninguém

Rasgato obtusos
Modos de dar flores
A seres sem nome
Reduzo as coisas à pequenos ares
Dores
Coleciono fusos de horários vãos
Entre rios e nuvens
Resvalado numa febre que invade a alma
Opressora
Liberto-me em Hidrantes
Que vejo rimar com moças
Que passam mal.

Resgato outros rumos
E dou -me um presente
Desligo o telefone
Sapeco o mar de nomes
Respingo telas e fontes
Entre as pernas e os braços
Que danço, rimo e trago
Faço a festa da própria festa
Vago nesta lua eterna
Que desenho com vagos
Pincéis de mil cores.

Repintado e confuso
Olho os móveis jogados
A ver as andanças
Sujando pisos e estantes
Assim encimesmado
Vejo o lago
Reduzo-me a cortes
Feitos no rosto, nos corpos
Pedaços de ninguém.

E assim enfileirado
Nestas regras que hoje rasgo
Vejo a velha lua velha
Brilhando sobre os braços
Que trago em meu nome.

Nenhum comentário: