terça-feira, janeiro 31, 2006

Fatal

Sabugos olhos
Revezes de couro e de leite
Coronéis desgarrados de algo
Do êxtase covarde
De verem-se acima demais.

Destes todos nós porcos, gados
Reses
Fudidos e mal comidos
No espaço que inverte
O todo decente
Das pessoas astrais.

Pará
Milagre de Deus a tudo minguar
Minas de minas e horas
Gerais de lugar onde indignos são donos.

Faremos, será, todo o mar, todo o ar
Ajoelharem-se sem a mentira caótica
De sermos escravos de gentes
E prantos?

Senhores Cegos
Reizinhos minguados
Sem seres
Em frente ao seu micha cerco de mulheres
Se fazem crentes, sobrenaturais.

Enquanto cresce no ar
Alimentado por medos
A faca, o tiro, o sangue
Milhões, muitas vezes
Impacientes pelo golpe que vai
Achar o cerne
O verme
Das costas, dos Peitos
Na morte da própria fome de justiça
Na sede
De tão somente
Libertar-se em paz.

Pois não?
Somos humanos
Calangos, rivais
Inteiros na estupidez que não some jamais
Nesta paz, nesta paz maceira
Que invade e vai
A calar nosso destino
Nossa mais profunda verdade
Fechada por demais
Nos tons de ordem sem dom
De manter-nos
Jamais.

E nós, calados, escondidos
Profundos, com medo
Sorrimos e rimos, findos
Buscando o rumo
Do Golpe mudo
Íntimo
Fatal.

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