quarta-feira, janeiro 18, 2006

Reflexões

Ausências, Ausências e a continuidade das ilusões que imponho a mim. Sumiços de infâncias, na hora já. Hora de ir e ir, separar coisas e versos. Passear e libertar do peito estranho, arriscado, meu mesmo assim do jeito dele.

Não sei realmente se sei amar completamente ou se entendo este mecanismo do encanto. Liberdade é palavra perigosa, tempo certo idem. Anti ansiedades são estas palavras que impõe a paciência e o respeito por si só. E vida se aprende e transforma, assim mesmo.

Não sinto realmente de forma simples, minimalista, sinto explosão de carro em descida de ladeira, sinto cor de fogo e luz cambeta. Sinto e sinto.

Não sei se isto é amor o que sinto, uma coisa que vai como se prego no peito e vida vem. Vontade de ter perto, ouvir, ler, comer com os olhos, narizes e bocas. Este amor que me faz sentir saudade, respeito, vontade de colo, vontade de sorvete de maçã.Sol na cuca, caminhar, ver passarinho, rir de gato dormindo. Coisas e coisas.

Não sei se é paixão, pois traz alegrias de ser útil, de ver sorriso, de carinhar, curar, ajudar utros encantos não seus, ser irmão.

Se é amor, não é pequeno, do tipo que esconde o brilho do outro, guarda no embornau e deixa secar. É do tipo que faz carnes e almas serem uma e brilharem, do tipo que ensina, que aprende. Um tipo que devora o peito e não se identifica direito. Um tipo que faz presença longe e distância ao lado, mas que traz antes de mais nada a vontade imensa de ver feliz.

Como é difícil encontrar-se neste amor, amor amplo que abraça os do lado, os dali e de lá. Difícil de encontrar-se por luz, por querer ser de dentro, mesmo no canto ao lado de outro amor não meu. Ego, egoísmo, isso não some, mas diminui. Na ótica dos mecânicos, faz-me uma besta.Na minha ótica redescobre-me, liberta-me.

Não estou feliz não, é mentira. Crescer dói e dor não traz felicidade.Crescer, entender, separar liberade de máscara livre, ir, avançar, deixar malas de inutilidades pelo caminho, mas antes de tudo entender que o outro não é um complemento de suas paixões e desejos, mas algo novo, um explodir de ensinamentos que aparece. Algo mais, um brilho de alma que cria o próprio sol.

Gosto de Gonzaguinha por isto: "Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas". Aprendi que sou doce, um menino mesmo, velho demais pra isso nos olhos dos mecânicos. Novo demais pra isso nos olhos de quem se vê melhor assim.E doce deixo-me menos armado para os outros. Espero que tenham paciência com a mania de mostrar brinquedo novo.

Gosto de chorar por vezes. Chorar salta de mim a dor acumulada pelo chicote de minha mente, mente que cria o tempo inteiro, faz chover ao invés de sol quando a planta precisa secar-se. chorar pro vezes é verso, por vezes é só lágrima a soltar-me de meus medos e ilusões.

Descobri que há felicidade em descobrir-se e que a dor, acima maldita, é apenas a porta abrindo-se, pro entendimento. Ascendentes em gêmeos servem para o entendimento do peito tornar-se lição.

Nunca gostei de esperar, nem de desistir, por isso guardo amores no peito e espero, pacientemente esquecido deles, até que a brase é soprada. Muitas vezes a mesma morreu, em outras ela acendeu e vida veio. Hoje aprendi a andarilhar, ainda engatinhando, amanhã, quem sabe aprenderei a voar? De Gado a Cão, de Cão a Gato, hoje menino, amanhã passarinho.


Beijos a mim, beijos a ti, beijos a todos, sem dramas, só a vontade de entender isso que é dor e entendimento de mundo.

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