segunda-feira, janeiro 30, 2006

Amores e Solidão

No peito alma fera
Destino de agora
Partículas de horas matutando ventos
Heróicos sobrenomes a gastar o tempo
Com tolas sumidades de decoração.

No peito alma fera
Radical de agora
Sorriso frio
Embora saudoso do intento
De ganhar liberdades, bocas, sofrimentos
Partilhando verdades
Sóis de oração.

Feita à mão
A alma desenterra
Tristezas ilusórias
Navega em parco tempo
Sonhando coisas novas
De alcançar vento
Vendo apenas arte no coração.

Como se nas manhãs e nos afins
Não houvesse a verdade dos sorrisos
E cada insano
Delírio em crivos
Fosse mais que se sente nas manhãs.

Nesta manhã não houve sonho inteiro
Só a ausência completa
Feminina
De um surto que torna alma minha
A viragem de viola e perdão
Sonho vão.

Como se a ausência que perdi
Me limasse a paz que não entendo
E o som que me trouxe beleza e medo
Revelasse bem mais que quero então.

E assim quase em mudo sussuro
Nestas Lapas que matam-me a sina
Guadalupes guardados em cantigas
Rio longe de meu sonho tão vão
Eu, um vão.

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