terça-feira, novembro 22, 2011

No peito e imaginação

Meu desejo é de mar, de fome de ir
Espero a avenida do mundo se abrir
E os ventos das emoções rasgarem o medo de Deus
E em filmes e revoluções fazerem vida, poesia e leis
Rasga a terra com o sol de uma mão
Faz-se palavra de riso e lida, de honra e paixão.

E o vento e a paz que vejo sorrir
É deslindar alegria no plano de ir
Andando com o sol na mão
Ventando  no som que vem
Toando um violão, plantando gente, folha e um sol cortês.

Haja terra e sonho de chão
Pra plantar palavra vida no peito e imaginação.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Tornar-me comida

Espero, aguardo, armo alguma vã coragem
De um sentido simples e pobre de consciência
Porque meu medo chama o amor
E amor é súbita inverdade.

Rasgo o som com uma voz roufenha
E sugiro enfim uma canção quieta
Pra deglutir as verbenas
E o sentido de haver quintais.

Se há sentidos entre as coisas boas que vivem
Nas esperanças e azaleias presentes em passados
Nem sei se foram meus ou foram morte
Enquanto me espalho nos dias
Sendo apenas mais vida
Catando o ser e o sentido triste
De tornar-me comida.


Uma forma de arte

Espere com uma pá a dor, os covardes
Espalhe segundos nos gramados
Compre carros com multas atrasadas
Se esparrame nas mesas já guardadas
Dos botecos das cidades pequenas
Se espelhe nos tantos problemas
Que nos constroem com o que se tem.

Esqueça a cruz e siga o ritmo das incertezas
Esqueça o som "emprego"
E deslumbre-se ao som das estrelas.

Há sempre um bom lugar
Há sempre um deserto, um mar, um sol, um campo
As luas atrizes banham o sonho
E o inferno quebra as lampadas.

Canse sorrindo à vontade
Viver é verdades
É comer vespas e artes.

Canse comendo alfaces
Sugiro vaidades
Espere um  Deus e mate-se à vontade.

Espalhe um sorriso de alma fraca
Conduza um cão cego em uma vã viagem
Esqueça o sim, o SUS
Tenha medo do mundo, da praça.

Esqueça a luz das verdades, pois todo o tempo ela se oculta, opaca
Procure em si as desgraças
E faça-te uma forma de arte.


Glória

Me dê Tucídides, nega!
Se sacoleje no mar
Esconda velhos segredos, me deixe apenas flanar!

O rumo é um surdo marcando o jogo
Estrelas cansam seja o que for
Se há um risco ele é doloso
E a calma é o erro do autor
Me deixe quieto na cama
Olhe ao redor faça o favor,
E conte uma História nova.

Suspire aos sóis, desescandalize,
Inspire uma revolta , despiste
Há horas em que manter a calma é prévia de tomar porrada.



Mê dê Rodrigues, nega!
Suspire o enfermo pesar!
Cantarole um degredo,
Me dê um verso de cantar!

Se há futuro, ele é doloso
Esperas cansam, correr dá calor
E todo risco é de bom gosto e acalma  o sentido da dor.

Me espere e evite dramas
Olhe ao redor faça o favor
E veja se chegamos à Glória.



sexta-feira, novembro 04, 2011

Oposição

Um divino, um sentido, giz
Um segundo de dor, um chão
Uma cor, um olhar, a liz de pequena vã emoção
E o mar me faz nascer
A voz do fogo é ver
E a cor me dá razão
A luz só faz sentido se for em oposição.