terça-feira, janeiro 03, 2006

Reflexões

Sentir é algo que traz mutações, e dói mudar. Em mim mudanças são feitas a ferro e fogo, eu que por vezes desconheço-me demais e perambulo pelos dias tentando ser cada vez mais um eu que não conheço.

Sou mais aventureiro que a média, mas tem gente mais aventureira que eu. Não ligo pra isso, tento aprender. De tudo o que acredito, o amor é o mais importante, porque doendo ounão ele traz o vento novo de uma mudança, muito medo, mas mudança. Porque medo nunca me amarrou, jamais me calei pro medo, tranquei-me por medo ou tive a vontade de esconder-me do vento da vida.

Vida, como diz meu pai, é pra ser vivida, não contemplada. Quem fica olhando a banda passar vê o trem da vida passar por você. "Eu quero um trem, eu preciso de um trem".

O trem meio que chegou, me assustando com o fogo,a fumaça e a velocidade. Eu, pra muitos mais veloz que Mercúrio, quase não vi o rastro, mas consegui pegar a máquina e seguir nela, me segurando, pegandoo ritmo, que aindanão peguei.

A moça que passou como trem por mim, em mim chamasse Nana. Alguém muito presente neste blog ultimamente. E não ligo se por vezes ela me olha como quem me detesta ou me olha com carinho, é dela o olhar e é a ela, que muda como o vento, quem eu quero.

Não quero por vaidade e nem sempre por prazer, mas por um sentimento que ouso chamar de amor e que minha intuição diz ser algo feito para que minha luz aumente. Não me peçam para explicar, luz é como coisa que cega por um tempo, mas depois clareia e a sabedoria que busco me diz pra arriscar.

Ouso chamar de amor, porque não se quer egoísta e nem arrogante, se busca humilde, na querência de aprender a voar como o vento, eu um fogo teimoso que muda devagar.

Ouso chamar de amor porque ao contrário da definição de Coelho, pra mim amor além de devorar é aquele que a tudo supera. E não se perde vida por perder escamas subindo na correnteza.E nem por querer amar e conhecer, indo mais fundo, alguém que não se prende a nada.

As reflexões de mudança não foram feitas com a maturidade que achava ter, nem com qualquer sentido de razão maior. Escrevo isto porque minha alma clama por exprimir um todo sentimento que pulsa e dói como um prazer. Refleti depois de ir e voltar, de um lugar maravilhoso, onde o amor que eu buscava lá estava e não estava ao mesmo tempo. Incompreensível, principalmente para quem a tudo busca compreender, ansioso que só. Mas estava lá e está gravado no peito.

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