Tanto errei por mundo Rei
Que fiz canção
Reinventada ilusão onde a fé tecia rimas
E a luz de cada esquina curtia novo coração
Na vã tez de nascer imperial
Rimando carnaval com povo em tanto festejo revolução.
E já tão longe
Pela terra de sal
A índia criava o luminar das danças
Num canto de sentir-se gutural
Fazendo magia no Reino das que brincam
Na vila rica de virar samba canção
Criando verso de terra e noite
Assim nascendo esperança
Tornando-se tamborim.
Tocando o espaço em som e ato
Fazendo do breu
A luminária do recriar Prometeu
De cor de pastora e tom desvirginal
Que samba até o sol raiar
Redescobrindo o fogo de recriar amor.
E tudo é amor
Nestes dias onde a glória
É ver o sal desta pele tão sofrida ir embora.
Enquanto os donos da dança vêem brilhar
Sonhos, alegorias
Tanta alma é criança
É lua viva
Na luz do amor feito imagem
Onde os olhos têm prazer
Ao ver a margem
De espanto já morrer.
E tudo o que é luz é toque do rum
Tambor que dança na pele de quem sorri
É quem sorri
E tudo o que é cruz morre sem luz
Criando o sonho de saber-se tez de rir.
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