segunda-feira, fevereiro 23, 2009

No meu inverso de mar

Livre de cor e amor,

Fale da fêmea do mar!

Desenhe Íris para que eu possa orar

No delírio sonho meu

Livro de medo a dor

Pronto para dor tomar. 


Criando raízes ginseng

Entre as telhas e cortinas velhas

Tecidas no mel das velhas cegas da Paraíba

Pelas ruas das resinas onde a lua nos tecia como ar

Esperando o arroz solto a entoar

O desejo entre as pernas pelas meninas. 


E no espanto da alma das cadavéricas linhas

Remoendo o vento

Age o inverso cantado à mão

O desejo abjeto do medo do não

Enquanto o olho nota o vento do vento

Desenhando o beijo velho cortando ao corpo

O tecido sol. 


Livre de flor e horror

Cala-me fêmea no ar

Desejo vinho entre folhas de voar

Quero vestes de um Deus

Livros nas mãos entre a cor

Que já me falta pintar. 


E o sonho respinga as tintas

Entre dentes e manias comendo a voz macia

Tentando no mau sentido resmungar más melodias

Enquanto assa tempos ao sol. 


Cisco de cor e sabor. 


Mitos de amor e dor tecem-se entre revoar

De versos lidos pelos homens sem lugar

Respira a marca de Deus

Feita no rosto do ator

Que ia Deus inventar. 


E me teça no que sinto

Me veja no que dizes

Esqueça qualquer prece que mereça ter desígnios

E seja

E tente

E trace o que me amargue ante o fim adverso

O final dos segredos

Novos nomes de medo

Segredos controversos

E no fim do que peço

Me verás por inteiro

Entre os sonhos e o que penso

Decidindo sem lamento

Repintar o tricolor alvo ar de meus desejos. 


Ciscos de cores e amor tecem a fêmea além mar

Espero rindo o bem dito som do ar

Resmungo falas de Deus

Costuro flores sem flor

No meu inverso de mar. 
 

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