Cálice em paz
Desdiz a sorrateira teia
Travo no amar raiz de lua cheia.
Teço medo de ir
Cortejo o universo
Vejo estrela de ir
Vago o que prateia.
Faça-me palavra
Respingue a cor da hora
Vaze-me dom facas
Me dispa sem demora
Seja-me palavra
Seja silêncio em cor de ais.
Veja-me palavra
Porque adentro agora o mundo palavra
E meu silêncio adorna a mudez das almas
E eu sou alma em mudo ai.
Fecho o cerco que ri
Calado a cor dos versos
Pretejo o meu ir
Faço leiteiras.
Pálido em calmas
Respingo o verso nova
Estrela sem arma
Calo-me em lua nova
Vago nas espadas de mortos ases sem dedais.
Pinto-me estrada
E vago em ruas muitas
Cerco-me de asas
E nu me torno agora
Aurora de aspas
Palavra rara ao mundo cai.
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