segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Palavra rara ao mundo cai

Cálice em paz

Desdiz a sorrateira teia

Travo no amar raiz de lua cheia.  


Teço medo de ir

Cortejo o universo

Vejo estrela de ir

Vago o que prateia. 


Faça-me palavra

Respingue a cor da hora

Vaze-me dom facas

Me dispa sem demora

Seja-me palavra

Seja silêncio em cor de ais. 


Veja-me palavra

Porque adentro agora o mundo palavra

E meu silêncio adorna a mudez das almas

E eu sou alma em mudo ai. 


Fecho o cerco que ri

Calado a cor dos versos

Pretejo o meu ir

Faço leiteiras. 


Pálido em calmas

Respingo o verso nova

Estrela sem arma

Calo-me em lua nova

Vago nas espadas de mortos ases sem dedais. 


Pinto-me estrada

E vago em ruas muitas

Cerco-me de asas

E nu me torno agora

Aurora de aspas

Palavra rara ao mundo cai. 

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