quinta-feira, outubro 09, 2008

Só la mente

Para frasear romântico lírico
Tom Zé, balanço, canoa
Rês, lua, canapé, alvo, gentio
Palavra nua tecida em corpo de Dora.

Perfilando letras, sinônimos, símbolos
Leves destinos, catres, Loas
Ruas tecendo litorais
Repentes negros, fazendo flor.

Palavra ruma em caso de outro inverso
Universo parece Buriti
É cidade e árvore
Sem nexo
Não responde e nem encurta razão melhor.


Se és calango
Ou truta
Nasce veio
Na versola da sílaba de sal
Rima compras com muitas vezes mês
Rimam-se dor e verde afã
Pelas mil quebradas de rubra paixão em liz
Passeatas, mulheres, negros, véus
Transportemos vilões de multiversos
Construamos do verde o sangue, o bom.

Não se apegue à canção, ao som ao verso
Sugue o tom da palavra por aí
No sentido da catédra do inverso
Há a guerra da plebe e da maçã
Pelas inversões do som
Pelas cidades, bocas, e tons
Pelas almas livres e presas no chão
Pelas cadeias e fábricas e muitas invasões.

Se refletes o sol e as bóias
Se reduzes o som às flautas
Se requeres milhões de calmas
Sou apenas o que lhe falta
Sou só la mente.

2 comentários:

Heyk disse...

Gran.

Bom poema.
Achei que temrina moralizante. Mas o corpo e a força são grandes. Imagens muito boas.

Maravilha, né?!

Tu não perde a verve não, rapaz.

Na Transversal do Tempo - Acho que o amor é a ausência de engarrafamento disse...

Prendi contigo, fiote.

Senti moralização no fim não.é antimediocridade memso.