sexta-feira, agosto 25, 2006

Todo poder é simples encanto

É simples ver as cores das palavras
Entre risos, cidades e o Rio
Cansado de ver trânsito, talvez a gente perca detalhes de cinema
É simples ignorar e sofrer por telefone, com a ansiedade dos anos
E talvez perder-se no cálculo da vida
E esquecer que é meio do ano
É simples perder seu sorriso
É simples se matar sem amor
Mas na vida o sonho, o canto
Desruma o mundo entre planos que nunca dão certo
Eu corro pelos dias
Me faço anjo
Busco até me morrer pelos passos incertos
E vulgarmente rindo num canto
Sinto o brilho
Da vitória do verso.


Há dor, há morte
Há cores sem outeiros que nos afligem nesta busca por mudanças
Há guerras e nefastos discursos bandidos
Há massacres de detentos
E entre dores e ofensas, entre cores sem cinema
Há pedaços de um mau estilo
E a morte das maneiras gentis dos imensos grandes homens
Já não nos dão abrigo
Mas dentro do sonho há o risco
E o risco de todo brilho é o amor
E por isso me faço canto
Agradeço mundos pelos sonhos me fazerem reto
Destino todos os dias
Para que anjos
Possam rir como ao mundo destinassem seus berros
E fizessem risos de um pranto
Que foi frio
E hoje é estrela decerto.

Se já não soube comemorar
Hoje respiro cada dia lindo
E vejo certas cores que desenham flores
Como se pra isso precisasse de raciocínio
Aguardo a noite como se minha sorte fosse algo palpável
Um ensino
Mas a fé no amor e nas montanhas
É a minha forma de ideal preciso
E é por isso que eu busco ser feliz entre os meus anos
E meu sentido de ter sorte é ser feliz, mesmo que sem planos
Não se calar o meu sorriso
Não sei não dividir meu valor
Meu sentido intenso é o canto
Que hoje busco repartir qual cetro
Todo poder é simples encanto
É a arte de mudar mundos, sons, invernos
Eu quero todos rindo, sonhando
Sem depois
Pois há o risco
De não haver mundo certo.

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