Nubla meu dizer
Este nublado pranto
Nubla meu viver
Este dia sem canto
Nublado, sem cor.
Nubla meu nascer
Este corar do vento
Nubla meu querer
O não saber-me tempo
E contar improvisos sem saber o quão difícil foi
Reescrever palavras
Renascer sorrisos
Não amar o céu sem o notar preciso
Álbum do querer-te límpido
Sem trabalhar pra tal.
Já caí por rir
Por chorar fui tombo
Já chorei calor
E amor fui sem tempo e nem intento
Racional fui burro
Amante fui confuso
E hoje em cada beijo que eu quero
Eu vejo
O mais nítido e ínfimo resbuscar de uma bela ilusão.
Mas o que é a verdade,
O que é preciso?
Será mesmo o ter certeza, o abolir dos riscos?
E tua língua, que hoje sinto
Será falsa ante o prazo legal?
Sei que arrisco me perder em tudo
Sei que temo perder-te em teu tempo
Mas da vida minha hora é a zero
E vou viver, vou amar, vou morrer.
Sei que arrisco a não ver-te em mundos
Sei que perco a não contar espantos
Pela vida eu arrisquei, é vero
E só assim fui a ti
Te descobri
Te quero ter.
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