segunda-feira, agosto 21, 2006

Te quero ter

Nubla meu dizer
Este nublado pranto
Nubla meu viver
Este dia sem canto
Nublado, sem cor.

Nubla meu nascer
Este corar do vento
Nubla meu querer
O não saber-me tempo
E contar improvisos sem saber o quão difícil foi
Reescrever palavras
Renascer sorrisos
Não amar o céu sem o notar preciso
Álbum do querer-te límpido
Sem trabalhar pra tal.

Já caí por rir
Por chorar fui tombo
Já chorei calor
E amor fui sem tempo e nem intento
Racional fui burro
Amante fui confuso
E hoje em cada beijo que eu quero
Eu vejo
O mais nítido e ínfimo resbuscar de uma bela ilusão.

Mas o que é a verdade,
O que é preciso?
Será mesmo o ter certeza, o abolir dos riscos?
E tua língua, que hoje sinto
Será falsa ante o prazo legal?

Sei que arrisco me perder em tudo
Sei que temo perder-te em teu tempo
Mas da vida minha hora é a zero
E vou viver, vou amar, vou morrer.

Sei que arrisco a não ver-te em mundos
Sei que perco a não contar espantos
Pela vida eu arrisquei, é vero
E só assim fui a ti
Te descobri
Te quero ter.

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