quinta-feira, agosto 03, 2006

Bom dia

Nota o dia,
Oh, moça!
Tu que causa vertigens
Pra meu temerário sentido de rua
E jeito de ir
Pelas luas relembrar ao céu
Como se fosse natural sorrir
Enquanto o mundo explode sem mel
Talvez só seja o olhar novo pra vida.

Nota a chuva
Que sonha
Brotar em brancura
Qual rosa em espaços de puro verniz
Que do dia faz surgir a granel
Versos distantes de tudo o que diz
Que é natural engessar-se ante o véu
Deste prazer danado que é ser vida.

Ri e acrescente assim
Teu colorir
À minha vã saudade da paixão
Nascente é a luz que aprendi
Pelos estandartes da falta de razão
Pelas lutas da gente pra ser feliz.

E volta
Apareça linda
Refaça sem média
Com tua cor menina
O dia febril
Que hoje cinza faz do próprio céu
Um saltimbanco a saltar sem triz
Correndo o risco de destilar-se em mel
E ser somente um vento
Ou uma brisa.

Ri solenemente, sem verniz
Perdoe-me o avançar do coração
Viver é arriscar-se a ser feliz
No ar
Que vem da vontade, irmã da paixão
Ri e encanta o moço
Poeta de outro giz.


E nota
O riso da brisa
O tom das esquinas
O sol que se nega
A aparecer sem rimas
E vivas feliz
Porque o encanto é o natural do mel
Que hoje afina sonho e país
Porque o norte da alma sem véu
É ver-te sorriso e mar
Neste bom dia.

Nenhum comentário: