sábado, agosto 19, 2006

Como quem quer se deitar

Toque-me
Em plena nova sagacidade
Desperta a ovelha
Do lobo que acena
Como quem quer inverdade ou palavra feia
Mas muda e serena
Na mente faz o milagre de do peito à orelha
Sentir chama
Acesa
Como fogueira em balde de água turquesa.

Toque-me
Em cenas
De lentidão, de arte
De natura
Bela
Como quem sustenta
A parecência das mágicas de novas certezas.

Toque-me em ceia
Devora-me como se espaços
Fossem dados pelas pernas que intentam
O cuidado
A parte do toque centelha
Que incendeia a cena
Das peles no amarrar de laços
E de artérias
Cujo sangue esquenta
Na veia, na areia, na teia, tua teia
Imensa, imensa.

E parte de mim à toa, à toa
Sabe ferver sonho de canto de boca
Pálida aprende água boa
Serve-se de esperar nas boas
Navegações de sol e canoa.

Toque de tempo, de intento
Devora a mim
Acende o fino sentido
De te querer fim
E ato que abarca do rastro
Intenso do desejo bom
Saber-me teu
A deitar
Talvez sobre o colchão
E saber sim palavra boa
Pra dar-te Assim
Como quem quer se deitar.

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