sexta-feira, agosto 25, 2006

Aula de Português

O verbo sabor tem a cor de um teu batom bonito
E o verbo amor lembra o rebuscado
E simples escrever das tuas prendas
Cantando já nem sei se há instantes em que não estou sonhando
Perdido na geometria das tuas linhas
Entrelinhas que compreendo cantando
O verbo inventar reflete estas palavras
Como se à luz construisse uma história linda
Que roubasse talvez do frio
A luz que faz existir o calor.

Eu repito encantos tantos
Porque da lua anuncio o existir do incerto
E repito o insistir dos espantos
Pela rua que me trouxe o presente belo
De ver-te em sorrisos e cantos
Que aos dias
Trazem todo meu verso.

Há nomes que descobrem razões de sonho inteiro
E pra isso usam mil concordâncias
Há flores que remontam a belezas indescritíveis
Predicados que hoje entendo
Entre artigos que se inventam do sentido
Das novenas, uso adjuntos de versos antigos
Das partes do dicionário que não entendo
Eu rebusco versos que são abrigo
Nas análises sintáticas dos meus tempos
Em que reparo que há sempre o viço
Desta formal palavra que hoje invento
Pra criar-te uma aliteração do riso
E nem por isso me faço ir
Para a antítese do que sou.

Eu repito tantos cantos
Pois é pela lua do teu sonho que reparo o verbo
Que tudo inicia enquanto eu canto
Pra você estas formais agruras dos versos
Que vivo a impingir-te entre tantos
Presentinhos
O que talvez não seja correto.


Até hoje pensei em reiterar
Um eufemismo pro que sinto e grito
E esquecer as inteiras objeções dos tempos
Pelo particípio da lógica que hoje crio
Mas vi a hipérbole do mar nas retinas dos meus olhos findos
E no café repeti as ânsias que só uma Oração pode compor
Com ritmo
E este ritmo simboliza o te ver feliz
Bem linda entre os cantos
Que já desejo que possas sempre ouvir
Existindo entre os tantos
Reviveres dos destinos cuja língua tanto me ensinou.

E hoje nela te entrego o tanto
Que já te gosto aqui nestes meus pálidos versos
Tua geometria, teus esperantos
Tuas letras que teu nome reflete
Decerto
Como se composta por anjos
Feitos flor de um sorriso
Deste meu Deus sem desertos.

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