quinta-feira, agosto 03, 2006

Por toda emoção

Não há paz entre findas e inúteis artes
Não há paz no olhar
Se o preço que cobra-se pelos passos passados
É o triste jogar-se prostado ao chão.

Não há paz nenhuma em aceitar em seu peito
A frieza calada
O hipócrita medo
De ver-se jogado à corrente
Súbita, inexata,
De ser multidão.

Só há paz na coragem imensa do sorrir
De ver-se homem, aceitar-se moleque
Pegar-se no vento
Qual pipa voada
Cantando canção.

Só há paz no ter dos olhos
O doce e o risco
De perceber as coisas qual novo mundo
E ser adulto como quem navega
Por toda emoção.

E é natural que toda voz
Tremule, capenga
Se a palavra é a faca que abre peito
E faz luas serem anos
Com o estupor das coisas vindo
Em abertos encantos
Resgatando a palavra vida
De cada novo canto.

Como sorrir é coisa tanta
Se traz esperança
E inaugura um novo sentir, um novo momento
que ilumina além dos olhos
O ardor dos corações
Que hoje dançam abraçados
Pelas ruas em cascatas e paixões
Que fazm o mar
Calado olhar pra cada riso
E ser antes um instante que renova a alma pura
Por amar.

E é natural que toda voz faça-se imensa
Pois é ela o significado imenso de ser
Nascer
Amar.

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