Poetas abarcam em si mentiras inenarráveis
Fingem serem algo amplamente negado pelos atos
Seres cuja gentileza salva almas,
Corrói opressões.
Poetas calmamente inventam a si mesmos
Vivem pelo sonho de serem imagens
Pinturas
São filmes dirigidos com mão de ferro
Por diretores vis.
E no ato de sua poesia inventam a musa
Da própria musa
Em movimento pelos campos de seus olhos
Olhos perdidos na invencionice do real
Que a tudo demole.
Do real, buscam serem parceiros, heróis
E dançam vendo as estrelas em olhos sem brilho
Procurando, qual Quintana, saborear ruas e quintais
Que nem sempre existem entre seus pesados dedos
Feitos como máquina de processar veleidades.
Mas não são de todo mals os poetas
São sim infantes egoístas que destroem a si mesmos
No conflito infinito com o espaço real do outro
Porém trazem em si o desejo de ver-se em outros
De criarem mundos onde os sonhos
Sejam pedras que calcem o caminho do amor e do companheirismo.
E na busca deste sonho
Imersos entre o conflito de serem menores que seus versos
E a verdade inabalável da integridade de suas paixões
Alcançam a graça de verem estrelas nas almas da Musa
No amigo Cavalheiro de combates
E na amada que recria a esperança em olhos secos.
Não que isso transforme vidas em paraísos perdidos
Longe disso
Pois ainda presos na cerveja do riso solto
Na alegria da irresponsabilidade
E na ausência do Grand Monde monetário
Poeta sainda trazemo autoritário torturador dos beijos cândidos
E das gentilezas geniais
Frutos da mágica de um sonho morto pelas contas mensais.
Poetas, todos
Trazem em si a mágica das nuvens
A um rio de pedras nuas e cortantes
Que teima em ser real
E isos os faz serem duendes de histórias infantis, perdidos em paixões
Que levam a homens menores a verem na musa
Sua saída
E a conquistá-la
Como quem rouba ouro do mundo dos Deuses.
Poetas são Deuses cujo culto morreu
Pela insensibilidade do real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário