quarta-feira, agosto 23, 2006

Intensa

Ruas nascem dos cantos
Que sussurram esperantos
E nem bem sei
Se a nuvem de outro dia
Alcançada em melodia
É você.

A cidade entre cores e noites
Passeia sangrando sons
E dolorindo milagres perdidos
Partidos de outra canção.

Em avenidas que me encantam
Busco ver-te qual espanto
Não mais sei
Ver-te sem sorrir em versos
Acalentada de meus beijos
Todos seus.

O real que hoje ri dos embaraços
Com suas regras, seus estilos cansados
Cala-se mesmo por terror
Diante da tola ação
De meus versos incandescentes
Suplicantes, tendo à frente
Só você
Que hoje quero ver sorrindo
Leve como o vento infindo
Despreocupada e indo livre
Além.

Qual um jazz antigo que hoje soa
Em meus ouvidos
Tocando na proa desta nau que aqui
Não faz sentido algum
Eu espero em parco riso
Nem encantado, nem menino
Ver-te, eu sei
Como linda namorada
Acalmada em tua estrada
Indo
Além.

Por isso confuso e incrível
Só desejo de improviso
O sol a ser e ir além de todo brilho
Curar-te o dia frio
Por você
Ser algo que inicia verdades
E alcança das luzes as artes
Por seres imensa
Intensa.

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