Espanta-me tuas linhas e tuas tantas
Vertigens causadas pela canção
Que hoje traz um olhar bem mais cigano
E o natural agir sem maior medo
Destas gentes que vão lá
Nascer lugar.
Pergunto-te sem maior razão
Se este brilho que refaz em mim a sina
Tem nas asas
Tua palavra?
Faço assim nova canção e te pergunto se as coisas
São teu riso
que refaz alma
E inté vida?
Como não ouvir enluarada
Viola de pó e de palavra
Que refletem teus cabelos negros
E induzem outros risos além do belo som da aurora?
Como não ver imensidão em solo
Terra que deságua em água
E em ócio?
Mostra-me esta invenção morena
Que cria dia bonito
E sorri-me
Novas horas.
Entre os chistes da razão nasce o incerto ressorrir
De cada palavra
E por isso
Olho a rua
E vejo a ti
Sinto a ti
Recriando a voz morena
Do verso que quiz cantar
Pra poder dizer
Sem pena
Que tua arte é teu olhar.
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